Três batidas. Três batidas na porta da sala onde eram filmados os bastidores. Apenas duas pessoas residiam no local.

– Diego, pega um copo de água pra mim. – falou a narradora enquanto lia alguns papeis.

– Você é surda? – começou o garoto. – Não ouviu? Estão batendo na porta. – ele disse se sentando em uma cadeira e colocando seus pés em cima da mesa à frente.

– Abre lá. – ela mandou.

– Abre você. Você que está no comando. – Diego apoiou sua cabeça em suas mãos.

– E é por isso mesmo que você vai abrir essa porta, desgraçado! – a garota, que já estava em pé atrás do amigo, puxou a cadeira com força o fazendo cair e bater a cabeça na mesa.

– Ai! – ele a olhou com raiva, rosnou e foi em direção à porta. Quando abriu, não havia ninguém. Coçou sua cabeça em sinal de dúvida, mas deu de ombros e fechou a porta. Novamente as três batidas. Ele abriu a porta novamente, e ninguém estava do outro lado. – Isso já é sacanagem... – logo após fechar a porta pela segunda vez, pela terceira mais algumas batidas foram ouvidas. Diego esperou para ouvi-las de novo e abriu a porta rapidamente. – AH! QUE RAIVA! – bateu a porta com força.

– Ai caramba! Meu ouvido não é pinico! – a narradora o olhou com raiva. – Quem era?

– VAI DESCOBRIR! – ele passou por ela, voltando a sentar na cadeira de onde foi retirado brutamente pela garota.

– Vish, estressou. – ela riu e foi até a porta. – Mas... Quem ousa fazer isso? Diego, vem cá. – ele a acompanhou até fora do lugar.

– Pirralhos malditos... – Diego falou irritado.

A porta atrás deles fechou brutamente. Ambos viraram a cabeça vagarosamente com um pouco de receio.

– Diego, eu to com medo. – ela disse segurando seu braço com força. Ele deu uma gargalhada estridente.

– Esse seu lado eu não conhecia! Não sabia que era tão medrosa! – ele se entregou às risadas.

– Humpf! – ela o soltou. – Eu não sou medrosa, retardado. – ela jogou uma mecha de seu cabelo para trás e adentrou no local. – Ué? A luz acabou. – ela continuou andando. – Diego! Me ajuda aqui! Eu não to enxergando na-... – a voz da garota foi cortada. Diego estranhou então correu para dentro.

– Cadê você! – ele gritou. – Droga! Você só me dá trabalho! – ele foi empurrado para o chão. Rosnou. – O QUE ESTÁ CONTECENDO AQUI?! – rugiu, estava começando a ficar mais nervoso do que já estava. Uma risadinha soou. – Devolvam-na! – ele se levantou e deu um soco na direção de onde havia vindo a voz.

Apenas uma luz foi acessa, mostrando várias silhuetas que, da distancia de onde ele estava, eram impossíveis de se identificar. Algo o segurou pelo abdome enquanto tapavam sua boa.

– DOCES OU TRAVESSURAS! – gritaram a maioria dos integrantes da GC, incluindo a narradora, que segura a ponta da corda em que o garoto havia sido amarrado.

– Mandou bem garota! – disse Siegh enquanto trocava um toca aqui com a narradora.

– Ainda falta muito para entrar no nosso clube. – falou Lupus tirando uma foto de Diego amarrado.

– Como se eu quisesse entrar para uma coisa feita por seres ridículos. – ela disse fazendo Lupus e Sieghart grunhirem.

– Agora é a nossa vez! – gritou a rosada indo para frente da câmera. – Bem vindos a mais um dos bastidores! Edição de Halloween! – ela gritou, estava usando uma fantasia de monstro.

– Amy, essa fantasia tá ridícula. – exclamou Rey que observava as meninas.

– Hupf! A Amyzilla é um clássico Rey! – a garota cruzou os braços e fez biquinho.

– Ao contrário da dela, a sua fantasia tá fantástica Rey. – começou Azin. – Adorei a sua fantasia de doida varrida. – os garotos por perto começaram a rir, afinal, a asmodiana não usava fantasia nenhuma.

– Isso! Adorei a fantasia de troglodita da Elesis! – Sieghart acompanhou o amigo, enquanto o ataque de risos dos outros meninos só ficava maior. Elesis também não usava fantasia alguma, ela não era muito desse tipo de coisa.

– Shi... – comentou Jin parando de rir na hora. – G-gente... – ele cutucou o ombro do Azin que estava ao seu lado, e ao mesmo tempo chamando a atenção dos outros. – A-acho melhor a gente correr!

A única coisa que dava para ver eram dois seres indefinidos com uma aura completamente negra os envolvendo, além de um sorriso sádico.

– Vocês morrem hoje! – falaram em sincronia enquanto perseguiam os garotos que fugiam desesperadamente.

Enquanto todos riam da situação, a narradora aproveitou para chegar perto de Diego, o qual ainda estava amarrado.

– Quem diria. – ela soltou uma risada. – Você ficou todo “Devolvam ela!”. – a narradora riu novamente e colocou um de seus pés em cima do garoto. Ela se inclinou para chegar perto de seu rosto. – Você é engraçado, querido. – ela se levantou e saiu enquanto ele começava a reclamar.

– Se ferrou eim cara. – falou Dio chegando perto do garoto. – Eu conheço o tipo dela, não tem como fugir. – o asmodiano esboçou um sorriso de maldade. – Cê tá ferrado. – Diego arregalou os olhos e tentou se livrar do aperto das cordas, mas era inútil. – Anda. – Dio levantou sua garra e com ela cortou as cordas.

– O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO?! – gritou Diego enquanto o asmodiano se afastava.

– Jin, cara, essa fantasia já tá ultrapassada. – falou Lass ao lado do ruivo.

– É. Sério, fantasia de coelho? Nem eu faria isso. – disse Ryan balançando a cabeça negativamente.

– Ryan, você se vestiu de gatinho no Halloween do ano passado. – disse Lass olhando-o com uma pequena gota na cabeça.

– Gatinhos são bonitinhos, tá?! – falou o elfo fazendo biquinho. – E foi pedido da Lire.

– Não foi. Eu disse pra você vestir uma fantasia legal e você chegou vestido de gatinho. – disse Lire que havia ouvido a conversa dos meninos fazendo com que Ryan caísse de cara no chão. – E ainda tinha um lacinho no pescoço. – ela apontou para o próprio pescoço.

– Até tu Lire? – falou o elfo com lágrimas nos olhos.

– Perdi alguma coisa? – falou Azin chegando perto com uma fantasia de cãozinho.

– Thanatos... – falou Lass dando um leve tapa em seu rosto.

Perto da geladeira...

– He he... – falava Lupus enquanto misturava algo em tubos de ensaio. – Está pronto! – ele disse erguendo o líquido enquanto soltava uma risada maligna acompanhado de trovões ao fundo.

– Uhahahaha! – Sieghart acompanhou. – A sua fantasia de cientista louco está muito boa Lupus. – ele disse dando um leve tapa nas costas do loiro.

– Valeu. A sua combina com você direitinho. – Lupus deu um tapa mais forte no imortal.

– O que você tá querendo dizer com isso! – rugiu Siegh, afinal, ele estava usando uma fantasia de múmia. O loiro riu.

– Vamos Sieghart, temos que fazer a pegadinha das pegadinhas! – Lupus disse fazendo uma pose destemida.

Longe dali...

– Hey Mari! – falou Lin se aproximando da garota de cabelos azuis. – Vamos fazer algo!

– Eu estou bem aqui. – ela disse virando sua cabeça na direção da oriental e ajeitando seus óculos.

– Ah qualé Mari! – disse Arme se aproximando das duas.

– Você fica o dia todo grudada nesses livros. – Arme olhou para a oriental com um pouco de raiva.

– Pelo menos ela tá de fantasia. – disse Amy olhando de canto para Rey e Elesis. – Porque a fantasia daquelas duas, é de mal-humorada mor! – a rosada gritou.

– Aproposito, a sua fantasia tá muito boa Mari. – a maguinha sorriu doce.

– Obrigada, a sua também. – Mari estava vestida de robô, nada que não seja esperado dela.

– VAMOS VESTI-LO DE TRAVESTI! – disse Ryan correndo atrás de Ronan.

– Eu ajudo! – falou Elesis nocauteando o azulado que caiu no chão com um estrondo. Ela pegou pelo rabo de cavalo do garoto e o arrastou dali

– Gente! – gritou Amy animada. – Hora do concurso de fantasias! – ela saltou uma vez de felicidade. – Venham para cá! Rápido, rápido! – todos foram se reunindo pouco a pouco, um ao lado do outro. – As regras são simples, quem tiver a fantasia mais espetaculosamente incrível, ganhará um premio!

– Que premio? – perguntou Ryan erguendo o braço.

– É segredo... – a rosada falou colocando seu dedo indicador na frente de seus lábios e pronunciando um “shi”. – Eu serei a juíza, já que a minha fantasia é a melhor de todas aqui e seria uma injustiça para vocês se eu entrasse no concurso... – ela sorriu.

– Tá, sei... – Siegh revirou os olhos.

– Vou começar! – ela pegou uma pequena listinha e um caderninho e foi em direção da primeira pessoa. – Ryan! Sua fantasia não tá lá muito original...

– Lobisomem é um clássico! – ele falou batendo o pé com força no chão e cruzando os braços.

– Sei sei... Dois e meio. – ela escreveu em uma das folhas, a arrancou e colou no peito do elfo que ficou com lágrimas nos olhos por causa de sua nota baixa. O próximo da fila era Sieghart. – Siegh... Uou! Quem teve essa brilhante ideia de te vestir de múmia! Ficou perfeita em você!

– Eu disse! – gritou Lupus ao longe enquanto Siegh rosnava.

– Apesar de ser uma ótima ideia, sua fantasia não ficou fantabulosa como deveria ter ficado. Mas vou ser generosa e te darei um cinco! – seguindo, a próxima seria Lire, que estava usando uma fantasia de fada. Seguimos passando por Lass vestido de vampiro com nota seis, depois Zero que havia colocado apenas uma capa. Então passamos por Lupus, Jin, Azin, Mari, Lin e Arme que estavam respectivamente vestidos de cientista, coelho, cãozinho, robô, anjo e bruxinha. A rosada foi distribuindo as notas até chegar em Elesis e Rey que estavam uma ao lado da outra sem nenhuma fantasia. – Posso saber por que as senhoritas estão sem fantasia?!

– Ah, mas a gente tá de fantasia. – exclamou Elesis.

– Sim, é a fantasia que só as pessoas mais especiais conseguem ver. – falou Rey.

– Você não tá conseguindo enxergar, Amy? Poxa que pena... A gente fez ela especialmente para você, achamos que iria adorar. – disse Elesis se segurando para não começar a rir.

– Eu consigo ver. – disse Ryan.

– Não é de verdade seu tonto! – Siegh disse dando um soco no elfo.

– Zero. – ela desenhou em duas folhas e colou no braço das duas.

– Eu? – Zero falou confundindo a nota que a rosada havia dado para as duas com seu nome.

– NÃO É VOCÊ! – ela gritou. – Agora... Ronan... Que fantasia fantabulosa!

– Foram aqueles demônios! – Ronan estava realmente vestido de mulher, ninguém sabia como Elesis e Ryan haviam conseguido fazer aquilo, mas ajudaram o azulado a levar a nota nove, até agora a maior entre todas.

O ultimo era Dio, que aparentemente não estava usando nenhuma fantasia, mas aos olhos da garota, ele usava uma das melhores.

– Dio! Que fantasia mais espetaculosamente perfeita! – Amy falou com os olhos brilhando. – Onde você arranjou a fantasia da Formiga Atômica?! – ela disse reparando nas duas coisas pontudas que ele tinha ao lado de seu queixo.

– EU NÃO TO VESTIDO DE FORMIGA ATÔMICA! – o asmodiano exclamou enquanto o resto do pessoal apenas ria da cara do garoto.

– Esses seus dois chifres lembram mesmo um inseto Dio. – disse Rey que logo se entregou aos risos junto com os outros.

– Vocês não sabem fazer mais nada da vida ao invés de ficarem me enchendo o saco?! – ele gritou indignado.

– Bravo! Pessoal! Temos dois vencedores! Ronan vestido de mulher e Dio com a sua fantasia de Formiga Atômica! – ela levantou os braços dos dois.

– Eu odeio minha vida... – disse Ronan com lágrimas no olhos.

– Eu odeio humanos. – disse Dio dando um rosnado logo depois.

– Hora do premio! – ela anunciou e foi buscar um frasco que estava em cima da mesa. – Isso aqui vai deixa-los lindos pelo resto da vida de vocês! – Amy distribuiu o líquido em dois pequenos copinhos e deu cada um para os dois garotos.

– Bem, não custa tentar. – disse Ronan bebendo o líquido seguido pelo asmodiano.

– PEGA A CÂMERA! É AGORA! – gritou Lupus com os olhos brilhando enquanto Siegh chegava feito um cometa do lado do amigo segurando uma câmera profissional.

– Eu não to sentindo nada e você? – Ronan perguntou para o asmodiano.

– Eu to sentindo raiva. Porque, pelo visto, foram aqueles dois que fizeram essa coisa que a gente acabou de tomar. – ele apontou para Lupus e Siegh que riam sozinhos.

– A gente vai morrer... – exclamou o azulado quase chorando.

Em poucos segundos, os dois ali caíram ao chão e se levantaram segundos depois. Mas nada havia acontecido.

– Não deu certo! – disse Siegh chora no ombro de Lupus.

– Relaxa. A gente consegue da próxima. – falou o loiro dando leves tapinhas de consolo no imortal.

– Não aconteceu nada... Pera... Minha voz, tá mais fina, a sua não? – perguntou Ronan de costas para o asmodiano.

– Eu sei lá... Tá... – falou Dio virando para o azulado. Ambos se encararam e deram um grito. – VOCÊ!

– VOCÊ É UMA GAROTA! – os dois falaram juntos.

– FUNCIONOU! – comemoram Sieghart e Lupus. Em instantes, os dois, melhor dizendo, as duas garotas estavam atrás de Sieghart e Lupus com uma aura maligna rondando seus corpos.

– L-Lupus... Acho melhor a gente correr! – ambos correram da fúria dos “garotos afeminados” enquanto todos riam até não poderem mais.

– Essa foi ótima! – disse a narradora limpando as lágrimas causadas pelo riso. – Gente, ao sair, peguem seus scripts. E alguém faria o favor de entregar para aqueles quatro?

– Eu entrego, pode deixar. – Azin se voluntariou.

– Então é isso! Feliz Halloween pessoal! – falou Amy saindo do local.

– Ela nunca vai se cansar de falar esses tipos de coisas?... – perguntou Elesis.

– Por que o Jin ainda não tirou essa fantasia de coelho?... – perguntou Lass.