Kill, Just kill. – Cap. 18

Corro com a adrenalina continuando a se reproduzir em meu corpo. Consigo alcançar aquele facão e viro-me rapidamente, sem querer acertando a cabeça de um garoto, que rola pelo chão.

Nossa, e olha que foi sem querer.

Imagina se fosse por.

Vários tributos estavam jogados no chão, ensanguentados, tentando sobreviver, ou até mesmo já mortos.

Uma garota, creio que é do Distrito 4, tenta pegar uma lança, mas antes que isso se torne possível consigo encravar a mesma em seu abdômen, fazendo com que ela recue e caia no chão, ofegando.

Deixe-a morrer assim, a plateia ama um bom show.

E sem show, adeus patrocinadores, adeus vida.

Entro dentro na Cornucópia, e vislumbro um cabelo cacheado ruivo escondido.

Esse é o garoto do D4, pelo que me lembre. Tem 13 anos.

Não consigo identificar, mas ele pega algo nas mãos e tenta escapar, mas infelizmente uma cachoeira de sangue escorre de seu abdômen antes que possa pisar na grama novamente.

Agacho-me, tentando observar o que o garoto levava nas mãos, até que ao desviar meu olhar a vejo.

Vejo com toda sua graciosidade, preparada para matar quaisquer que chegue por perto. A beleza pode deixar qualquer um abismado, parecia ser tão leal...

Sim, já sei que vocês acertaram de quem estou falando.

A espada que estava pendura bem diante de mim, nas paredes da cornucópia.

Levanto-me, chegando mais perto daquela lâmina afiada, e a pego, observando-a.

─Cato! – ouço um grito feminino, tirando-me do transe.

─Clove? – indago para mim mesmo, e logo percebo que estamos nos Jogos, e minha namorada está me chamando. ─Clove! – grito de volta, correndo com a espada, procurando por ela.

Namorada, não canso de dizer isso.

Não, não fui um sozinho da vida, na verdade, sempre tinha uma garota do meu lado, mas isso não vem ao caso.

Afinal, a namorada (outra vez a palavra *──*) de que estamos falando é a que eu realmente fui apaixonado.

Encontro-a parada, conversando com o Marvel.

Ela parecia um pouco nervosa.

─Clove. – digo firme, próximo dos dois.

─Cato! – ela se vira e me abraça, suas mãos trêmulas. ─Que susto.

─Pensou que não ia mais me ver? – caramba, cadê a confiança nesse relacionamento? Ela achou mesmo que eu iria morrer?

─Um pou...

─Uau, vejo que acha que eu tenho potencial para ganhar essa droga. – a corto, afastando-me dela, indo na direção de Glimmer.

Observo a Arena por algum tempo, a Cornucópia é um dos únicos lugares que não há árvores, dá para ouvir o som de algumas ondas, deve haver um mar ou um lago aqui nesta arena.

Glimmer olhava atentamente para um arco e flecha que segurava, parecia ter se esquecido de como usar.

─Oi Glim, - digo, como se fossemos íntimos. ─Quantos matou agora?

─Oh, oi! – sua mão enrola uma mexa de seu cabelo nos dedos. ─Apenas um, as armas estavam longe de mim. E você?

─Poucos também, 3 em 15 minutos.

─Um a cada 5 minutos? – ela pergunta com um sorriso.

Uau, ela é boa em biologia.

Assento, e logo reúno os Carreiristas para decidirmos o que podemos fazer.

─Podemos nos infiltrar na floresta e apenas procurar os tributos, todos tem medo da gente, não precisa ser complexo. – sugiro.

─Ou podemos nos esconder e esperar eles aparecerem.

─Demorado de mais, Glim. – Clove diz, com uma foz fria, com um pouco de ironia.

Será que ela está com ciúmes do apelido que dei para a loirinha?

Sorrio com o pensamento, e aviso para pegarmos coisas importantes da Cornucópia e armarmos um acampamento.

Ponho uma mochila nas costas que contém um odre vazio de água, corda, dois fósforos e um saco de dormir.

Marvel leva nas mãos duas barracas montáveis para dormirmos e algumas armas, Clove e Glimmer outra mochila, com remédios, mais sacos de dormir e com odres vazios também.

Poww... Poww... Poww... Poww... Poww... Poww... Poww... Poww... Poww... Poww... Poww... Poww...

Contamos mentalmente e logo sorrimos.

12, doze pessoas estão morta desde o banho de sangue.

Começamos a andar naquela imensa floresta, havia vários sons de pássaros, e aproveitamos para matar alguns deles, guardando na mochila para mais tarde comermos.

─Ei, Cacto! – ouço a voz daquele magricelo um pouco longe, zoando-me. ─Está bem, Cato!

─Que é? – viro-me, parando todos, e procurando-o, até o encontrar ao lado de uma árvore, parecia que tinha alguém atrás dela.

─Encontrei um brinquedinho, olha aqui! – ele disse, puxando a pessoa de trás.

O garoto loiro se assustou com o movimento, e tentou parecer calmo, mas seus olhos mostravam seu desespero.

─Foguinho, - ri ao lembrar de outro apelido. ─ ou melhor, Lover Boy. Muito triste sua entrevista, grande azar seu. –disse em tom de ironia.

─É-é m-mesmo. – ele gaguejou.

─Tem algo para dizer antes de sua morte, Lover Boy? – Clove chega atrás de mim junto a Glimmer enquanto finjo examinar minha espada.

─E-eu p-posso ajudar! – ele diz.

─Ajudar em quê? – Marvel pergunta.

─Em e-encontrar a K-katniss.

─E quem é essa...? – pergunta a ignorante do distrito 1.

─A Girl On Fire, Glim. – digo, e sinto um olhar sobre mim, sabendo que é de Clove, dou um riso baixo.

─Está bem, nos mostra onde ela está. – diz Clove brava.

─O que tem nessa mochila, garoto? – Glimmer arranca das mãos dele a mochila, que ao retirar, havia apenas um saco de dormir e uma barraca.

─S-só isso.

─Ok. Vamos regressar a nossa caminhada, logo vai escurecer. – lidero. ─Qualquer coisa, matem, apenas matem.

O calor que antes mantinha a arena numa sauna, vira num único segundo algo frio, obrigando-nos a apertar nossos casacos contra o corpo e andar com uma certa dificuldade devido ao vento gélido. O céu, já escuro, apresentava várias estrelas iluminando-nos.

─Vamos parar por aqui, logo estaremos congelados. – digo, parando de andar.

Todos concordam, e logo Marvel faz uma fogueira para aquecermo-nos.

Com ajuda de Lover Boy, monto as três barracas.

─D12 pode dormir em sua própria, mas teremos que dividir as outras.

─Posso ficar na mesma em que a Glimmer, temos mais confiança já que somos do mesmo Distrito. – diz Marvel, abanando as mãos pela sujeira que a madeira da fogueira deixou.

─Está bem para mim. – diz Glim.

Olho para Clove, que evitou fazer o mesmo.

Concordo e entro em meu saco de dormir no abrigo.

Minha pequena disse que iria vigiar nosso acampamento até um certo horário, e logo chamaria outro alguém para marcar ronda.

Fecho os olhos, na esperança de conseguir dormir, sem sonhos ou sem pesadelos.

Agora você acha, que eu, Cato Ruddle, consegue dormir sabendo que sua namorada está sozinha do lado de fora do abrigo, vigiando para ninguém chegar perto?

Tudo bem, tudo bem, é a Clove. Clove treinou a vida inteira para isso, não é frágil.

O único problema é que ela é a minha Clove. Mesmo estando um pouco bravo com ela, essa garota é minha

Saio cuidadosamente da barraca, abrindo o zíper lentamente para não acordar ninguém.

─Cato? – ouço seu sussurro.

Sento-me no tronco em frente da fogueira já apagada, ao seu lado.

─Oi, pequena. – sussurro de volta.

─Não me chama assim, otário. – ela se afasta, ainda falando baixo.

─Olha, eu sei que não te agrada quando falo com a Glim e...

─Glim? Hum, quanta intimidade Cato. E eu, nem ganho apelido também? – ela fala, triste.

Clove, vamos pensar. Que apelido ao invés de “Clo” posso dar para essa garota?

Clo-ve... Clov-e... C-love...

Love!

─Oh, não sei, meu love. – a abraço de lado, e sinto seu riso abafado em minha blusa.

ATENÇÃO: Queria dizer que sinto falta também dos meus antigos leitores que pararam de ler minha fic, parece, a Mrs Poseidon, TheMudbloodCat, Giovanna Angelina, Lucia Ludwiig,  Buddha,  Lily Evans Potter, Luana Snicket e entre outros. Poxa, se estão lendo, mandem reviews, saudades de vocês!