Breakaway escrita por Alice Kirkland


Capítulo 1
One shot


Notas iniciais do capítulo

Yo minna-san! Eu sei que isso não é hora de postar fic, mas... Tive essa ideia hoje e vou postar agora! XD



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Grew up in a small town
And when the rain would fall down
I'd just stare out my window
Dreamin' of what could be
And if I'd end up happy
I would pray



A chuva caia constantemente do lado de for a de uma casinha simples, em uma cidadezinha do interior. Uma menina olhava o lado de fora, imaginando como seria seu futuro, como seria se seus sonhos se realizassem e se, algum dia, sairia daquela cidade pequena e seria feliz em outra maior. Todas as noites essa menina orava para que sua vida tomasse um rumo diferente.

Trying hard to reach out
But, when I tried to speak out
Felt like no one could hear me
Wanted to belong here
But something felt so wrong here
So I'd pray
I could break away



Meu nome é Tsurugi Yuki e moro nesta pequena cidade. Tudo aqui é calmo, todos se conhecem e todos são amigos. Não sei se isso é uma cidade ou uma vilazinha. Aqui é tranquilo, todos se dão bem. Não acontece nada. Bom, eu continuaria aqui, mas eu procuro aventuras e outras coisas que aqui não tem. Meus pais não ligam muito pra mim, então se eu sumir, é lucro pra eles. Quem iria querer um filho rebelde que nem eu? E outra, ninguém escuta o que eu falo, parece que as paredes me ouvem mais do que esse povo dessa cidade. Quero fazer coisas diferentes, ver locais diferentes. Todos os dias eu oro e traço um plano pra dar o fora daqui.

'll spread my wings and I'll learn how to fly
I'll do what it takes till I touch the sky
And I'll make a wish, take a chance, make a change
And break away
Out of the darkness and into the sun
But, I won't forget all the ones that I love
I'll take a risk, take a chance, make a change
And break away



Bom, finalmente um plano que irá dar certo... Vou precisar agir naturalmente até a noite. “Conversei” com meus pais, amigos e professores, como se fosse a última vez que os veria, talvez fosse mesmo. Chegando a noite, esperei todos irem dormir. Quando isso ocorreu, peguei minha mochila e sai pela janela. Fui andando por uma estrada qualquer. Queria chegar em Inazuma. Lá fiquei sabendo que moram dois primos meus. Vou tentar pedir ajuda à eles. Sei que nem devem me conhecer, mas... Ainda bem que eu trouxe meus documentos também... Não deixei nada de importante lá. Queria ser livre, abrir minhas asas e voar. Para isso, tive que deixar as pessoas que amo para trás. É um risco a se tomar, mas... Vamos ver no que vai acabar...

Wanna feel the warm breeze
Sleep under a palm tree
Feel the rush of the ocean
Get onboard a fast train
Travel on a jetplane, far away
And break away



Isso parece loucura, mas… Eu gostaria de dormir debaixo de uma palmeira, ou voar em um jato... Nunca andei de avião, acho que seria legal se eu pudesse voar em um... Queria também ver o oceano... Será que em Inazuma tem alguma praia? Se não tiver, vou querer viajar para Okinawa! Aí junta o agradável com o mais agradável ainda! Viajar de avião e ver o oceano... Que maravilha... Mas... Essa estrada nunca acaba... Já estou ficando cansada e arrependida de ter saído de casa... Bom, vamos continuar! Talvez eu chegue em alguma cidade e consiga pegar um táxi... Não demorei muito a encontrar outra pequena cidade. Cheguei lá e, a primeira coisa que eu fui ver foi se tinha táxi. Por sorte tinha. Entrei em um carro e falei para o motorista ir para a cidade de Inazuma.

- Senhor, quero ir para Inazuma! – Falei.

- Inazuma fica a uma hora daqui... – O senhor falou.

- Por isso que eu peguei um táxi, agora me leve para lá, por favor! – Não queria saber a distância e o tempo de duração da viagem. Só queria chegar lá!

- Hai, hai... Próxima parada, Inazuma... – O senhor falou desanimado. Poxa, quanto desânimo... Se não quer trabalhar, por que comprou um táxi? Vai entender...

Buildings with a hundred floors
Swinging round revolving doors
Maybe I don't know where they'll take me
But, gotta keep moving on, moving on
Fly away, break away

Dando uma hora exata, chegamos a Inazuma. Fiquei admirada ao ver a cidade. Ela era enorme, e tinha edifícios de cem andares por todos os lados. Dava até tontura olhar para o alto e ver o topo dos prédios. Um tempo se passou e o senhor me deixou em frente à uma escola muito bonita.

- Acho que aqui está bom para te deixar... A corrida custa cinquenta reais... – O senhor falou pra mim.

- Cinquenta? Nossa... – Peguei minha mochila e, quando olhei dentro, não tinha visto minha carteira.

- Algum problema mocinha? – Ele notou minha cara de desespero. E... Como ele sabe que sou menina? Do jeito que estou vestida, ele deveria ter se confundido!

- B-b-bom... É-é-é que eu esqueci minha carteira em casa e... – Fui interrompida.

- Não tem dinheiro pra pagar? – O senhor começou a ficar exaltado.

- E-e-eu prometo que consigo o dinheiro moço! – Estava assustada com o jeito que ele estava agindo.

- E como pretende conseguir? Só se vender o corpo mesmo! – O senhor falou.

- N-nani? Não fico vendendo meu corpo em troca de dinheiro! Ficou maluco? – Agora ele me deixou brava.

Só não avancei nele porque um menino aproximou-se de nós. Ele tinha os cabelos rebeldes e olhos dourados. Usava uma capa roxa e estava com as mãos no bolso. Parece que eu já vi ele em algum lugar... Isso não importa agora!

- É isso mesmo que você ouviu! E ainda, com esse corpo, no máximo você terá que fazer cinco ou seis programas para conseguir cinquenta reais! – Aquele senhor continuava falando.

- Ora seu... – Quando levantei minha mão para soca-lo, o menino segurou meu pulso.

- Senhor, não fale com ela desse jeito... E você, pare de ficar fazendo escândalo na frente da escola... – Mas que menino chato! Foi ele quem me provocou!

- E quem é você para falar o que devo ou não fazer? – Falei estúpida. Infelizmente esse é meu defeito.

- Sou Tsurugi Kyosuke, estudo nesta escola e, se não pararem de algazarra, chamarei a polícia... – Tsurugi Kyosuke? Já ouvi esse nome antes...

- T-Tsurugi Kyosuke? – Perguntei, tirando uma foto de dentro da minha mochila. Comecei a olhá-la e, depois, mostrei para ele.

- D-de onde você tirou essa foto? – Ele parecia assustado.

- Ei, como fica meu dinheiro? – Aquele senhor estava enchendo o saco.

- Toma a porcaria do dinheiro e vaza! – O menino falou, entregando cinquenta reais para o senhor.

- ... – Eu não conseguia falar nada. Então esse é meu primo kawaii que minha família dizia? Kawaii só na aparência, porque no interior, deve ser igual a mim!

- Você ainda não me respondeu de onde tirou essa foto! – Kyosuke estava perdendo a paciência.

- É-é que... Bom... – Não sabia como explicar.

- Kyosuke, vamos embora? – Um menino com cabelos quase iguais aos de Kyosuke parou ao seu lado.

- ... – Olhei para ele e voltei a fitar a foto. Eu lembro de já ter visto ele, só não lembro seu nome.

- Nii-san, estou ocupado agora! – Ele falou educadamente para o menino ao lado.

- Quem é essa menina? – Ele olhava para mim.

- Não sei, mas tem uma foto nossa! – Kyosuke me olhou bravo.

- Ei, como sabe que sou menina? E se eu for um menino? – Perguntei aos dois na minha frente.

- Ué, sabemos porque você tem traços mais delicados que um menino... – O irmão de Kyosuke falou.

- Fora que você tem uma pequena elevação na altura do peito, isso qualquer um nota! – Kyosuke falou.

- E-está olhando pro meu peito? – Falei brava.

- Claro que não! – Ele falou irritado.

- Pode falar quem você é, por favor? – O menino ao lado de Kyosuke falou educadamente.

- E-eu sou... Eu sou Tsurugi Yuki... Sou uma prima de vocês, mas acho que não... – Fui interrompida por um abraço do maior.

- Yuki! Quanto tempo não te vejo! Estava com saudades! Você sumiu com sua família depois do acidente! – Ele falava me apertando no abraço.

- A-a-acidente? – Eu estava confusa agora. Que acidente foi esse afinal?

- Então você é aquela nossa prima que teve o corpo queimado por um abusado? – Kyosuke perguntou. Do que ele estava falando?

- Kyosuke, ela não se lembra! Vamos Yuki-chan... Temos muito que conversar, não é Kyosuke? – O menino falou.

- Hai, hai... Vamos ter de explicar pra ela sobre esse acidente agora... – Kyosuke pegou minha mochila do chão e colocou nas costas.

- P-pode deixar que eu levo! – Tentei pegar a mochila de volta, mas fui impedida.

- Você deve estar cansada, deixa que ele leva... – O menino me olhou nos olhos, sem desfazer o abraço.

- Tá bom... Ãhn... Pode me soltar agora? – Aquilo já estava me deixando sem graça. Por alguma razão, eu ficava sem jeito perto dele.

- Não dá vontade de te soltar, mas vou fazer isso porque precisamos chegar em casa... – Ele sussurrou em meu ouvido.

- ... – Corei um pouco com isso. O que está acontecendo afinal?

Fomos o caminho inteiro conversando. O maior não parava de olhar pra mim e dava um sorriso bobo toda vez que eu olhava pra ele. Não sei por que, mas... Aquilo me deixava com as bochechas quentes. Chegamos na casa deles, entramos e sentamos no sofá.

- Kyosuke, pegue um copo d’água pra Yuki! E ve se tem alguma coisa feita para ela comer também! – O menino falou.

- Nii-san, se quer ficar com ela sozinho, é só falar, não precisa me mandar ir buscar as coisas! – Kyosuke falou.

- N-não é nada disso! Você também vai me ajudar a contar o que aconteceu! – O menino falou, corando.

- Eu... Tá bom vai... Vou buscar as coisas... – Kyosuke foi pisando duro até a cozinha.

- ... – Não sabia o que falar, muito menos o que pensar. Por que eu me lembro do nome de Kyosuke e não do menino à minha frente?

- Yuki-chan... Senti tanta saudade... Sua mãe e seu pai não deixavam eu falar com você... E até trocaram a linha de telefone... – Ele falava olhando pra mim.

- Então foi por isso que eles trocaram... Mas... Por quê? – Estava confusa...

- Porque eles acharam que, se você falasse comigo, ia acabar se lembrando dos dias horríveis que você passou... – Ele fitava o chão agora. Sua expressão era de raiva e tristeza.

- Nii-san, cheguei! – Kyosuke chegou com uma bandeja com três copos, suco de abacaxi e um recipiente com bolachas.

- Bom, então podemos começar a contar... – O menino falou.

- É... Mas... Por onde começamos? – Kyosuke parecia me olhar preocupado.

- Você estava com ela, deve se lembrar de mais coisas... – O menino falou fitando Kyosuke.

- Bom, começou assim...

Flashback ON ~~

O dia estava lindo, ensolarado e com uma brisa fresca soprando. Kyosuke e Yuki, que tinham 8 anos, estavam brincando debaixo de uma árvore. Eles jogavam futebol. Brincavam distraidamente. Nem perceberam que um homem se aproximava deles. O homem aproximou-se o suficiente para dar uma paulada na cabeça de Kyosuke, pegar Yuki e sair correndo. Quando Kyosuke acordou, era tarde demais. Yuki já tinha sido levada. Ele então correu para sua casa desesperado, tentando achar alguém que o ajudasse. Seu irmão estava lá. Kyosuke contou toda a história para ele. Yuiichi ficou desesperado quando Kyosuke terminou de contar. Afinal, além de primo, ele amava Yuki. Então, pegou seu irmão e saiu correndo para o campinho onde brincaram mais cedo. Por sorte, Yuki conseguiu deixar uma trilha de... Sangue espalhado pelo caminho. Yuiichi ficou mais desesperado ainda. Os dois foram seguindo a trilha, que deu em um casarão abandonado no meio do mato. Lá, eles encontraram um homem de meia idade abusando de Yuki. Os dois estavam nus e o homem ia começar a penetrar Yuki, que estava com as mãos e os pés amarrados. Yuichi ficou doido quando viu aquilo e, sem pensar, começou a bater na cabeça do homem com um pau. O homem ficou meio atordoado, mas logo se recuperou, pegando um isqueiro que tinha no bolso e, acendendo-o, jogou sobre Yuki. A menina estava em chamas na parte das pernas. Kyosuke pegou sua blusa para colocar em cima, para apagar o fogo. Por sorte, conseguiram apagar. Mas isso deixou queimaduras de segundo grau na menina, que desmaiou de tanta dor. Então, Yuiichi e Kyosuke tentaram pelo menos cobrí-la para poder leva-la ao hospital, onde ficou internada por três meses. Seus pais, depois disso, pegaram Yuki e foram embora dali, sem avisara para ninguém para onde iam.

Flashback OFF ~~

-... – Fiquei sem reação com a história que contaram. Não podia acreditar que tinha acontecido isso...

- Foi isso que aconteceu Yuki... E até esses dias atrás meu nii-san tentava te achar... – Kyosuke falou, fitando o chão.

- Então... É por isso que eu tenho essas marcas na perna? Minha mãe sempre dizia que era de nascença... – Falei. Minha mãe então mentia para mim todo esse tempo?

- Isso mesmo... – Kyosuke olhava para minhas pernas manchadas.

- ... – Não sabia o que falar. Não sabia o que pensar.

- Mas que bom que você está bem Yuki... – O maior falou com algumas lágrimas nos olhos.

- E-então... Isso quer dizer que eu tive amnésia? É isso? E meus pais sempre esconderam tudo isso de mim? – Era difícil acreditar em tudo isso.

- Não contaram porque queriam proteger você! – O maior falou, tentando explicar a atitude de meus pais.

- Me proteger? Se me proteger inclui ficar longe de pessoas que eu amo, então não quero essa proteção! Todos esses anos eu sentia que faltava alguma coisa... Alguma coisa que me completasse, e sofria muito com isso! – Comecei a desabafar, mas alterei o tom de minha voz.

- Gomen Yuki... Se soubéssemos que seus pais fariam isso, teríamos ficado no hospital com você o tempo todo... – O menino falou. Notei que Kyosuke se levantou e foi para outro cômodo da casa.

- Meus pais me enganaram... E me fizeram me vestir feito um menino... E me trataram como um menino esse tempo todo... – Estava com os olhos arregalados. Não estava acreditando no que ouvi.

- Desculpe perguntar, mas... O que eles falavam quando... Sei lá... Quando... Sua roupa íntima se manchava de sangue? – O menino parecia sem graça por perguntar aquilo.

- Eles falavam que era normal... E faziam eu colocar absorvente... Por que? – Agora é minha vez de perguntar, aquilo estava estranho!

- É-é que... Bom... Meninos não tem isso... Não sai sangue da gente todo mês... – O menino estava mais sem graça ainda.

- N-não? Por isso eu estranhei! Quando eu falava isso para os outros meninos, eles começavam a olhar estranho pra mim! – Fui enganada até nisso? Que raiva!

- Eles te olhavam como? – O menino agora estava sério.

- Sei lá, como se quisessem voar em mim! Não sei como explicar isso! – Que hora que essa conversa mudou de rumo mesmo?

- Bando de filhos da mãe... – Ele estava bravo, com o punho fechado.

- O-o que aconteceu? – Estava confusa.

- Nenhum deles te tocou, não é? – Ele pegou nos meus ombros e me olhou fundo nos olhos.

- N-ninguém tocou em mim não, caso contrário, já estariam mortos de tanto que eu ia bater! – Falei ficando sem graça com a proximidade de nossos corpos.

- Ah bom... – Ele parecia mais aliviado.

- Por que essa pergunta? E o que aconteceria se eu tivesse dito que me tocaram? – Esse menino é estranho... Não sei se é porque eu não lembro dele ou... Por causa de outra coisa...

- 1º: Ninguém toca em você! Ninguém pode tocar em você, fizemos essa promessa no hospital! A promessa de que só eu poderia te tocar! E 2º aconteceria uma tragédia com o filho da mãe que ousasse tocar em você. Só isso... – O menino cruzou os braços e fechou os olhos, bravo.

- P-promessa? Conte-me mais sobre isso, que eu não lembro! – Falei assustada. Que tipo de promessa é essa?

- Foi assim...

Flashback ON ~~

Yuki estava com as pernas enfaixadas, deitada na cama do hospital. Quando de repente Yuiichi entra no quarto. A menina se assustou com o ato e deu um pulinho na cama.

- Gomen por ter te assustado Yuki-chan! – Yuiichi se desculpou.

- Não foi nada... – Yuki respondeu, meio aérea.

- Tudo bem com você? – Yuiichi estava preocupado.

- Não... Ando tendo pesadelos com aquele dia... – Yuki ia começar a chorar.

- Não chore Yuki... Eu vou te proteger para que isso nunca mais aconteça... – Yuiichi aproximou-se da menina e a abraçou.

- Vai mesmo? – Yuki estava segurando as lágrimas.

- Vou, tem a minha palavra de homem! Mas... Prometa-me uma coisa? – Yuiichi falou, corando.

- O que? – Yuki perguntou.

- Que não vai deixar menino nenhum te tocar com outras intenções! Nenhum! E quem pode te tocar sou somente eu! – Yuiichi fechou os olhos com força e abraçou mais forte a menina.

- H-hai... Tá bom... Prometo... – Yuki retribuiu o abraço.

Flashback OFF ~~

- N-não acredito que prometi isso... – Agora eu estava mais corada que o normal, com certeza.

- Acredite! Só eu posso te tocar! E se qualquer engraçadinho tentar, vai se ver comigo! – Ele tinha uma aura negra o envolvendo.

- ... – Assustei-me com isso e afastei-me um pouco dele.

- Não precisa ter medo Yuki-chan, não vou fazer mal à você... – Ele deu-me um sorriso meigo.

- T-tá bom... – Corei com aquilo.

- Então Yuki-chan... Mais alguma coisa que precisa ser esclarecida?- Ele me perguntou de um jeito fofo.

- Bom... Na verdade tem... O que aquele senhor do táxi quis dizer com... Eu ter que vender meu corpo para conseguir dinheiro? – Realmente não tinha entendido isso... Eu ia espanca-lo sem ter entendido aquilo.

- Ele falou isso? – O menino agora parecia estar com a raiva elevada ao cubo.

- Falou, mas eu não entendi... – Se for alguma coisa ruim, juro que vou até aquela cidade e bater nele!

- Ele quis dizer que você teria que deitar-se com outros homens... Só para pagá-lo... – Ele cerrou o punho e ficou olhando para o chão, com raiva.

- Ah, então é isso que ele quis dizer... Realmente eu deveria ter matado ele quando tive chance... – Eu sorri sadicamente para o nada, cerrei o punho e soquei uma almofada que tinha do meu lado.

- Não precisa sujar suas mãos com essas pessoas Yuki... Se eu visse alguém te tocar, eu mesmo iria matar a pessoa... – Ele falou, voltando ao normal.

- E por que faria isso? – Perguntei confusa.

- Porque ninguém toca no que é meu... – O menino foi aproximando-se de mim.

- N-no que é seu? – Corei com aquilo. Fui inclinando meu corpo para trás.

- É, no que é meu... Já disse que não aceito mais ninguém te tocando, a não ser eu... – Ele foi se aproximando mais de mim.

- ... – Fui inclinando mais, até sentir a almofada que tinha socado encostar em minhas costas. Eles estava em cima de mim.

- Yuki... Talvez você não se lembre, mas... Naquela época... Eu falei que te amava... – Ele sussurrou em meu ouvido.

- F-falou? – Minhas bochechas esquentaram mais ainda quando ouvi isso. Ele começou a distribuir beijos em toda a extensão de meu pescoço.

- O-o que é isso? – Eu estava assustada, mas aquilo era bom.

- ... – O menino nada falou, só continuou me beijando.

Depois de distribuir vários beijos no meu pescoço, ele começou a olhar-me nos olhos. Depois foi aproximando nossos lábios. Quando seus lábios tocaram os meus, foi como se minha mente tivesse clareado. Lembrava-me de cada momento junto dele em minha infância. Lembrei-me daquele dia horrível. Lembrei-me da promessa que fiz à ele. O beijo foi lento e cheio de amor. Eu segurava a gola da blusa dele e o puxava para mais perto de mim, se isso era possível. Ele abraçou-me pela cintura e continuou a me beijar. Depois de alguns minutos, tivemos que parar por falta de ar.

- Yuki... – Ele me chamou.

- Sim? – Eu estava ofegante.

- Eu te amo... – Ele falou, tocando a testa dele na minha.

- Também te amo... Tsurugi Yuiichi... – Falei. Finalmente lembrei-me do nome dele. E lembrei que ele era meu amado.

- Você lembrou-se do meu nome... Achei que isso não ia acontecer... – Yuiichi deu um pequeno sorriso e me deu um selinho.

- Claro que lembrei... Acha mesmo que eu não iria me lembrar do homem da minha vida? – Brinquei. Dei um sorriso a ele.

I'll spread my wings and I'll learn how to fly
Though it's not easy to tell you goodbye, gotta
Take a risk, take a chance, make a change
And break away
Out of the darkness and into the sun
But, I won't forget the place I come from
I gotta take a risk, take a chance, make a change
And break away

Depois disso, ele me beijou de novo. Não sei, mas... Depois desse dia, senti-me livre, como um pássaro que saiu da gaiola. Senti que pude bater minhas asas novamente. Senti que, toda aquela escuridão dissipou-se no momento em que me lembrei dele. No fim, valeu a pena pedir todas as noites, no fim, valeu a pena arriscar, valeu a pena mudar. Enfim, me libertei de uma escuridão que me acompanhava desde pequena.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e... Mereço reviews? Flores ou pedras? Elogios ou críticas? Estarei esperando tudo isso nos reviews! Escrever um review não vai fazer seu dedo cair! Afinal, a maioria também é escritor aqui e fica horas escrevendo um capítulo, então, um reviewzinho de incentivo não vai paralizar sua mão! XD