Outros Universos, Outras Realidades escrita por Cíntia


Capítulo 11
Desprezo




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"Não estou interessado em você. Para mim, você é apenas uma manchete."

Aconteceu naquela noite

POV Olivia

Peter me beijava. E eu o retribuía. As coisas estavam ficando mais quentes. Eu me deitei na cama e ele se posicionou em cima de mim. Ele começou a beijar o meu pescoço, e levou a mão em meu seio, quando voltei à realidade. Aquilo era muito bom e eu ansiava por ele. Mas não podia... Isso não podia acontecer. Eu não poderia agir daquela forma, me aproximar dele assim. Só deixaria o nosso plano mais difícil. Acabar com ele se tornaria mais doloroso para mim:

– Não, Peter. Não! –falei, ele ainda me beijava, mas eu continuei - Não! Eu não posso fazer isso! – ele levantou a cabeça, e mirou aqueles olhos azuis inquisidores em meu rosto

– Não pode? Por que não?

– Você é meu cliente! – ele saiu de cima de mim, ficou em pé, eu me levantei após ele

– Eu sou seu cliente, né? Só isso? Nada mais, e você não sente mais nada por mim – pela primeira vez, o vira nervoso

– Bem, não é isso. Eu não me envolvo com meus clientes, é um princípio.

– Mesmo um que você já está envolvida, Anna?

– Peter ... Eu estou num momento difícil. Não deveria ter acontecido! Isso não pode continuar. Talvez eu deva largar ... – eu tentava parecer fria, mas ele me interrompeu com certa raiva

– Me poupe, Anna! Vai falar mais uma vez em largar a investigação? Não precisa de tanto! Eu me aproveitei de você num momento de fragilidade, foi isso? Fique tranqüila. Não farei novamente! E ficarei o mais longe possível de você! Afinal nossa relação é somente profissional!- ele me olhava com raiva, talvez até um pouco decepcionado

– Não fique assim- vê-lo agindo daquela forma me deixava angustiada

– Ficar como? Eu estou ótimo!- ele saiu, e fechou a porta me deixando sozinha

Me joguei na cama. Sentia um aperto no coração. Peter ficara magoado. E isso me atormentava. Comecei a chorar. Era difícil vê-lo daquela forma, quando na realidade o que mais queria era abraçá-lo, confortá-lo, senti-lo próximo a mim. Aquele plano estava sendo difícil, bem mais do que eu imaginei. Será que eu conseguiria ir até o fim? Eu conseguiria ferir Peter? Quando só fato de decepcioná-lo me deixava desse jeito?

Já era noite quando acordei com um telefonema. O atendi ainda zonza e escutei a voz de Michael . Ele não deu muitos detalhes, mas me chamava para uma reunião no quarto que a gente estava usando como uma espécie de QG.

Eu só esperava a presença da nossa equipe e me surpreendi quando vi William Bell e Peter no local. E o segundo ainda evitava olhar para mim ( era duro constatar isso). Então essa era uma reunião "oficial", e não uma para discutir o nosso plano e os rumos dele.

Michael falava sobre o ataque a Nina Sharp e seu autor Brandon Fayette. Nina o havia contratado, pois ficou muito impressionada com seu currículo e idéias. Esperava que ele trouxesse grandes inovações à empresa. Ele se envolveu num projeto relativo à memória humana, onde deseja coisas como reavivar, implantar, ou apagar memórias. Depois de alguns anos de trabalho, o projeto de Brandon não vingou e ele foi demitido por Nina, e de certa forma saiu humilhado aos olhos da comunidade científica. Ele não dissera nada muito relevante à polícia, apenas que odiava Nina e que por isso atirou contra ela.

– Ele não falou nada sobre o atentado a Walter? – perguntou Bell

– Não. Depois da primeira declaração se recusou a falar e exigiu um advogado. Nada após isso- respondeu Michael

– Humm.. Há motivos para acreditar que esteja envolvido?- William ainda tinha dúvidas, nós sabíamos que ele não estava envolvido, já que ele não fazia parte do nosso grupo, mas não deveríamos demonstrar isso tão cedo

– Não achamos nada nesse sentido, ao que parece, Brandon e Walter nunca trabalharam juntos, e só se conheciam por causa de convenções da Massive Dynamics. – esclareceu Michael- Não há dados suficientes para entender nada ainda. Nós não conseguimos acesso a Fayette. Não dá nem para saber se ele faz parte do grupo que ameaça vocês. A polícia de Nova York vai entrar em contato com a de Boston, e tentarão definir se há alguma relação. Mas eles nos olham com desconfiança e parecem não querer dividir informações com a gente.

– Eu posso tentar influenciá-los a nos liberar mais informações. O que vocês querem?- falou Bell

– A melhor coisa agora seria conseguir uma conversa com Brandon – respondi, apesar de ter ficado um pouco de fora das investigações nas últimas horas, eu sabia que era isso que precisávamos para fingir uma investigação de verdade

– Hummm, vou ver o que posso fazer.

– Tem mais alguma coisa a resolver? - Peter que até então ficara calado se mostrava impaciente, aparentemente isso se devia ao que tinha acontecido conosco durante a tarde.

– Na verdade tem- falou William- A festa da empresa que seria hoje, foi adiada. Vamos tomar diversas ações para melhorar a segurança, e a faremos amanhã.

– Ela não foi cancelada? Quer dizer que Nina está no hospital à beira da morte e nós vamos festejar? – Peter falou um pouco alterado

– Nina está se recuperando, rapaz. E ela própria concordou comigo. Nós faremos a festa, é uma tradição. Não é um louco qualquer que nos encurralará. Vamos mostrar que continuamos a nossa programação e não estamos com medo.

– Muito bonito de se falar! Mas nada prático, né? Vamos mostrar ao Mundo que não estamos com medo desde que estejamos cercados de guarda-costas armados, não? Eu não vou participar disso, William.

– Peter, é preciso. Você esta com medo, mas não deve mostrar isso a todos. Estará protegido por seus guarda-costas, ninguém entrará com armas e tudo será monitorado – falou William

– Eu não estou com medo! É justamente o contrário, como vou mostrar a todos que não temos medo, se eu estarei cercado por dois gigantes armados, me desculpe Mark e Lisa, mas é isso que parecerá se vocês me acompanharem a festa – Peter virou para os dois, que como guarda-costas quase não falaram na "reunião" , eles apenas demonstraram um gesto de compreensão - Eu quero ir sozinho como um convidado qualquer.

– Isso é muito arriscado, Peter. Há ameaças contra você- tentei levá-lo a razão

– Tudo não estará seguro lá? Então um de vocês me deixe na porta e me busque , isso será suficiente. Não quero parecer um covarde para esses bandidos que nos ameaçam- ele falava mais alto que seu tom habitual

– Prefere parecer um alvo fácil, né? Nenhuma segurança é 100% garantida. Vai ser mais difícil invadir a festa, mas esse pessoal não está brincando, e não é impossível fazer isso. É bom ter alguém ao seu lado para te proteger se o pior acontecer- eu falei com a voz um pouco alterada

– Se acalmem. Peter, Anna tem razão. Você não pode ir sozinho a festa. È muito arriscado. Mas por que em vez de seus guarda-costas habituais, você não vai com outra pessoa? Alguém que esteja apenas te acompanhando? Alguém que se passe por algo similar a sua namorada? – falou William

– Você não está falando de ...? – eu estava entendo aonde William chegar, da nossa equipe só havia uma pessoa que se encaixaria nesse perfil

– De você minha cara! – falou William, Peter ficou mudo e eu também, aquela idéia de me portar como o encontro dele não me agradava, ainda mais depois do que acontecera a tarde, já ele eu não fazia idéia do que pensava

– Me parece uma ótima ideia – falou Michael praticamente me jogando na fogueira, é, eu teria que fazer aquilo, pelo menos para não levantar suspeitas sobre a minha "relação" complicada com Peter


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