Attraction escrita por Lost Satellite


Capítulo 1
attraction


Notas iniciais do capítulo

Songfic Dramione com a música POr onde andei - Nando Reis. Espero que apreciem.



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Eu era forte, mas a vida era mais. O meu orgulho era veneno, que me derrubou quando mais precisei estar de pé.

Eu estava voltando, não por mim, ou pelo sangue, amigos?! Eu não possuía mais nenhum. Eu estava atrasado, mas espero que ainda dê tempo.

Sentado ali naquele vagão, recebi olhares tortos de acusação e culpa. Sorri como uma vadia de classe. É Hogwarts, Draco Malfoy estava voltando.

Algumas horas voaram naquela tarde e logo estávamos chegando, fui me trocar para estar pronto, foi então que eu a vi. Estava sorrindo e já vestida adequadamente.

Hermione Granger nunca deixaria de ser a razão das minhas implicâncias, soube que havia ficado noiva do pobretão do Weasley. Ignorei o fato de ela esbarrar em mim no corredor, passando direto com a garota Weasley e indo embora, talvez para a cabine dela. Já estava pronto quando abri a porta do provador e dei de cara com ela encostada à janela.

Era impossível não repara-la, mas com muito esforço tentei ser indiferente.

Esforço em vão, pois quando fui passar para o corredor ela me barrou, uma total surpresa deve-se dizer.

- Não achei que fosse voltar. – Ela disse encarando o chão.

- Achou errado pelo visto. – Dei um passo para o lado, na inútil tentativa de sair e mais uma vez fui impedido. – O que quer Granger?

- Quero que prometa que vai nos deixar em paz esse ano, já vivemos coisas suficientes para uma vida inteira você não tem o direito de estragar o último ano.

- Fique tranquila, seu pedido já está anotado senhorita.

- Ótimo, não fique no meu caminho Malfoy ou então você já sabe.

Aquilo era demais, quem ela pensava que era? Só porque fazia parte do trio retardado não significava que poderia me ameaçar, não mesmo.

- Ou então o quê Granger. – Segurei seu queixo forçando-a a me encarar.

- Continue e você verá. – Ela manteve o tipo linha dura me encarando.

- Não vá achando que suas ameaças me afetam. Você não me conhece.

- Conheço o suficiente para saber que você é um covarde fracassado. – Liberei-a de minha mão.

- Fracassado? Achei que seu amigo pobretão já fazia esse papel, ficando com a garota sem graça que ficou traumatizada pela guerra. Diga-me Granger quanto teve que pagar a família dele para que o forçassem. – Sorri com a provocação.

Aquilo parece ter sido o bastante para que ela atentasse com sua mão contra meu rosto.

- Você ficou louca?! – Queixe-me com razão, mas aí ela veio pra cima de mim tentando me intimidar.

- Se eu fosse você... – Não deixei que falasse mais nada, imobilizei suas mãos empurrando-a contra o vidro da janela.

- Acho que seu eu fosse você, não me provocaria mais.

Ela arregalou os olhos em descrença.

- Eu deveria ter imaginado que um covarde como você tentaria me bater. – Ri sem humor.

- Te bater?! Não eu não sou tão baixo pra chegar a esse ponto. – Eu estava a centímetros de seu rosto. Pude perceber quando suas bochechas ruborizaram escandalosamente.

- Me solte. – Ela pediu baixinho.

- Por que eu deveria?

- Sabemos, muito bem o por quê. – Ela me encarou com magoa. E aquele olhar, fez a culpa recair sobre mim.

Foi há dois anos...

#flashback

Eu fazia meu caminho habitual até a sala precisa naquela noite. Ouvi passos me seguirem e imaginei quem poderia ser. Snape, era comum encontra-lo me espionando, queria descobrir meus planos para cumprir a missão que o Lorde das trevas me dera.

Superestimei meus instintos de alerta, e continuei andando. Entrei no banheiro da Murta que geme na tentativa de despista-lo.

Invadi uma das cabines vagas e torci para não dar de cara com o fantasma da Murta.

Silêncio, por longos três minutos, mas então alguém entrou no banheiro.

- Isso é um absurdo. – A voz da garota resmungou.

- Não vai poder fugir dele pra sempre Hermione, dê logo o fora e fique em paz. – A garota Weasley que aparecerá do nada aconselhava a outra.

- Gina, não acha que estou tentando fazer isso?!

- Aceitar o convite dele para a festa do professor não soa como um fora. – Resolvi espionar através da fresta da porta.

- Bem isso foi um equivoco, a culpa é exclusiva do seu irmão, aquele troglodita.

- Não importa, está bem. Vou ver se ele ainda está lá fora pra podermos sair. – A Weasley sumiu pela porta, indo para o corredor, deixando Granger sozinha.

Sem querer a maldita trava da porta da cabine estava solta, e quando resolvi me apoiar na porta, fui lançado fora da cabine, estragando meu disfarce e sendo totalmente revelado.

- Malfoy! – A garota se assustou a me ver.

- Granger, quem achou que fosse o papai Noel?

- O que faz aqui?! Esse é um banheiro feminino.

- Cai na real, este banheiro está desativado há tanto tempo, que sequer as aranhas veem aqui.

- Ainda assim você estava escondido me espionando.

- Você?! Não mesmo, tenho coisas importantes a fazer.

- Então o que fazia escondido? – Enquanto Granger falava ouvi passos pesados, só poderiam ser de Snape, iria me descobrir.

Sem querer ser encontrado pensei em entrar em uma das cabines, mas a Granger não calava a boca, ele iria nos encontrar por causa dessa irritante sabe-tudo.

- Granger! Por Merlin, cale a boca! – Aquilo parece ter provocado ela, porque ao invés de se calar começou a reclamar.

- Quem você pensa que é pra me mandar calar a boca... – Sem mais tempo para pensar ou agir, puxei a para uma cabine junto comigo. – Você está louco?! – Tranquei a cabine para que ela não saísse correndo e desse de cara com o morcego que estava vindo. – Eu exijo que você me solte ag... – Não teve outro jeito, selei meus lábios aos dela. Beijei a forçado para que pudesse ficar quieta e não nos entregasse.

De inicio ela tentou se desvencilhar, me bater, mas então ela desistiu e acabou cedendo.

Aquilo não era exatamente um beijo, era contato físico. Um caso de urgência, eu fui capaz de beijar uma sangue ruim somente para me ver livre de problemas. Era óbvio que isso me arranjaria outros problemas, mas deixe isso pra depois.

Sem ouvir passos, julguei que estávamos salvos. Separei-me dela, e o ar invadiu meus pulmões num suspiro pesado e ofegante.

- Hermione?! – Era a Weasley, não sei por que, mas ouvir aquela voz despertou na Granger uma ação automática, e lá estávamos nós em mais um beijo.

Confesso que me senti atraído pelo seu magnetismo e tirei proveito daquela que parecia ser a primeira e ultima oportunidade.

Esse é um daqueles momentos que farão você acordar no meio da noite, desejando reviver pelo menos mais uma vez. De querer dar tudo o que você tem pra sentir só mais uma vez.

De alguma forma naquele beijo, ela acendeu algo em mim, não era só atração ou apenas uma troca de favores, era algo mais profundo.

Com suas mãos desesperadas ela agarrou meus cabelos puxando-me para si, sem medir muito minhas forças enlacei meu braço em sua cintura lançando-a contra a parede daquele pequeno Box com tintas gastas.

Pela manhã enquanto me arrumava para a aula, desejei esquecer por completo a insanidade que cometi noite passada, mas temi que fosse esquecer algo que me faltava.

#flashback

- Eu ia falar com você está bem. – Tentei me justificar.

Desculpe
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo
De dizer que andei
Errado e eu entendo

As suas queixas tão justificáveis
E a falta que eu fiz nessa semana
Coisas que pareceriam óbvias
Até pra uma criança

Acontece que não a vi nem pude falar com ela durante os dois dias que se seguiram depois do nosso encontro no banheiro, durante a segunda noite eu estavam fugindo de Hogwarts com comensais da morte, culpado e caçado pela morte de Dumbledore. Eu preciso descobrir o que ela tinha que me faltava.

- Não havia nada para conversar.

- Não seja tola, claro que tínhamos que conversar.

- Para o que? Fazer-me uma ameaça garantindo para sempre que aquela droga de noite nunca tenha sido real?!

- Ela foi real!

Por onde andei?
Enquanto você me procurava
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava

- Malfoy, por favor, nós dois sabemos que aquilo não passou de uma irrelevância.

- Então porque você age como alguém que se importa?! Não é bobagem, e isso é importante para mim.

Ela riu sem humor.

- A quem quer enganar?! Vamos lá, que tipo de jogo é esse?

Por onde andei?
Enquanto você me procurava
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava

- Granger, aquela noite não foi planejada, sequer desejada por mim e devo imaginar que por você também não. Mas aconteceu está bem?! Não vou fingir o contrário e tenho por certo de que aquilo é para me lembrar de algo...

- Do que estamos falando?

- De que talvez você seja tudo aquilo que me faltava e agora eu sinto falta. – Eu não fazia ideia de porque estava dizendo aquelas coisas a ela, mas senti uma necessidade de ser encontrado por alguém, mesmo que não fosse ela e eu não tinha certeza de nada.

Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me falta

E então ela estava ali em minhas mãos, as respostas que eu queria guardadas na profundidade dos seus pensamentos. Sorri com um misto de desejo, de lhe roubar as minhas repostas, mas sem pensar nas consequências, eu queria provar mais uma vez, sentir e quem sabe talvez ter alguma certeza em relação a ela.

Não vi estrelas, nem me senti especial, não teve fogos de artificio, ou aquela famosa expressão de borboletas no estomago. Eu a beijei e tudo o que senti foi paixão, como uma carga negativa se encontrando com a positiva. Um choque de realidades e oposições.

Por onde andei?
Enquanto você me procurava
E o que eu te dei?
Foi muito pouco ou quase nada
E o que eu deixei?
Algumas roupas penduradas
Será que eu sei?
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava

Não houve ternura, não houve amor. Mera atração atrevida entre dois corpos que possuíam mentes confusas.


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Notas finais do capítulo

e então o que achou?
Bjs