Goodbye, My Love escrita por Anabbey


Capítulo 1
Capítulo I - Rússia


Notas iniciais do capítulo

Comecemos pelo Rússia, no Domingo Sangrento (1909).
Espero mesmo que vocês gostem. ;u; Estou de volta ao fandom de hetalia! ~
Boa leitura!



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A noite era fria, e o vento quase polar bagunçava os cabelos do russo. O sangue preenchia o chão ao seu redor, manchando a calçada. A revolta silenciosa que marcara a queda do Czar deixara cicatrizes graves demais para curarem-se com um simples pedido de desculpas. A garota que deveria ter protegido, estagnada, fria e bucólica, ao seu lado. Morta.

Ivan soltara um suspiro de frustração, levando a mão ao peito ensanguentado, o líquido pesando sobre a luva. E apesar de não ser tal momento apropriado, sua vida passara a jato em sua mente. E para que havia chegado até ali, em uma posição tão humilhante? Não morreria apenas com aquele tiro. Não era normal como os outros mortos ao seu lado.

Não era mortal como a garota deitada ali, cuja pele refletia a luz imperfeita do luar. Anastásia já não estava mais lá. Nenhum dos russos espalhados pelas ruas estava. Aquele domingo manchara a história russa, deixando marcas impossíveis de se apagarem. Mas Ivan estava lá, respirando, sentindo, pensando. E ele deveria? Não achava-se digno de tal carma. Não sentia-se feliz com aquilo. Não concordava de modo algum.

Ele erguera o corpo, olhando ao seu redor, e tudo o que via, estava pintado do vermelho mais intenso. Um domingo qualquer de 1902. Onde milhares morreram por uma causa. Onde Anastásia jazia, morta na calçada, ao lado de tantos outros corpos. Desviou o olhar para o castelo da família Romanov, encontrando-o em chamas.

Levantou-se, ajeitando as roupas tingidas do seu vermelho, e encaminhou-se até a garota. Pegou-a delicadamente no colo, e iniciara uma caminhada, enquanto cantarolava baixinho, alguma música cuja origem o russo já desconhecia. Andara pela cidade deserta, os únicos ruídos que ecoavam na região, eram os sapatos de Ivan em contato com o solo.

Ivan andou e andou, até que finalmente tivesse deixado a cidade. Caminhava por entre as árvores daquela área inexplorada, e finalmente encontrara um lugar bonito o suficiente para firmar-se. Colocou o corpo inerte da menina sobre a neve, e seus olhos automaticamente cerraram-se. O choro não conseguia passar o bolo da garganta de Ivan. Há muito tempo, ele desaprendera a chorar.


“Deus realmente não perdoa por nenhum deslize.”


As mãos agarraram-se ao cachecol, desenrolando-o com lentidão. Ao finalmente fazê-lo, colocou-o sobre a jovem, aconchegando-a ali. Sorriu discretamente, inclinando ao chão e dando-a um beijo cálido na testa gélida.

Ao erguer-se novamente, ele abriu os braços, a respiração calma, à qual acompanhava os batimentos cardíacos. Por que não ser altruísta uma vez na vida? A última vez?


“Eu renuncio.”


A simples sentença fora cochichada e carregada pelo vento forte que assolou a região. O último suspiro do russo fora acompanhado do primeiro de Anastácia, que levantou-se em um susto, do sono julgado eterno. Olhou ao redor, encontrando-se sozinha naquela vasta e análoga floresta. Abraçou-se mais ao cachecol, levantando-se e retirando as neves da roupa. Sabia a quem deveria agradecer.


E Ivan apenas sonhava em encontrar-se em um enorme campo de gira-sóis.



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Notas finais do capítulo

Bem, foi isso. Espero que vocês tenham gostado. ;;
Até o próximo drabble! E, por favor, comentem, certo? Agradecida!



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