- Charllote Narra - 

Como hoje eu não tinha ido no cemintério , fui na igreja orar pelo anjinho que eu supostamente matei. Ao menos acho que aqui não corria riscos de ser reconhecida , outra vez. Bem , eu pensava isso , até alguém me chamar.

- Angel? - me chamaram. Me virei pra encarar a pessoa e era Justin. O quê? Mais ele agora me segue? Meu Deus , amanhã esse menino vai saber de tudo do jeito que isso ta ficando!

- Você? Que ta fazendo aqui? - perguntei assustada.

- Bem , eu vim falar com o padre , sabe ... minha mãe. E você? - Ele me perguntou. Eu comecei suando e pestanejando muito depressa , faço isso quando fico muito nervosa.

- Ahm ... é .... eu ahm ... - suspirei. É , eu sou péssima com mentiras. - Estou orando. - tentei falar verdade omitindo aquele assunto.

- Orando? Por quem e porquê? - Justin quis saber. Chiça garoto curioso.

- Por ... ahm ... minha avó. É. Porque ela faz uns bolinhos ótimos. - me desculpei pessimamente.

- Você ta rezando pelos bolos de sua avó? - Justin prendeu o riso. - Não podia fazer isso em casa? 

- Não. Tou rezando pra ela ter saúde e pra que o campo de meu avó de sempre trigo pra farinha, é. Eu podia fazer em casa isso , mais eu também preciso de falar com o padre. - eu nem sei como disse isso. Sério. Me elogiei mentalmente por me ter lembrado de algo assim.

- Você é do campo? - Justin se aproximou e sentou ao meu lado.

- É , sou sim. - respondi envergonhada. Olhei pro chão e naquele momento o padrão do tijolo era muito mais interessante que olhar pra Justin e ele me ver corada.

- Não precisa corar. - Justin levou sua mão até meu qeixo e levantou minha cabeça. Nos olhamos nos olhos e logo me lembrei de como seu olhar é hipnotizante. Seus olhos eram mais ou menos da cor do mel cabelo. Justin ia se aproximando mais e mais até que alguém " tossiu ". 

- Aham. - alguém tossiu. Alguém = padre.- Igreja não é sitio pra namorar crianças.

- Nós .. nós , nós n-não somos namorados , não. N-nada disso. Longe. S-somos colegas de e-escola. M-m-me desculpe. - Eu gaguejei tanto , mas tanto que era até vergonha. Apenas ouvi Justin rindo.

- Nos desculpe. Agente não namora. Tavamos conversando Senhor. - Justin se/nos desculpou.

- Aham.. Sei. - O padre disse. - Que estão fazendo aqui? São bem-vindos na casa de Deus , mais decerteza não estão aqui sem motivo.

- Eu quero entregar pra você o dinheiro pro enfeite da igreja. Minha mãe mandou eu entregar. - Justin deu dinheiro pro padre.

- Obrigado moço. - padre me olhou. - E você Charllote? 

- Eu ... eu .. eu vim ... ahm ... orar. - suspirei contando a verdade.

- Ah , tá bem então. Boa noite. - o padre voltou pra salinha lá dentro e nos deixou sozinhos. 

Vendo só nós dois ali , eu peguei minha mala e fui em direção da porta , muito apressada. Justin me seguiu.

- Está fugindo? - Justin se pos na minha frente.

- Não.. eu tenho de ir. - Disse nervosa.

- Primeiro me deixa fazer uma pergunta. - Justin pediu e eu apenas assenti com a cabeça. - Que e que você tanto esconde? 

- Nada. - respondi muito rápido. - Olhe o céu , vai chover. Tenho de ir mesmo. 

- Você vai á pé? - Assenti. - Eu levo você. 

- Não é preciso. Sério. - eu recusei seu convite.

- Sério , eu te levo. Você vai pegar gripe se for a pé. - Justin me avisou. Eu queria muito ir com Justin mais se meu pai visse eu certamente ia ter minha vida mais complicada do que já é. Meu pai não quer me ver com garotos até eu ter 20 anos. É um abuso! Mais eu compreendo , né. Ele só ta preocupado. Tem medo , assim como eu. Medo do que os garotos podem fazer comigo. Além disso meu pai sabe que eu sou gozada na escola. Ele sabe tudo. Ele e mamãe.

- Tá , eu vou. - aceitei consciente do que iria acontecer.

Justin me levou pra casa e parou em frente á minha porta.

- Então , nos vemos amanhã, na escola. - Justin disse. 

- É , tchau. - eu me despedi dele. Quando estava saindo do carro Justin segurou meu braço com força me virando pra ele. Ele se aproximou mais , mais e mais. Nossos narizes se roçaram , e nossas respirações se confudiram. Quando vi o que ia acontecer virei a cara e Justin me deu um beijo fofo na bochecha. 

- Agora , tchau. - Justin , ao contrário do que eu pensava , disse sorridente. Pensava que depois de eu ter recusado seu beijo ele iria tar bravo , mais não. Saí do carro e graças a Deus nao estava ninguém na janela vendo nada. 

Tirei as chaves da mala e abri a porta. Entrei em casa suspirando.

- Quem era aquele garoto? - meu pai perguntou me dando um susto de morte.

- AIII CREEEEEEDO! - gritei com o susto.

- Quem era o garoto Charllote Angelinne? - papai me perguntou calmo e quando ele pergunta calmo é pra não explodir. É eu estava ferrada. Primeiro Justin na igreja quando me descobrindo , agora papai? É , os sarilhos andam me perseguindo.