A Arma De Esther escrita por AnaTheresaC
Notas iniciais do capítulo
Oi! Consegui postar este novo capítulo!
Gente, eu não resisti e coloquei uma menção ao Monte dos Vendavais de Emily Brontë, mas para quem não conhece a obra, Heathcliff é o bad guy, Catherine é a versão britânica da nossa linda malvada Katherine, e ela tem uma filha, que por sinal tem o mesmo nome, e é mais determinada que uma linha reta.
Capítulo 12 – Como sabes o meu nome?
Fevereiro ainda era frio, e aquela noite não era diferente. Porém, Teresa não conseguia largar o livro e lia-o no seu sofá com o seu pijama cor-de-rosa e chocolate quente com natas por cima, que aos poucos se iam desvanecendo.
-Boa noite – falou Klaus, com o seu sotaque.
-Klaus! – exclamou Teresa e olhou-o surpresa. – Hoje é lua cheia?
Klaus acenou que sim e apontou para o livro.
-Monte dos Vendavais?
-É. Adoro o livro – ela disse abstraída e foi até à secretária. Ela estava uns dias atrasada no seu período, nada de preocupante.
-Já é tarde, sabias?
-Sim, eu sei. Mas… eu adoro Catherine e Edgar – Teresa pegou no chocolate quente e bebeu um gole. – E isto é imperdível.
-Não percebo. Catherine é egoísta e egocêntrica. Como é que podes dizer que gostas dela?
-Eu estava a falar da filha da malvada – explicou Teresa. – É o argumento perfeito para a discussão “nascemos maus ou aprendemos a ser?”.
-Achas que ela aprendeu a ser? Ela tinha a família perfeita.
-Heathcliff apareceu e ele não tinha propriamente a vida perfeita. Ele aprendeu a ser frio e calculista com tempo, mas no fundo era uma arma para se defender das pessoas.
-E o que achas disso? – perguntou Klaus, não simplesmente para saber a opinião dela sobre a personagem, mas porque ele e Heathcliff eram demasiado parecidos. Assim, o que ela pensasse da personagem talvez pensasse o mesmo sobre ele.
-Acho que ele foi parvo. Perdeu Catherine porque não tinha dinheiro, mas especialmente porque ele nunca se declarou a ela. E para além disso, há sempre duas formas de encarar as coisas: a boa e a má, como o copo meio cheio ou meio vazio. Ele podia ter pegado em tudo o que lhe tinha acontecido e ter transformado isso numa coisa que o enriquecesse, mas escolheu o caminho daquela mágoa consumi-lo e torná-lo no ser mais odiável do mundo. Todos o odeiam, e só estão ao lado dele porque Heathcliff tem algo que pode usar contra eles, e não é só isso, ele manipula as pessoas de maneira a elas darem-lhe razão! – falou Teresa, e começou a ficar muito emocional com o que ia dizendo.
-Calma! – exclamou Klaus, levantando as mãos em jeito de rendição. – Só estávamos a falar.
Ela sorriu e bebeu mais um gole do seu chocolate quente. Mexeu a caneca e as natas foram-se dispersando.
-Eu sei, mas… eu adoro o livro! – explicou ela e gargalhou baixo. – É por causa de todas estas coisas que ele é o meu livro favorito.
-E eu a pensar que gostavas de Romeu e Julieta.
-É um romance fatal, e eu não sou fatalista – disse ela, penetrando-o com o seu olhar. – Mas adoro a peça. Romântica, fatal e bastante esclarecedora em relação aos casamentos e família inimigas.
Klaus ouviu-a, aguentando o seu olhar. Os dois estavam numa luta para ver quem desviava os olhos primeiro, e parecia que ia durar muito. Verde com verde, a lutarem até ao fim.
-Espera, tu viveste naquele tempo, não foi?
Ele acenou e levantou-se, aproximando-se dela. Tirou a caneca das mãos dela e pousou-a atrás de Teresa, na secretária, sem nunca desviar os olhos dos dela.
-Algo te preocupa – ele notou, quando ouviu o coração dela acelerar. Ele não tinha bem a certeza se era pelo que ela tinha dito a Liliana, ou porque eles estavam bastante próximos.
Ela era tão baixinha, tão indefesa para ele. Como é que Esther podia fazê-lo matá-la? Uma humana sem qualquer conhecimento sobre o sobrenatural, sem ódios ou ressentimentos? Ela era perfeita, uma perfeita boneca humana, uma alma do século XXI, determinada e crente naquilo que eram os seus valores. Se ao menos ele tivesse algum motivo para a matar… mas não, apenas o sangue que os conectava, e essa ligação dizia-lhe para não a magoar.
-Conheceste-o?
Klaus acenou com a cabeça.
-Era um homem excelente. Um pouco esquizofrénico, mas quem não era naquela altura?
-Uma pessoa atormentada pelas suas próprias ideias – disse ela, sorrindo nervosa.
-Precisamente.
-Klaus… eu… - ela gaguejou. Teresa não sabia bem o que dizer. Dizer que se sentia atraída por ele, ou dizer-lhe que estava feliz por ele estar ali? As duas iam dar ao mesmo, mas qual delas seria a mais acertada de dizer?
O telemóvel dele tocou e ele suspirou. Atendeu o telemóvel, sem desviar o olhar de Teresa.
-Sim?
-Ainda aí estás? – indagou Kol.
-Sim, porquê?
-Elijah voltou e precisa de falar contigo.
-Amanhã já aí estou – disse Klaus.
-Ah, e Rebekah pediu para te perguntar de que cor queres a sala – disse Kol.
-Que cor queres para a sala? – perguntou ele a Teresa.
-Sala?
-Para o apartamento em Cambridge.
-Ah, isso. Beije? Amarelo claro?
-Beije ou amarelo claro – falou Klaus para o telemóvel.
-Até amanhã, Niklaus – disse Kol e desligou.
-Quem era? – Teresa quis saber.
-Kol.
Ela revirou os olhos e Klaus sorriu vitorioso. Ele tinha ganho o jogo, ela tinha desviado o olhar do dele.
-Uau, isso é muito esclarecedor – falou ela e colocou uma mão no peito de Klaus, afastando-o dela. Ele sorriu presunçoso, mas ela não notou porque abriu a cama e deitou-se. – Se não me queres contar quem é esse misterioso Kol, estás á vontade, mas mais cedo ou mais tarde vou descobrir, Niklaus.
-O que disseste? – Klaus indagou, não acreditando no que ela tinha dito.
-Hãn? Não ouviste uma palavra do que te disse?
Ele voou para cima dela e apertou o pescoço dela.
-Klaus! – ela exclamou, começando a faltar-lhe o ar.
-Como é que sabes o meu nome completo?
-Eu… Klaus…
Os olhos dela arregalaram-se, e as unhas dela cravaram-se no ombro dele.
-Responde-me! – gritou ele, completamente fora de si. Ele tinha que a matar, aquilo era obra de Esther, e Esther odiava-o.
-Klaus! – disse ela num fio de voz.
Uma lágrima escorregou até á mão dele, e ele notou o que estava a fazer. Tirou as mãos do pescoço dela e ela respirou fundo, tossindo logo de seguida.
-Que raio, Klaus! – exclamou ela, esfregando o pescoço, onde no dia seguinte estariam as marcas das mãos dele. – Endoideceste? E importas-te de sair de cima de mim? Quase não consigo respirar com o teu peso.
Klaus então notou que estavam os dois numa posição muito constrangedora, e tratou logo de sair da cama.
-Como é que sabes o meu nome? – ele perguntou, tentando controlar a fúria.
-Eu não sei, está bem? – gritou Teresa, também furiosa. O seu pescoço doía e os pulmões procuravam por ar, já sem falar da sua respiração acelerada. – É como se eu sempre tivesse sabido o teu nome completo! Fogo, Klaus! Tu ias matar-me!
-Podes crer que ia.
Teresa arregalou os olhos para ele, não acreditando no que ele tinha dito.
-Tu não…
-Vou embora – falou ele, sem deixá-la dizer mais nada.
Ele estava furioso consigo mesmo e com Esther. Como é que ele podia ter pensado que ela era uma simples inocente se ela era a arma da sua própria mãe para o matar? Ele tinha razão, os sentimentos não podiam entrar no meio, uma guerra não é regida pelo coração, mas sim pelo mais forte, e ele era o mais forte.
©AnaTheresaC
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Espero que tenham gostado! Capítulo tenso, não foi? Hahaha
Muito obrigada pelos comentários! Prometo que assim que tiver o meu bebé (PC) de volta, eu respondo a TODOS eles!
XOXO, até domingo!