All Apologies. escrita por Catarina_Rocks


Capítulo 15
Capítulo 14 - Pra você guardei o amor.


Notas iniciais do capítulo

Benhês!!!! Segue mais um cap!!!!! Leiam as notas finais quando terminarem o cap, pra não entrarem em colapso antecipado.



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Capítulo 14 - Pra você guardei o amor.

Quando crescemos, aprendemos uma dura e valiosa lição da vida: o mundo não gira em torno de você. A não ser quando você bebe demais.

E obviamente, o mundo não se importa com o jeito em que você se sente como merda no dia seguinte. Ele se importa com as atitudes que você tomou quando estava inocentemente sem consciência.

Eu senti minha cabeça latejar como se a guerra do Iraque tivesse se instalado em meu quarto. Eu sentia minha garganta seca e meu estômago embrulhado.

Beber era uma droga e eu tinha pena do alcoólatra que tinha que sofrer com essas sensações todos os dias.

Eu estava estirada na minha cama, minha cabeça afundada pesadamente no meu travesseiro e quando eu abri meus olhos, dois olhos verdes preencheram minha visão imediatamente.

Eu não me movi. Edward não se moveu.

Eu não tinha muitas memórias da noite passada, mas eu tinha a vaga lembrança de estar molestando Edward, tentando abrir sua braguilha e então desmaiar a minha cabeça no colo dele.

Eu não me esforcei em me levantar e continuei com a cabeça deitada, e Edward se virou de lado colocando a mão embaixo de seu rosto, me observando analiticamente.

O Sol da manhã se infiltrava pela janela e havia um lindo filete de luz bem na direção dele.

A imagem era... de tirar o fôlego.

Quando eu finalmente criei coragem pra falar, minha voz saiu incrivelmente rouca.

“Você teve uma boa desculpa pra dormir no meu quarto?”

Edward deu de ombros.

“Izzy estava preocupada demais com seus pais e a má impressão deles, pra se importar com isso.” Ele me respondeu em um sussurro.

Franzi meu cenho.

“Como é o nome da mãe dela mesmo?” Eu perguntei.

“Mary.” Ele me respondeu sorrindo de lado.

“Oh!” Eu gritei e então fiz uma careta pela dor que eu senti em minha cabeça. “Como em Marijuana? Por isso eu me lembrei do Snoop Dog.”

Ele franziu o cenho. “Eu nunca vou entender como essa mente retardada trabalha.”

“Cale a boca!” Eu respondi o socando mentalmente. Eu simplesmente não tinha forças pra realizar qualquer ação realmente.

“O que você acha que eu devo dizer á Izzy?” Ele me perguntou me ignorando.

Suspirei.

“Eu não sei,” Olhei bem no fundo de seus olhos e pude ver o modo que ele me olhava.

Eu podia estar com a cara amassada e um bafo de tequila e maconha latentes. Eu podia me parecer com Carry, A Estranha depois de seu banho de sangue. Mas sob seu olhar, eu sempre me acharia linda. Era um olhar admirado. Um olhar puro.

“Como está a sua cabeça?” Ele me perguntou estendendo uma mão em meus cabelos.

Me estiquei para o carinho que ele me fazia e ronronei levemente. “Dói como uma puta.”

“Você nunca foi muito amiga de tequila.” Ele observou. “E sempre ficou muito imbecil quando fumava um beck.”

“Eu não estava mais imbecil que o Jazz.” Eu disse me defendendo.

Seu rosto se aproximou do meu e eu pude sentir sua respiração em minha bochecha.

Ele esfregou seu nariz no meu em um beijo de esquimó e eu pude me sentir um pouco melhor com isso.

“Você ficou muito tarada.” Ele sussurrou sorrindo. “E nojenta. Você estava chamando a sua boceta de caverna do dragão.”

“Um bom apelido.” Eu disse o olhando com a boca aberta.

Ele plantou um selinho longo em meus lábios e eu senti minha boca formigar querendo mais.

“Isso é a merda mais confusa da minha vida.” Ele disse logo em seguida, encostando seu rosto no meu.

“Você a ama?” Eu perguntei sentindo um bolo em minha garganta.

Eu não devia fazer aquela pergunta naquele momento. Eu sabia que colocar na Izzy na conversa era querer jogar álcool na ferida. Mas eu precisava tanto saber. Eu precisava entender o que estávamos fazendo e porquê estávamos fazendo.

Eu queria que ele me desse um motivo para não me sentir tão ruim em relação á tudo. Eu queria que ele me explicasse o que ele sentia quando me beijava daquele jeito. Eu queria que ele me ajudasse a não ser tão fraca, a não ser tão sem honra a ponto de esquecer todos os motivos que me diziam pra não fazer o que estávamos fazendo.

E então, no fim de tudo, eu só queria saber se ele a amava mais do que eu.

“Eu amo,” Ele respirou. “Eu amo mais do que pensei que seria capaz de amar.”

Fechei meu olhos como se tivesse acabado de sentir adagas em meu peito.

Então ele continuou.

“Mas então o que é uma árvore em meio á uma floresta inteira?” Ele me questionou e me olhou com amor. “O que adianta, se eu não consigo raciocinar ou me controlar quando estamos assim?”

“O que você quer fazer?” Eu perguntei pensando na conversa que tive com Rosalie sobre as vontades dele. “O que você faria se tudo fosse diferente?”

“Eu estou com medo,” Ele respondeu, no entanto. “Se eu fizer o que eu quero, você pode seriamente foder com a minha cabeça incrivelmente e você me prometeu que não faria mais isso. E novamente, se eu não fizer o que eu quero...” Ele se interrompeu e suspirou. “Se eu não fizer o que eu tenho que fazer, que é exatamente o que eu quero, outra pessoa pode sair com a cabeça fodida disso. E eu gosto demais dela pra fazer isso.”

Eu achei que ele estava falando sobre como devia continuar com ela. Eu achei que ele estava falando sobre como devíamos tentar ignorar isso que nos rondava. Ignorar como era impossível tentar se livrar disso, porque tentamos tal coisa infinitas vezes e simplesmente não saia. Eu achei que ele estava decidido a não magoar Izzy e então iria fazer o que tinha que fazer: casar com ela e cumprir sua promessa.

Internamente, eu estava agradecida por aquela decisão. Era o certo. Era o único jeito dele ser feliz e de eu não fazer algo do qual me arrependeria. Eu passei sete anos tentando evitar uma situação como aquela e eu não podia deixar que todos os meus esforços se fossem tão facilmente.

E então ele me surpreendeu e eu não sabia se eu ficava feliz ou se eu chorava.

“Eu tenho que terminar com ela.” Ele disse. “Eu tentei por anos, mas eu volto a cair quando eu penso em você, quando eu vejo você. Eu pensei que eu conseguiria, mas quem eu estou tentando enganar? Eu não sou nada sem você e eu não posso te esquecer se eu te vejo em todas as partes, mesmo quando você não está. Bella, eu te carrego no meu sangue.”

Minha respiração travou.

As lágrimas começaram a cair rapidamente e eu me senti de volta naquela noite de natal.

Ele estava me dizendo tudo o que eu queria ouvir, tudo o que eu queria pra mim e isso fazia o meu coração cair.

O que fazer quando você tem que dizer não á sua felicidade? Quando você sabe que precisa daquilo mais que o ar, mas simplesmente não pode, não deve. Havia um buraco no meu coração e eu passei longos minutos o encarando, vendo seu olhar implorativo.

Ele não podia me olhar daquele jeito.

Ele não podia esperar que eu voltasse pra ele assim. Ele não podia fazer com que eu agisse daquela forma, mais uma vez.

“Eu não posso deixar você fazer isso.” Eu disse finalmente e ele balançou a cabeça conformado, como se já esperasse aquela resposta.

“O que você quer que eu faça, então?” Ele sussurrou.

“Eu quero que você seja feliz.” Eu respondi á ele. “E você nunca será feliz comigo.”

“Foi o que você me disse quando me deixou.” Ele rebateu. “Você acha que eu sou feliz?”

“Você estava feliz.” Eu devolvi. “Estava até eu aparecer e foder com tudo. Eu devia ter tomado uma atitude totalmente diferente essa semana. Eu devia ficar longe de você.”

“Mas você não consegue,” Ele me olhou. “mesmo que você queira, você não vai conseguir. E eu não consegui também, porquê se o que você queria pra mim tivesse acontecido, nós não estaríamos tendo essa conversa agora.”

“É melhor você viver conformado, do que viver comigo. Acredite em mim. Eu não sou mais a Bella com quem você devia passar o resto da vida.” Eu disse urgente.

“Você é Isabella Marie Swan.” Ele sussurrou e me beijou novamente. “Seja qual personalidade você tiver, tenha mudado o que for. Você é a Bella. E eu preciso de você. Você acha que eu gosto disso? Você acha que eu gosto de saber que eu nunca vou tirar você da minha cabeça?”

“Então você devia tentar não sentir mais isso.” Eu respondi debilmente.

Ele bufou. “Eu não consigo ter mais ideias de como tentar fazer isso. Eu vou me casar pra tentar te esquecer, porra! Eu não tenho um antídoto pra você.” Ele parecia frustrado agora. “Você ficou sete anos sem falar comigo, você me deixou e disse que não me queria. Eu devia te odiar e eu queria te odiar, mas eu estou cansado de tentar me livrar de você.”

“E eu estou cansada de tentar fazer com que você entenda.” Eu disse rapidamente. “Eu te amo, você tem noção de como é difícil dizer adeus a quem você mais ama no mundo? Você acha que é duro pra você? Eu sou a vítima e a vilã da história.”

Ele simplesmente me encarou e me beijou novamente.

Esse beijo era urgente e diferente. Ele estava me pedindo mil e uma coisas naquele beijo.

Eu me senti completa e vazia ao mesmo tempo, se aquilo era possível, mas eu não podia deixar de sentir seus lábios nos meus.

Aquilo era a minha paz e o meu inferno.

Suas mãos correram pelo meu cabelo, e eu senti seu coração batendo forte no peito. Eu queria abraçá-lo naquele instante e nunca mais soltá-lo. Mas eu realmente tinha que parar com o beijo, porque eu não conseguia pensar quando ele estava assim.

Talvez aquele fosse um dos motivos por eu não conseguir me afastar dele, porque quando ele estava tão perto de mim, tudo ficava vazio. A única coisa que eu podia pensar naquele instante era como eu o queria pra mim, como eu precisava dele.

Ele mordeu meu lábio inferior e seu olhar estava quente no meu.

“Você sabe que repetir um erro duas vezes é estupidez.” Ele disse ofegante, mantendo sua boca colada na minha. “Você sabe o que fazer. Não deu certo o seu maldito plano de ir embora e talvez você deva tentar outra coisa.”

Ele me olhou nos olhos e então suspirou. “Eu não me casei ainda e você sabe o que dizer. Você só precisa me dizer três palavras. Eu estou aqui esperando por elas, porque eu sei que você vai dizê-las.”

Eu queria chutá-lo agora. De repente, ele estava decido a tentar resgatar o que tínhamos no passado, ele estava usando de todas as suas armas para me ter de volta. Não era justo. Ele sabia ser muito convincente quando queria e eu não era nada além de submissa á ele.

“O que deu em você pra resolver largar tudo agora?” Eu perguntei resignada. “Foi pelo beijo que eu te dei ontem?”

“Foi porquê você é minha.” Ele respondeu com uma segurança invejável. “Eu passei muito tempo duvidando do que você sentia, tentando decifrar você e na verdade, eu descobri. Agora eu sei que você me ama, eu sei que o que você faz e o que você quer, são coisas completamente diferentes.”

Fechei meus olhos e bufei.

Era óbvio que ele sabia. Mas o que eu podia fazer, o que eu queria fazer e o que era certo, eram coisas distantes demais para eu não me sentir confusa e triste.

Enquanto tudo em minha mente me dizia para cortar aquela conversa sem pé nem cabeça e para agir de acordo com a realidade, o meu coração e a minha alma gritavam contradições constantes:

Sim. Eu aceito. Eu quero você. Eu te amo. Vamos fugir daqui. Foda-se o resto, eu quero só você.

Só que não era tão simples. Mesmo que soubéssemos que tudo ficava mais fácil quando estávamos juntos, eu não podia permitir que ele passasse por tanta dor ao ficar comigo. Eu sabia que ele sofreria quando eu saísse da remissão, quando mais um tratamento falhasse não mudando absolutamente nada. Ele sofreria quando eu dissesse que não podíamos ter filhos, sofreria ao me ver morrendo aos poucos, tão aos poucos que eu viveria tempo o suficiente para a dúvida de quanto tempo mais eu teria, se tornar insuportável.

Eu pensei naquele momento em meus amigos Bree e Ryan e em todos os natais e feriados que tiveram que passar comigo no hospital; pensei em Carlisle e em todas ás vezes em que teve que voar para Chicago porquê eu estava em estado terminal, mais uma vez. Eles haviam sacrificado tanto de suas vidas por mim e a ideia de pensar em Edward vivendo isso tudo, me dava asco.

Então eu olhei bem no fundo de seus olhos e lembrei de todos os nossos momentos juntos. Nosso primeiro beijo, nossa primeira transa, a primeira vez em que prometemos ser amigos pra sempre.

Na minha frente eu via o meu passado e o meu melhor amigo; nossa história estava escrita em seu olhar e eu só podia pensar o quão bem ele me conhecia e como eu nunca pude negar nada á ele.

Ele tinha razão. Quem estávamos querendo enganar? Nosso amor era evidente e se parecia muito com os de filmes melosos de uma forma não forçada.

Cada lembrança de nós dois era uma lágrima, mas eu não queria parar de pensar nelas. Eu não podia esquecê-lo e na verdade, eu não queria. Eu não poderia apagar os momentos mais lindos da minha vida, eu não poderia viver sem ele ou sem a lembrança dele viva em mim.

A grande realidade era que nós não queríamos dizer adeus um para o outro.

Era como parar de fumar, as pessoas só conseguiam quando realmente queriam e na maioria das vezes, ninguém quer parar de fumar.

“Só me diga as palavras certas, sardenta.” Ele sussurrou novamente. “Eu vou esperar, afinal, eu te espero desde o dia em que você nasceu.” Ele sorriu.

(...)

Naquela manhã, permaneci reclusa em meu quarto e Edward pareceu não se importar em me acompanhar em um silêncio que durou exatas duas horas e meia.

Eu não conseguia deixar de pensar que todo o esforço que tive por anos para me afastar dele estava sendo em vão, e eu estava ali, ao seu lado, tentando me lembrar de todos os motivos que eu deveria ter para não voltar com ele e cometer uma loucura.

Estávamos deitados na cama juntos, não fazendo absolutamente nada mais além de olhar para o teto de meu quarto, mas aparentemente, quando dois ex-namorados passam a noite em um quarto juntos e são pegos na mesma cama na manhã seguinte, o pensamento não pode ser outro.

Por isso, quando Carlisle apareceu em meu quarto para checar se estava tudo bem e pegou Edward lá dentro, seu olhar parecia nada maior que decepção profunda.

Eu expliquei a ele não havíamos feito nada, porém mesmo assim, meu padrinho me intimou a uma conversa particular em seu escritório.

Resignada, eu tentei andar pela casa Cullen sem esbarrar com ninguém e muito mais especialmente com Izzy e seus pais. Eu não conseguiria vê-la sabendo tudo o que deixei escapar na noite anterior e que beijei seu noivo uma par de vezes em um curto período de algumas horas.

“Parece que eu preciso te dar mais de um sermão hoje.” Carlisle disse seriamente com os braços cruzados, do lado de trás de sua mesa do escritório.

Eu me senti como um lixo no instante em que seu olhar decepcionado me bateu.

Eu sabia exatamente o que estava fazendo quando resolvi beber, e sabia de todas as consequências que aquilo poderia me acarretar.

Mas então, eu já havia bebido quando descobri sobre o casamento e há duas noites quando fomos até a casa Willow. Eu realmente não tinha nada a perder e já estava cansada de me obrigar a não fazer o que eu queria por conta de um estúpido tratamento que não me levaria a nada, assim como nenhum me levou antes.

Eu simplesmente estava cansada e decidida de que não iria mais me foder por conta de tentativas frustradas de tratamentos ineficazes.

“Você decidiu desistir e se matar de vez?!” Ele me perguntou cético, em meio ao meu silêncio.

“Não!” Eu disse em um grito histérico. “Eu só queria... Não sei, padrinho! Eu precisava de um escape pra tudo isso.”

“Você tem noção que pode ter mais uma crise?” Ele me perguntou com uma carranca. “Você quer realmente voltar para o hospital de novo, Bella?”

“Carlisle,” Eu disse suspirando. “Essa não foi, realmente, a primeira vez em que fiz isso nos últimos tempos. Eu não acho que seja um pouco de álcool no meu sangue que me faça voltar para a quimioterapia, eu estou nessa há sete anos. Eu simplesmente cansei de tentar evitar o inevitável.”

“As pessoas com câncer passam por isso, Bella. Você é a prova viva de que isso não é um caso perdido e uma situação inevitável. Estávamos tentando, você está viva e ainda podemos encontrar um maldito doador. Não ponha tudo a perder dessa forma.”

Eu não conseguia enxergar essa superação que Carlisle via em meu tratamento. Eu conheci pessoas que viveram muito tempo na incerteza do câncer e mesmo que tenham vivido um ou dez anos, tiveram o mesmo destino e a mesma vida infeliz que eu levava.

Não era viver, era sobreviver da forma mais instável e triste que existia.

“Eu não estou dizendo que eu estou desistindo, Carlisle.” Eu respondi finalmente, sentindo soluços de um choro contido querendo sair. Meu maxilar doía por não conseguir pôr pra fora aquela angústia, mas eu não podia ser tão fraca e mostrar a ele que na verdade, eu já não tinha mais forças pra lutar.

“Não parece.” Ele observou colocando sua mão na minha. “Por favor, pare de agir como se dissesse adeus todos os dias. Eu pensei que você tinha voltado para que as pessoas que te amam te ajudassem a ser mais feliz, mas quando você me disse que havia voltado para dizer adeus adequadamente,” Ele suspirou e eu pude ver pela primeira vez em anos, lágrimas saírem de seus olhos. “Me mata por dentro ter alguém que eu amo tanto, perder a esperança assim. Eu não vou perder você, minha filha.”

“Você é a melhor pessoa que eu conheço nesse mundo,” Eu funguei sentindo o meu pranto vencer. “Eu não quero nunca te decepcionar, mas eu nunca poderia deixar de pensar que cada segundo que eu vivo, pode ser o último.”

“De todos nós é assim e eu já te disse isso mil vezes.” Ele me falou realmente chorando agora. A imagem era chocante e estranha pra mim. Carlisle sempre havia sido minha força, meu alicerce. Vê-lo vulnerável me desestabilizava completamente. “O seu pai me disse um pouco antes de morrer que a pior coisa era saber que ele fez você ter medo da morte.” Chorei mais forte quando ele mencionou Charlie. “Que quando Renée morreu, ele se fechou tanto que não teve forças de impedir você de ir embora quando descobriu sua doença. E no fim das contas ele teve tanto medo de te ver morrer aos poucos, que quem acabou indo embora foi ele e ele nem teve tempo de se despedir de sua pequena abelhinha Bella.”

“Eu queria tanto poder estar aqui quando aconteceu.” Abaixei minha cabeça sentindo uma dor forte no peito e arrependimento me corroer por dentro. “Eu nunca fui a filha que ele precisava ser, nem mesmo quando ele praticamente implorava ajuda com o olhar.”

“O seu medo e essa ideia de fazer todos sofrerem eram maiores que suas vontades. Não foi culpa sua.” Ele apertou minha mão com força. “O que eu quero dizer é que esse pode ser o último momento de qualquer um de nós e ninguém no mundo pode deixar que essa incerteza nos impeça de vencer. Só te peço que não repita o mesmo erro duas vezes. Não nos impeça de viver ao seu lado, mesmo que você morra amanhã. Qualquer um nessa casa escolheria estar com você até seu último suspiro, porquê te amaremos até seu coração parar de bater e além.”

Percebi que Edward havia dito a mesma coisa a mim antes de Carlisle nos pegar em meu quarto e comecei a divagar se não era o caso de eu tentar uma nova forma de viver.

Antes da minha decisão de voltar para Forks, Bree havia me dito que talvez eu pudesse voltar atrás na minha decisão e há àquela altura, tudo o que eu precisava era de um empurrãozinho e talvez eu fizesse a maior besteira de minha vida: voltar a ter tudo o que eu tinha antes, sem me preocupar com o que o destino tinha reservado pra mim.

“E quanto á Edward,” Carlisle continuou falando. “Vou conversar com ele também e mesmo que você não volte com ele e resolva ir embora, não é certo ele continuar com outra pessoa quando está tão ligado a você. Se é óbvio que vocês ainda se amam, mesmo que ainda não definam o que há entre os dois, envolver outro alguém e fazer essa pessoa sofrer.”

“Eu sei,” Eu disse resignada. “Por favor, não ache que eu sou uma vagabunda, só que é simplesmente... difícil ficar longe dele.”

“Eu entendo,” Carlisle disse com um sorriso triste. “Acredito que eu também não poderia estar com outro alguém que não Esme e mesmo que estivesse, eu não poderia nunca esquecê-la. O primeiro amor a gente nunca esquece.”

“Eu só não quero que ele passe pelo o que você passou, ou o que meu pai passou. Dói demais estar comigo.” Eu disse.

“Isso é uma coisa que apenas Edward pode decidir. E eu tenho certeza que se a situação fosse contrária, você estaria decidida a ficar ao lado dele e não estaria sofrendo tanto assim. Cuidar de quem se ama não é uma dor, é uma necessidade e uma razão de vida.”

Eu refleti sobre o que falou e eu realmente lutaria por ele até o último momento, acontecesse o que fosse.

“Pense sobre isso, Bella.” Carlisle me disse finalmente, “Apenas tome um tempo para você e pese tudo o que tem acontecido. Se você ficar, se você decidir pelo o que é certo, vai perceber que não pode nem mesmo por um segundo desistir e que estaremos ao seu lado de qualquer forma. O nosso sofrimento não será menor se acontecer algo e você estiver distante. Ao contrário, será pior. Assim como foi para o seu pai e para você.”

Naquele instante eu senti que minhas paredes estavam começando a cair. E talvez, só talvez, eu pudesse tentar reparar os sete anos mais infelizes da minha vida.

(...)

“Você vai ter que sair desse quarto em algum momento do dia, Isabella Marie Swan!” Alice disse com os braços cruzados me encarando enquanto eu me escondia por debaixo dos travesseiros de minha cama.

“Pra quê, Alice?” Eu resmunguei. “Depois de ontem, não sei se posso algum dia ter a cara de pau de olhar para Izzy novamente.”

“Bom, você devia ter pensando nisso antes de encher a cara e falar o que vem à cabeça.” Ela me retrucou e eu senti a cama afundando quando ela deitou-se ao meu lado.

“Não precisa me dizer o que eu já sei.” Devolvi me virando de costas para encará-la. “Eu só... Deus!” Eu bufei. “De ontem pra hoje tudo ficou tão confuso que não sei se vou poder raciocinar direito.”

Alice pigarreou.

“Você quer dizer em relação ao que Edward te propôs?” Ela me perguntou arqueando a sobrancelha. “Eu ainda não acredito que ele esteja fazendo isso com a Izzy, como se ele ainda tivesse vinte anos. Ele é um homem e deveria no mínimo terminar um relacionamento antes de começar outro.” Ela disse indignada.

Eu suspirei.

“Ninguém disse que ele vai começar nada, Alice.” Eu a olhei séria. “Ele está muito mais confuso que eu nessa história toda, eu o entendo. O problema é que nós deixamos nossas indecisões tomarem conta e só fizemos merda nos últimos dois dias. Ele está decidido que me quer de volta e vai terminar com a Izzy. Mas...”

“Mas o quê, Bella?” Alice me olhou com uma irritação óbvia. “Isso é o certo a se fazer. Porquê pra início de conversa, ele nem mesmo deveria ter pedido a garota em casamento se ainda amava você. Não interessa se você e ele vão voltar a ficar juntos, mas há toda uma questão de respeito envolvida. Ele não pode se casar com alguém se ainda sente algo pela ex. Ele só foi idiota o bastante pra esperar traí-la, pra fazer o que é certo.”

“Mas não é isso que deveria acontecer, Alice!” Eu me exaltei. “Não foi isso que eu planejei.”

“Você não pode planejar a vida das pessoas, Bella, nem mesmo a sua.” Alice me respondeu. “O problema é que em todo esse tempo você achou que tinha o controle da situação, mas você não tem. Olha só quantas pessoas vão sair machucadas dessa história agora. Deus, Edward esperou até o último momento pra perceber algo que todos nós o dissemos há sete anos.”

Havia tantas coisas erradas naquela situação que eu não conseguia enxergar uma saída concreta, além de voltar para Chicago e fugir de tudo.

Edward não devia ficar com Izzy quando ainda sentia algo por mim; Eu não devia deixar meus sentimentos por ele tomarem conta de minha razão naquela altura do campeonato; Edward não devia ter escondido de Izzy que eu era sua ex-namorada; E eu não devia ter o beijado para que ele pensasse que ainda havia alguma chance de ficarmos juntos.

“Mas ele não pode fazer isso comigo.” Eu disse debilmente. “Ele tem que ser feliz, ficar com ela. Ele não pode me dar a chance de estar com ele de novo porquê­­­­- “

“Por que você não pensaria duas vezes se não tivesse uma outra pessoa envolvida.” Ela me interrompeu completando meu pensamento. “Mas você não percebe que isso é realmente injusto com a Izzy? Ela não pode ser usada como motivo pra você não acabar voltando correndo pros braços de Edward. Ela não pode ser um estepe dele, pra que você não se sinta tão culpada por fazê-lo sofrer.”

Eu franzi o cenho irritada.

“Mas ela não precisa ser isso. Basta Edward perceber que pode ser feliz com ela.”

“Até ontem você estava com ciúmes e agora quer que ela fique com ele?!” Ela me olhou com indignação. “Você realmente precisa ir se tratar, Bella.”

“Mas você não me entende, Allie?” Eu disse a ponto de um pranto.

“Se você não me explicar o que está acontecendo, eu nunca vou poder te ajudar.” Ela me forçou a encostar a cabeça em seu ombro. “Por favor, me explique por que é tão difícil pra você voltar com Edward, já que é óbvio que o que você mais quer é isso?”

Eu quis naquele momento contar a minha melhor amiga tudo o que ela precisava saber. Eu queria que ela me desse conselhos sobre a situação de uma forma que somente ela sabia fazer e que me ajudasse a não explodir com tantas dúvidas e inconstâncias na minha cabeça.

Mas eu não podia.

De tudo, a única coisa que ela entenderia de minha explicação era como eu já estava com o pé na cova e como eu havia sido insensível o suficiente por não contar nada em todos esses anos.

Eu suspirei, então, tentando encontrar a melhor maneira de fazê-la entender.

“Bom, pense que... Pense que eu tenho um motivo muito forte por não poder estar com Edward e que me fez deixar vocês antes. Esse motivo, bem, ele me impede de fazer tudo o que eu quero fazer e tudo o que me deixa feliz. Além disso, Alice, eu tenho a maldita culpa no peito por saber que me afastando eu faço a todos que eu amo sofrerem, mas não mais do que eu faria se continuasse aqui e contasse o que realmente está acontecendo.” Eu disse a ela em um único fôlego.

Ela acenou a cabeça em compreensão e então eu continuei.

“Ver Edward com outra pessoa me dói muito e quando estou com ele, eu não posso evitar de me sentir com borboletas no estômago. Eu quero a todo instante estar novamente com ele e fazê-lo o homem mais feliz desse planeta. Mas eu não tenho esse poder. Eu não poderia fazê-lo feliz, o prendendo em uma relação fadada ao fracasso. E então eu tenho que tentar ser altruísta e pensar apenas na felicidade dele.”

Pigarreei sentindo um bolo de choro entalado em minha garganta.

“Eu planejei ir embora e não olhar pra trás para dar a ele a chance de me esquecer e ser feliz com outra pessoa. Quando eu cheguei aqui Allie,” Eu funguei em seu ombro e coloquei meus braços ao redor de sua barriga enorme. “Eu tinha conseguido tudo. Ele estava noivo e provavelmente me odiava e então eu não precisava me preocupar com o seu sofrimento mais. Eu só não esperava que seria tanta tortura vê-lo com ela, longe de mim. Cada vez que penso nos dois juntos o meu estômago se contraí e eu fico com vontade de vomitar.”

“Bem, você o ama. Não tem como se sentir indiferente a isso.” Ela me disse em uma voz doce e acariciando meus cabelos.

“Mas eu tentei, Allie, eu juro.” Resmunguei. “E quando nos beijamos eu só... eu esqueço tudo. O que é certo, o que é errado. Somos só ele e eu e nada mais importa. E então de repente ele vem e me diz que nunca foi feliz sem mim, que Izzy é somente algo para aliviá-lo da dor e eu começo a pensar que talvez seja melhor esquecer tudo e deixá-lo me amar mesmo que isso o faça sofrer, pois afinal, ele vai ser infeliz dos dois jeitos: sem mim ou comigo. E isso me mata porquê a vida e o destino são uma merda e nada do que eu fiz as pessoas passarem em sete anos valeu a pena e eu só me sinto uma idiota todo o tempo.”

Eu deixei que ela tomasse um tempo para relacionar todas as informações que eu havia jogado para ela tão bruscamente até que ela se virou de frente pra mim e me disse com uma determinação palpável.

“Sempre tenho que dizer a mesma coisa mil vezes, mas eu acho que você vai enfiar nessa cabeça desta vez.” Ela arqueou a sobrancelha esperando que eu a desafiasse, porém eu não disse nada. “Quando você descobriu que estava apaixonada pelo Edward, você pensou em como ele sofreria se não sentisse o mesmo e ainda perdesse sua melhor amiga por conta dos seus sentimentos ‘estúpidos’.” Ela fez aspas no ar. “Quando você não foi aceita na faculdade que Edward queria ir, você pensou em como ele sacrificaria seu sonho apenas para ficar com você.”

“Alice, eu entendi onde você quer chegar...” Eu comecei e ela me calou com um dedo.

“Nã, nã, nã. Me deixe concluir.” Ela disse autoritária. “Quando você achou que estava grávida, você disse que não queria esse filho pelo simples fato de que estragaria o futuro de Edward por obrigá-lo a ter uma responsabilidade tão séria tão cedo. Quando você me contou que não podia ter filhos, você me disse que uma coisa que ajudou na sua decisão de ir embora, era saber que Edward iria perder a oportunidade de ter uma família, apenas pra ficar com você.”

Ela colocou uma mão no queixo em posição pensante.

“Acho que nós temos um padrão aqui, certo?” Ela riu apologética. “Agora em todas essas situações, você realmente chegou a perguntar ao Edward o que ele gostaria de fazer? Você deu a chance pra ele se sacrificar ou não por você?”

“Bom,” Eu dei de ombros timidamente. “Não... Mas, eu sei que ele iria querer ficar porquê me ama e isso é errado porquê eu conheço Edward bem o suficiente pra saber que ele não pensaria no futuro e nem nas consequências de suas ações.”

“Certo,” Alice analisou. “Agora me responda uma coisa: Se Edward não pudesse ter filhos, você o abandonaria? Se você tivesse sido aceita na Darthmount e Edward não, você iria se importar de ir para alguma outra? Se você tivesse que se sacrificar por Edward, você faria?”

Suspirei irritada.

“Não Alice, eu não me importaria e me sacrificaria por ele. Mas pra mim, eu sei o que me deixa feliz em qualquer hora do dia e que basta estar com ele, não importa o quê.”

“E quem disse que pro Edward não é assim também?” Alice bufou. “Eu não me importaria de me sacrificar por nenhum de vocês, porquê eu amo vocês e minha felicidade é estar com vocês. Por que você não simplesmente deixa que o Edward escolha o que ele quer fazer pra vida dele? Ele já é bem grandinho pra saber pesar as consequências de suas escolhas.”

Eu fechei meus olhos, enjoada.

Porque diabos ninguém me dizia o que eu queria ouvir e não me apoiava no que era certo a se fazer?

(...)

Eu conhecia uma expressão de término quando eu via uma. Eu sentia no ar o cheiro de DR latente.

Primeiro, havia o olhar de culpa que alguém do casal teria. Depois, as ações nervosas como andar de um lado pro outro ou mexer o pé sem parar ou roer as unhas com raiva até deixa-las na carne. Claro, havia também a exaustiva e demorada conversa que duraria horas a fio e no fim das contas nenhum dos dois teria resolvido absolutamente e estavam com mais raiva do que quando começaram.

O rosto de Izzy era de ódio. Puro ódio e eu tinha certeza de que se seus olhos soltassem raios lazer, eu já estaria frita.

Edward estava de pé andando de um lado para o outro enquanto Izzy estava sentada na mesa, de braços cruzados.

Eu estava do lado de fora do solário de Esme, observando os dois. Bem, observando não era a melhor palavra e sim, xeretando já que Nessie, Seth e Rosalie estavam comigo ali também.

“Cara, ela vai acabar atacando o cortador de grama na cabeça dele.” Seth sussurrou ao meu lado.

“Eu diria que ela vai sair dali e entrar em uma busca incansável atrás de Bella, pra matá-la sufocada.” Rose disse franzindo os lábios.

Olhei de canto pra ela.

“Obrigada pelo apoio.” Eu resmunguei. “Mas eu acho que ela pode também fazer isso com você.”

Rose franziu o cenho em confusão.

“Por que diabos atrás de mim? Eu não tenho nada a ver com isso.”

“Na verdade, todos vocês têm. Nenhum contou que nós já fomos namorados. A família inteira mentiu pra ela.” Eu disse baixinho.

“Bom, ainda bem que o Edward vai terminar com ela então,” Nessie concluiu com um sorriso. “Seria realmente chato ficar na mesma mesa que ela no casamento.”

“Eu não acredito que vocês estejam levando isso na brincadeira.” Eu bufei. “Vocês não tem consideração pela Izzy?”

“Ter eu tenho.” Rose retrucou logo em seguida. “E é por isso que eu estou apoiando Edward em terminar com ela. Vocês se amassaram pelo amor de Deus! É óbvio que ele tem que fazer isso.”

“Não foi assim, Rose. Eu não sou uma piriguete que ficou com um cara comprometido.” Eu devolvi.

“Eu não disse isso, Bells. Mas aconteceu uma mentira, uma traição. Edward não seria meu melhor amigo se continuasse nessa situação.” Ela disse com um brilho estranho no olhar e eu comecei a desconfiar dela.

“O que foi que você fez, Rose?” Eu franzi o cenho.

Ela levantou as mãos para o alto em rendição.

“Eu já disse que não tenho nada a ver com isso.” Sua expressão era a mais sem vergonha possível.

E então foi um clique. Era óbvio que ela havia conversado com Edward e havia o convencido a terminar com Izzy e voltar pra mim. Ela tinha me pedido mais de uma vez para dizer a ele que eu ainda o amava e sempre reforçava que Edward não tinha nem mesmo se casado ainda.

Eu conhecia Rosalie Hale. Ela era como, se não mais manipuladora que Alice. E eu sabia que Edward sempre fazia tudo o que Rosalie mandava ele fazer. Como quando ela o obrigou a se candidatar a rei do baile do colégio, porquê Emmett tinha quebrado o pé e ela não queria que seu par estivesse “inválido”.

“Foi você não foi?” Eu disse brava.

“Eu o quê, Bella?” Ela soltou um ronco de risada nervosa.

“Você que colocou essas ideias na cabeça dele, não foi?”

“Olha, em minha defesa, não fiz absolutamente nada.” Ela me disse passivamente. “Se Edward está fazendo algo é porquê ele quer fazê-lo. Eu não vou obrigá-lo a fazer algo que não queira, como você faz.”

Bufei e virei meu rosto para solário, onde Izzy agora chorava. “Tanto faz, Rose.”

“Bem feito, idiota.” Nessie sussurrou para Izzy que agora parecia completamente desolada.

Ele havia dito a palavra final. Provavelmente ele usou o famoso ‘não é você, sou eu’, ou o ‘eu ainda não me recuperei do último relacionamento que eu tive’, mas não importa a maneira que falou, nenhuma deve ter sido suave para Izzy.

Descobrir que seu noivo mentiu sobre a ex-namorada de anos, que todo mundo sabia menos você e que ele ainda a queria, devia ser terrivelmente doloroso.

Imaginei naquele momento o que Izzy seria capaz de fazer. Os dois tinham uma vida juntos, moravam juntos, tinham apresentado as famílias e estavam de casamento marcado pra de repente, em menos de cinco dias uma estranha chegar e arruinar tudo pra ela. Senti certo receio do que ela poderia fazer comigo, afinal se a situação fosse contrária, a coitada já estaria cavando a própria cova.

Eles se abraçam por muito tempo, e eu senti minha barriga remexer. O ciúmes era uma merda, mas eu não podia evitar. Eles abraçavam com amor e eu pude notar muitas coisas não ditas ali. Era óbvio que eles se gostavam e eu tinha certeza de que se não fosse por minha relação com Edward ela seria a mulher perfeita pra ele.

Os dois começam a se mexer e a vir em nossa direção.

Eu entrei em pânico e Rose me puxou para ficar embaixo a uma planta enorme.

Eu senti vontade de espirrar, mas segurei quando notei o semblante cansado de Edward e a tristeza nítida de Izzy.

“Obrigado pela privacidade pessoal.” Edward sussurrou deixando Izzy ir em sua frente, rapidamente para o andar de cima.

“Você escolheu uma porra de um solário para fazer isso. Você sabe que as paredes são de vidro ali, certo?” Seth perguntou dando uma de espertinho.

Rose soltou um pigarro nervosa, e então ela olha desconfiada para e mim e se vira para Edward.

“E então, como foi?”

Ele solta um suspiro, colocando as mãos nos bolsos da calça.

“Acho que prefiro falar com a Bella, primeiro sobre isso.” Ele disse e então olha para a planta onde estou escondida.

“Você pode vir comigo em um lugar? Eu já te vi aí.”

Eu sai da planta sentindo meu rosto escarlate e eu sinto Rose nos olhando com curiosidade.

“Eu não estava bisbilhotando.” Eu disse em minha defesa.

“Eu sei que não,” Ele respondeu, seus olhos verdes intensos nos meus. Como era possível eu sentir minhas pernas bambas com apenas um olhar? Eu era uma perdida mesmo. “Você pode vir comigo em um lugar pra gente conversar?”

“E a Izzy?” Perguntei mordendo o lábio inferior.

Era realmente uma falta de respeito eu sair para conversar com ele quando ele havia acabado de terminar o seu relacionamento. Quero dizer, o que aconteceria agora?

Ela e seus pais iriam embora e não ficariam mais para o casamento e nós agiríamos como se nada tivesse acontecido e como se tivéssemos voltado sete anos no tempo?

Não, as coisas não poderiam ser tão simples assim.

Ele tinha coisas a resolver com ela, pois eles tinham uma vida de anos juntos.

E eu simplesmente ainda não sabia o que fazer com todo aquele rolo.

Ele deu de ombros com uma suspiro cansado.

“Ela vai ficar bem.” Ele disse. “Nós já conversamos e ela vai embora hoje com seus pais.”

Acenei em compreensão.

“Vamos conversar, por favor, Bee.” Ele me pediu novamente, dessa vez usando o maldito olhar de cachorrinho que fazia com que eu fizesse tudo o que ele quisesse.

“Tudo bem,” Eu disse nervosa.

Meu coração batia mais rápido que os tique-taques do relógio. Talvez eu estivesse com mais uma crise de asma, tamanho era o meu nervosismo.

O que nós iriamos conversar, afinal?

Eu já havia dito a ele tudo o que eu pensava, e ele já havia dito que esperaria eu dizer que o amava.

Eu precisava pensar com clareza e eu tinha certeza que ir com ele em algum lugar privado, não me ajudaria a pensar.

Ele não tinha mais nenhuma amarra que me impedisse de torná-lo meu, e ele estava disposto a voltar pra mim.

Fodida e mal paga. Era minha situação no momento.

Por favor, por favor, não deixe que os seus hormônios pulem no colo de Edward e que você esqueça o porquê de tudo isso.

Só que, bem, se eu ovulava toda vez que ele chegava perto de mim, seria difícil me controlar se ele estivesse disposto a me seduzir.

Oh. Mate-me. Agora. Com. Uma. Pá.

Continua...


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Notas finais do capítulo

MUAHAHAHA. Só pra constar, é uma fic um pouquinho cruelmente realista. Não é por que ele terminou com a Izzy que tudo serão flores e não é porque a Bella está doente que eu vou matá-la. Por favor, acalmem-se, porquê tudo pode acontecer e vocês não podem ficar mal por antecedência com algo que apenas estão supondo que vai acontecer.
Bem é isso, em breve tem mais.
COMENTEM, RECOMENDEM, ME AJUDEM!!!!!!!!
ROBEIJOS E KRISSES! E SE EU NÃO VOLTAR ATÉ LÁ:
FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO CHEIO DE AMOR, CERVEJA E ALEGRIA!!!!!!