Re: The Roxas Love escrita por Thata-chan


Capítulo 1
Prólogo




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A manhã parecia esplêndida. O dia estava limpo e uma aura de animação envolvia a todos, menos a mim. Eu estava totalmente desesperado. É claro que a sensação em minha barriga também não ajudava. Eu tinha me mudado de uma cidadezinha não muito conhecida, e agora que eu estou numa cidade grande tudo parecia ser um pouco diferente.

Hoje era o primeiro dia do calendário escolar. A aula começaria em poucos minutos e eu ainda não tinha fixado em minha mente que uma nova casa e novos amigos seriam minha realidade agora... E a de meu irmão Sora também.

Ao entrar na escola eu olhava para todos os cantos. O corredor preenchido de alunos, as cores de tinta das paredes que pareciam ter sido renovadas com a virada do ano, e todos aqueles quadros de concursos e seus respectivos vencedores. Eu havia chegado cedo para conhecer o colégio, mas quando o sinal tocou tive que entrar em uma sala com a placa “1ºD”, na qual notei que era um lugar muito iluminado e com janelas direcionadas à entrada do colégio.

Na minha eterna observação por entre aquele lugar, notei o uniforme dos alunos. Que claro, era o mesmo que o meu, mas não pude deixar de pensar que caía bem melhor neles. Nosso uniforme não era muito detalhado: possuía uma calça azul clara xadrez com uma gravata de mesma estampa, além de uma camisa branca. Para as meninas vestia-se uma saia com a mesma estampa também acompanhada da gravata e da blusa branca.

Por fim, não pude escolher o meu lugar porque não havia muitos restantes. Acabei sentando na segunda fileira a partir das janelas com três carteiras de distância da lousa. Eu me sentia confortável lá.

–x-x-x-x-x-x-x-

O primeiro professor a se apresentar deu seus primeiros passos em direção à mesa. Ele parecia tranquilo, sem nenhum resquício de loucura que professores geralmente possuíam. Deixou sua mochila em cima da cadeira e pegou o giz, escrevendo na lousa o seguinte:

“Luxord.”

– Alguém aí chuta algo? – Ele perguntou.

– Talvez esse seja seu nome? – Algum aluno respondeu, provocando alguns risos na classe.

– Ou talvez nome de algum teorema, não? – Todos assentiram. – Brincadeira, crianças. Meu nome é Luxord e sou o professor de álgebra.

Eu nunca havia gostado muito de álgebra. Em geral, não me dava muito bem com matemática, mas o professor parecia ser gente boa.

Passado o tempo, todas aquelas fórmulas e conceitos já nem passavam mais pela minha mente direito, o tédio veio com toda força. Então eu comecei a desenhar. Era um passatempo. Estava desenhando um daqueles objetos animados, algo cômico.

De repente, a sala ficou em silêncio. Eu comecei a estranhar o porquê daquela sala estar tão quieta. Levantei a cabeça lentamente para ver o que estava acontecendo ali e percebi que o professor estava vindo em minha direção. Talvez eu já tivesse arranjado problema?

– O que está fazendo? – Ele perguntou.

– Desculpe Senhor Luxord. – Pausei. – O professor realmente tinha um ótimo humor, mas não parecia muito simpático naquela hora. – Mas com todo respeito, o senhor sabe ao menos meu nome?

Arrependi-me profundamente. Seu olhar se tornou mortal e todos olharam para nós assustados, com medo. O professor não disse nada e voltou à sua aula. Ao contrário de mim, que continuei não prestando atenção. Pobre professor, eu poderia muito bem me tornar um ótimo aluno, mas também poderia ser um dos piores.

Ao parar para observar a sala, eu notei o quão diversificada era. Havia todos os tipos de pessoas possíveis, com comportamentos completamente diferentes. Eu gostava disso. Era uma chance conseguir algum amigo. Ao contrário de mim, Sora já gargalhava e conversava com a turma da sala. Ele era sociável, muito sociável.

Tornei a virar minha cabeça para trás para observar os alunos no fundão da sala quando um garoto me encarou. Ele estava sentado atrás de mim e parecia me fuzilar com os olhos. Lembrava-me de um hippie com seus cabelos espetados e marcas no rosto.

– Oi? – Cumprimentei receoso. – Meu nome é Roxas, prazer.

– Axel. – E por alguns segundos, eu fiquei esperando que ele dissesse algo a mais, mas ele levou seu olhar ao quadro negro e continuou suas anotações como se eu não estivesse ali.

– Bom, sabe... – Comecei a pronunciar as palavras lentamente, mas ele percebeu e me interrompeu:

– Eh, olhe, ele vai apagar. – Apontou pra lousa.

– Tudo bem.

As outras três aulas realmente foram entediantes. Eu não havia trocado mais nenhuma palavra com o ruivo, propositalmente - talvez por medo -, e acho que ele havia percebido isso. Logo que as aulas haviam cedido para o tempo do intervalo, eu saí da sala com meu lanche caseiro e sentei em algum lugar do pátio. Eu me preocupava apenas com o fato de alguém querer mexer comigo porque isso era frequente na minha antiga escola.

O pátio era um tanto grande. Havia uma parte coberta com mesas e a cantina. A parte descoberta tinha alguns coqueiros e bancos. Eu conseguia ver também uma quadra não muito distante dali, mas era proibida a entrada no intervalo. Era um cenário bem... Tropical. Relaxante.

Mas pensando no garoto... Ele era intrigante. Talvez seja um estudioso do qual os pais devem ter orgulho. Quem sabe um dia eu possa ser assim também.

Fiquei pensando no assunto por falta do que me preocupar quando o garoto... Axel? Apareceu.

– E aí. – E sentou ao meu lado tomando uma garrafa de refrigerante.

– Ahn, oi? – Eu realmente não esperava por aquilo.

– Oi. Eu te disse meu nome, não disse? – Perguntou mexendo no cabelo.

– Disse sim, é...

– Axel. Memorizou? – Ele apontou o dedo para a têmpora e piscou.

– Sim. – Sorri abertamente.

– Mas então... – Ele procurava algum assunto, conseguia sentir isso.

– Você se lembra do meu nome, não é?

– É... Roxas?

– Isso, “memorizou”? – Repeti seu gesto, mas desta vez soltei uma risada.

Ele riu junto.

Ficamos conversando por alguns minutos enquanto o intervalo não acabava. Axel tinha um semblante diferente. Ele parecia ser uma pessoa bem simpática, mas... De alguma maneira eu conseguia sentir o quão solitário era aquele garoto.


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Notas finais do capítulo

Obrigada à Val por betar.