Fevereiro de 1991

Olá! Eu sou a Carla Miranda, apelidada de Cami, por Harry. Harry é o meu único amigo, vive com os seus horríveis tios e o troll do seu primo. É um rapaz fraquinho e amável, mas é muito mal tratado pelo Dudley e os seus clones. Garotos de cabeça oca que usam a sua estupidez e
força bruta para infernizarem a vida do Harry, e consequentemente a minha. Nós só nos temos um ao outro. Eu sou adotada, uma mãe de negócios, fútil e desinteressada e um velho careca e feio com o triplo da idade dela, reformado e resmungão. Falemos as coisas pelos nomes: eu e o Harry estamos putos da vida para sair daquelas casas. Estávamos no telhado da escola, conversando.

-Vão me mandar para uma escola qualquer onde só andam idiotas e vão colorir o fato antigo do Dudley com tinta verde, só para passar pelo uniforme da escola…

-Que inferno… Pena que não ficamos na mesma escola… Não sei o que fazer sem você…

Ele encarou o meu rosto triste e me abraçou.

-Você se vai dar bem. Coragem! E estaremos sempre em contacto. Mas mesmo assim, vou sentir sua falta…

-Também…

31 de Agosto de 1991

-Como assim, vai embora?

-É, eu descobri que tenho um tio em Londres e ele quer que eu vá viver com ele e andar num colégio de lá. É uma oportunidade única, a minha oportunidade de sair da casa dos Dursleys!

-Então já não mantemos contacto?

-Claro! Eu venho cá passar as férias,ok?

-Ok… Vou sentir a sua falta, ainda mais…

-Também eu Cami…

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Pois bem, nesse mesmo ano, durante Dezembro os meus queridos pais tiveram a brilhante ideia de se mudarem para Edimburgo. Na hora fiquei em prantos, significava que não veria Harry nas férias, portanto, nunca mais… Tentei ficar a todo o custo mas em Fevereiro lá estava eu, num local estranho, cheio de gente estranha, e pior, sem o Harry.
Dois anos depois fiz finalmente uma amiga. Pois, necessitei dois anos para
alguém falar finalmente comigo… Aconteceu durante as férias de Verão. Era uma rapariga de cabelos castanhos e compridos e olhos cor de azeitona. Deméter era o nome dela, apelidada de Demi, muito simpática. Disse que estudava num colégio interno e que só cá estava nas férias. No ano seguinte voltei a vê-la, como sempre muito simpática, mas não gostava muito de falar sobre o colégio onde andava, nunca soube porquê…

3 de Fevereiro de 1995

Sofri um acidente de carro, é tudo o que sei. Acordei numa cama de hospital sem me lembrar de metade da minha vida. Nem o meu nome completo eu sabia. Mas o pior é que eu sentia que me esqueci de duas
pessoas muito importantes…

                                                                                                           30 de Agosto de 1996

Em todo este tempo não me lembrei de quase nada, mas sinto que amanhã se aproxima um dia importante. Hoje foi o meu aniversário que, para variar, foi ignorado. Às vezes sinto-me tão sozinha, como se houvesse mais alguém igual a mim, mas que está distante. Parvoíces certamente.

Bateram-me na porta e eu fui abrir. Não
era muito comum termos visitas, portanto estranhei. Quando abri a porta só vi um flash de uma mulher com um longo vestido negro e cara de louca (eu só digo verdades...) e um feixe de luz vermelho. E cai. Um grito masculino vindo de uma mancha loira, visto que eu já estava mais para lá do que para cá, a gritar “É ELA BELLA!” e depois escuridão…