As Duas Faces De Johanna 2 - A Nova Era. escrita por Lina Pond


Capítulo 16
Nunca recebi um pedido oficial.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/255916/chapter/16

Eu estava no chão novamente. Erick segurava minha cabeça e chamava meu nome inúmeras vezes.

“O que houve Johanna” vinha de todas as partes do hospital e eram como marteladas da minha cabeça. Levei minha mão até a boca de Erick e fiz um “shh”. Tentei organizar meus pensamentos enquanto Erick se esforçava pra ficar quieto. Quando finalmente consegui me sentar notei uma agulha no meu pulso que ia até um saquinho de soro. As gotas caiam e ecoavam pelo hospital, como uma avalanche.

- Que merda é isso? – disse irritada – tirem isso de mim agora.

- Johanna – Erick segurava minha mão pra que eu não arrancasse a agulha – você está sem comer a três dias. Ou você toma soro ou passa o dia desmaiando pelo hospital.

- Três? – engasguei – Gale? Cadê o Gale.

Me esforcei pra levantar mas acabei caindo novamente nos braços de Erick.

- Ele está bem – ele disse cabisbaixo – mais uma hora de soro e você pode ir vê-lo.

Erick me pegou no colo e me colocou sentada numa maca. Sério, uma hora sentada, sem fazer nada? Ele se sentou ao meu lado, onde o carrinho do soro não estava e ficou me olhando.

- Fiquei com medo de...

- O que Erick?

- De você não aguentar. Você tem ideia de quanto tempo você ficou desacordada? Nós não conseguíamos te acordar. Eu achei que ia te perder. Quer dizer...

- Eu estou aqui – disse estendendo minha mão pra que ele a segurasse – vou mandar guardas pra cuidar da sua irmã e de Mike.

- Por quê? – Erick parecia assustado.

- Longa história, estou fraca demais pra explicar.

- Você costumava mentir melhor.

- E você costumava fingir acreditar nas minhas mentiras.

- Ainda acredito – só então ele segurou minha mão.

As luzes do hospital falharam e dei um salto que quase me fez chegar no teto.

- Jo – Erick segurou meu braço com força.

- Eu estou... Assustada.

- É, eu notei. – Erick disse enquanto se aproximava.

- Perto demais Erick.

- Esqueci que você está em um relacionamento agora.

Uma enfermeira (provavelmente um anjo) veio me falar que o tempo do soro já tinha acabado e que eu podia visitar Gale. Erick soltou um suspiro nada discreto e me deixou ir.

Corri até o quarto em que Gale estava e o encontrei deitado, ainda pálido, mas sorrindo.

- Você quer me matar, é isso – disse enquanto levava sua mão até meu rosto.

- Não é você que querem ver morta – ele disse rindo.

- Para de graça.

- Deita aqui. – Gale forçou o corpo até o canto da cama e bateu a palma da mão no canto vazio da cama.

- É seguro? – disse rindo.

- Totalmente.

Sentei na beirada da cama e fiquei mexendo no cabelo de Gale.

- Eu fiquei tão assustada.

- Me desculpe – Gale forçava um sorriso enquanto tentava olhar em meus olhos.

- Não foi sua culpa. Foi minha.

- Claro que... O que?

- Alguém quer se vingar de mim Gale. E está usando vocês. Eu me sinto tão culpada por isso - Gale colocou a mão na minha perna e fez com que eu me deitasse em seu ombro. – Isso não dói?

- Não – ele sussurrou pensativo – Mas por que não atacaram você?

- Eu não sei – disse enquanto soluçava tentando manter as lágrimas dentro de mim. Não consegui.

- Não chora, por favor.

- Eu machuquei você. Machuquei Erick. Matei aquele garoto.

- Você não matou ninguém – o tom de voz de Gale era mais forte agora, mais assustador. – Não faça isso com você mesma. Vamos falar sobre isso depois, certo?

- Certo.

Gale beijou meu nariz e sorriu. Seus braços estavam cheios de furos, presentes das agulhas que salvaram sua vida. Minha mão desenhava seu rosto enquanto ele reclamava das cócegas. Ficamos ali por horas até uma enfermeira aparecer e... Nos olhar, sorrir e sair de fininho. Foi uma graça. Gale sorriu com aquilo também.

Quando Gale estava quase adormecendo forcei meu corpo pra frente e o beijei. Meus lábios quentes se encontraram com o gelo que Gale estava devido aos remédios. Suas mãos ainda eram fortes o suficiente pra me puxar pra mais perto e apertar minha cintura. Eu não costumava beijar Gale. Não de verdade. Quando nossos beijos iam para a ala “quente” era sempre ele que conduzia. Mais eu tinha passado por tantas coisas terríveis naquele dia que tudo que eu mais queria era ficar ali com ele, beijar ele a noite inteira e não ter que me despedir. Quando finalmente nos soltamos, Gale arfou:

- Uau. Isso não acontece com tanta frequência.

Eu ri.

- Você não gostou?

- Você está brincando? – Gale sorria de orelha a orelha e seus olhos quase penetravam minha pele.

- Aproveite porque isso não vai acontecer com tanta frequência.

- Eu não estou feliz porque você me beijou enlouquecidamente Johanna. Ok, talvez um pouquinho. – ele piscou.

- Então é pelo que Hawthorne?

- Porque pela primeira vez senti que você é só minha. Completamente minha.

- Eu já tinha te falado isso antes.

- E eu não tinha acreditado.

- Você é um ótimo...

- Ótimo? – o braço furado de Gale veio até meu cabelo e o tirou do meu rosto uma, duas, três vezes.

- Um ótimo...

- Fala Jo – ele mordeu os lábios – Eu quero ouvir.

- Para com isso tá. Um ótimo nada porque nunca recebi um pedido oficial. – Me virei para o outro lado da cama com medo de que o pedido oficial viesse.

- Jo – ele me virou novamente e olhou em meus olhos – Você quer namorar comigo? Tipo, oficialmente?

Respirei fundo. Droga!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Primeiro vou pedir desculpas por não ter postado ontem, foi uma correria (eu fangirliando pela selena, sim). Esse capítulo teve um pouco de Jorick E Johale então acho que mereço abraços. Me contem o que estão achando, certo? Beijos