(Sobre)viver escrita por Luiza Holdford 2


Capítulo 3
Capítulo 3 - Inexplicável


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pelo atraso de um dia, e espero que o capítulo atenda as expectativas de vocês!
Qualquer erro, avisem. Eu terminei o capítulo agora e ele não foi betado.



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Ela se chama Elena Gilbert, e tem 16 anos. Mora, ou morava, com os pais e o irmão no número 2104 da Maple Street. Eles se chamavam Greyson e Miranda Gilbert, e eram participantes ativos do Conselho de Fundadores. Ele se chama Jeremy.


Às vezes a irmã da mãe, Jenna Sommers, os visitava. Mas ela não morava em Mystic Falls mais. Até agora.


Ela tinha uma melhor amiga perfeita, um namorado perfeito e uma vida perfeita. Era animadora de torcida, tinha uma vida social vibrante e uma família que a amava.


O acidente destruiu tudo isso.


Eu estava no jardim da casa dela. Sua estranha semelhança com Katherine me fascinava e assustava, e eu não conseguia me afastar dela. Era como se ela tivesse sua própria gravidade, sempre me puxando de volta. Eu precisava entendê-la.


Eu não poderia entrar, mas nada me impedia de ouvir e ver pelas janelas.


A chave virou na fechadura, e duas pessoas entraram, Elena e a tia. Uma mala caiu com um estrondo no chão e passos ressoaram na escada. Talvez Jeremy.


– Jeremy! – a voz dela, era linda, soou confirmando minhas suspeitas. Mais passos, e o som de dois corpos se chocando suavemente em um abraço – Está tudo bem? Vai ficar tudo bem!


– Elena! Eu que te pergunto se está tudo bem! Está muito machucada? – respondeu uma voz masculina


– Não, está tudo bem comigo. – ela tentava reprimir soluços – Eu só quero subir e me deitar um pouco...


– Vamos deixa-la descansar um pouco – a voz da tia se aproximou dos dois – Enquanto isso, nós faremos o jantar, certo Jer?


– Certo. Fique bem, Elena. – Jeremy falou, e mesmo que ele parecesse calmo, ele estava destruído também. Mas ele tinha que parecer bem, apoiar a irmã. Ele era um bom irmão.


Antes de Elena chegar, eu já estava ali. Eu o observei. Ele estava o mais transtornado o possível. Elena não iria ver, mas o quarto dele estava detonado, ele tentou colocar suas frustações na mobília. Claro que não conseguiu.


Dois pares de pernas foram para a cozinha, e eu pude ouvir pratos e panelas serem remexidos. Delicados passos, porém, subiram as escadas e entraram em um cômodo. Para a minha sorte, ao lado da janela dela tinha uma árvore, e eu poderia observá-la.


Sentado em um galho, eu pude ver Elena deitada de bruços em sua cama. Seu coração batia rápido, e ela abafava os soluços no travesseiro, enquanto um rio saia por seus olhos. Ela chorava compulsivamente agarrada a um ursinho de pelúcia.


Eu não podia ver aquilo e não fazer nada, e eu também não podia fazer nada. Por horas, eu fiquei ali tentando entender o que me mantinha sentado ali, vendo-a chorar. Na verdade, me doía a ver assim, eu queria entrar naquele quarto e abraça-la, sussurrar em seu ouvido que tudo ficaria bem, niná-la até quer dormisse e nunca mais ir. Eu não conseguia entender o que eu sentia por aquela menina. Já não era mais por Katherine, a muito eu não amava Katherine. Nem mesmo a aparência importava.


Aos poucos, sua respiração foi cedendo, as batidas do coração acalmando, e ela adormeceu profundamente. Ela era tão pacífica dormindo, e tão linda que eu poderia ficar observá-la para sempre, e nunca me cansaria.


Eu estava apaixonado por Elena Gilbert, e eu não deveria estar. A lista de problemas em que ela teria por ficar comigo era extensa, mas eu não pude evitar. Talvez... Se eu nunca me aproximar realmente, esses problemas não cheguem. Ela não precisava saber que eu estava ali, mas eu estaria.


Já deviam ser meia noite quando eu finalmente saí daquela janela, e a rua toda ressoava tranquila, todos dormindo na segurança de suas casas. Eu, no entanto, iria enfrentar uma fúria na minha. Zach não iria gostar nada de saber que eu iria ficar.


Bem, minha casa, minhas regras. Eu iria ficar independente do que ele pense sobre isso.


(...)


– Você vai o quê? - ele gritou logo após ouvir a notícia. Mais previsível impossível...


– Ficar aqui. Na minha casa. – fiz questão de frisar a quem realmente pertencia a casa.


– E para que você quer ficar aqui mesmo? – ele questionou


– Não sei... Saudades da minha cidade? – “ah não, Zach, estou aqui para perseguir uma garota”.


– Não colou – ele revirou os olhos – A verdade agora.


– Hm... Alguém? – o mais inexplicável é que ele começou a rir...


– Você? Apaixonado? – e ele riu mais ainda


– Bem, 17 anos, hormônios em ebulição, você sabe... – não pude deixar de sorrir com a minha própria piada. Ora essa, eu, fazendo piadas! As coisas estavam mudando mesmo.


– Você me garante não irá atrapalhar a cidade? – ele voltou a ficar sério – Isso inclui não matar pessoas.


– Fique tranquilo, eu não faço isso – ou não fazia mais, não importa agora – Nossa cidade ficará segura.


– Ok, eu só vou para o meu quarto... – ele deu as costas, indo para as escadas – Sinta-se em casa, ela é sua mesmo...


Subi para o meu quarto também, e ele parecia o mesmo de sempre. Eu mantinha um quarto ali para quando eu vinha checar qualquer morador dessa casa. Meus “tios”.


Após me livrar de minha camisa, me deitei na cama, encarando o teto. As coisas estavam indo rápido demais para quem já tinha se acostumado com o arrastar dos dias, todos eles exatamente iguais ao anterior. Eu só era tirado dessa mesmice quando minha grande amiga Lexi estava comigo. Era quando eu era um Stefan diferente, animado, divertido, que poderia até mesmo ter uma noite doida com Jon Bon Jovi ou ficar bêbado na Estátua da Liberdade. Eu sentia falta desse tipo de coisa.


Elena despertava outro lado em mim, um que nem Lexi conseguia. O lado que amava. Não amor de amigos, mas de um homem por uma mulher. Eu “conhecia” essa garota há tão poucos dias e eu já me sentia assim. Era inexplicável, ela não fez nada de extraordinário, mas eu podia sentir que ela era diferente de Katherine. Eu podia sentir que ela era a pessoa certa para mim. Alguém que eu poderia amar independente de tudo, e me amaria de volta. Eu sentia isso. Eu sentia que ela poderia me libertar da prisão que eu mesmo impus para mim.


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Notas finais do capítulo

Comentários são muito bem vindos e me estimulam a escrever mais! Me digam o que acharam da capa também, eu que fiz!kkkk' Orgulho de mim...
Até sexta ou sábado que vem e um próximo capítulo! :)
(o Stefan tira a camisa em homenagem a duas lindas que me aturam e leem a fic, Dai e Lari, o resto não fique com ciúmes por favor! kkkk' Farei mais disso daqui para frente, prometo)