Sempre tive medo de me apaixonar. Na verdade, eu já estou apaixonada. Estou apaixonada por um idiota. Mas isso não vem ao caso agora, depois eu conto mais para vocês.

[...]

– Cara, dá para você levantar a bunda dessa cadeira e tirar os pés de cima da mesa e vir me ajudar a fazer o almoço?

– Será que você é tão inutil que não consegue nem fazer um almoço?

– Será que você é tão inutil que não consegue levantar a bunda da cadeira e vir me ajudar?! Que droga Guilherme! - finjo estar irritada, mas não consigo ficar irritada com o meu melhor amigo - vem logo me ajudar, porra!

– Me obrigue. - ele deu uma risada irônica. Eu conheci Guilherme a 3 anos atrás. Eu tinha apenas 12 anos. Ele virou meu melhor amigo a partir dai. Ele era o único menino que não havia me magoado em toda a minha vida. Eu o amava muito, mas também o odiava muito. Coisa de amigo.

– Que merda Jéssica, deixa que eu te ajudo e vê si para de reclamar. Tua voz me irrita - ela dá uma gargahada irônica. A Pamela, era minha melhor amiga. Eu a conhecia desde meus 7 anos. Ela morava no outro lado da cidade, e eu só a via nos fins de semana e feriados. Como estavamos de férias da escola, ela estava passando uma semana na minha casa.

A Pamela sempre foi ótima na cozinha, ela começou a cozinhar cedo. Então ela foi me "ajudar" e acabou fazendo tudo sozinha, enquanto eu fiquei olhando e o Guilherme na cadeira sentado sem fazer nada. Eu odiava isso nele, o fato dele ser o menino mais preguiçoso que eu já havia conhecido. Mas de um certo modo, achava engraçado.

Ela tinha feito macarrão com molho, tinha ficado uma delícia mas eu precisava falar que estava um nojo.

– Porquê você nunca consegue fazer um macarrão descente?

– Porquê você nunca consegue fazer pelo menos um macarrão? - ela retruca.

– TOMA, SUA TROXA!

– Vai se ferrar Guilherme... - eu viro o prato de macarrão em cima dele, eu sei que isso é pecado, digo, desperdiçar comida, mas eu não podia perder essa oportunidade de sujar ele.

– Sua vagabunda! Oque você fez comigo? Agora tu vai ver! - ele vira o prato dele em cima de mim.

A Pamela que estava só olhando começou a tacar comida também. E ficamos assim, um jogando comida no outro, isso era divertido. Até a parte de me limpar. Confesso que foi dificil. O molho empreguinou no meu cabelo e parece que não queria sair nunca mais. Até as comidas me amam, só que ao contrário.

Eles conseguiam fazer eu rir quando oque eu mais queria era chorar.