Os Sofrimentos do Jovem Christopher escrita por Raphael Redfiel


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Palavra do autor:

Essa foi uma peça de teatro que meus amigos criaram na escola no primeiro colegial, uma das melhores modéstia a parte, os cenários eram incríveis, trabalhamos muito.

Baseada no Romantismo período em que estudávamos no momento, mostramos algo do mesmo estilo de "Os Sofrimentos do Jovem Werther", mas de um ângulo mais doloroso.

O texto foi modificado por mim, pois esta escrito em roteiro e foi devidamente corrigido por um amigo XD

Espero que tenha gostado.

Abraço.

Raphael Redfield



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Hoje foi um dia estranho, muitas coisas aconteceram, até mesmo para um escritor. Me chamo Christopher, passei a maior parte a minha infância vivendo no campo, um dia decidir ir a cidade e fui à casa de um amigo de meu pai, Albert, que insistiu que eu ficasse hospedado o tempo necessário em sua casa até que terminasse meu livro, não poderia negar seu pedido, pois meu pai o respeitava muito. Ao chegar ele me apresentou suas filhas, Elizabeth, que me pareceu deprimida, e Catherine, que de alguma forma disfarçou estar me encarando com um olhar apaixonado. Ambas moças magras, esbeltas, com ares delicados e frágeis, tendo apenas uma diferença, Elizabeth possuía cabelos ruivos e Catherine cabelos negros.

O dia passou, quando estava indo a igreja me deparei com um sujeito pálido conversando com Albert, pude sentir seu ar maléfico no ar, não consegui ouvir o que estavam conversando mas me pareceu algo importante. Tempo depois encontrei Eric, o ex-jardineiro de Albert, que pelo que fiquei sabendo foi despedido por ter se apaixonado por uma de suas filhas. Ele me contou porque Albert era amargurado, sua esposa morreu e ele planejou o casamento de uma de suas filhas por dinheiro, já que estava falido, mas por causa do noivo de sua filha ele conseguira reerguer seus negócios. Acham cruel? Talvez, mas não tentarei me meter nesse assunto, apenas posso lamentar o destino de Elizabeth.

No dia seguinte quando fui escrever mais um capítulo de meu livro, peguei Elizabeth e Catherine conversando escondidas em seu quarto.

--- Minha irmã, posso lhe perguntar algo? - quis saber Catherine

--- Claro que pode irmã --- respondeu Elizabeth

--- Você notou quando Christopher entrou na sala e trocamos olhares aquele dia?

--- Não notei!

--- O que você achou dele?

--- Demasiadamente galanteador.

--- Minha irmã, vamos mudar de assunto porque a governanta está a subir --- disse ela ouvindo alguém chamar.

--- Vamos dar por encerrado esse assunto.

No momento que ouvi a governanta as chamar, corri para meu quarto apenas mantendo a atenção no que elas falavam. Então Mary a governanta, uma senhora baixa e gorda, entrou no quarto.

--- O que estão fazendo minhas queridas? --- perguntou Mary

--- Estamos a nos vestir --- disseram as duas em uníssono

--- Não demorem, pois o pai de vocês as espera no jardim.

--- Já estamos a descer --- pronunciaram juntas novamente.

Então percebi que Mary e Catherine desceram, mas Elizabeth demorou um pouco mais, como não queria ficar mais lá escutando decidi descer também. Quando estava próximo da porta ela saiu com demasiada pressa esbarrando em mim, derrubando meus papéis.

--- Queira me desculpar, estava distraído --- falei.

Então ambos pegamos os papéis, ela pessoalmente distraída em um deles. Era um de meus poemas.

--- Que incrível! --- exclamou ela.

Tentei falar, mas por céus, apenas gaguejei, sendo salvo por Catherine que nos interrompeu.

--- O que estão a fazer? --- quis saber ela --- Papai está a te esperar no jardim.

--- É lindo --- disse ela sorrindo me devolvendo o poema.

Então as duas me deixaram lá, perdido em pensamentos.

--- O que vocês estavam a conversar? --- disse Catherine.

--- Nada.

--- O que estava escrito no papel?

--- Nada do seu interesse.

--- Estás noiva! --- exclamou Catherine --- Não pode ficar a conversar com um homem solteiro.

--- Basta! --- urrou Elizabeth seguindo para os jardins.

Mais tarde me encontrei novamente com Eric.

--- Estás ficando louco, escrever um poema a uma mulher noiva! --- exclamou ele, quando lhe contei o ocorrido.

--- Mas é porque estou deveras apaixonado por ela --- respondi.

--- Você não compreende, pois não sabe como Seifer é, ele é um homem sem caráter.

--- Não me importo, pelo amor que sinto por ela eu morreria.

Senti uma punhalada quando soube que Seifer era o noivo de Elizabeth, mas estava deveras apaixonado para me preocupar com isso no momento.

Os dias passaram e meu amor por Elizabeth foi apenas crescendo. Antes do jantar peguei Seifer e Albert conversando.

--- Não irei lhe emprestar um tostão até que esteja casado com ela --- disse friamente Seifer.

--- Fique tranqüilo, hoje no jantar anunciaremos seu casamento com minha filha --- disse Albert.

--- O quanto antes melhor!

No jantar, quando estavam todos reunidos esperando a governanta trazer a comida, eu e Elizabeth trocamos olhares, então Seifer percebeu, mas me pareceu fingir que nada havia acontecido.

--- Um minuto de atenção --- pediu Albert batendo com uma colher em um copo de cristal --- A todos presentes aqui hoje, quero dizer que em breve minha filha estará se casando com o conde Seifer.

Percebi que o rosto de Elizabeth ficou triste, imediatamente ela levantou e saiu correndo aos prantos, então corri atrás dela, apenas ouvindo o punho de Seifer socar a enorme mesa de carvalho.

Mais tarde a governanta me contou algo que me deixou de cabelos em pé. Quando Seifer bateu na mesa, ele também saiu, sendo seguido por Catherine.

--- Seifer, esta não foi a primeira vez, sei que não deveria me intrometer, mas já presenciei minha irmã e Christopher juntos --- falou Catherine.

--- Isso não é aceitável --- urrou Seifer --- Como Albert pode permitir outro homem sendo que sou eu quem vai reerguer seus negócios, ela é minha! Eu estou pagando por ela!

--- A cada dia o amor entre eles cresce, assim você ira perdê-la.

--- O que você quer? Ele?

--- Sim.

--- Então ele terá uma grande surpresa!

Desta vez fui a casa de Eric pedir ajuda.

--- Um duelo? Para acertar as contas com você? --- questionou ele.

--- É --- respondi.

--- Você vai morrer, ele quer isso --- Eric estava pensativo --- Você sabe duelar? Se defender?

--- Bom eu sou bem rápido.

--- Vou lhe ajudar, mas não garanto nada.

--- Obrigado, não tenho como escapar.

Eric era um hábil esgrimista, pelo que percebi ao longo do dia. Jamais imaginaria que um simples jardineiro tivesse uma habilidade tão incrível.

Alguns dias depois do ocorrido, recebi um recado de Seifer para que eu fosse ao seu castelo. Decidido e bem treinado fui ao seu encontro, Eric me acompanhou.

Mary me contou mais tarde uma conversa entre as duas irmãs enquanto eu me encaminhava para o duelo.

--- Onde será que ele foi? --- quis saber Elizabeth.

--- Ele não lhe contou? --- debochou Catherine.

--- Quem?

--- Seu queridinho, Christopher.

--- O que? Não, não é nada disso, o que há de errado com você irmã?

--- Você...você quer roubar o amor da minha vida, sua víbora, você não está feliz em estar noiva, vem tentar roubar meu amor!

--- Eu não fiz nada

--- Mas eu fiz o certo, contei tudo ao seu noivo sobre vocês dois, sua meretriz!

Eu estava na porta do castelo, quando Seifer me indicou a entrar. O pátio era grande, bonito e com um jardim muito bem cuidado.

--- Estas pronto? --- diz Seifer me atirando uma espada.

--- Sim! --- exclamo.

Mas percebo o quanto sou inferior a ele, quando me acerta em cheio rasgando minha bochecha esquerda. Me sinto totalmente humilhado.

--- Você gosta dela? A ama?

--- Sim --- digo fazendo o maior esforço pelo cansaço.

--- Como ousa, ela é minha! --- urra ele me acertando um soco em cheio na cara.

--- Desista! Ela é minha e não há nada que você possa fazer.

--- Eu a amo! Não vou desistir dela!

--- Então você irá morrer.

Ele começa a me atacar ferozmente, acumulando mais o número de meus ferimentos.

--- O amor é uma forma de dor, não? --- debocha ele.

Então como se fosse uma salvação, minha senhora, Elizabeth, entra pelo portão. Ela vem ao meu encontro, mas é detida por Albert.

--- Temos que ajudá-lo! --- implora ela a seu pai.

--- Não! Esta não é sua luta! Ele não é seu noivo!

--- Mas eu o amo --- diz aos prantos.

--- Você não o ama, você ama quem eu mando, você não vai acabar com meu futuro.

--- Eu te odeio!

Por sorte Eric intervém e duela com Seifer, um duelo bem equilibrado pelo que consegui perceber.

--- Você pode se levantar? Rápido! --- perguntou ele se aproximando de mim.

Mesmo sentindo uma dor insuportável, eu levantei, meio cambaleando, mas consegui chegar a porta, Eric logo veio em meu encalço, me ajudando a fugir daquele lugar.

--- Fuja! Rápido --- ouvi minha amada dizer.

--- Fuja, desista, ela é minha --- ouvi Seifer dizer dando uma longa gargalhada maléfica.

Dois dias se passaram desde o duelo. Fiquei na casa de Eric a seus cuidados, mas uma notícia veio com tudo me deixando atordoado. Mary veio pessoalmente me contar.

--- Marcaram o casamento? --- perguntei.

--- Sim, é daqui a duas semanas --- respondeu ela.

--- Eu tenho que impedir.

--- Você não tinha a menor chance de vencê-lo quando estava bem, desse jeito vai morrer de uma vez por todas --- disse Eric.

--- Pior morrer que ver seu amor perdido, não há escolha.

--- Você não pode --- pediu Mary --- Vai morrer, você tem que se recuperar.

--- Você a ama mesmo? --- perguntou Eric.

--- Com todo meu coração.

--- Você não está pensando em... --- ia dizendo Mary até ser interrompida por Eric

--- Vou lhe ajudar, eu já perdi meu amor uma vez, sei o que é isso.

--- Obrigado.

--- Mesmo contra minha vontade vou ajudá-lo no que for --- falou Mary --- Posso perguntar uma coisa? --- perguntou a Eric.

--- Sim.

--- Ele é bom?

--- É.

Duas longas semanas se passaram. O dia do casamento se aproximava e uma angústia pairava no ar, o futuro de minha amada ia ser decidido em breve, mas na noite anterior um final diferente foi escrito.

Na casa de Albert, Mary para me ajudar pediu para que eu fosse até os jardins ao som do último badalar do relógio da cidade.

--- Ele deve estar chegando --- ouvi Mary falar.

--- Mal posso esperar, já faz duas semanas e... --- ia dizendo minha amada quando me viu aparecer.

--- Meu amor por você somente aumentou --- disse a abraçando --- Amanha antes da cerimônia vamos fugir.

--- Porque não agora?

--- Meu Deus Albert está vindo --- disse Mary ouvindo alguém se aproximando.

--- Me espere --- pedi vendo ela assentir com a cabeça.

--- Vá --- mandou Mary.

Saí correndo, mas me deparei com Catherine, que cuspiu em meu rosto e saiu correndo. Eu sabia para onde ela ia, então eu a segui. Como havia pensado, ela havia seguido para o castelo de Seifer, ele que estava na rua rindo com amigos quando a viu já bufou e seguiu até ela.

--- Eles pretendem fugir! --- exclamou ele quando ela contou tudo.

--- Eu ouvi tudo, eles vão fugir antes da cerimônia --- pude ver o sorriso doentio no rosto dela --- O que o Conde irá fazer?

--- Eu vou fazer com que ele se arrependa, sim eu vou!

--- Quer que eu o ajude?

--- Não, não, você já me ajudou.

--- Quero que ele sofra por tentar fugir de mim.

--- Ele vai sofrer! --- urrou ele com uma voz fria que eu nunca havia escutado antes.

O casamento fora adiantado, sem que ninguém soubesse o motivo, a cerimônia começaria em breve, apenas o destino poderia trazer os acontecimentos que viriam. Mais uma vez Mary me ajudou a contar as partes escondidas da história.

--- Não posso acreditar! --- exclamou Elizabeth

--- Eles vão chegar, eu sei --- consolou Mary.

--- Como você está irmãzinha? --- debochou Catherine entrando no quarto

--- Como eu estou, eu...eu...

--- Não posso acreditar você --- ia dizendo Mary sendo interrompida por Elizabeth.

--- Você! Culpa sua, sua lampreia!

Então Catherine riu deixando o quarto, quando seu pai entrou.

--- Você está linda --- disse ele a abraçando, mas ela recuou --- Eu sei que não é certo, mas é o que tem que ser feito --- ele tossiu e ambas reparam que ele cuspiu sangue em seu lenço.

Na igreja Seifer estava já ao lado do padre esperando sua noiva entrar, havia poucos convidados e amigos da família. Então quando chegou a hora eu e Eric entramos triunfantemente na igreja.

--- Parem o casamento --- gritamos sacando nossas espadas.

--- Padre continue --- pediu Seifer nos ignorando.

--- Liberte-a agora! --- urrei.

--- Eu já estou cansado disso --- urrou Seifer sacando sua espada --- Isso acaba agora!

--- Pare! --- exclamou minha amada levando um tapa de Seifer.

--- Seu bastardo! --- exclamei ao ver esse ato covarde.

Então começamos a duelar, todos lá presentes começaram a deixar a igreja. Mary e Albert seguraram Elizabeth que está aos prantos. Nossa luta me pareceu mais equilibrado do que a primeira, apesar de Seifer sem bem frio e superior. Eric interveio e sofreu um ferimento letal no abdômen, cai então ao chão.

--- Agora somos nos dois --- diz Seifer --- Você não é capaz de me derrotar.

--- Posso tentar.

--- Eu o que quero morto --- diz ele me derrubando --- É o fim.

E para mim pareceu o fim mesmo, minha espada havia caído na queda, eu não a encontrava, estava indefeso, e Seifer preparava-se para o golpe final.

--- Não pare! --- exclamou Catherine ficando entre nos dois --- Ela já é sua, deixe-o, já sofreu o bastante.

--- Não foi desse jeito que você falou ontem --- debochou ele --- Saia da minha frente!

--- Não!

--- Eu estou mandando!

--- Não!

--- Então você vai morrer também.

Então Seifer ataca Catherine em cheio no peito, tira a espada e o sangue começa a jorrar. Nesse momento todos correm até ela.

--- Me perdoe irmãzinha --- diz Catherine segurando a mão da irmã.

--- Sim eu lhe perdôo-o --- chora Elizabeth.

--- Não fale, vai piorar --- pede Mary a Catherine.

Então Albert com os olhos cheios de lagrimas chega perto e segura a mão de sua filha, agora sem vida. Eric com os olhos cheios de lagrimas olha diretamente para Seifer, que parece se divertir com a situação.

--- Elizabeth preparasse para fugir --- pediu ele --- darei o tempo necessário e vocês levem Catherine daqui, ela deve ter um enterro digno --- então ele corre com uma fúria animal para Seifer e urra --- Você vai morrer!

Um novo duelo começa, mas desta vez parece que Seifer está perdendo. Então eu pego minha amada e a puxo para fugir mas ela chorosa não se mexe.

--- Temos que ir Elizabeth!

--- Eu não posso.

--- Ela se sacrificou por nós, temos que ir.

--- Como ela está Albert? --- debocha Seifer jogando Eric encima dos bancos da igreja --- Morta, coitadinha e você jardineiro, está tristinho --- diz ele olhando para Eric e depois se virando de novo para Albert --- Saiam da minha frente eu tenho algo a terminar.

Então eu e Elizabeth partimos da igreja, vendo Seifer ferir novamente Eric que tentava atrasá-lo. Fomos o mais rápido possível até a casa de Albert pegar alguns pertences e fugir.

--- Tenha calma meu amor, tudo ficara bem.

--- Ele matou minha irmã, ele vai nos matar.

--- Temos que ser corajosos, você precisa fugir.

--- Não sem você, iremos juntos.

--- Não a tempo, prefiro ver você a salvo primeiro.

--- Por favor Christopher você não pode com ele.

--- Eu tenho que fazer isso, Eu te amo, sempre amarei.

Sem discutir ela abaixa a cabeça, nos dois nos abraçamos e ela partiu. Eu saí à rua, sei que Seifer vira mais cedo ou mais tarde atrás de mim, que seja agora então. Era um dia bonito que começou a mudar, a chuva começava cair.

--- Onde está você, vamos acabar com isso...APAREÇA!

--- Eu estou aqui --- Então ele aparece carregando Elizabeth pelos braços, colocando ela entre nos dois.

--- Deixe-a ir! Isso é entre nós dois.

Ele pega Elizabeth pelos cabelos fazendo ela dar um grito de dor.

--- Não vou soltá-la.

--- Deixe-a em paz seu monstro, eu faço qualquer coisa, eu vou embora se quiser, mas não a machuque.

--- Eu o quero morto --- ele pega ela pelo pescoço e começa a sufocá-la --- Desista dela ou ela morre junto!

--- Me ajude! --- implora ela ficando vermelha.

--- Seu demônio! Não vou desistir dela jamais.

--- Se eu não vou tê-la --- diz ele erguendo a espada.

--- Não! Não faça isso!

Então ele a solta, jogando-a para mim que vem cambaleando um pouco. Então com um movimento ele enfia a espada em Elizabeth que em um ultimo momento de agonia apenas fala para mim.

--- Eu te amo --- ela sorri e então cai no chão.

Seifer começa a rir loucamente. Enquanto eu dava gritos de dor, conforme meu coração se despedaçava.

--- Agora podemos terminar --- diz ele correndo até mim.

Com todo o ódio possível no coração, eu saí correndo dando um grito bem alto. Nos dois chocamos nossas espadas no ar, eu sinto que ele está mais fraco, tudo graças a Eric, mas ele consegue me ferir gravemente mais uma vez, então aproveitando que a espada me perfurava eu finquei minha lâmina no coração de Seifer, que apenas ficou imóvel e depois caiu morto. Corri até minha amada que ainda agonizava.

--- Resista --- falei chorando --- Por favor resista, não conseguirei viver sem você, não morra...por favor...não conseguirei...não.

Ela apenas me olha, me dá um bonito sorriso e fecha os olhos, para todo o sempre. Caí em prantos, meus gritos ecoando pela chuva.

Tres dias se passaram desde aquele dia. No hospital Mary e Eric conversavam em um leito.

--- Não consigo acreditar no que aconteceu --- disse ela --- Tudo isso parece um pesadelo e o pior ele tirou a própria vida.

--- Isso tudo foi muito triste --- falou Eric --- Ele perdeu tudo, não tinha mais pra que viver, ele resolveu tirar a própria vida.

--- Ele era uma boa pessoa, sempre gentil e bom com todos...

Nesse momento eu entrei no aposento.

--- Então ele está morto? --- os dois concordam e eu dou um berro com muito ódio --- Espero que aquele velho esteja no inferno!

Depois de tudo, tive muito medo de ir ao seu tumulo, mas quando o inverno chegou eu tomei coragem. O inverno trouxe o pesar da perda, aquela visita seria a visita mais dolorosa de minha vida. Mary e Eric me levaram até sua lapide. Então olhei bem o nome dela na lapide.

--- Esse é o maior frio dos invernos, não há vida, tudo está em baixo da neve, na escuridão --- meus olhos começam a lacrimejar --- Sinto sua falta, lembro do seu sorriso, ele parecia eterno, o tempo parou naquele instante, sinto falta de tudo.

"Você está aqui, em todos os lugares, seu amor é maior que a barreira que nos separa, esse amor foi eterno, por quanto durou, até o dia de minha morte, não chorarei, o amor nunca ira acabar, não chorarei nunca mais, amo você, sempre amarei".

Então deixei um buquê de rosas em seu tumulo e depois nunca mais voltei aquele lugar. A dor seria imensa. E aqui termina a minha história, às vezes eu penso porque Deus desceu a terra com sua cólera e tirou de mim o que era de mais precioso, me sinto como se minha vida fosse um imenso teatro e eu fosse apenas mais um de seus marionetes, quero apenas propagar essa história, para que as gerações que virão, saibam que o amor é a arma mais poderosa, contra qualquer coisa, até mesmo contra a distância e que ao lerem isso saibam que apesar da tragédia desse romance, lutar por quem amamos é o único jeito de sermos felizes, mesmo que tenhamos que perder a pessoa.


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