Diário De Uma Garota Meio Bipolar escrita por Cici


Capítulo 27
Pai, mãe, esse é o Dan...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! Saudades de vocês!!!
Eu sei, eu sei, muito tempo sem postar!! Desculpaaaaa!!!
Mas tá aqui o cap.
Poxa, perdi 10 leitores :/
GENTE EU FUI NO ROCK IN RIO E VI O SHOW DA FLORENCE E DO 30 SECONDS TO MARS FOI TÃO PERFEITOOOOOOOOO!!!
Bom, ai está o cap. Espero que gostem. Juro que vou atualizar mais rápido
Esse ficou grandão
Beijocas, boa leitura e até lá em baixo
OBS: As músicas citadas no cap "Supremacy" e "Madness" são ambas do Muse, e quem não conhece procure por que são maravilhosas.



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Sabe quando seu pai pergunta de quem você ganhou o colar que você tá usando, e você tem que explicar pra os seus pais que foi o seu namorado de que deu e eles resolvem que eles querem conhecer seu namorado? Não? Pois eu sei. Deixa eu te dizer, NÃO É LEGAL. Principalmente quando sua mãe sugere que você e seu irmão, ambos que são amebas na cozinha, façam um jantar pra apresentar os seus pais os seus respectivos namorados.

Não gostei da ideia por dois motivos. 1- CHEGA DE JANTAR! EU TO TRAUMATIZADA COM ESSA IDEIA DE JANTAR!  2- Os meus pais JÁ CONHECEM a Nat, então vai sobrar pra mim. Masssss como a Emy é voto vencido em três quartos da situação (nesse caso, a Emy e o Vince), sobrou pra nós organizarmos um jantar pra apresentar o Dan e a Nat pros meus pais e pra minha irmã peste.

-Eu vou falar isso bem devagar, pra que todo mundo aqui entenda. –Eu falei, parando na frente da TV. O Vince e o Dan pausaram o jogo, e a Nat levantou a cabeça pra olhar pra mim. –Eu... Não... Sei... Cozinhar!

-Eu sei que você não sabe. –O Vince falou. –E eu também não sei.

-Ah Vince, mas você se vira. A Emy é uma negação na cozinha. Depois que ela quase tacou fogo na casa fazendo um bolo... Ou aquela fez que ela queimou o macarrão por que ela esqueceu de tirar do fogão. Ficou que nem uma pedra.

-Traduzindo, estamos nós dois ferrados. –O Vince concluiu.

-Nós quatro, né? Por que eu e a Nat vamos acabar afundando junto com vocês. –O Dan falou. Eu fiz uma careta pra ele.

-Eu vou ligar pra minha mãe e desmarcar essa ideia toda. –Falei, decidida. –Tá, como se ela fosse aceitar essa ideia. –Cruzei os braços. –Eu preciso de uma coisa convincente. Me ajudem, seu lezos!!! Eu to em pânico.

-Calma Emy. –O Dan falou, me puxando pra sentar do lado dele, me abraçando. Eu ainda estava em pânico, mas agora pelo menos eu estava confortável.

-Eu não sei cozinhar! –Choraminguei.

-Diz que você escorregou do telhado. –A Nat sugeriu.

-Ou que caiu da escada. –Falou o Vince.

-Ah, já sei! –A Nat falou animada. –Diz que você tacou fogo na casa tentando fazer o jantar!

-Melhor ainda!- O Vince disse. –Taca fogo na casa mesmo tentando fazer o jantar. Pera... Não, má ideia, esquece. A gente pode sempre acabar pedindo pizza.

-E ouvindo bronca até nossos ouvidos sangrarem.

-Eu sei fazer lasanha pronta de micro-ondas. –A Nat murmurou.

-Mas essa até eu faço. –Resmunguei. –Dannnn, você sabe cozinhar.

-Sabia que ia acabar sobrando pra mim no final. –Ele resmungou.

-Se você sabia, podia ter poupado um monte de cena da Emy e se oferecido pra ajudar mais cedo. –O Vince falou.

-Nah, eu queria ver a Emy fazendo cena. –Ele falou, me puxando para um beijo.

-Ah nem comecem. Vamos pra cozinha logo. –A Nat falou levantando, e me puxando pela mão. O Dan me segurou no abraço dele. –Solta cacete!

-Não! É minha. –Ele falou, me apertando mais forte.

-Não é! É minha há mais tempo! –A Nat falou, me puxando mais forte pelo braço.

-Gente, para que se não eu rasgo! –Choraminguei. O Vince ficou rindo enquanto os dois brincavam de cabo de guerra comigo e só o meu cachorro veio me defender. 

O Lobo veio rosnando e latindo para o Dan, quase pulando em cima dele.

-Sai bicho demoníaco! –Ele falou, me soltando quando o cão quase o mordeu.

-AHÁ! GANHEI!– A Nat berrou, pulando nas minhas costas. – É MINHA!

-Não é justo! Essa besta maligna quase me mordeu! –O Dan falou, fazendo cara feia pro Lobo.

Bom, algumas horas, uma cozinha muito suja e um monte de coisa que sobrou pra Emy lavar depois, o Dan e a Nat foram pras suas respectivas casas trocarem de roupa, o Vince foi tomar banho e eu fui lavar a louça. Eu acabei tomando um banho lavando a louça, e eu acho que tinha um pouco de sabão no meu cabelo, mas fora isso, eu tinha feito um bom trabalho.

Tomei meu longo e demorado banho enquanto o Vince arrumava a mesa. Botei uma calça jeans e uma blusa bonitinha, pra minha mãe não reclamar que eu sou muito largada e pro meu pai não reclamar que tá indecente. Ter que agradar geral é foda.

Me joguei no sofá, e o Lobo pulou do meu lado, deitando a cabeça no meu colo. Momento rezemos para que nada de ruim aconteça no evento da noite.

O Dan chegou uns 15 minutos depois de eu sentar no sofá, e nesse meio tempo, eu já estava quase dormindo ali. Novidade? Não, nenhuma.

-Emy, você tem algum distúrbio de sono muito sério. –Ele falou, quando ele sentou no meu lado, me dando um beijo.

-Devo ter mesmo. –Falei, me ajeitando pra deitar a cabeça no ombro do Dan. O Lobo rosnou pra ele. –Ele não gosta de você.

-Esse monstro me odeia. –Dan bufou. –Por isso que eu gosto do meu gato. Não ocupa espaço, não rosna...

-Arranha, mata a Emy do coração... –Murmurei. –Ai deuses, controlem a língua da minha mãe!

-Boa noite moça bonita. –A Nat falou, balançando a cabeça amigavelmente pra mim. –Namorado da moça bonita.

-Natacha, quantas vezes a gente já conversou? –Falei, balançando a cabeça em negação. –Usar drogas é feio!

-Ah é? –Ela falou, sentando na poltrona. –Mas eu sou linda, então anula.

-Qual o problema dela? –Dan perguntou, olhando pro olhar vago da Nat.

-Nervoso. -O Vince surgiu, não sei de onde. Na moral, as pessoas tem que parar de surgir do nada. Ou eu tenho que prestar mais atenção de onde as pessoas surgem. Nah, eles tem que parar de surgir do nada. –Ela fica assim quando tá nervosa.

-Não sei pra que ela tá nervosa. –Falei. –Ela já conhece meus pais.

-Mas eu era a amiga da Emy, não a namorada do Vince.

-Mas continua a mesma maluca de sempre. -Resmunguei.- Não faz a menor diferença.

-Um minuto de silêncio pro Dan que é novo na brincadeira. –O Dan falou, me fazendo rir.

-Verdade, o Dan é o mais ferrado de nós quatro. –O Vince falou. –Cara, não fica ofendido com a nossa mãe não. Ela não consegue segurar a língua.

O Dan me olhou, confuso.

-Ela não tem filtro. –Expliquei. –Ela fala, pergunta, comenta o que vier na cabeça.

-Ah, ela é tipo a Emy então. –Ele falou, me abraçando.

-Sai! –Falei, levantando e indo sentar com a Nat. – Não gostei.

-Ué, mas é mentira? –Ele perguntou, me olhando com um sorriso idiota. –É mentira Vincent?

-Não é mentira, Daniel. –O Vince concordou.

-Vocês são dois idiotas. –Falei, levantando, e apontando pra eles. O Lobo levantou e sentou do meu lado. Gente, quando esse bicho quer, ele é tão comportadinho e obediente.

-Mas você ama o idiota. –O Dan falou, levantando também.

-Não amo. –Teimei, fazendo bico. Ele chegou mais perto, parando centímetros de mim. O cachorro estava olhando pra ele de cara feia. Nenhuma novidade aqui também. –Você que me ama.

-Eu amo. –Ele concordou. Tá, eu admito, meu coração pulou uma batida ou duas.

-Ah é?- Foi tudo que eu consegui tirar da minha cabeça pra falar. Porran Emy, Ah, é? Sério isso?

-É. –Ele falou, passando os braços em volta da minha cintura. –Eu até tentei não amar, mas é meio impossível, sabe?

Minhas bochechas estavam doendo do tamanho do sorriso que eu tinha nos lábios. Tá isso é maldade, ele é fofo de MAIS!! Puxei ele pela camisa, o abraçando e sussurrei no ouvido dele.

-Tá bom. Eu amo o idiota. –Murmurei, escondendo o rosto do ombro dele.

-Sabia que sim. –Ele respondeu. Eu conseguia OUVIR o sorriso convencido que estava estampando o rosto dele. Não pergunta como. Eu não sei como, mas dava.

-Você sempre foi convencido assim? –Perguntei, com meio sorriso.

-Sempre. –Ele concordou com a cabeça. –Faz parte do meu charme.

-Ah sim, o charme. –Debochei.

-Vai dizer que não gosta? –Ele falou, beijando meus lábios de leve.

-Eu gosto. –Falei baixinho.

-Claro que gosta. –Ele respondeu, o sorriso mais convencido ainda.

-Solta antes que eles cheguem e vejam os dois agarrados no meio da sala. –O Vince resmungou. Ele estava sentado no sofá, com a Nat batendo os pés contra o chão nervosa e o Lobo deitado com a cabeça no colo dele.

-Ai, sempre tem um chato. –Murmurei, dando um beijinho no queixo do Dan. Mas, um minuto depois, assim como meu irmão falou, meus pais chegaram, acompanhados da minha amadinha irmã.

-TÁ NEVANDO! –Ela falou animada, quando eu abri a porta.

-É, isso acontece no inverno. –Respondi. Ela fez uma careta, e pisou no meu pé quando passou por mim.

-Deixa ela. –Minha mãe falou, me abraçando.

-Deixa ela? Ela pisou no meu pé! –Reclamei, fazendo bico.

-Emily, olha a sua idade e olha a dela. –Isso não é justo. Ela pisa no meu pé e eu tenho que ficar quieta?

-Ain, tá muito frio lá fora. –Resmunguei, fechando a porta.

-Oi Dan. –A minha irmã falou, abraçando meu namorado.

-Oi Jia, tudo bem? –Ele falou, bagunçando o cabelo dela.

-Isso, por que falar com o seu irmão que é seu irmão nem é importante, certo? –Vince resmungou.

-Oi Vince. –Ela falou, sem nem olhar pra ele.

-É, acho que não. –Respondi, dando um tapinha carinhoso no braço do Vince. –Jia, vai abraçar o Vince e solta o Dan, solta.

Ela me olhou de cara feia, e soltou do Dan, indo em direção do Vince, que virou a cara pra ela.

-Agora eu também não quero. –Ele falou, fazendo birra. –Você prefere o Daniel a mim, todo mundo prefere o Daniel a mim. Que grande amigo você é.

-Como é dramático, meu deus! –Murmurei, enquanto o Dan e a Nat riam. -Depois fala da minha pessoa.

-É de família, minha cara irmã. –Ele falou, empurrando a Jia, que fez bico e cruzou os braços, irritada.

-Vocês dois são péssimos irmãos. –Ela resmungou. –Por isso que eu gosto mais do Dan.

Agora vamos pra parte mais complexa da noite.

-Mãe e pai, esse é o Daniel, Dan, esses são minha mãe e meu pai. –Falei. Meu pai apertou a mão do Dan com um olhar de “estou de observando” e minha mãe abraçou ele.

-Eu falei que ele era bonito. –Minha mãe murmurou. MEU DEUS, MÃE!  O Dan deu um sorriso meio sem graça, e eu escondi o rosto nas mãos.

-Mãe... –Murmurei. –Fala sério.

Ela me ignorou.

-É um prazer. –O Dan falou, recompondo-se. Ai que inveja da habilidade de certas pessoas de fazer isso.

-Bom, todo mundo já conhece a Nat, então... –O Vince falou.

-Oi querida. –Minha mãe murmurou, abraçando a Nat, que respirou aliviada. –Como vai a sua mãe?

-Ela tá bem, tia. –A Nat respondeu, com um sorriso amigável. –Ela tava falando que ia te ligar outro dia.

-Eu tenho que ligar pra ela, é verdade. –Minha mãe falou pensativa, sentando no sofá. –Faz um tempo que a gente não sai.

-E o seu pai? Algum sinal dele? –Meu pai perguntou. Os pais da Nat se divorciaram quando ela tinha 12, e ela não via muito o pai.

-Ele tá querendo que eu vá passar o Natal com ele, e com a Meredith. –Ela fez uma careta. A madrasta da Nat era uma patricinha de New York, um garota de 27 anos, com cabelos muito lisos (alisados) e vestidos bem, bem curtos. Foi muito engraçado uma vez que ela veio aqui, e tentou carregar a Nat, e por consequência eu, já que a Nat bateu o pé dizendo que não ia sozinha com a Meredith nem a porrada (que gerou uma baita confusão pelo uso da palavra porrada pela Nat de 13 anos, já que o pai dela não fazia ideia de que ela falava palavrão. Porrada não é um palavrão mas....) e a gente acabou derramando esmalte “sem querer” na tinta de cabelo e... bem, foi divertido.

Eu não acho que a madrasta da Nat goste muito de nenhuma de nós duas.

-Minha mãe não quer que eu vá.

-Nem eu. –O Vince comentou, abraçando a Nat pela cintura.

-Nem eu! –Resmunguei. –O que eu vou fazer sem os seus cupcakes de natal?!

-Ai que amiga mais interesseira. –A Nat resmungou, revirando os olhos. –Pede pro seu namorado. Ele sabe cozinhar.

-O que eu fiz?! –O Dan perguntou quando ouviu a menção a ele. Ele estava um pouco distraído brincando com a ponta do meu cabelo.

-Além de não estar prestando a menor atenção? –O Vince perguntou.

-É, além disso. –Ele concordou, me fazendo rir.

-A Nat tá falando pra você fazer cupcakes pra sua namorada no natal. –O Vince explicou.

-Mas eu não sei fazer cupcake. –O Dan falou, confuso. Deixa eu dizer que essa carinha de perdido dele é a coisa mais fofa do mundo.

-Eu não acredito que eu vou ter que parar tudo que eu estiver fazendo em New York pra mandar cupcakes de chocolate pra você! –A Nat dramatizou com um suspiro no final. –Como você quer que eu faça isso?

-Simples, não vai. –O Vince murmurou.

-Isso não é comigo. –A Nat resmungou, fazendo bico.

-Vai pra onde? –O Dan perguntou.

-Presta atenção na merda da conversa que você entende. –Falei.

-Emily, olha a boca. –Meu pai resmungou.

-Tá aqui, oh. –Falei apontando pra minha boca, recebendo um olhar de repreensão do meu pai, enquanto todo mundo se segurava pra não rir. Falando em todo mundo... –Cadê a Jia?

Olhou-se em volta e sem sinal da pequena peste, até ela descer as escadas com algo que pertence a MINHA pessoa nas mãos.

-EMY! Eu achei isso no seu quarto. –Ela falou, me mostrando o Felix, o gato de pelúcia. O MEU gato de pelúcia. –É seu?

-Se tá no meu quarto, em cima da minha cama, é claro que é meu, né criaturinha? –Resmunguei.

-Posso ficar com ele. –Ih eu ein, que ideia.

-Claro que não! É meu!

-Mas você me deu todos os seus outros bichinhos de pelúcia. –Ela fez aquela carinha pidona que funciona com todo mundo menos comigo.

-Os outros, mas esse é meu! –Falei, tomando o Felix, o gato de pelúcia, das mãos dela, e o abraçando.

-Vamos jogar um jogo chamado “quem é a criança”? –O Vince murmurou.

-Eu não sou criança. –A Jia falou, fazendo cara feia.

-Claro que não! –Resmunguei. –Você é uma peste.

-Emy, para com isso. –Dan murmurou.

Não gostei, mas fiquei quieta.

-Então Daniel, você faz faculdade com o Vince, certo? –Minh mãe perguntou, enquanto eu fazia bico. O Dan concordou com a cabeça. –Você e o Vince se conheceram lá?

-Isso. –O Dan murmurou, com um sorriso amigável e charmoso. Ai ai...

-E o Vince que te apresentou a Emy?

Não pai, eu que apresentei ele pro Vince. Claro que foi, que ideia. Eu falaria isso, mas o Dan é mais educadinho que eu.

-Foi. –Ele concordou. –A gente tava fazendo uma pesquisa aqui quando a Emy chegou. –Toda molhada de refrigerante. Ai ele me viu sem blusa e eu fiquei morrendo de vergonha. Mas meus pais não precisam saber desse tipo de detalhes.

-Vamos comer? –O Vince perguntou, meio do nada.

-Bem random você, né? –Falei.

-Mãe, vem ajudar eu e a Emy a pegar um negócio na cozinha. –O Vince “pediu”, me puxando e puxando a nossa amada mãe para a cozinha, enquanto o Dan e a Nat trocavam um olhar de “Que?”.

-Mãezinha do nosso coração.... –O Vince começou.

-Lá vem coisa. –Minha mãe resmungou.

-Controla os comentários, por favor. –O Vince terminou. Moms nos lançou um olhar ofendido, como se a gente tivesse acabado de falar que ela tinha bafo, ou sei lá, algo que ofenda.

-O que vocês querem dizer com isso?- Ela perguntou, olhando torto pra gente.

-Que as vezes você faz uns comentários desnecessários. –Murmurei.

-É só... –O Vince falou, me olhando. Fiz um movimento pra ele continuar. –Controlar esses comentários.

-Meus próprios filhos falando uma coisa dessas pra mim. –Ela negou com a cabeça em exasperação. –Olha aqui, tem algumas vantagens de ser a mãe na história, e uma delas é que vocês não mandam em mim, eu mando em vocês.

-É por isso que a gente não tá mandando. –O Vince falou, com voz mansa. Eu concordei com a cabeça. –A gente tá pedindo por favor mãezinha querida.

Ela considerou por um segundo, antes de virar e sair da cozinha sem uma palavra.

-Sinto que ou hoje vai ser uma longa noite, ou uma noite muito interessante. –Vince comentou.

-Vamos torcer pelo interessante, então. –Falei, saindo da cozinha, seguida pelo meu irmão.

Na mesa, o meu pai estava sentado na ponta, o Daniel no canto, com a Jia do lado, monopolizando ele com alguma conversa, na qual ele prestava bastante atenção, e uma cadeira vazia do lado. A Nat estava sentada do outro lado da mesa, em frente à cadeira vazia, com mais duas também vazias do lado dela e a minha mãe acomodada do outro lado da mesa, em frente ao meu pai.

-Jia, vai uma pra lá pra... –Falei, mas o meu pai me cortou.

-Senta nessa aqui. –Ele falou, apontando pra cadeira na frente do Dan, do outro lado da mesa.

-Mas pai...

-Senta aqui, Emily. –Ele falou, de novo. Bufei, me dirigindo para a cadeira que ele apontou.  –Senta do lado da sua irmã, Vincent.

O Vince, que estava sentado do meu lado, entre eu e a Nat, me lançou um olhar confuso.

-Mas eu to do lado da minha irmã. –Ele murmurou. –A não ser que tenha alguma revelação bombástica...

-A outra irmã, Vince. – O Vince bufou, e levantou, sentando na cadeira vazia na frente da Nat. Meu pai sorriu vitorioso.

-Fala sério, né pai? –Murmurei baixo, irritada.

-Fala o que, Emily? –Ele perguntou, fingindo inocência. Aiquesaco. Mordi o lábio pra não responder.

-A Emy estava envolvida em algum passo de preparar a comida? –A minha mãe perguntou, olhando pra lasanha.

-Huhm. –O Vince murmurou, botando um copo de refrigerante pra ele. Na verdade, na verdade, a Emy passou a maior parte do tempo sentada no balcão, observando, desde que o Dan colocou ela sentada lá e falou pra ela ficar. Muito ajuda quem não atrapalha. Mas eu limpei as coisas no final.

-É seguro ingerir? –A Jia perguntou, cutucando a comida do prato dela com o garfo. Fiz uma careta. –A gente não vai morrer de infecção alimentar.

Cruzei os braços, e fiz bico. Não dá pra passar um minuto sem implicarem comigo? Que saco. Mesmo que eu não saiba cozinhar, isso não é justo.

O meu namorado, que é uma pessoa maravilhosa, comeu um pedaço. Tudo bem que foi ele que fez e ele sabe que tá bom.

-Ficou bom, Emy. –Ele falou, com um sorriso pra mim. Ain gente, como eu amo esse sorriso...

A Nat, seguiu o exemplo do Dan, e comeu um pedaço, e depois eu e o Vince e acabou com o assunto da comida envenenada.

-Então Daniel... –Meu pai falou, depois de um gole de refrigerante. –Você pratica algum esporte?

-Eu era o capitão do time de natação da escola, mas quando eu entrei pra faculdade, o tempo apertou, eu tive que parar.

-Que engraçado. –A Jia murmurou. – Você gosta de nadar e a Emy tem medo d’agua.

Legal, ela tinha que lembrar disso.

O Dan me lançou um olhar curioso.

-Eu não tenho medo d’agua. –Resmunguei.

-Tem sim. –Minha mãe falou, apontando pra mim com o garfo. –Desde aquela vez quando você quase se afogou na sua primeira aula de natação.

-Você nunca mais entrou em nenhuma piscina que a água passasse da altura do seu peito depois disso. –Meu pai concordou.

-Teve aquela vez que a gente foi a praia e a Emy... –A Jia começou, rindo.

-Chega! –Falei, um pouco alto de mais, depois baixei os olhos pro prato. –Vamos mudar de assunto agora.

-Eu comprei o CD do 30 Seconds to Mars. –A Nat falou, mudando de assunto. Melhor amiga linda.

-Qual deles? –O Dan perguntou.

-O último que saiu.

-Que nome esquisito pra uma banda. –A Jia comentou. –Tipo, 30 segundos... pra marte?

-Também tem Imagine Dragons. –O Vince murmurou.

-Imagine Dragões? –A Jia perguntou. –Fala sério, que tipo de musica vocês gostam?!

-Musica boa. –Eu falei.

-Muito boa. –O Dan complementou.

-Florence and The Machine. –A Nat murmurou.

-Só nome estranho. –a Jia resmungou.

-Você não pode falar nada. –Falei. –Você escuta aquelas bandas da Disney.

O rosto da Jia ficou vermelho e o assunto música acabou.  No lugar dele, ficou um silencio muito chato e eu não resisti.

-Cri cri... –Eu falei, imitando o grilhinho. A Nat soltou uma gargalhada alta e cobriu a boca com a mão. O Dan estava se segurando pra não rir alto e o Vince estava rindo, com as mãos cobrindo o rosto.

-Meu deus, você é muito idiota! –Ele falou, com a voz abafada pelas mãos.

-Eu não consegui segurar. –Falei, entre gargalhadas. –Desculpa.

-Ai depois, eu sou a criança. –A Jia revirou os olhos, fazendo todo mundo, que estava tentando parar de rir, voltar as gargalhadas.

Depois do jantar, que rolou sem quase nenhum comentário (Tirando a minha mãe perguntando sobre a última namorada do Dan, que foi vergonhoso, tanto pra ele, quanto pra mim, mas ele se virou bem), a gente ficou conversando na sala.  

O meu pai não deixou eu sentar no mesmo sofá que o Dan, nem o Vince no mesmo sofá que a Nat (Cof palhaçada Cof), então ficamos eu e a Nat no sofá menor, o Vince e o Dan no outro, com a Jia entre eles, parecendo extremamente feliz de estar onde estava, o meu pai na poltrona e minha mãe rodando a sala de um lado pro outro, futucando tudo.

-Mãe, para de mexer nos meus jogos. –O Vince reclamou, enquanto ela mudava os jogos de PS3 da ordem que eles estavam.

-Vincent, esse lugar tá uma bagunça. –Ela reclamou.

-Não tá pior que o quarto da Emy. – A Jia complementou.

-Obrigada Jia, mas acho que todo mundo sabe a zona que é meu quarto. –Resmunguei. –Não precisa lembrar ninguém disso.

Minha mãe foi sentar no braço da cadeira do meu pai, e eu não me controlei, por que se eu tivesse, não seria eu.

-Não pode! –Falei. –Mãe, senta aqui com a gente.

O meu pai lançou um olhar desafiador pra mim, e puxou a minha mãe para o colo dele. Ah fala sério.

-Emy, troca de lugar comigo. –O Vince me surpreendeu. Eu dei ombros, alegremente trocando de lugar com ele, e empurrando a Jia, que me olhou de cara feia pro lado, pra eu sentar do lado do Dan, e o Vince ficar do lado na Nat.

-Vocês dois estão de brincadeira. –O Meu pai falou, mas ele já estava rindo.

-Foi você quem começou. –Dei ombros. Ele deixou quieto depois dessa.

-Meu Deus Emy, você não sabe tomar sorvete direito? –Minha mãe perguntou, me olhando com espanto. Eu tava só com um pouquinho de sorvete no queixo.  

-É.... –Falei, com a colher de sorvete na boca. A minha mãe parecia envergonhada, mas o Vince, a Nat e o Dan estavam rindo.

-Eu não me sujo tomando sorvete. –A Jia cantarolou.

-Você não alcança o congelador pra pegar o pote de sorvete. –Eu cantarolei de volta.

A Jia fechou a cara de novo, e sentou no chão, onde o Lobo veio babando pra perto dela. Ai ele ficou encarando o Daniel enquanto a Jia fazia carinho na orelha dele.

-Emy, seu cachorro tá me encarando de novo. –Ele falou baixinho pra mim.

-Dan, o meu cachorro tá sempre te encarando. –Eu respondi. –É tudo culpa do seu gato.

-Você tem um gato? –A Jia perguntou, feliz e contente, abraçada no pescoço do cachorro, que desistiu de olhar pro Daniel e foi aceitar os carinhos da minha irmã.

-O Sombra. –Resmunguei.

-Qual o seu problema com o coitado do gato? –O Dan perguntou, virando pra mim.

-Nenhum, quando ele não me mata do coração, ele é uma graça. –Murmurei. –Ele é preto com olhos amarelos. Parece gato de bruxa, é lindo, mas vive me dando susto.  

-Você se assusta com qualquer coisa também. –Ele falou, em dando um empurrãozinho com o ombro.

-Mentira... –Resmunguei.

-Tá bom, só com a maioria das coisas. –Revirei os olhos, mas não respondi. É verdade, de qualquer jeito. Eu só não vou admitir isso. O celular do Dan começou a tocar.

-Sua mãe? –Perguntei. Ele negou com a cabeça. –Valentina. Fala pessoa.

-Oie. –Falei, alto o suficiente pra ela ouvir.

-Oi besta!! –A Nat gritou.

-Manda meu oi também. –O Vince complementou.

-Ela ta mandando oi pra todo mundo e falou que besta é... Não vou repetir o que ela falou. –O Dan falou, antes de voltar pro telefone. –Que foi?

-Quem é Valentina? –A minha mãe perguntou.

-A prima louca do Dan. –Respondi.

-Ela disse que louca é você. –O Dan murmurou.

-Sou mesmo, e ai?

-Ela é da nossa turma na escola. –A Nat complementou. –Ela é afim do Felipe.

-Cara... Valentina, não grita no meu ouvido! –O Dan resmungou. –Ela ta falando alguns palavrões direcionados a sua pessoa, Nat.

-Diz que eu amo ela também. –Ela falou, mandando um beijinho no ar.

-Valentina, fala mais devagar. –O Dan murmurou. –Não, não to. Claro que não. Tem. Pra que você quer saber onde está o meu CD do Muse? Claro que interessa. Qual deles? Por que?! O que você está fazendo ai? Ok então. Tá, tchau.

-O que deu nela dessa vez? –Perguntei, quando eu desliguei.

-Não sei. Eu não entendi.–Ele deu ombros. –Só sei que tenho que amparar alguma crise que tá acontecendo, e que ela está sentada no meu quarto ouvindo meus CDs.

-Você já tem que ir? –Eu tava na esperança que os meus pais iam ir embora e eu ia ter um tempinho a mais pra ficar com o Dan. Sem tanta sorte.

-Já ta tarde, né?- Meu pai comentou. Eu revirei os olhos, ignorando ele.

-Eu te levo na porta então. –Falei, pegando a mão dele e seguindo ele até a porta.

-Tchau, foi um prazer. –O Dan falou, acenando pros meus pais.

Saímos e eu encostei a porta, me certificando que eu não a fechei completamente, pra eu não ficar trancada do lado de fora de novo.

-Já tive jantares piores. –Comentei, abraçando o Dan, deixando que ele passasse os braços em volta dos meus ombros e repousado a cabeça no ombro deles. Tava um frio do cacete do lado de fora, onde o chão já estava começando a ficar coberto por uma camada branca.  –Já derramei um copo de suco em cima de mim uma vez.

-Você é a rainha de tomar banho de bebidas, né pequena? –Ele falou, brincando com a ponta do meu cabelo.

-É verdade. –Murmurei. –Desde quando o toque do seu celular é Supremacy? –Perguntei, lembrando que esse não era o toque que eu lembrava.

-É o toque da Valentina.

-E o meu? –Perguntei. Ele me deu um beijinho no nariz.

-Madness. –Abri um sorriso.

-Eu amo essa música. –Falei.

-É, eu sei. –Ele respondeu, com um sorriso convencido. –Our Love is madness.

Puxei ele para mais perto de mim, acabando com o espaço entre nossos rostos, colando meus lábios nos dele. Senti sua respiração quente na minha bochecha, e sua boca, suave contra minha, enquanto seus braços me traziam pra mais perto dele, o que era praticamente impossível.

-Você tem que ir mesmo, né? –Perguntei ofegante, quando separei o beijo. Eu preciso respirar às vezes, né?

-Infelizmente. –Ele falou, beijando a minha testa. –Mas a gente se vê amanhã.

-A gente se vê amanhã. –Concordei. Ele me deu outro beijo demorado e quente, antes de se despedir.

-Boa noite Emy. –Ele falou, fazendo uma reverencia exagerada e dando um beijo na minha mão.

-Boa noite Dan. –Respondi, devolvendo a reverencia.

Fiquei parada com os braços cruzados na porta de casa até ele entrar no carro dele e eu o perder de vista. Depois eu comecei a congelar e entrei dentro de casa, que tava bem mais quentinho.

-A gente deixa a Nat em casa. –O meu pai falou, quando eu entrei.

-Sério tio, não precisa. –Ela falou, com aquela vozinha educada dela. Quem ouve até acredita. –É pertinho, dá pra ir andando.

-Já tá tarde pra ir andando. –Minha mãe falou. –Não vai fazer a menor diferença te deixar lá.

-Se não for incomodar... –Ela falou. De santa só tem essa carinha, né?

-Cês já vão? –Perguntei, me empoleirando no sofá.

-Tá tarde mesmo Emy. –Meu pai respondeu. –Levanta pra se despedir.

Bufei, abraçando meu pai, depois a minha mãe.

-Ele é uma gracinha. –Ela sussurrou, lançando um olhar pra ver se meu pai não tinha ouvido.

-Jia, devolve. –Falei, estendendo a mão pra ela.

-Não sei do que você está falando. –Ela se fingiu de inocente.

-Estou falando do Felix, o gato de pelúcia que você está escondendo atrás das costas. –Respondi, calmamente.

-Por que você não quer me dar esse? –Ela perguntou, batendo o pé. –Eu troco por qualquer um que eu tenho lá em casa.

-Por que esse foi um presente, e eu gosto muito dele. Agora solta.

-Foi um presente do DANNN?? –Ela cantarolou o Dan bem alto pra ver se todo mundo ouvia.

-Me dá o gato Jia! –Falei, puxando meu amado bichinho dos braços dela.

-Tchaus gatucha da minha vida. –A Nat falou me abraçando. –Amanha eu venho te ver de novo.

-Chegar em casa e dormir viu. –Falei. –Nada de ficar pendurada no telefone até altas horas.

-ISSO É CALUNIA! QUERO PROVAS!

-Isso serve pra você também Vincent! –Gritei, fazendo ele olhar pra mim.

-Serve o que? –Ele perguntou.

-Sua irmã tá sendo chata. –A Nat falou, fazendo bico e se pendurando no pescoço do Vince.

-Novidade, né linda? –Ah vá se ferrar, Vincent. A Nat deu uma risadinha, beijando o Vince.

-Chega! Eu não quero agarramento dentro da minha casa! –Falei.

-Ih, essa ai nem tem moral pra falar nada. –A Nat riu.

-Vai perder a carona, palita.

-Ops. Vou me indo. Até amanhã –Ela mandou beijinhos no ar. Demos tchauzinho da porta e depois nos jogamos no sofá.

-Interessante. –O Vince decidiu.

-Interessante. –Concordei.  


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Notas finais do capítulo

Escrevi ouvindo uma playlist de Muse + 30 Seconds to Mars ♥
Tai amores. Por favor deixem Reviews
Beijocas da Cici