Era uma tarde entediante em uma cidade no interior da Nova Zelândia. Yukio estava em sua casa, na qual morava com seu avô, debruçado na janela de seu quarto. Ele tinha cabelos verdes, espetados e presos num rabo de cavalo, seu olho direito roxo e o esquerdo, que era verde, tapado por um tapa-olho com a letra Y bordada, pele morena, usava uma camisa verde regata por cima de uma roxa de mangas curtas, short preto, tênis vermelho, tinha estatura mediana, nem gordo, nem magro, com uma cicatriz em seu braço. Tinha 15 anos.

– Yukio! - Chamou seu avô. - Vai se atrasar para a escola!

O rapaz não disse nada, apenas pegou sua mochila e saiu de casa, indo para a escola. Lá, todos voltaram seus olhares imediatamente para ele, como de sempre. Alguns garotos foram em sua direção.

– Ei moleque, qual o seu nome?

– Vocês sabem o meu nome, perguntaram isso semana passada!

– Mas esquecemos!

– Yukio Daniel Frost...

Os garotos começaram a rir.

– Que nome estranho!

– É melhor ter um nome estranho do que tirar meleca e colocar na porta do armário!

Todos ficaram em silêncio, olhando para o líder do grupo, espantados. Algumas meninas sussurravam "Que nojo...". Provavelmente, ele tinha perdido sua fama de popular e "bom partido" com todas as meninas do colégio.

– Só porque você comprou aquele jogo idiota, fica se achando...

– Errado. Só porque eu comprei o Virtua.Net e derrotei metade do colégio, eu fico me achando - corrigiu Yukio, com um sorriso sádico no rosto.

Uma briga já ia começar, mas o sinal tocou, indicando o início da aula.

Depois de algumas horas, o sinal tocou novamente, ou seja, a aula tinha acabado. Todos estavam indo para suas casas, exceto o rapaz de cabelos verdes. Ele foi andar em outro caminho. Enquanto caminhava, ouviu barulhos, como cachorros rangendo. Mas estava tudo escuro, não dava para ele ver nada. Ao ouvir um latido, correu o mais rápido que pôde. Tinha trauma de cães. Entrou em um beco, pulou uma cerca, e continuou correndo, mas um cachorro o alcançou, pulando em suas costas e fazendo Yukio cair, gritando.

– Sai de cima de mim! Sai de cima de mim!

Até que percebeu que alguém havia chutado o cão para longe. Se levatou e o encarou. Estava suando.

– Um cachorro? Sério?

O garoto que falou isso tinha aparentes 17 anos, cabelos pretos grandes(como o do L), olhos pretos, usava uma camisa de manga longa preta com a gola vermelha levantada, calça jeans azul escura e tênis pretos, tinha um corpo magro e físico esbelto, além de ser um pouco alto. Usava também uma capa preta, assim como os outros garotos atrás dele.

– Q-quem são vocês?!

– Meu nome é Luke Hasher, um jogador de Virtua.Net da Inglaterra. E esses são os outros membros da minha equipe, a The Darkness.

– The Darkness? Uma equipe para o torneio?

– É claro. O mais forte - disse Luke.

De trás dele, saiu um rapaz ruivo, de 16 anos, com a mesma capa que os outros usavam.

– Soubemos que você é um ótimo jogador da Nova Zelândia. Entre para nossa equipe - disse ele, estendendo a mão.

Yukio pensou um pouco. Eles pareciam malvados, e tinham acabado de maltratar um cão... Bem parecido com ele. Apertou a mão do ruivo, entrando para a equipe. Um membro colocou a capa nele.

– A propósito... - Começou o ruivo. - Meu nome é Ícaro. Ícaro Shinshi, um jogador do Japão.

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Na mesma noite, Yukio chegou em casa, ainda com a capa. Seu avô estava na sala e logo perguntou onde ele estava e como tinha conseguido aquilo. O rapaz disse para ele que iria para o torneio e foi para seu quarto. Foi para seu quarto, pegou um cubo metálico com linhas azuis, que se transformava na máquina de qualquer jogo virtual, mas, com o disco de Virtua.Net dentro, se transformava em sua máquina. O colocou em sua mochila, com alguns livros e roupas, desceu, colocou comida e saiu de casa.

– Espere aí, Yukio! Eu estou mandando você ficar em casa!

– Eu tenho que vencer esse torneio, velho. Você não entende o que eu senti quando meus pais morreram naquele acidente.

– E como você acha que é perder um filho? E agora vou perder um neto?!

Ícaro, que via os dois conversando de longe, pegou o celular e ligou para uma velha conhecida. Ouviu, do outro lado da linha, a voz de uma garota extrovertida dizendo "Ícaro-kun! Cómo estás?"

– Keiko? Está falando espanhol agora?

– É que estou no México! E você, ainda no Japão?

– Sim! A propósito, no dia da abertura do torneio, não me espere para entrar! Farei uma surpresa!

– Ok!

– Bem, era só isso. Tenha uma boa noite, Keiko-chan!

– Buenas Noches, mi amigo!

O rapaz desligou o celular e viu que Yukio ia em sua direção. Estavam prontos para partirem.

– E bem-vindo à equipe, Yukio-sama... Nosso líder.

Num hotel do México...

– Quem era, Keiko? - Perguntou Luna.

– Ícaro Shinshi, meu amigo de infância! Ele também está na equipe, mas vai nos encontrar no dia da abertura!

– Que estranho - disse Anne. - Não seria melhor se ficássemos juntos de uma vez, para nos tornarmos amigos logo?

– Você quer ficar com o Ícaro-kun, Anne-chan? Bem, já posso te adiantar que ele é bonitinho, é ruivo, tem 16 anos e... - Brincou Keiko.

– Não é isso sua boba! - Disse Anne, jogando um travesseiro na garota, que começou a rir. - Ah, você entendeu muito bem!

As três garotas riam com a brincadeira de Keiko. Estavam com seus pijamas, prontas para dormirem, mas...

– Estão precisando de alguma coisa? - Perguntou Jack, entrando no quarto delas, mas corando ao vê-las de pijama.

– PERVO!!! - Gritou Luna, jogando um travesseiro nele.

– Yo, Jack-kun... - Cumprimentou Keiko, sem graça.

– E tchau, "Jack-kun"! - Exclamou Anne, também jogando um travesseiro nele.

– É por isso que precisamos de mais um homem na equipe, Keiko!! - Exclamou Jack.

– Hai... Agora, acho melhor você sair daqui... - Disse ela.