...Mattie...

–Cala a boca e topa logo.

Mania diz do seu jeito gentil

–O.K

Ela responde sorridente.

Foi como se alguém me desse um murro (ou vários murros) no meu estomago. Eu me deito para respirar

Todos saem do quarto de novo (até o traidor do Will).

Alguém me cutuca

–O que aconteceu idiota?

Amy fala se ajoelhando do meu lado.

–Não te interessa

Digo de forma ríspida, coloco o braço em direção dos meus olhos para impedir a entrada da luz e fecho o olho.

Logo sinto a cama se mexer e um peso no meu tórax.

–Sai.

Eu digo de irritado

Ela cutuca a minha costela

–Fala.

Ela diz insistindo.

Eu me viro fazendo com que ela caísse. Sinto um tapa no meu braço.

–Bruto.

Ela diz

Lentamente eu abro os meus olhos e a vejo arrumando os seus cabelos loiros, involuntariamente eu sorrio.

–Mattie... nós nos odiamos... certo?

Ela pergunta olhando nos meus olhos, por um breve momento eu me perco naqueles lindos olhos, parecia com a noite, talvez mais bonito que a noite, seus olhos eram negros com pequenos pontos prata espalhados em sua íris, que dava a aparência de estrelas.

–Você me odeia?

Eu a respondo com outra pergunta, indo em sua direção, eu retiro uma mecha que havia escapado, e a coloco no lugar.

–Não sei... algumas horas eu te odeio tão profundamente que me dá vontade de te degolar, te asfixiar com o travesseiro, ou te matar com um patinho de borracha... mas antes eu descobriria como te matar com um patinho de borracha, já outras... nem tanto...

Ela diz gesticulando cada possível morte me fazendo sorrir, então ela perceba a distância em que estávamos (ou a falta de distância) faltava poucos milímetros para os nossos lábios se tocarem.

Alguém bate na porta nos fazendo voltar para a realidade (e pular cada um para um canto)

–Tomar banho Mattie, não beijar minha irmã!

Mania grita nos fazendo corar.

Escutamos uma parte da discussão dela com Lyssa

–Mania! Você estragou o momento! Você estragou tudo! Eles formam um casal tão perfeito! Você tinha que fazer isso? Não! Mas você gosta de arruinar a minha década!

Lyssa gritava, mas a voz foi ficando mais baixa a cada segundo, sinal que elas estavam se distanciando.

Olho de rabo de olho para Amy. Ela estava completamente corada e brincava com a ponta do cabelo.

–Vou tomar banho.

Digo já me levantando.

... Amy...

Mattie entra no banheiro e tranca a porta, logo o chuveiro liga. Eu deito na cama e solto um suspiro, deitada eu fico até escutar alguém batendo na porta.

–Amy... posso falar com você?

A voz do Will diz

Caminho em direção a porta e abro.

–Oi Will

Eu digo.

–Você está bem?

Ele pergunta me analisando.

–Sim.

Eu digo, um silencio desconfortável se impregna.

–Amy... você está gostando do...

A porta do banheiro abre.

–Will?

Mattie fala confuso

–Tenho que tomar banho

Eu anuncio e vou rápido para o banheiro.

... Matie...

–O que está fazendo aqui cara?

–Você está gostando da Amy?

Ele vai direto ao ponto.

–Eu.... e a praga estressada loira?... Não viaja.

Eu digo debochado. Onde já se viu, eu e a loira... que Afrodite proíba... se bem que... se bem que nada! Afrodite que proíba.

–Sei.

Will diz desconfiado

...

Quando saímos do hotel já havia anoitecido, era uma noite sem estrelas, praticamente uma noite sem vida, nada no céu ou na terra se movia, a não ser seres humanos.

Olho de relance para a Amy, seus olhos brilhavam olhando para o céu, brilhavam com lagrimas contidas, vou para o seu lado e coloco meu braço em seu ombro

–Hey, vai dar tudo certo, vamos acha-la.

Eu sussurro em seu ouvido, surpreendentemente ela me abraça forte, eu retribuo o abraço acariciando os seus fios dourados

–Irmãs.... não acha que já ajudamos de mais para quem não pode interferir diretamente?

Enio fala

–Vish... verdade... tchau

Lyssa diz.

E assim como as Deusas apareceram, elas sumiram

–Não! Lyss! Traíra.

Tonny grita para o nada

–É... estamos sozinhos de novo.

Nancy diz.

Epa... Nancy estava de mãos dadas com o Tonny...

–Hey. Casal. Já se pegaram?

Eu grito para eles.

–Te pergunto a mesma coisa.

Ela diz piscando para mim.

–Chega. Vamos andando.

Amy fala se desvencilhando de mim e assumindo a liderança da minha missão novamente

...

Paramos em frente ao cemitério

–Acho que é aqui.

Amy diz

Eu me adianto e abro o portão.

–E se tivesse alguma armadilha?

Charlie pergunta.

–Mas não tinha

Eu digo.

–Impulsivo.

Amy murmura.

–Falou a senhorita sensatez.

Eu digo irônico.

Ela balança a mão em sinal de desprezo e entra no cemitério.

–Qual lapide?

Will pergunta.

–Não é uma lapide. É mausoléu, era um lugar fechado.

Amy responde.

Você, sim, você mesmo. Já passou a noite entrando de mausoléu em mausoléu em um cemitério de noite?

Foi exatamente assim a minha noite.

Chegamos perto de um que emanava o cheiro de dama da noite.

–Acho que é esse.

Eu digo.

Os gêmeos assentem e eu abro a porta, e começamos a escutar uma música cantada

No meio não havia túmulos como os outros e sim um homem com aproximadamente dois metros de altura, vestido como um apresentador de circo. O homem se vira, seu rosto era extremamente pálido, e no lugar de seus olhos haviam dois buracos fundos.

–Olá crianças. Estava esperando vocês.

O Homem fala com um sorriso assustador. Sua voz grossa ecoa pelo ambiente.

Seus olhos/ buracos passam por todos nós. Não demora muito para ir para Amy, e lá permanecem, seu sorriso sinistro aumenta

–Quem é você?

Tonny pergunta

–Sou a inexistência de mim, e por mim, sou a ausência total, sou a vida incriada, mas podem me chamar de Caos. (N/A: Sim, eu inventei incriada, da mais sonoridade para a fala)

O homem diz dramático. Amy fica tensa e logo sua espada estava em sua mão.

–Sabe, faz pouco tempo que descobri, que se eu quiser voltar... terei que destruir os meus filhos na ordem em que vieram, Tecnicamente Erebos teria que estar aqui, junto com a nossa querida Nyx, porém, no momento eu não tenho força o suficiente para capturar os dois, e convenhamos, Nyx sempre foi mais descuidada.

Ele diz despreocupado

Amy taca sua espada (que tinha virado uma lança, não me perguntem como) no primordial dos primordiais, com um simples gesto ele desvia o caminho em que a lança fazia, e logo a lança estava caída do outro lado do salão.

–Tão tolinha... Tal mãe tal filha. Ela deve estar tão orgulhosa de você neste momento minha querida. Quer perguntar para ela?

O apresentador de circo sinistro diz irônico.

Ele bate palmas e uma luz se acende em um canto do mausoléu, no foco estava Nyx, ela estava acorrentada no centro de um círculo, seu vestido branco se encontrava rasgado e sujo, tinha machucado por toda a extensão de sua pele.

–MÃE!

Amy grita e pega impulso para correr, mas eu e Will a seguramos, ela se debatia e gritava.

Eu olho para o lado e vejo Nancy, Charlie e Alex segurando o Tonny.

Olho para Caos, que estava assistindo essa cena com um sorriso debochado no rosto.

Nyx olhava para os seus filhos e só havia duas mensagens em seu olhar: Aclamem-se e fujam.

–Olha que coisa mais linda!... Sabia que para o ritual que irei fazer eu preciso de sangue divino de uma cria do meu filho do momento? E que sangue melhor que a mais recente deusa que a corja do Olimpo tem?

Caos falava como se ela tivesse ganhado na megacena da virada.

Eu me coloco em frente da Amy

–Não chegue perto dela.

Eu digo/rosno.

Um clarão me cega, um vazio extremo entra no meu peito e eu senti como se estivesse morrendo.

Mas assim como tudo começou, tudo terminou, eu abro os olhos e estou no acampamento meio sangue.

Olho para o lado.

Will, Charlie, Nancy, Alexe Tonny... Onde está a Amy?