Olhei para o corredor na casa dos Cullen, tentando me lembrar qual era o quarto da Rose. Bufei frustrada, afinal era um corredor enorme e cheio de portas, não me lembro qual que era a do quarto dela.

– Está procurando o que agora? – ouvi a voz irritante atrás de mim.

Me virei, encarando quem eu menos queria ver na minha vida.

– Eu não tinha me livrado de você agora a pouco?

Ele rolou os olhos.

– Eu estou pouco me importando para o que você faz, mas eu vi que você está zanzando pela minha casa, e queria saber o porquê de você estar aqui ainda.

Respirei fundo.

– Não quero discutir com você, e é melhor não me provocar, porque senão desisto do nosso acordo.

Ele ergueu as mãos, e deu aquele sorriso torto debochado que eu odiava.

– Ok, nervosinha. Mas você realmente não acha que deve se explicar? Primeiro encontro você violando a minha privacidade, e agora está vagando na minha casa. O que é isso hã?

Cruzei os braços.

– Escuta...

– Bella! – fui interrompida por um grito, e me virei e vi Rosalie me olhando. – Finalmente você veio, achei que teria que esperar até o anoitecer.

– Me desculpe Rose, eu... – olhei nervosamente para Edward e logo desviei o olhar. – Tive alguns imprevistos...

Edward bufou, mas o ignorei.

– Sei... – ela me olhou desconfiada, mas logo deu de ombros. – Mas venha logo, que eu quero saber exatamente o que aconteceu entre você e o Emmett. – ela chegou pronta para me puxar.

– Hei, hei. – escutei a voz de Edward novamente e fechei os olhos tentando me controlar. – Então é verdade? – a risada dele ecoou no corredor. – Ora, ora quem diria. A certinha Swan enfrentando caras malvados hã? Resolveu se rebelar?

Cerrei os punhos.

– Vai se catar, garoto! – o encarei furiosa.

Mas ele continuou rindo na cara de pau.

– Eu realmente ainda não acredito que o enfrentou. Mas espero que saiba, que você é o assunto da escola. Eu diria mais suicida...

– Edward! – Rose bufou. – Para! Isso está ficando chato já!

– Que nada irmãzinha, eu estou apenas apreciando o show. – ele me encarou debochado.

– Escuta aqui, - me virei eu fiquei cara a cara com ele. – Se precisa mesmo da minha ajuda pra poder tocar no maldito concurso, acho melhor não ficar me provocando. Porque eu já estou no limite com você!

Para a minha surpresa, ele riu.

– Vai em frente, minha cara. Pode desfazer nosso acordo se quiser, mas nós dois sabemos que sem mim não há ninguém que possa te oferecer as aulas de dança, pelo menos não tão bem quanto eu.

– Até parece. – Bufei. – Rose pode me ajudar, não é? – olhei esperançosa pra ela.

Ela corou.

– Bella, poder, eu posso. Mas seria bom se você treinasse com o meu irmão ele é realmente muito bom. – então cruzou os braços. – E vai ser bom para os dois cabeças duras se entenderem.

Fechei os olhos, contando até três.

– Vamos Rose. – me distanciei de Edward e segui ao lado dela. – Temos que conversar.

– Hei! – o infeliz ainda me chamou outra vez. – Não se esqueça de aparecer aqui amanha... parceira.

Apenas o ignorei.

[...]

Entrei em casa, já à noite e me joguei no sofá da sala.

– Bella? – escutei a voz de Phill, e o olhei.

– Sim?

– Algum problema? Parece cabisbaixa.

Suspirei.

– Estou apenas cansada.

– E deveria mesmo! – Carmen apareceu na sala igual a um furacão. – Me surpreendo por você estar viva.

– Não exagere. – rolei os olhos.

– Como é? – Phill olhou entre nós duas.

– É que a Bella...

Corri e tampei a boca da minha irmã com a mão.

– Eu fiquei até mais tarde na escola estudando. Estou acabada. – sorri amarelo. Carmen soltou sons abafados sob a minha mão.

Phill respirou fundo.

– Ok... Enfim, sua mãe foi fazer compras, mas já está voltando, eu acho. Eu cozinhei uma lasanha, você quer? Carmen já recusou.

– Oh, eu estou sem fome Phill, mas obrigada. Hmm, bem agora eu vou para o meu quarto e vou levar minha irmã comigo, para termos uma conversa.

– Tudo bem, boa noite.

– Boa noite! – gritei enquanto arrastava Carmen até meu quarto.

Assim que fechei a porta , a soltei e ela me olhou indignada.

– Bella! Mas que saco! Você sabe que não gosto disso, desde que éramos crianças! – bateu o pé.

– Ta, ta... – bufei. – Mas você ia contar ao Phill sobre o lance com o Emmett.

– E dái? – deu de ombros. – Todos estão sabendo de qualquer jeito. Você foi a primeira a enfrentar Emmett Brandon, é o que falam. E a primeira que sai ilesa.

Rolei os olhos e me joguei em minha cama.

– Não importa, não me importo com o que pensam de mim. E fique sabendo que Emmett não é tão ruim assim. – omiti a parte em que ele socou o Erick, e que achei que iria realmente me socar também.

– Tanto faz. – bufou. – Vai me dizer o que houve ou não? Tenho que fazer as unhas.

– Não houve nada. Eu apenas concordei em ajudá-lo com os estudos. Apenas.

Ela me olhou com a sobrancelha arqueada.

– Só isso? Nossa.. que perda de tempo... – ela se virou e simplesmente saiu do quarto.

Suspirei e afundei minha cabeça no travesseiro.

[...]

A escola inteira, literalmente, me encarava e desejei ter ficado em casa.

– Rose... – gemi.

– Ah Bella, não esquenta, logo todos esquecem. Eu acho, - ela disse olhando em volta. – Vamos.

Caminhamos em direção á escola, eu quase tropeçando porque estava muito nervosa. Odeio atenção, odeio que as pessoas fiquem me encarando desse jeito. Eu me despedi de Rose, que foi para o seu armário e eu segui para o meu, mordendo os lábios. Coloquei o código e o abri, respirando fundo.

Logo após pegar meus livros, escuto alguém.

– Ah... você está aqui... – ouvi uma reclamação vinda de ninguém mais, ninguém menos que Edward.

Fechei meu armário com força e o encarei.

– O que é?! Algum problema?!

Ele rolou os olhos.

– Com você? Todos. – ele abriu seu armário e bufei.

– Dane se. – resmunguei. Tranquei o armário. – Não preciso disso logo de manhã... – sai de lá resmungando ainda.

Encontrei com Erick na aula de Geografia e perguntei como estava o olho, que devido ao soco de Emmett, estava um pouco roxo. Ele me disse que a dor já tinha passado, mas alguns alunos haviam gostado dele ter me defendido, pelo menos. Me sentei com Erick e conversamos sobre eu oferecer ajuda ao Emmett. Ele ainda estava receoso quanto a isso.

Mas também, Emmett Brandon era um monstro para toda a escola...

Assim que a aula terminou, bufei irritada.

– O que foi Bella? – Erick me perguntou no corredor.

– Nada.

– Fala, você mudou de humor de uma hora pra outra.

Suspirei.

– É que agora eu tenho aula com o Edward. E hoje estão todos me encarando por causa de ontem...

Erick passou os braços pelos meus ombros.

– Hei, relaxa, isso vai passar uma hora.

Eu realmente esperava que sim.

Já no laboratório, me joguei irritada na cadeira ao lado de Edward, mas graças aos Céus ele não me perturbou e pude aproveitar a aula. Quando o sinal bateu , eu juntei meus livros quando , Leah e Lauren se aproximaram da mesa e se inclinaram apara Edward. Como eu estava do lado do corredor, ficou meio desconfortável para mim no momento.

– Oi Edward. – Lauren sorriu se inclinando e expondo os seios, e fiz careta me afastando um pouco.

– E ai Lauren? – Edward falou sem ao menos olhar para ela, apenas pegou os livros.

Ela pigarreou e se inclinou ainda mais. Me afastei mais.

– Edward, na hora do intervalo você pode me encontrar no pátio? – piscou.

Leah olhou mortalmente para ela.

– Lauren! Eu quero sair com ele dessa vez...

Rolei os olhos, não acredito que elas competem por ele.

Lauren a ignorou.

– Não sei, quem sabe. – Edward deu de ombros.

Tentei me levantar, mas com as duas na frente era impossível. Quando ia pedir licença, me levantei, mas na hora ela se inclinou ainda mais, e eu tentei dar um passo para trás, mas bati na cadeira e literalmente caí para trás. Soltei um leve grito de susto. Mas o pior não foi isso.

Minhas costas bateram no peito de Edward, enquanto eu caía meu peso foi pra cima dele, e ele caiu sentado em sua cadeira, e eu em cima dele. Sim, você leu certo. Minha cabeça bateu em seu ombro e nós dois gememos de dor.

– Porra garota, que cabeça dura! – ele resmungou. Passei a mão na cabeça, tentando aplacar a dor. Quando olhei pra cima percebi Lauren e Leah me olhando mortalmente, e só então percebi aonde estava.

Arregalei os olhos, e me aprecei e me levantar.

– Desculpe. – murmurei e saí da sala rapidamente.

[...]

O refeitório inteiro eram só cochichos e olhadas para mim. Até a mesa de Edward e sua gangue me encaravam às vezes.

– Bella, você até que foi corajosa. – Angela me disse.

– E muito. – Rose concordou.

– Gente, ele é só uma pessoa, ele nem me fez mal...

– Apenas me deu um soco... – Erick murmurou.

O olhei.

– Sinto muito Erick.

– Tudo bem, estou sendo chamado de herói por isso. – sorriu.

Rimos, mas fomos interrompidos por um pigarro e olhamos para ver quem era. Dois garotos estavam parados em frente a nossa mesa, eram os amigos de Edward, Jacob e Jasper.

– Hei, Isabella. – Jasper cumprimentou com um sorriso.

Franzi o cenho.

– Oi...

– Então, ficamos sabendo do seu assunto com o Emmett. – Jacob, com sua voz arrastada comentou. – E olha, se precisar, estamos aqui para proteger você.

Troquei alguns olhares com meus amigos, que também estavam confusos.

– O que...?

Jasper se aproximou e tocou meu rosto, estranhei isso, e muito.

– Emmett é apenas um cara como qualquer outro. Se ele tocar em você nos avise, que acabamos com ele. – piscou para mim. Fiquei com a boca aberta. Ele estava me paquerando.

– Isso. – Jacob concordou e sorriu. – Acabamos com ele.

– Falando de mim? – a voz grossa e grave soou e o refeitório inteiro começou a cochichar. Travamos, todos da mesa e Jasper e Jacob. Emmett estava parado atrás deles, o semblante fechado, completamente assustador. Arregalei o olhos e os dois engoliram em seco e se viraram. Ele ergueu a sobrancelha. – Então?

– N- nós... – Jasper gaguejou. Emmett era muito mais alto que ele. – Só estávamos...

– Eu sei muito bem o que estavam fazendo! – Emmett grunhiu e o refeitório inteiro se calou. – Acabariam comigo, não?

Meu coração palpitou no peito, se eu não fizesse algo, Jasper e Jacob ficariam maus lençóis.

– Nós apenas... – Jacob tentou dizer.

– Cale a boca, cara, já ouvi o suficiente. – Emmett foi se aproximando ameaçadoramente e rapidamente me levantei da minha cadeira e me coloquei entre ele e os meninos.

– Bella! – Rose sibilou pra mim assustada.

A ignorei e encarei Emmett de frente, os olhos cor de mel ameaçadores, que antes estavam em Jasper e Jacob pousaram em mim. Reuni toda a minha coragem do dia anterior, e ignorei que toda a escola estava me encarando.

– Emmett... pare. – eu disse baixo. Arfadas surgiram de todos os alunos. Como todos estavam em silêncio, escutaram o que eu disse.

Ele me encarou, assustadoramente e minhas pernas fraquejaram mas não desisti, continuei ali.

– Sai da frente. – ele sibilou.

Respirei fundo e coloquei as mãos na cintura.

– Não! – os alunos cochicharam entre si.

– Bella, o que... – vi Erick se levantando e o parei com a mão.

–Erick , fique fora disso, por favor.

Emmett se aproximou mais de mim, me olhando bem de cima.

– Isabella, não me faça...

– Emmett, como quer que eu te ajude, com esse seu comportamento? – sussurrei. – Pare de ficar com raiva de tudo, não encare ninguém na agressividade, se quiser melhorar mesmo o seu histórico e a minha ajuda. Porque eu não ajudo pessoas que intimidam os outros, ok?

Ele me encarou por mais algum tempo e depois desviou os olhos para Jasper e Jacob, mas logo olhou para mim novamente.

– Não interessa. – rolou os olhos. – Já perdeu a graça mesmo... Afinal quando é que vai me ajudar?!

– Vou ver um horário e um dia ok? E aí marcamos. Até lá, não machuque ninguém.

Ele bufou.

– Quem você...

– Emmett! Estou falando sério, ou isso, ou nada da minha ajuda.

Vi ele cerrando os punhos e a escola inteira perdeu o fôlego, junto comigo. Ele respirou fundo.

– Tá, vou pensar.

– Me prometa.

– O quê?

– Promete pra mim, que vai tentar mesmo ser menos agressivo. Me dê a sua palavra e ai eu aceito.

Ele grunhiu.

– Ta, porra! Eu prometo que tento me comportar.- então ele olhou para todos. – Mas se me incomodarem não respondo pelos meus atos.

Olhei para ele incisivamente.

– Emmett...

– Eu já prometi, dorga! – ele gritou e paralisei.

– Hei cara, já chega. – Rose levantou da mesa e o encarou. Me surpreendi, ela morria de medo dele, mas percebi que ela tinha mais medo por mim.

Emmett , desviou os olhos pra ela e os deixou lá por um momento. Vi que Rose logo abaixou os olhos, e ele me olhou novamente.

– Me avise quando puder. – dizendo isso ele apenas se virou e saiu. O sinal bateu logo depois. Soltei uma lufada de ar, e agora sim eu era o assunto da escola.

[...]

Querido Diário,

Alguns estão me chamando de louca nesse momento, principalmente minha irmã. E acho que realmente perdi minha sanidade. Eu enfrentei de frente mesmo, o garoto mais assustador que vi na vida. Eu não o que deu em mim, simplesmente agi, e não dei pra trás nem um segundo. Não sei o que deu em Jasper e Jacob , para me paquerarem hoje, mas isso serviu para um grande show que eu fiz hoje na escola. E quando Emmett Brandon deixou o refeitório, todos voltaram a falar ao mesmo tempo, e meus amigos me perguntaram se perdi a cabeça e o resto da manhã todos me olharam como se eu fosse maluca.

Mas como meu pai disse uma vez : “ Nunca podemos desmerecer o próximo, muito menos agredi-lo, pois, você pode precisar dele em algum momento, e o ressentimento é a pior coisa que o ser humano possui.”

Realmente, o ser humano tem muitas coisas a aprender com amor ao próximo, mas eu estou me sentindo como professora que da lições de vida zen. Só até esse ano acabar, apenas. E aí eu vou poder ser livre.

[...]

– Esme? – perguntei timidamente, assim que entrei em sua casa.

– Olá Bella. – ela me sorriu.

– O Edward está? Temos um compromisso e...

– Sim, sim, ele me disse que está te esperando no salão de música, pode subir.

– Obrigada.

Subi até o segundo andar e andei até o fim do corredor. Maldita hora em que aceitei esse acordo estúpido. Adentrei o salão, e vi todos os instrumentos afastados do centro e Edward estava sentado despreocupadamente no chão, mexendo no celular.

Pigarreei e ele me olhou.

– Até que enfim. Está atrasada. – se levantou.

– Foi mal, ao contrario de algumas pessoas eu estudo. – debochei.

Ele rolou os olhos.

– Não importa, só vamos começar logo com isso, tenho treino daqui a pouco.

Bufei.

– Você começa.

– Eu?

– É, não é você que me ensina a dançar? – ergui a sobrancelha.

– Pensei que começaríamos com o violão.

– Claro que não. – suspirei. – O baile é semana que vem e o concurso é no mês que vem.

– Não pensei nisso. – passou as mãos pelos cabelos.

– Novidade. – rolei os olhos.

– Ah cale a boca, e vamos logo. –resmungou.

Bufei.

Edward gesticulou para o centro do salão.

– Ok,- eles respirou fundo. – O que você sabe sobre dança?

– Nada... – suspirei. – Eu só me lembro que quando eu tinha 8 anos, meu pai me colocava sobre os pés dele e me girava pela sala. Mas , em geral, nada.

Ele assentiu e me chamou.

– Vem.

Relutante ,me aproximei dele.

– Bem, - ele começou.- A dança que mais se usam nos bailes da escola, e a valsa principal e a valsa com o acompanhante, fora isso não tem nada mais difícil.

– Ok...

Ele estava relutante também.

– Bom, na valsa você começa com a posição normal.

– Que é...? – ergui a sobrancelha.

Ele rolou os olhos.

– Você chega mais perto de mim, - cheguei. – Coloca uma mão no meu ombro, eu coloco uma na sua cintura e as outras mãos ficam juntas.

Me afastei.

– Não vou fazer isso com você!

– Você acha que eu quero? Ande logo, para que termine.

Relutante me aproximei dele novamente. Coloquei rapidamente minha mão em seu ombro.

– Não, assim você está sendo brutal demais. Tem que ser com mais leveza.

– Como?

– Assim.

Ashes And Wine - A Fine Frenzy

Ele pegou a minha mão, sua pele era incrivelmente macia contra a minha, ele então colocou minha mão delicadamente em seu ombro, e a deixei pousada lá.

– Entendeu? – ele perguntou. Assenti. Ele continuou, sua mão foi para a minha cintura, e contive o impulso de pará-lo, ele me puxou delicadamente contra ele. Estávamos perto demais. Sua mão livre pegou a minha. – Pronto, agora, é simples, dois passos para frente, dois para trás, e logo depois para os lados gentilmente.

– Parece difícil.

– Não é. Você vai ver. Dois para frente e dois para trás.

Assenti.

Edward começou e segui seus passos atrapalhadamente ,olhando para seus pés. Os primeiros passos eu consegui perfeitamente. Logo ele começou a balançar para o lado e tropecei em seu pé.

– Desculpe. – murmurei envergonhada.

– Tudo bem. De novo.

Recomeçamos e novamente acertei os primeiros, na hora de ir para o lado, olhei bem para seus pés e milagrosamente consegui. Sorri satisfeita para ele, e nossos olhares se encontraram. Ele me deu um meio sorriso e levemente levantou meu braço com o intuito de me girar, mas travei. Me desculpei e recomeçamos, na hora do giro ele me lançou um olhar antes e consegui fazer. Novamente voltamos a dançar e ele nos girou pelo salão, meus olhos atentos em seus pés, seguindo os paços atrapalhadamente. Ele aumentou o ritmo e tropecei novamente.

– Não consigo! – bufei frustrada e me afastei tampando o rosto com as mãos.

– Hei, Isabella. Não desista, você estava ótima.

Neguei.

– Sou um desastre.

– Por mais que eu queira concordar, você não é. – ele se aproximou de mim e tirou as mãos do meu rosto e me prendeu no seu olhar.

– Edward...

– Olhe pra mim. Apenas para mim. – ele disse e logo pegou minha mão e pousou em seu ombro novamente, engoli em seco, meus olhos presos nos dele.

Ele puxou minha cintura e sua mão pegou a minha, e começamos a dançar, meus olhos não deixaram os seus por um segundo, e Edward conseguiu com que girássemos em torno do salão, e eu encarei seus olhos que ao mesmo tempo não deixavam os meus. Tentei entender seus olhos, parecia impossível. Mas vi uma coisa surpreendente ali, confiança. Ele confiava que eu iria conseguir. Meu próprio inimigo, confiava em mim. E de repente o ódio que sentíamos foi posto de lado por um segundo, e nossas respirações bateram em nossos rostos enquanto girávamos pela sala. Ele me lançou um olhar profundo.

E logo depois me girou e consegui perfeitamente , voltando para junto dele voltamos a valsar, em volta do salão. Encostei minha cabeça em seu ombro e fechei os olhos com o sentimento de paz que se instalou enquanto dançávamos. Ele apertou minha cintura e logo me girou duas vezes seguidas enquanto rodopiávamos, e logo depois voltei meu rosto perto do dele, e incrivelmente , ele apertou nossas mãos juntas e segurou em minhas costas, e nos inclinou, fazendo nossos narizes se baterem. Arfei com isso e o encarei e apertei seu ombro, minha mão subiu para a curva entre o pescoço e o ombro.

– Viu? – sussurrou sua respiração batendo na minha. Assenti fracamente, e ele nós pôs de pé novamente. Não nos afastamos e minha mão subiu para a sua nuca. Estávamos presos em uma bolha.

Seu polegar acariciou minha mão, e vi ele olhando para a minha boca rapidamente, e estupidamente me lembrei de quando o vi, e percebi o quanto era lindo, e percebi de novo naquele momento. Os lábios vermelhos eram convidativos. Nossos olhos se encararam novamente , tentando um entender o outro, era de tirar o fôlego.

– Edward... – arfei.

Isso pareceu acordá-lo, pois ele logo largou minha mão e minha cintura e se afastou rapidamente. Quase caí com isso mas me firmei no chão. A bolha foi quebrada.

– Parece que você entendeu, e conseguiu. – ele pigarreou.

Assenti.

– Sim, até que não foi difícil, afinal.

– Eu disse. – e então olhou novamente para mim e o olhar de deboche voltou. – Pra quem se acha a tal, para enfrentar Emmett Brandon, você se saiu bem.

Meu semblante fechou.

– Não me acho a tal, Edward.

– Tabom. – riu da minha cara. – Se aparecer com um olho roxo da próxima vez , não chore. Eu sei que você é esperta e tudo o mais, e se acha, mas enfrentar Emmett Brandon não vai fazer você se superar garota.

Minha boca se abriu em choque, e bufei de raiva, Garoto estúpido.

– Escuta aqui...

– Crianças? – Esme parou na porta com uma bandeja com lanche nas mãos. – Trouxe algo para vocês comerem.

– Não da mãe. – Edward resmungou. – Tenho treino. – pegou uma mochila que estava no chão.

Eu apenas fiquei parada na sala com cara de palhaça.

– Oh , mas... – ela pareceu decepcionada.

– Não esquenta mãe, Isabella deve querer algo para comer, pode aumentar o ego dela já que ela aprendeu a dançar. – rolou os olhos, e o encarei estupefata. Imbecil...

Ele saiu me deixando com sua mãe para trás. O observei sair, meus olhos em suas costas, me perguntando pra onde foi o garoto gentil que me ensinou a dançar a minutos atrás. Mas Edward era mesmo um idiota, estúpido, por debaixo do charme.

Foi estranho, no momento em que dançamos, nem nos lembramos que nos odiávamos, foi profundo o momento, me tirou o fôlego, e foi assustador, as emoções que senti para com Edward. E agora essa ignorância, e arrogância dele me deixaram ainda mais confusa. Apenas, acho que não conseguirei me esquecer que existe uma pessoa boa embaixo da estrutura de jogador de hóquei metido dele. Não que isso mude algo. Eu e ele temos muito mais do que uma simples rixa, algo mais que não sei descrever.

(Existe alguma chance?
Um fragmento de luz no fim do tunel?
Uma razão para lutar?
Existe uma chance de você mudar de ideia?
Ou nós somos cinzas e vinho? )

"Ashes and Wine - A Fine Franzy "