- Charllote narrando - 

Eu estava na sala de aula com Amy , minha melhor amiga.
- Charllote , amiga , você quer ir ao shopping depois da aula? - Amy me perguntou.
- Me desculpa , mas não posso. Você sabe porquê. - sorri-lhe timida.
- Amiga , você tem de se libertar , não pode tar sempre fechada. Sei que você passou por muito , mais eu admiro você. Nem sei como você tem sempre um sorriso na cara. Deixa de ir ao cemintério. Isso te faz mal. - Amy me aconselhou. 
- Não Amy. Você sabe que é importante. Não posso falhar. Vai você e arranja gatinho , haha. - eu responder alegremente ás gargalhadas. Quando olhei para a porta da sala de aula estava lá Justin Bieber. O garoto popular. Ele era lindo, charmoso. Todas as garotas o perseguiam. Menos eu e Amy. Bem , Amy já teve com ele e se arrenpendeu porque pensava que ele gostava dela , mais não. Eu tinha avisado ela , mas fiz meu papel e ajudei ela a ultrapassar isso. Vi que ele tava olhando fixo em mim e eu sorri pra ele. Um sorriso sincero. Ele me respondeu com um sorriso luminoso. Também sincero. Logo Amy me sussurrou no ouvido. 
- Não tenha esperanças. Sabe como ele é. Ele não presta. - sussurrou-me Amy.
- Não seja assim miga, ele que perde! - disse á ela e olhei triste pra Justin. 
O dia passou depressa , e Justin parecia me observar de longe , mas mesmo estando acompanhado pelas meninas da torcida. Despedi-me de Amy , fui pra casa e deixei lá mochila e saí pro cemintério. Cheguei lá , aproximei-me da campa pequenina e me ajoelhei. E chorei. Chorei muito.

- Flashback On -  

- Querida , você não é virgem? - perguntou minha mãe chocada. 
- Sou mamãe , eu sou! Juro por tudo! - disse eu já chorando.
- Então me explica porque sua menstruação está muito atrasada! - mamãe gritou.
- Mamãe , eu não sei , mamãe. Mais veja , passei o mês todo com você, é impossível eu ter tido algo com um garoto! - expliquei-me chorando.
- Charllote! - minha mãe me olhou com lágrimas no olho. - Você só tem 13 anos! 13!
- mamãe ... - chorei.

- Flashback Off -  

Naquele dia descobri que tava grávida. Mesmo sendo virgem. Eu tinha sido violada enquanto dormia. E nem tinha sentido nada. Aquele dia pareceu o fim do mundo pra mim. Eu era uma criança. Mamãe me ajudou muito e foi comigo á uma clinica e fizemos aborto. Mamãe queria meter aquela coisa no lixo , ela até pedu ao doutor. Mais eles lá tinham aquela regra ridicula de mandar as crianças que fizeram aborto pra um cimintério ao lado da clínica. Eu ia lá muitas vezes. Porque aquilo arruinou minha vida. Eu vivia numa aldeia pequena e as coisas se sabiam muito rápido. Quando descobrimos aquilo mamãe contou pra minha madrinha e ela contou pra minha tia que gosta muito de fofoca. Logo todos souberam , e mesmo depois do aborto todos me olhavam de lado. Era horrível. Eu chorava todos os dias. Mais papai não sabia. Agente viajou e mentiu dizendo que eu ia numa viagem de escola. Ela não podia ir porque trabalhava muito. Quando papai descobriu ficou muito zangado , comigo e com mamãe mais passados alguns dias ele compreendeu. Mudamos de cidade. Mais eu continuo vindo aqui lembrado tudo isso. Lembrando como isso me fez perder meus amigos, minha vida. Eu nunca tinha beijado garotos e fiquei daquela maneira. Foi a pior   coisa que já me aconteceu. Fiquei infértil. Não posso ter filhos. Mais os médicos não sabem ainda. Dizem que como sou nova talvez o organismo melhore. A minha vida ficou estragada.
Eu chegava lá e rezava. Rezava pra que algo daquele género nunca mais me acontecesse. Rezava pra que aquele anjinho que eu decidi matar , estivesse bem. Eu mandei matá-lo , mais tinha de ser.
Eu o amo ,  porque apesar de tudo ele não teve culpa. 
- Me desculpa , bebê - me desculpei pra campinha e mandei pra lá uma flor.
Três campas ao lado de mim , tinha uma senhora ajoelhada com um rapaz. Ela estava chorando e ele estava apenas olhando fixo pra campa. Naquele momento eu senti medo. Senti medo que fosse alguém conhecido e me visse ali. Certamente iria descobrir. Meu coração começou a bater forte e o rapaz me olhou e eu pude ver quem era. Era Justin. 
Minhas lágrimas continuavam correndo ,  e eu só tive tempo de fugir. Fugir e rezar pra que ele não me tivesse reconhecido. Rezar sobretudo , pra que ele não descobrisse meus segredos.