Ao Bater Da Meia-Noite escrita por Gigua


Capítulo 1
Prólogo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/255386/chapter/1

Eu estava enlouquecendo.

Sim, essa palavra descrevia bem o meu estado de espírito devido aos últimos acontecimentos em Mystic Falls. E só de pensar que tudo aquilo estava só no começo, fazia com que eu me sentisse ainda pior; como se eu fosse realmente culpada por tudo aquilo estar acontecendo.

Mas eu fiz isso para salvar meus amigos, não é mesmo? Fiz isso por Elena.

Sim, é isso. Devo colocar isso em mente, aceitando de vez que o que eu fiz foi por um bem maior, para que todos pudessem sair a salvo. Mas como eu lidarei com ele? Eu sei que ajudá-lo foi errado, mas não havia escolha. O destino de todos estava em minhas mãos e eu fiz o que pude para agradar todo mundo.

Podemos dizer que eu fiz um pacto com o diabo, mas nada na vida vem de graça. É a ordem do universo, o famoso carma. Aquele velho ditado é preciso dar para receber não serve como exemplo para mim, pois eu sempre dei e nunca recebi nada.

— Perdida novamente em pensamentos, minha querida? Ele perguntou, dando-me um sorriso malicioso. — O que é que uma bruxinha como você pode ter tanto para pensar?

— Às vezes eu me pergunto como você pode ser tão arrogante, sabia?

— O que posso fazer? Essa característica faz com que eu seja tão charmoso e, também, faz com que várias garotas se apaixonem perdidamente por mim.

Ok, e eu aqui pensando que o Damon é que era convencido.

— É muita prepotência sua achar que todo mundo te admira.

Ele se aproximou de mim, abaixando-se um pouco para que nossos rostos pudessem ficar no mesmo nível. Ainda com um sorriso no rosto, ele disse:

— Sabe, é por causa dessa sua impulsividade que faz com que eu seja obrigado a te amarrar nessa cadeira.

Ele avaliou a cadeira de madeira em que eu estava sentada, com os pulsos presos em minhas costas, como se estivesse à procura de algum sinal de enfraquecimento nas cordas ou algum sinal de lascas saindo do encosto da cadeira, um sinal de que ela logo cederia e me libertaria.

Mas não havia nada.

A cadeira, por incrível que pareça, estava novinha em folha, mesmo depois dos meus incansáveis esforços para tentar me soltar. Parecia que ela era feita de algum material indestrutível e não apenas de uma simples casca de árvore.

— Eu quero que você se comporte, esta bem? Eu vou ter que sair um pouquinho e seria uma pena ter que te matar, caso descobrisse que você aprontou alguma coisa na minha ausência.

— Aonde você vai? Eu disse, rispidamente.

— Isso não é da sua conta. Você está aqui somente para me servir, quando eu quiser, a hora que eu quiser.

Abaixei a cabeça, fazendo com que meus grandes e cacheados cabelos pretos caíssem sobre meu rosto, escondendo-o. Eu não queria chorar. Eu não podia chorar! Pelo menos, não na frente dele. Eu tinha que me manter forte, ou então sucumbiria ao desespero e, com isso, poderia fazer alguma loucura no qual me arrependeria mais tarde.

Eu não havia percebido que ele havia se afastado de mim. Somente quando ele se ajoelhou novamente, olhando fixamente nos meus olhos, é que eu vi que ele agora trazia consigo um pedaço de pano velho.

Sem dizer nada, ele ergueu minha cabeça para trás, colocando aquele pano imundo em minha boca impossibilitando qualquer tentativa minha de gritar, amarrando-o logo em seguida na área próxima a minha nuca.

— Isso fará com que você seja uma boa menina enquanto o papai estiver fora. Afinal, você não quer que nada aconteça com nenhum de seus amiguinhos, não é mesmo?

Eu não respondi.

Eu poderia ter feito um sinal negativo com a cabeça, mas simplesmente fiquei encarando o vácuo, temendo que tal possibilidade pudesse chegar a acontecer.

— Ótimo — Ele disse, indo em direção à porta da frente. — Bem, cuide bem do apartamento do Alaric por mim, pode ser? Volto assim que puder.

Ele estava prestes a sair, quando de repente voltou, dizendo:

— Ah, quase ia me esquecendo: compeli para que alguém lhe trouxesse o jantar. Afinal, hoje será uma noite bem longa. Então, não me espere acordada.

Meu corpo e minha mente se encheram novamente de esperança. Um estranho vindo aqui poderia ser muito útil para a minha escapatória. Eu poderia até implorar, se fosse preciso. Faria de tudo para me ver livre dele.

— E, por favor, não tente bancar a engraçadinha com a garota que vier; ela tem ordens expressas para que você seja castigada caso você faça alguma gracinha.

Sem dizer mais nada, ele se foi, fechando a porta com uma força desnecessária.

Quando finalmente o estalar de seus pés sumiram no solo é que eu permiti que minhas lágrimas caíssem pelo meu rosto; e assim fiquei pelo o que pareceu serem várias horas, mas poderia muito bem serem apenas alguns minutos.

O tempo foi passando e, quando dei por mim, estava começando a cair no sono, cansada demais para me importar se estava confortável ou não. Sem resistir, eu deixei que as trevas tomassem conta do meu ser e logo aquele apartamento sumiu, dando espaço para uma grande escuridão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!