Help, I Am Alive escrita por Livis, Julia A R da Cunha


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Quem fez esse capítulo foi a Livia (yo).
Espero que gostem, seus lindjoosss! ♥



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Meu corpo estava rígido, os olhos apertados em uma expressão ranzinza, mas continuava calado, sem abrir a boca para nada. Só virei à cabeça para procurar na multidão na direção das meninas, querendo encontrar uma em especial, encontrando-a logo de cara.

“Eu estou com medo”, ouvi as palavras se formarem na boca dela, mas não havia saído nenhum som. Minha expressão se suavizou um pouco, tentando achar as palavras certas para consolá-la e esperando que ela entendesse o que meus lábios desenhavam. Formei as palavras na boca: “Eu estou aqui. Não vou deixar nada te acontecer”.

Ela pareceu me entender, balançando a cabeça levemente, mordendo o lábio inferior tão forte que poderia vê-la sentindo o gosto metálico tomar conta da boca. Eu queria ir até lá, dizer mais palavras para consolá-la, mas eu não poderia. E além do mais, o que mais eu poderia dizer? Eu não poderia evitar se ela fosse escolhida, nem ela se eu fosse. Não teria jeito.

Por um momento, me absorvo do mundo. Pensei em meu irmão mais novo, ele tem onze anos, dessa vez, ele está livre de participar desse show de horrores de merda. Mas, nos próximos anos, ele poderá ser escolhido e morrer e ser torturado da pior forma possível. Pensei em minha mãe, presa em seu mundo de pesadelos particular, acordando sempre gritando e quando via que estava livre dos pesadelos que a sugam, não ficava feliz mesmo assim. Pensei na minha namorada.

E por último, pensei em mim.

O Presidente Snow pega o envelope do Segundo Massacre Quaternário, lendo-o em voz alta, informando que em honra do Massacre Quaternário, haverá duas vezes o número de tributos.

Depois disso, pude ver crianças e adolescentes, meninos e meninas, chorando. Todos estavam chocados, mas eu não. Permaneci com o mesmo rosto sem expressão, apenas fechando os olhos por um momento. Reabri-los, procurando novamente minha namorada, encontrando seu rosto horrorizado como todos os outros.

Comecei a movimentar os lábios, tentando falar algo para acalmá-la, mas ela não parecia me ouvir nem entender pelo seu nervosismo. E novamente, eu não poderia fazer nada, apenas esperar os escolhidos para o Segundo Massacre, vendo todos se encolhendo quando uma mulher se levantou e exclamou com a voz mais esganiçada e esbanjando felicidade possível:

– Primeiro as damas!

Estranhamente, o meu corpo começou a ficar pesado e uma sensação esquisita foi tomando conta dele, me tornando uma rocha de tão enrijecido. Eu não fiz nada. Eu não conseguia pensar em mais nada, sem ser no momento e no futuro que se aproxima que pode ser bem mais difícil do que já enfrento.

E a única coisa que consigo desejar naquele momento era: que não escolhessem minha namorada para o Massacre, por que, de resto, eu não me importava com nada agora.

O Segundo Massacre Quaternário, se eu fosse escolhido, saberia o que fazer. Não que eu queira entrar, muito pelo contrário.

Mas eu não tenho medo.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!