Unexpected Visit escrita por Ailish


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Curto, bobo, mas significativo.



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“And you asked me for the world

All i gave you was a fallen sky

Yeah you asked me for the world

All you needed was a place to fly

Yeah you asked me for the world

I couldn't give you the world”

Impaciente, Yumi subiu as escadas até o 4º andar, e tocou a campainha do apartamento de número 407. Segundo Riko, Kagami Taiga não estava freqüentando os treinos, e não estava buscando assistência médica, o que deixou Ayuzawa furiosa.

E como naquele dia também era o aniversário de Kagami, Yumi possuía fortes motivos para enfrentar a indiferença do ruivo, e obrigá-lo a se recuperar do último jogo contra Aomine. Ela não deixaria que ele se afastasse da Seirin por causa daquele motivo tão banal.

Pelo menos ela acreditava que era aquele motivo.

– Kagami?! – Yumi ergueu as mãos e bateu com os punhos na porta de madeira branca, chamando a atenção dos demais moradores que espiavam para olhá-la curiosos. A ruiva só parou de berrar quando o trinco da porta foi destrancado, e ela finalmente pode entrar no apartamento do ruivo.

Taiga segurava a maçaneta da porta com força, criando uma barreira com o braço para que Yumi ficasse presa no batente da porta. – O que você quer aqui, Yumi?

– Você é idiota, ou o quê? – Yumi segurou o braço dele, forçando-o inutilmente para baixo. Ela ficou parada por alguns segundos analisando o semblante descontente do ruivo, os olhos vermelhos e opacos não transpareciam nenhuma felicidade em vê-la ali. – Você não vai deixar mesmo sua garota passar?

– Você não é minha garota. – ele baixou o olhar até Yumi, que não passava da altura de seu peito, analisando os trejeitos dela, e toda a força que ela utilizava para causar algum dano em seu braço. Ele afastou-se da porta e deixou livre para que Ayuzawa passasse, atirando-se no sofá de dois lugares, ficando com a metade das pernas para fora. – Eu quero ficar sozinho por um tempo.

 – Mas não vai?! – Yumi retrucou, batendo a porta atrás de si. – Estou aqui por vários motivos, e você terá que me aturar o dia inteiro. – ela largou a bolsa transpassada que usava em um canto da sala, e caminhou até o sofá, apoiando uma das mãos sobre o joelho de Kagami, deslizando suavemente até o meio da canela. – Quero saber os motivos de você não ir aos treinos da Seirin, como estão as lesões...? Várias coisas.

– Você sabe o que responderei, então... Você não deveria estar treinando também? – Taiga fechou os olhos, e cruzou os braços atrás do pescoço, apreciando a atenção de Yumi e o calor da mão dela sobre a perna.

Yumi sabia que ele estava incomodado com a derrota, mas não imaginava que aquilo pudesse criar um ferimento tão profundo na honra do jovem. Ela também estava chateada por ele, a treinadora e os demais meninos da Seirin, mas jogo é jogo. Apesar de que, ela não era muito diferente dele. ­– Eu pedi para a Mariko me cobrir no treino, afinal, hoje queria vir aqui. – ela afastou a mão da perna dele e foi até a cozinha, analisando quais utensílios havia para cozinhar. – E não acho justo você passar o seu aniversário sozinho. Porque não liga para o Kuroko-kun vir aqui? Hyuuga-san? Até a Riko eu deixo vir.

Kagami grunhiu baixinho e virou para o lado, apoiando a testa contra o encosto do sofá. Ele realmente queria voltar a jogar basquete, apagar o último campeonato que a Seirin participou da mente, mas não era fácil, pois Kagami não aceitava aquele resultado de maneira alguma. E não havia Cristo que mudasse aquele sentimento dentro dele. Nem Yumi poderia apagar aquela péssima lembrança do campeonato.

Caminhando pela cozinha, Ayuzawa começou a mexer nos armários e procurou algo que pudesse cozinhar. Yumi era uma péssima cozinheira, mas ela queria fazer algo diferenciado para Kagami, mesmo que não soubesse cozinhar nada além de batatas e ovo frito. Ela foi até a geladeira e abriu a gaveta de verduras que ficava na parte inferior, e surpreendeu-se por encontrar todos os legumes necessários para fazer um Yakisoba, agora só faltava encontrar massa e molho shoyo nos armários.

– Eu vou fazer um Yakisoba para gente, esse será o meu presente de aniversário. ­– Yumi apoiou os cotovelos sobre a bancada, ficando nas pontas dos pés, chamando a atenção do ruivo que estava emburrado, deitado no pequeno sofá da sala. Kagami espreguiçou o corpo, e ergueu a cabeça na direção dela, deixando evidente a cara desgostosa ao escutar que ela cozinharia algo. Yumi era realmente péssima cozinhando qualquer tipo de comida.

– Não acha melhor pedirmos algo, ou comermos fora? Você é péssima na cozinha?! E o pior, meu apartamento não possui seguro contra incêndio.

– Ora, seu desgraçado?! – ela pegou o pano de secar louça e atirou na cabeça dele. Kagami sorriu maroto, desviando-se do ataque da ruiva, erguendo-se do sofá, sentando-se em uma baqueta que havia ali, de frente para Yumi que estava do outro lado da bancada. – Eu ainda arranco esse sorriso debochado com uma paulada.

– Eu até ajudaria se me pedisse. – ele apoiou uma das mãos sobre a coxa, e inclinou-se levemente para frente, muito próximo de Yumi. Kagami ficou encarando-a por alguns segundos, bem pertinho, o sorriso felino e debochado surgindo sobre os lábios.

Ayuzawa sabia o quanto Kagami consegui ser irritante, ainda mais quando ele jogava na cara os diversos defeitos que ela possuía. Apesar de aparentar ser durão e debochado, Taiga era uma boa pessoa, de personalidade difícil, porém muito sonhador e convicto de seus ideais. Exatamente como um felino na selva, sempre pronto para atacar, mas protetor e dedicado. Apesar das brigas constantes, Yumi adorava toda a intensidade que ele emanava. Era apaixonante.

­­– Você não me engana, Kagami. – ela inclinou a cabeça, encostando a testa contra a dele, beijando com suavidade a ponta do nariz do ruivo. – Você fala tudo isso, mas no fundo me quer nos seus braços, todinha só para você.

– Ou seria ao contrário? – ele rebateu, apertando a bochecha dela com o polegar, deixando um circulo vermelho na pele de Yumi. – Admita, você usou como desculpa meu aniversário, e os meus problemas com a Seirin para vir me ver. – Kagami estendeu a mão sobre o mármore negro da bancada, segurando com firmeza o pulso da ruiva, instruindo que ela parasse de fazer o que estava fazendo e ficasse ali com ele. – Vamos ver algum filme, e você pode massagear minhas pernas já que está tão preocupada com meu condicionamento físico, e...

– E fazer sexo o dia inteiro? – ela sorriu maliciosa, deixando Kagami totalmente sem jeito, fazendo-o recuar levemente para trás, com o semblante ainda surpreso. – Tentador, não? – Yumi disse triunfante, enquanto afastava-se da bancada, pois já estava com dor nas panturrilhas de ficar nas pontas dos pés.

O ruivo pulou do banquinho e esperou Yumi circular a bancada da cozinha e ir até a sala, aproveitando para segurá-la pela cintura. Kagami a abraçou por trás, e apoiou a testa sobre o ombro dela, apreciando o perfume de morango que só ela possuía, acolhedora e convidativa como sempre.

– Você realmente aceitou aquela proposta indecente? Sabe que eu não faria isso, idiota?! – ela remexeu os braços e girou o corpo, ficando de frente para ele, mas sem afastar-se de seu abraço. Kagami ergueu a face e sorriu de canto, grato pela presença e apoio de Yumi em um momento tão difícil de sua vida. Ele não precisava dizer o quanto estava feliz com a ruiva ali em seus braços, pronta para confortá-lo mesmo que Taiga levasse algumas porradas.

– Feliz aniversário, Bakagami. – ela sussurrou perto do ouvido dele, erguendo os braços e apertando com força o corpo malhado de Kagami. Ele retribuiu a caricia depositando vários beijos intensos sobre o colo de Yumi, finalizando com uma mordidinha em seu pescoço. Yumi gemeu de dor, e deu um tapa no ombro dele, se afastando e sentando-se no sofá.

– Afinal, que filmes vamos assistir? – ela pegou o controle da TV a cabo, e ficou analisando a grade de programação, procurando alguma coisa interessante. Kagami sentou-se ao lado dela, apoiando um dos braços sobre o encosto do sofá, enroscando os dedos nas enormes mechas vermelhas dos cabelos de Yumi.

– Qualquer coisa de terror ou ação, nada de romance entediante, Yumi. Mas... – ele fez uma pequena pausa, sentindo o estomago protestar. Estava com fome. – O que iremos comer?

– Tem bala de goma e um pacote de Ruffles na minha bolsa.

– Perfeito. ­– ele aproximou a mão e deu um tapa na coxa de Yumi, erguendo-se rapidamente do estofado para não levar algumas bofetadas. Kagami sorriu maldoso, pegando as guloseimas que havia na bolsa da ruiva, abrindo o pacote de gomas e pegando várias com a enorme mão, praticamente deixando o pacotinho vazio. – Espero que a comida não termine rápido, pois se você cozinhar....

– Vamos ter que seguir o meu plano, sexo o dia todo, Bakagami. – ela mostrou o dedo do meio para ele, arrancando o pacote de gomas de sua mão, salvando o que podia. Porém, ele não desistiria tão fácil, ainda mais com Yumi comendo todas as balinhas de uma única vez.

– Você vai ficar gorda e pelancuda. – ele sentou no sofá e a puxou para o colo, tentando pegar o pacote de bala das mãos dela, como se realmente estivesse jogando basquete.

– Repita se for muito macho?! – ela grunhiu, jogando o pacote de bala no canto do sofá.

– Não, eu gosto dos meus dentes.

– Muito bom. – ela sorriu satisfeita com a resposta dele, aconchegando-se em seu colo. – Parabéns, seu bobinho.


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