The Perfect Ball escrita por Rocky


Capítulo 13
Bad luck


Notas iniciais do capítulo

Oiee! Avisos! Esse capítulo tinha dado mais de 1500 palavras então eu tive que encurtar bastante, pois estou seguindo meio que um padrão em todos. Queria saber a opinião de vocês: preferem capítulos mais curtos ou mais longos um pouquinho do que esse? E outra: gostam que haja cenas com outros personagens (na minha opinião elas deixam a leitura menos cansativa e mais divertida) ou preferem que eu foque sempre na história principal? (a cena que eu tirei era da Piper com o pai e quase chorei pq tinha ficado bem engraçada, mas não era "necessária" para a história).



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Eu parei completamente. Todas as memórias voltaram de uma vez só e quase senti que ia vomitar de novo. Pela primeira vez pensei que talvez não lembrar de nada fosse ser um pouco melhor. De todos os garotos do mundo, eu fui me meter com aquele que tem a pior namorada.

– Prazer, sou Piper! – falei, abrindo um sorriso que não era meu e tentando não encarar o casaco na mão de Jason. Ela não parava de sorrir com dentes excessivamente brancos e cabelos excessivamente hidratados.

– Apesar de que Hazel me contou que tinha sim uma garota se jogando pra cima de você, né amor? Qual era o nome dela? Assim que eu descobrir vou acabar com a vida dessa piranha mal amada. Na verdade, ela parecia com você, Piper, que estranho.

Jason ficou branco. Eu podia ver em seu rosto que a garota ao seu lado nunca poderia saber o que tinha acontecido noite passada, nem qualquer outra pessoa. Ele não estava dando em cima de mim. Não tinha me chamado pra sair porque me achou bonita ou algo assim. Ele só tinha sido legal. Foi como se eu tivesse levado outro tapa na cara.

– R, que tal ir levando nossos pratos para a mesa? Vou para lá em um segundo.

– Okay, não demore. – ela deu um selinho nele e se afastou. Jason esperou até que Reyna não pudesse mais ouvir.

– Desculpe por isso. Não sabia que ia te encontrar aqui.

– Não, tudo bem. Eu que não deveria ter atrapalhado. – dei uma risada nervosa. – Acho que já vou indo embora. Ainda tenho que almoçar.

– Reyna pode ser insuportável a maior parte do tempo, mas tem um coração bom. Sobre ontem...

– Nada aconteceu ontem, não se preocupe. Desculpa ter atrapalhado sua noite, não vai acontecer de novo. Já entendi o recado. – falei e me virei de costas para ir embora, mas ele segurou meu braço. Somente isso já fez com que eu me arrepiasse, embora não quisesse admitir.

– Piper... É culpa minha isso ter acontecido. Devia ter lhe falado sobre ela.

– Não ia fazer diferença, acredite em mim.

– Deixe que eu pelo menos tente consertar a situação. Aparece lá no clube hoje à tarde, vai ser legal.

– Não acho que...

– Por favor. Posso não ter sido muito gentil ontem, mas consigo te arrumar uma vaga no time pelo menos.

Ele sorriu e voltou de onde tinha vindo. Não entendi o que se passou pela minha cabeça, mas tudo o que fiz foi soltar um suspiro.

– Se não foi gentil ontem, Jason, não sei mais o que é ser gentil. – sussurrei, mas ele já estava ocupado beijando a namorada.

XX

– Pipes, acorda! – ouvi meu pai gritar e quase caí da cama de susto. Não sei quanto tempo passou desde que eu cheguei em casa e dormi, mas de alguma forma isso fez com que a ressaca passasse.

– O que foi? – gritei de volta e ele entrou no meu quarto.

– Vamos? Acha que eu esqueci do dia em que você vai se tornar Kelly Malsh? Não mesmo! – meu pai arrancou o cobertor em que eu estava enrolada e demorei alguns segundos para lembrar do que ele estava falando. Eu tinha dito a Leo e a Jason que iria ao treino, porém isso não parecia uma ideia tão genial agora.

– Pai, é Kerri Walsh¹. Pesquise direito da próxima vez. – apesar de tudo, comecei a rir. Meu pai nunca saberia o nome de qualquer jogadora.

– Não importa o nome dela! Anda logo e se arruma. Não vou vir te apressar de novo.

Ele saiu do quarto e eu continuei deitada por alguns minutos, até que consegui arrumar disposição para levantar. Não foi fácil. Meu desejo era passar o resto da eternidade jogada na cama sem fazer nada, mas meu pai não desistira de mim. Eu tinha certeza e sentia um pontada de alívio no coração toda vez que pensava nisso, apesar de me fazer querer chorar mais ainda. Ele não tinha desistido de mim, mas eu sim.

Coloquei o biquíni de sempre por baixo do short e da camiseta folgada, e passei protetor solar. Já passava das quatro da tarde, mas o sol em St Lucy parecia brilhar mais forte do que no resto do mundo.

Desci e encontrei meu pai na caminhonete esperando.

– Pai, é quase aqui do lado. Não precisa me levar.

– Mas eu quero, não tem problema. Vou parar mais longe para você não ficar com vergonha de sair comigo.

Eu comecei a rir.

– Pai, não é por causa disso.

– Eu sei que lá no interior você sabe que é, mas seu espírito de adolescente madura não te deixa admitir.

– Okay.

O clube era tão perto de casa que não foram precisos nem dez minutos para chegarmos. Um frio na barriga insuportável me atingia agora, eu não lembrava mais qual era a sensação de ter medo de jogar. Precisei de alguns segundos para perceber que meu pai estava me encarando, esperando que eu saísse.

– Tchau pai!

– Tchau Pipes! Se precisar me liga.

Assim que vi meu pai ir embora me senti perdida. Já ia mudar a direção e ir para a praia quando um vulto veio correndo e me agarrou de repente.

– Piper! Você veio mesmo!

– Leo?!

Ele me deixou respirar e eu pude vê-lo direito. Dessa vez, estava somente com uma bermuda de uniforme, e posso dizer que a vista não era tão ruim de apreciar. Claro que não se comparava a Jason, mas mesmo assim...

Para. Para de pensar em Jason e nos outros milhares de problemas que você tem.

– E aí? Você tem que me explicar tudo. – falei, abrindo um sorriso discreto.

– Com certeza! Você só tem que avisar ali na secretaria que veio, mas eu vou junto para ajudar. Daqui a pouco é o seu treino, e depois o dos meninos. Não precisa me agradecer, Mister Leo está aqui para ajudar a todos os coitados, indefesos e menores do que eu!

– Você nem é tão gigante assim e acha que pode ficar falando esse tipo de coisa? Pois não pode! – dei um peteleco nele quando apoiou o cotovelo na minha cabeça. Ele deu um gritinho fino e começou a rir.

Leo de alguma forma conseguia me deixar melhor. Logo chegamos na secretaria e ele parou de me fazer cócegas para conversar com uma mulher mais velha que era incrivelmente simpática. Em seguida, ouvi vozes vindo na nossa direção e meu coração parou mais uma vez.

– Mas mãe, não posso aguentar esse top horroroso que vocês querem fazer. Não sei qual a necessidade disso. – Reyna passou pela porta ao lado de uma mulher morena que era claramente a treinadora, seguida por Jason logo atrás.

– Reyna! Ainda bem que está aqui! Essa é Piper. E essa é a treinadora Belona, Pipes. – Leo falou animadamente, mas só o que eu conseguia prestar atenção era no olhar de ódio que Reyna me lançou e na forma como ela estava atrás da mãe. A mensagem era clara: aquele não era o meu lugar, era o dela.


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Notas finais do capítulo

¹ - Kerri Walsh: tricampeã olimpica de volei de praia, ídola suprema.

Espero que tenham gostado! E se não leram o aviso no inicio, leiam porque é importante. ♥



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