Outros Universos, Outras Realidades escrita por Cíntia


Capítulo 8
Ciúme


Notas iniciais do capítulo

Com mais um novo comentário resolvi, colocar mais um capítulo



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"- Você ficou com ciúme do Gray porque eu o amo, e não você.

- Você não me ama? "

La Femme Nikita

POV Olivia

O Dr. Walter Bishop estava certo sobre suas memórias. Eu e Peter conseguimos encontrar a tal pesquisa em ratos. Realmente eles conseguiram controlar os roedores. Mas, algo me dizia que havia mais pesquisas sobre o assunto, que eles não desistiriam daquela idéia tão facilmente. Ou melhor, eu sabia disso, já que eu mesma era a prova viva de que era possível controlar as pessoas, quando eles usaram Cortexiphan, acredito que não sabiam que habilidades cada criança iria desenvolver. Mas acho que teriam uma idéia.

Segundo a pesquisa de Bishop, era como se o cérebro tentasse lutar contra um controle externo. E várias sessões acabavam danificando os neurônios, criando tumores cerebrais. Com o tempo os ratos desenvolveram convulsões e depois morreram. Se o controle fosse feito em humanos, seria bem provável que desenvolvessem as mesmas seqüelas. Era bom saber disso, ao controlar alguém nunca pretendi danificar o cérebro da pessoa. Devia tomar cuidado e não controlar uma mesma pessoa várias vezes. Essa história não precisava de mais vítimas.

Peter ficou exultante com essa descoberta, para ele era uma evolução em nossa investigação. Eu deveria conseguir acesso ao senhor Diaz, pedir que realizassem uma tomografia. Apesar de fingir que isso seria difícil, eu sabia que era fácil. Não seria complicado convencer o detetive Charles Francis (o responsável pela investigação policial), que havia algo mal contado na história e que fazer uma tomografia não faria mal algum.

Me separei de Peter sob o pretexto de contatar a polícia. Só assim pude pensar no meu primeiro encontro com o doutor. Eu estava com medo dele. Temor de ser reconhecida, eu era só uma criança,mas ... Ele chegou a dar indícios de reconhecimento. Felizmente não foi para frente. O estado mental dele deve ter ajudado. Ele não era daquela forma. Antigamente, me parecia tão sério e objetivo. Realmente não esperava aquelas insinuações e brincadeiras, um modo quase infantil. Era estranho vê-lo assim, ainda mais naquela cadeira de rodas. Ele não parecia o monstro que nos trouxera tanto sofrimento. Mas eu não podia me enganar com aquilo. Ele era um monstro. Uma pessoa nem sempre é o que parece.

Telefonei para Francis. E consegui convencê-lo a realizar a tomografia em Carlos Diaz. A Massive Dynamics cuidaria de tudo, eles só precisariam levar o garçom no dia seguinte na filial da empresa em Boston. A idéia era descobrir alguma lesão que mostrasse qualquer problema cerebral, alguma loucura. Não falei nada sobre a pesquisa em ratos e o que realmente procurávamos.

O plano havia tomado um caminho que não esperava. Queríamos mexer em arquivos da Massive Dynamics. Descobrir as experiências e sujeiras que a empresa tinha feito. Mas na verdade, não queríamos saber sobre o controle mental em ratos. Estávamos interessados em uma experiência particular, a nossa. Resolvi procurar alguns dos meus companheiros. Fui para mansão Bishop e encontrei Michael. Era justamente com ele que eu queria falar:

- Conseguiu descobrir onde estão os arquivos sobre os testes com Cortexiphan?

- Não. Não estão nos registros oficiais. Não acredito sequer que estejam nos computadores. Devem estar apenas em papeis. Eles realmente quiseram esconder o que fizeram com a gente. Talvez tenham destruído tudo.

- Duvido, só deve estar bem escondido. Eles não destruiriam a pesquisa assim, guardariam ao menos os nossos nomes. Pelo menos, eu espero. Precisamos desses arquivos, Michael.

- Talvez você consiga descobrir onde eles estão com a sua investigação.

- Era o que eu esperava. Mas tomou outro rumo por enquanto. Uma pesquisa boba com ratos e controle da mente- Michael riu como se aquilo fosse divertido

- Pesquisa com ratos? Parece que você vai ter que passar muito tempo ainda com os Bishop. Não deve ser tão desagradável, Anna.

- Você nem imagina como é ruim...– na verdade, até que o tempo que eu passava com Peter, não era chato, ele era inteligente, agradável, e de certa forma eu me divertia com ele – Mas isso é só um pequeno impedimento, e pode ser o primeiro passo para conseguirmos os arquivos que queremos.

- Laura só está esperando você descobrir onde eles estão para pega-los.

- Eu sei, mas por enquanto isso ainda não será possível.

- Será que não está na hora de Nick fazer outro vídeo?

- Não, ainda está cedo. Peter e o pai estão se aproximando, mas não estão apegados como deveriam estar. Não devemos nos apressar.

- Certo cada coisa a seu tempo, não é?

- É, temos ser paciente. Por mais que queiramos acabar com Bishop e Bell,a hora não chegou ... ainda.

Enquanto eu acompanhava a realização da tomografia em Carlos Diaz. Recebi um telefonema inesperado. Era James, meu colega de infância, que havia adquirido habilidades de curar ou desencadear doenças nas pessoas. Ele estava cuidadosamente infiltrado tomando conta de Walter Bishop. O dr. Bishop havia recebido alta. E ainda nessa tarde seria levado para casa. Essa era uma boa notícia. Nós ficaríamos mais próximos dele.

Nos dias seguintes, Peter e eu contamos com a ajuda do doutor. A lesão em Carlos Diaz foi comprovada. Peter queria que levássemos nossa teoria a polícia, fazer uma tentativa para soltá-lo, já que aparentemente, ele não tinha culpa nenhuma. Mas era algo muito incrível para falarmos com a polícia.

Então continuamos naquela investigação que eu sabia que não daria em nada. O doutor ficou apreensivo quando decidimos ir atrás de Carla, a assistente dele naquela pesquisa, que saíra da Massive Dynamics há alguns anos. O modo dele só podia ser indicativo de que ela sabia alguma coisa que ele não queria que descobríssemos.

Conversamos com Carla. De certa forma, ela era uma mulher bonita, já estava na meia idade, mas ainda preservava grande parte da sua beleza, com seus cabelos loiros pintados para esconder os fios brancos que deviam ter aparecido por causa da idade. Peter agia de modo sedutor, o que me irritou de certa forma. Mas com isso ele conseguiu bastante informações sobre a pesquisa. E ainda o motivo dela ter saído da empresa. Carla era uma cientista, mas tinha convicções religiosas. E conviver com a excentricidade, falta de crença, e os arroubos de Walter, a fizeram desistir do cargo, apesar dela admirar a genialidade dele. Mal havíamos saído quando começamos a falar:

- Não acho que ela está envolvida no ataque. Ela não parece odiar a empresa, Walter ou Bell- falou Peter

- Sim, é verdade. Mas ainda acho que ela esconde alguma coisa.

- Pode ser, mas não acho que seja algo relacionado à pesquisa ou a ameaça.

- Talvez, você saiu muito bem com ela. Um verdadeiro sedutor, acho que se estivessem sozinhos, teríamos conseguido descobrir mais – falei e Peter riu de maneira satisfeita

- Anna, eu só fui agradável.

- E como! - foi a minha vez de rir- Ela é mais velha que você, mas é bonita, e tenta manter o aspecto jovial pintando os cabelos dentre outros tratamentos que já deve ter feito.

- Sim, ela é bonita. Mas se você quer saber, eu a conheci quando criança, e os cabelos dela realmente eram loiros quando jovem. Acho que consegui conversar facilmente com ela devido ao passado.

- Humm...Humm. Ok, se você pensa assim. Mas que ela esconde algo, esconde sim.

- Vá entender as mulheres, pintam os cabelos, fazem cirurgias, afastam os homens delas, mas tem ciúmes – eu ia rebater essas afirmações, mas ele continuou firme e olhou direto em meus olhos – Se mulher já é complicada por natureza, você consegue ser ainda mais que a maioria, Anna. Assim... Carla pinta o cabelo de loiro para tentar não demonstrar a idade que tem, enquanto mulheres como ela querem ser loiras. Você que é loira, pinta seus cabelos de preto – eu não esperava esse tipo de constatação, esse tipo de conversa, mas não neguei

- Está dando para perceber que eu pinto o cabelo? – falei alisando alguns fios

- Não, não está tão evidente assim – ele falou tranqüilo – É que quem tem cabelos pretos, não tem pêlos pubianos ... uns poucos ... mas você tem sim... e são loiros.

- Talvez eu deva pintar os fios embaixo também – falei rindo quase flertando com ele – Não pensei que você lembrava daquele dia de forma tão detalhada.

- Não é porque você quer que eu esqueça, que eu esqueci. Lembro de tudo com todos os detalhes. Mas por que você pinta o cabelo? – eu precisava pensar em algo

- Não sei, talvez eu não queira parecer burra, alguém ligada apenas em minha aparência como é clichê das loiras.

- Não seja boba, Anna. Ninguém acharia isso, você é uma das pessoas mais inteligentes que eu conheço, e olha que conheço alguns gênios – ele estava lindo com um belo sorriso em seus lábios, e eu não deveria estar flertando ou tendo ciúmes dele, tinha que admitir para mim, realmente era isso que senti com ele e Carla


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



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