Embaixo do Salgueiro Lutador escrita por Aluada


Capítulo 2
De manhã - as meninas


Notas iniciais do capítulo

Infelizmente os personagens pertecem à Rowling (até o Lupin i_____i~~), exceto a Sophie.

Este era o capítulo que eu maaais queria escrever na história inteira XD Então, se os próximos capítulos demorarem, sabem que é preguiça da autora =___=



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/2604/chapter/2

            — Bom dia, minha querida Evans.

            Lily teve que se segurar para não explodir de raiva. Suspirou cheia de impaciência. Ah, como ela odiava quando ele a chamava de “querida Evans”!

            Ao seu lado, Sophie Snape punha a mão na frente da boca, disfarçando uma risadinha de deboche. Ao contrário da amiga, ela achava cômico o jeito de James Potter.

            — Pensou com carinho na minha proposta?

            — Aquela indecorosa? — deixou escapar uma resposta atravessada.

            — Não acho que te convidar a ir ao baile comigo seja falta de conduta minha... aliás, muita gente neste salão daria tudo para estar no seu lugar.

            Ela se pegou pensando em todos os pecados que tinha cometido até então. Algum deles deveria justificar o castigo que ela cumpria tendo que agüentar o jovem a seus pés.

            — Então, por favor, sinta-se à vontade e convide-os! Não perca mais o seu tempo comigo. Você nem sabe se eu já fui convidada, ou – ou se eu pretendo ir com outra pessoa, e já chega assi —

            — Aaah, Evans, não é possível que você tenha outra pessoa em mente além de mim. Ninguém tem!

            Ela bufou.

            — Quando você agir feito gente, Potter, nós voltamos a conversar.

            Levantando com raiva, ela pegou sua mochila e deixou a mesa, já em direção a sua aula de Poções.

            — Você não precisava ser tão dura com ele... — falou Sophie, logo ao seu lado.

            — Eu fui dura com ele?! Ele que foi um completo idiota! Como se fosse o cara mais bonito do mundo... eu não sairia com ele nem que fosse a última pessoa do universo!

            Como ainda era muito cedo para a primeira aula, as masmorras estavam vazias. Não havia nenhum aluno nos corredores, e assim elas ficaram à vontade por lá. Não se atreveriam a entrar na sala de Slughorn; com certeza ele iria encher as meninas com histórias chatas de pessoas famosas de quem ele fazia questão de se dizer amigo íntimo.

             — Não sei como você agüenta Black. Acho que só Lupin se salva daquele quarteto insuportável!

            — Os quatro são muito legais se você souber enxergar. Eu dei uma chance a Sirius, e não me arrependo — respondeu, sorrindo atrás de seus cabelos lisos, longos e negros. Iguais aos do irmão.

            — Você sabe o que eu penso sobre isso. Não concordo. Você sabe que Sirius está cada hora com uma menina diferente.

            — A grande diferença é que não foi ele quem me escolheu, e sim eu que o escolhi. Ele fez coisas por mim que não fez a nenhuma outra menina, sabe..? É, acho que não — acrescentou ao ver o rosto de desconfiança da amiga — Ok, vamos mudar de assunto, senhorita estressadinha.

            Lily mostrou-lhe a língua e as duas riram uma da outra.

            Então a ruiva ficou séria. Baixou a cabeça, num sinal de tristeza e vergonha. Sophie a interrompeu antes que falasse qualquer coisa.

            — Não comece, eu sei porque você está com essa cara —

            — Você não falou com ele, então?

            — Eu disse que não falaria, Lily, eu nunca —

            — Por favor, Sophie, você sabe que eu não consigo!

            — Eu também não! Já te disse, ele não olha no meu rosto há décadas, não posso simplesmente chegar e pedir que ele vá ao baile com você!

            — Não precisa pedir, só veja se essa possibilidade já passou pela cabeça dele...

            — Lily, você não —

            — Por favor, Sophie! É muito importante pra mim. Eu... eu o amo, Sophie, eu amo Severus...

            Ela baixou novamente a cabeça, deixando as lágrimas escorrerem naturalmente.

            — Lily, ouça bem o que vou dizer. Vocês dois nunca conversaram, nunca trocaram cumprimentos, nada! Você não pode ter certeza de que o que sente por ele seja forte como amor —

            — Ele é diferente, diferente de todos! É inteligente, esforçado, não precisa ficar se provando pra todas as pessoas, porque ele já é bom. E eu já vi vocês conversando, sei que ele não é o crápula que todos dizem —

            — Não ache que ele é tudo isso só porque vai bem na sua matéria preferida. Olhe só pra você, tudo o que quer é alguém diferente de James!

            Lily a encarou forte nos olhos. Triste; porém séria. E, principalmente, decidida.

            — Eu respeito seus sentimentos por Black. Respeite os meus pelo seu irmão.

            — É o que sempre farei, não tenha dúvidas. Mas agora, eu não posso permitir que se envolva com alguém que não serve ra você, nem essa pessoa seja meu próprio rmão. Desculpe.

            — Então eu falarei com ele hoje, sem a sua ajuda.

            — Lily, é melhor —

            — Ora ora, o que as senhoritas estão fazendo aqui fora? Vocês não querem me ajudar nas poções da aula de hoje?

            A voz do professor Slughorn soou atrás delas convidativa a interromper a conversa. Nenhuma das duas se atreveu a olhar a outra durante toda a aula, e assim ficaram em silêncio até o fim, quando Sophie perdeu de vista a amiga na saída das masmorras.

            Quando soou o sinal, Lily Evans inspirou fundo, fechou os olhos e, tentando não pensar muito no que se preparava para fazer, saiu da sala, infiltrando-se no meio do contingente de alunos.
             Seus olhar percorreu cada cabeça, até finalmente achar aquela que a interessava. Severus Snape seguia a passos largos pelo castelo, sem destino aparente. Os cabelos continuavam a cobrir-lhe o rosto enquanto lia e andava, seguramente ocultando sua espiã. Ou ao menos era isso que ela pensava, até se ver num corredor muito vazio no terceiro andar.

            — Que tipo de brincadeira é essa? — Snape virou-se de súbito em direção à menina, apontando ferozmente a varinha.

            — N-não é brincadeira nenh-nenhuma! Eu juro! — Lily espontaneamente levantou os braços, como se mostrasse estar desarmada, e assim deixou todo o seu material cair no chão.

            — Por que está me seguindo, Evans?

            — Aaahn.. é que... eu... na verdade... eu estava pensando... se... se... se...

            As palavras entalaram na sua garganta, quando ela se pegou paralisada pelo olhar desconfiado de Severus Snape.

            — Se... ahn... é que... sabe, eu...

            Ele deu meia volta. Bateu o desespero na jovem

            — Espere! Você vai ao baile com alguém?

            Achou que tivesse falado isso muito alto. Talvez tivesse mesmo. Snape virou-se novamente com o olhar perplexo.

            — Potter te mandou aqui, não é?

            — Não, eu nem —

            — Se foi ele, ou aquele Black metido, diga a eles que não vou cair nessas provocações baratas deles.

            — Mas eu – não é isso – espere..!

            Lily correu para segurar seu braço quando ele fez que iria embora outra vez.

            — Quer-ir-ao-baile-comigo? — disse numa única ininteligível vez.

            — Não me toque, sua sangue-ruim nojenta! — Snape afastou-se violentamente, com raiva em sua fala — Eu jamais sujaria minhas mãos com você!

            — Mas eu – eu te am —

            — Cale a boca, vá se humilhar com outro trouxa!

            Foi como seu uma faca lhe atingisse o estômago. Naquele instante, morria.

Não pôde mais. Nem ao menos viu quando pegou seus livros do chão e deixou o corredor, em direção a Sala Comunal da Grifinória. As lágrimas cegavam-lhe, e ela só se deu conta daonde estava quando Sophie abriu a porta do dormitório feminino, chamando pelo seu nome.

            — Ah, Lily!

            Ela desabou nos braços da amiga.

            — Ele me chamou de sangue-ruim! Disse que nunca sujaria suas mãos comigo! Ele me acha nojenta! Ah, Sophie... ele me odeia!

            — Lily, eu —

            — Não me diga que me avisou!

            — Eu sabia que ele falaria isso. Foi o que disse quando... quando nós dois brigamos.

            Ela afastou os cabelos ruivos e ondulados do rosto, para olhar melhor a amiga.

            — Ele disse que eu era uma traidora... eu o traía conversando com os meninos, namorando Sirius, e sendo sua amiga. Eu... eu não queria te contar, não queria te ver triste, tentei evitar mas – mas acho que seu sentimento era maior do que eu pensava...

            — É tudo minha culpa..?

            — Não! É tudo culpa daquela Sonserina estúpida que fez a cabeça dele. Nosso pai também é trouxa, não há porquê de tudo isso... ele está cada vez mais diferente... por isso ele não serve pra você.

             Aquelas palavras não conseguiam confortar seu coração. Sentia raiva de si mesma, sentia raiva de Sophie, sentia raiva de... mas não conseguia, sequer um instante, deixar de gostar de Severus. E era isso o que ela mais odiava.

            De repente o tão esperado baile parecia ter se tornado algo não-concreto, fora de cogitação, distante, inútil. Tudo o que queria era ficar deitada se martirizando, se ferindo, morrendo um pouco. E foi isso o que fez pelo resto do dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Embaixo do Salgueiro Lutador" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.