Eu estava cansada, estava cansada e com um grande peso sobre mim, mas não era um peso como qualquer outro, como objetos ou coisas do tipo, eu estava cansada. Sentia-me extremamente exausta! Mas não era para menos pois após um longo dia no ministério da magia uma aparatação era a única coisa que poderia piorar mais ainda meu estado físico, se ao menos eu tivesse forças para preparar uma poção estimulante talvez ainda desse tempo para vê-la embarcar seus filhos na estação nove e meia… Tal pensamento me animou de uma forma que nem eu mesma pensava que poderia animar, porém havia um detalhe que novamente me deixou para baixo, ela estaria acompanhada. Acompanhada com o maldito ruivo sardento! Quem me dera se um dia pudesse sequer toca-lo sem ser reprimida pela Granger… Essa não era eu, de fato a Pansy que conhecia não se apaixonava por réles sangue-ruins, ainda mais as casadas. Apaixonar-se por esse tipo de ser seria em minha família uma espécie de tabu que eu já quebrara faz tempo, em segredo é claro, mal podia imaginar em o que minha família diria se um dia me visse perdida de paixões pela Granger, mal me importava com o que minha família diria afinal. 

Ao virar um pouco a cabeça fitei o relógio trouxa na parede, ainda não passava das dez e meia, o trem partiria em pouco mais de meia-hora. Bufei irritada, o que não faria por aquela sangue-ruim ridícula?! Apoiei-me na cama forçando-me a levantar e então me arrastei em direção ao armário da cozinha, a poção estimulante estava bem alí, tão próxima porém para mim aparentava estar demasiadamente longe, bufei irritada erguendo a mão até finalmente alcançar – Já na ponta dos pés. – o frasco transparente e jogar o liquido que continha nele guela a baixo. Aos poucos já me sentia novamente renovada, como se tivesse tido uma noite completa de sono, já não estava mais tão cansada. Alonguei os músculos até os mesmos estalarem, as costas, o pescoço, os braços e a costela. Eram métodos trouxas de relaxamento que podiam ser bem mais rápidos que a magia admito, já me sentindo totalmente disposta rumei para o banheiro, teria que me arrumar rápido caso quisesse chegar a tempo na estação King’s Cross.

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Exausta novamente porém nem tanto quanto a meia hora atrás eu havia chegado por meio de aparatação em uma rua abandonada próxima a estação de trem, faltavam menos de dez minutos para o trem partir e mais ou menos uns quinze para chegar até Hermione. Se não quisesse ter viajado até lá atoa era melhor correr, e assim o fiz. Passando a frente de algumas famílias atrasadas atravessei a parede de pedra aparentemente solida me vendo finalmente na estação nove e meia, estava lotada como de costume. Me lembrava da primeira vez que estive ali, meus pais tão preconceituosos quanto eu mesma naquela época me afastava de tudo quanto era trouxa que viam pela frente, sibilava pelo caminho que eram seres inferiores a nós, inferiores e burros por não saberem dominar práticas tão simples, o mesmo acreditava que nós éramos pessoas mais inteligentes por termos a honra de dominar uma prática tão magnifica quanto a magia. Minha mãe não era indiferente, sempre tão submissa ao marido mal se importava se seus conceitos estavam certos ou não, já eu era diferente, havia passado a enxerga-los com outros olhos após me ver apaixonada pela maldita Granger, já se passara dezenove anos desde que meus verdadeiros sentimentos por ela foram descobertos pela mesma, até então mantínhamos uma relação um tanto infantil. Podia ver naqueles olhos amendoados que ela me desejava assim como eu correspondia tal desejo. Porém ela era tão certinha… Era casada e tinha filhos com seu atual marido, duas lindas crianças, ambas tão belas quanto a mãe, seu marido por outro lado era um trasgo, no fundo sabia que todo aquele ódio não era apenas pelas provocações infantis em  nossos tempos de escola, ele sentia ciúmes.

Não me dei o trabalho de responder nenhum aceno ou oi educado de meus colegas de escola ou de trabalho, meus olhos estavam focados em uma morena a poucos metros de mim, sentia que a cada passo que dava uma forte onda de felicidade me atingia. O Trem acabara de partir, Hermione acenava freneticamente para Rosa. Quando finalmente já não podia se ver o trem vermelho me apressei para o seu encontro. Senti o olhar pesado de Ronald sobre mim quando tomei sua esposa nos braços e a mesma retribuiu o abraço da forma mais carinhosa possível. A tive nos braços por pouco menos que um minuto até a mesma aliviar seu aperto e então se afastar, já não lembrava-me mais o porque de querer tanto vê-la, só queria a ter para mim, sempre perto.