Harry e Gina escrita por acciog


Capítulo 5
Um adeus.




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O dia seguinte amanheceu cinza, mas aos poucos o Sol ia surgindo, fazendo uma mescla bonita.

Harry acordou, ficou admirando a paisagem por alguns minutos e depois desceu até o primeiro andar.

Ninguém se virou para ver ele, mas Harry, mesmo assim, pode ver a tristeza no rosto de casa um ali presente.

Harry deu uma olhada pela Toca, e viu Andrômeda Black sentada no sofá segundo uma criança em seu colo. Era seu afilhado, Teddy. Harry sentiu pena daquele garoto, nunca iria conhecer os pais… Mas então, ele de deu conta do quanto os dois tinham em comum. E o bebê não estava sozinho, ele tinha a avó, os Weasleys, o próprio Harry. E não haveria gente tentando o matar a todo o momento. Harry ficou observando a criança, confuso em relação aos sentimentos a Teddy.

Ele começou a olhar a casa novamente. Percy estava sentando em um poltrona, com a cara vazia, com os olhos fitando o chão. Rony e Hermione, que estavam de mãos dadas, estavam sentados ao lado de Jorge no sofá, os três estavam com a mesma expressão de Percy. Gina estava de pé virada para uma estante e parecia estar arrumando algo, mas não parecia entretida com o que fazia. O Sr. e a Sra. Weasley estavam na porta, virados de costas para onde Harry estava.

Então Andrômeda se virou para ver quem havia se juntado a ela.

– Harry - cumprimentou ela com a voz baixa.

O garoto correu e a abraçou com força mesmo que não tivesse tido muito contado com ela durante todos os anos que a conhecia.

– Eu… - Harry não encontrou palavras. - Eu sinto muito.

– Todos nós sentimos, Harry - suspirou Andrômeda.

Harry não respondeu nada e observou a mulher se sentar novamente. Ele olhou todos que estavam presente, e se sentiu tão pequeno diante da tristeza que reinava ali, então ele foi até onde Gina estava.

Harry e pegou a mão da menina e ela se virou pra poder olhar ele melhor. Os olhos de Gina eram, assim como de todos, vazios. Harry se perguntou se seus olhos também estavam assim, porque ele se sentia vazio.

Ele abaixou a cabeça e ficou olhando as mãos da menina na dele. Gina colocou uma mão no queixo de Harry e puxou seu rosto pra cima. Eles ficaram de olhando por um bom tempo. O silêncio era completamente estranho na Toca, não pertencia aquele lugar.

Depois de algum tempo, Gina fez sinal com a cabeça pra que os dois fossem pra fora. Harry deixou ela o conduzir, segurando sua mão.

Os dois por um minuto em silêncio, de mãos dadas, encarando o chão.

– Vamos ficar por aqui mesmo - a voz de Gina saiu meio rouca e ela se sentou no chão. Harry sentou ao seu lado e apoiou a cabeça do ombro da menina, ouvindo atentamente sua respiração.

Eles não tinham muito que falar, o vazio chegava a doer, e muito. Mas de certa forma, era bom estar fora da casa.

– Acho que eles estão indo pra lá - disse Gina um tempo depois, vendo um movimento na porta da casa.

– Vamos então - Harry ficou de pé em um salto e estendeu a mão para Gina levantar.

Os dois caminharam até onde Molly e Arthur estavam.

– Ainda bem que vocês já vieram. Já estamos indo. - murmurou Molly.

Então, todos os Weasleys, Andrômeda, Teddy, Harry e Hermione seguiram em silêncio para o oeste da Toca. Harry não sabia pra onde estava indo, nunca tinha visto um cemitério ali perto, mas também nunca houve necessidade de procurar por um.

Eles andaram durante uns dez minutos, até que Harry pode ver alguns retângulos de mármore na horizontal e algumas lápides na vertical, onde deveria estar escrito os nomes dos falecidos. Em meio aos túmulos havia uma tenda grande, apoiada com algumas madeiras aparentemente frágeis. Bom, provavelmente, eram frágeis e estavam sustentadas por magia. Sob a tenda, havia três "mesas" e a cada uma havia um caixão sobre elas. As mesas estavam erguidas, mas ainda sim, dava pra ver as lápides que estavam do lado.

Assim que eles entraram em baixo da tenta, Harry pegou a mão de Gina.

A cena era como um pesadelo. Não aqueles pesadelos em que há monstros por todos os lados ou um maníaco com algo bizarro na mão. Não. Era aquelas pesadelos em que você acorda chorando e suspira de alívio ao acordar; mas a diferença é que Harry não ia acordar… Nem chorando, nem suspirando, nem de forma alguma. Era real. Fred, Tonks e Lupin estavam diante dele, imóveis, pálidos e de olhos fechados.

Harry sentiu Gina apertar com força sua mão e ele fez o mesmo. Logo, os suspiros e os choros começaram a invadir o silêncio.

Harry não sabia o que pensar. Ele queria ver Fred levantar com um sorriso no rosto. Queria ver Lupin e Tonks confortar Teddy que chorava descontroladamente ao seu lado. Harry viu então a lapide que estava do lado do corpo de Fred:

              Fred Weasley(1978 - 1998)

"Toda vitória há seus sacrifícios. O seu sorriso e sua alegria ficara                       conosco, pra sempre."

A placa de Tonks e Lupin era uma só, assim como os dois.

Ninfadora Tonks -  Remo Lupin

   (1973 - 1998)        (1960 - 1998)

"Não existem barreiras para o amor, não existem barreiras para a vida. Toda vitória há seus sacrifícios."

Harry sentiu seus olhos encherem de lágrimas e ele as enxugou com a manga da blusa.

Praticamente toda a Armada de Dumbledore e a Ordem da Fênix estavam presente. Jorge e Angelina ficaram perto um do outro, era como se os dois se compreendessem.

Parecia que o tempo havia parado ali. Gina soltou alguma lágrimas no ombro de Harry e ele a abraçava quando surgia as lágrimas no olho da garota. Os dois não soltaram a mão nem um segundo, nem mesmo quando os amigos vieram abraçá-los. Era uma forma de Harry demonstrar a Gina que ele estaria com ela a partir de agora, independente do que acontecesse.

O fim do enterro foi sem dúvidas, a parte mais triste de todas. Ver os três descendo lentamente até encaixarem perfeitamente no buraco cavado era doloroso.

As mesmas pessoas que vieram da Toca retornaram a ela, mas agora, Gui e Fleur estavam junto ao grupo.

Ao chegaram a casa, todos param e ficaram na sala, em silêncio, nem saber o que dizer. E todo mundo se espalhou novamente, mas Harry observou em especial Jorge, que foi para um canto sozinho.

Uma voz gritava dentro de Harry: "Egoísta, você é egoísta!" Doía muito olhar para Jorge então Harry decidiu ir falar com ele.

– Eu sei como é isso. - começou Harry - Perder uma pessoa que você ama. Eu perdi muitas, e por muitas vezes, pensei que era o fim. E acredite, não foi. Até hoje, quando falam deles, dói. Principalmente meus pais, porque eu posso ser O-Menino-Que-Sobreviveu, mas me sinto de certa forma culpado pela morte deles. E, posso ser o Harry Potter, mas por muito tempo eu sofri, sem mãe, sem pai. Sem alguém pra me confortar quando eu era só uma criança. Nunca pude fazer birra, ouvir as histórias que meus pais tinham pra contar. Então, se eu não fosse o Harry Potter, até hoje eu poderia ter eles comigo.

"Fiz amigos, coisa que nunca tinha tido na vida, e encontrei os melhores amigos do mundo. - Ele olhou para Rony e Hermione que estavam conversando um pouco a frente deles, e pelo canto do olho, pode ver Jorge fazendo o mesmo - Encontrei, depois de muito tempo, um lugar onde eu me sentisse em casa, Hogwarts. Depois, conheci a família maravilhosa de vocês. Entendi, finalmente, o significado disso. Então, eu encontrei meu padrinho e alguém que eu podia muito bem considerar um pai, Dumbledore, e de repente, eles foram "arrancados de mim". De novo, me senti sozinho, e queria morrer. Pensei que toda a minha vida seria dedicada ao Voldemort e não queria isso. Cheguei a peguntar a Nick-Quase-Sem-Cabeça como os mortos poderiam voltar, e se Sirius poderia ficar vagando por aí, assim como ele. - Harry deu um suspiro longo. - Então, todos estavam lá, me acolhendo.

"Comecei a olhar Gina com outros olhos, e.. hum…, você sabe. Então pensei em tudo o que poderia ter perdido se meus pais não tivessem morrido. Não quero dizer que a morte deles foi boa - Harry sentiu um nó na garganta. Nunca havia falado diretamente sobre como se sentia em relação a morte dos pais dele com ninguém. -, de maneira alguma. Mas compreendi que tudo vem por uma razão. Se eu não fosse criado pelos Dursleys, talvez não fosse tão durão e maduro pra encarar tudo isso. Se eu não estivesse sozinho na minha primeira viagem para Hogwarts, talvez Ron nunca tivesse entrado naquele compartimento, e eu não conhecia as pessoas que estão comigo até hoje. Talvez não tivesse conhecido Gina, a pessoa maravilhosa que ela é, e como já disse, todos vocês.

"Isso me fez pensar que nem tudo é como a gente pensa que é. A gente pensa que é o fim, mas não, de forma alguma. É apenas um recomeço. Dessa maneira que eu prefiro ver. Até porque, eles vão sempre estar com a gente. Só que agora, nos nossos corações."

Harry não sabia que tinha feito era certo, mas sentia a necessidade e havia feito.

– Sabe… - começou Jorge falando não só para Harry, mas pra casa inteira. Todos ficaram surpresos por ele ter falado em alto e bom som, já que não falava assim desde a morte do irmão - Nenhum deles morreu em vão. Cada um deles lutou. Cada um deles lutou por nós. Para que a gente pudesse ficar em paz em um mundo sem Comensais da Morte, sem… Voldemort.

Todos esperaram e ele continuou:

– Estou falando sério. É triste, muito. Vocês não imaginam como estou me sentindo, e não posso imaginar a dor de perder um filho… - Jorge olhou para os pais e depois pra Andrômeda. - Mas eles morrem de pé. Devemos nos orgulhar por eles terem sido corajosos pra irem até aquela batalha.

"Repito: nenhum deles morreu em vão. E não foram só eles. Digo de todos, Sirius, Dumbledore, até mesmo seus pais Harry - Harry se surpreendeu, mas deixou o rapaz continuar - Todos eles estão lá em cima, olhando por nós. E quem disse que eles se foram pra sempre? Eles estão aqui - Jorge levou a mão até o peito, onde ficava o coração. - Pra sempre. Por mais que alguém tenha tentado tirar isso de nós… Não conseguiram.

Todos ficaram olhando Jorge como se ele tivesse enlouquecido. Mas as poucos, eles foram dominados pela verdade de suas palavras. Eles podiam não estar mais presente fisicamente, mas estariam nos corações de casa um.

De repente, todo o silêncio havia ido embora da casa, todos estavam até sorrindo. Agora sim, Harry podia reconhecer a Toca que conhecia.


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