Davi os olhou com um pouco de paciência e perguntou diretamente para Arthur:

- De que é que você se lembra?

Arthur respondeu nos deixando confusos:

- Caramba! Eu tive um sonho demais, sonhei que eu via você e a Sara virando vampiros e que alguém me matava pra que eu virasse também, enfim era demais!

Laura interrompeu meus pensamentos confusos:

- O que? Eu também tive o mesmo sonho, como isso é possível?

Olhei para Davi, nós estávamos sem paciência para contar e aguentar reações histéricas de todos, então resolvi deixar Davi com o mais difícil, ele com Laura e eu falava com Arthur, fomos cada um para um quarto da casa. Logo vi os gritos de Laura lá de baixo Davi contou á ela sem mais nem menos, e ela como sempre deu uma reação normal e gritou e berrou por todos os cantos eu tentava prestar atenção na conversa com Arthur, mas os gritos do outro quarto não deixavam então despejei minhas palavras na pobre criança:

- Escuta e presta bastante atenção, tudo que você sonhou não foi bem um sonho, e se eu te disser que foi tudo real?

Arthur se jogou na cama, parecia um adulto se desesperando para pagar as contas no final do mês, e falou em tom baixo:

- Meu Deus! Sara o que vou fazer, você tem noção do que é ser um vampiro?

- Bem tenho né? Eu sou uma, mas fica calmo vamos cuidar de você como uma família normal, mas, por favor, não se desespere!

- Tá louca, eu adorei, uma criança como eu sendo um vampiro, meu sonho agora tenho super poderes, você vai me ensinar a lutar? Posso sai por ai matando todo mundo?

- Que isso menino, além de tudo você vai ter que ter muita responsabilidade.

- Ufs! Tudo bem!

Ri um pouco daquela expressão, mas logo fiquei séria, pois tinha acabado de escutar Davi falando para Laura sobre a morte da sua mãe, resolvi não contar para Arthur ele não tinha nem conhecido meu pai, só de vista naquela festa. Laura correu do outro quarto e chegou ao quarto onde eu estava, que era o quarto de Arthur, ela deitou na cama e começou a chorar, dizia coisas como: “Minha mãe morreu! O que vai ser de mim agora?”. Depois de termos passado uma tarde chorosa, da parte de nós três, pois me lembrei do meu pai, e Arthur lembrou-se de sua mãe, pois ele havia escutado toda conversa. Quando já era de noite, todos estavam na sala, mas calmos mais ainda tristes por dentro, então Davi começou a falar:

- Gente eu sei que é difícil então vou ditar as regras. Laura você pode ficar conosco o tempo que preferir, mas acho que não vai querer ficar aqui depois de tudo, sei também que ainda não se acostumou com tudo isso, mas vai ter que aprender a caçar e tudo mais, isso serve para os dois não quero meu novo filhinho matando os seus coleguinhas por ai.

Arthur interrompeu:

- Que isso não me chame pelo diminutivo já tenho oito anos e seria bem legal, mas eu me acostumo tudo bem!

Ri de canto daquela situação, mas Laura falou:

- Claro que eu vou ficar com vocês, mas ainda não consigo me acostumar com essa ideia.

Davi continuou:

- Calma gente! Tudo vai dar certo, e vocês ainda precisam fazer a transição.

Davi deu alguns passos para o quarto do casal e trouxe duas bolsas de sangue, deu passos leves para que Laura e Arthur não se assustassem, então ele continuou dando as bolsas de sangue para cada um que o olhava com medo:

- Fiquem tranquilos, tomem isso e virarão vampiros caso contrário morrerão!

Ele disse isso com uma voz grossa, e pude perceber que se tratava de uma brincadeira, depois de dizer isso ele se aproximou da barriga de Arthur e ele fez cosquinha nele fazendo todos rirem, com a risada de Arthur. Logo sem nenhum medo os dois tomaram o sangue ainda querendo mais, depois ficamos o resto da noite, assistindo TV e depois fomos cada um pro seu quarto, Arthur foi pro seu, e Laura para o quarto de hospedes, enquanto eu e Davi nos direcionamos para o nosso quarto, ele me pegou no braço, mas eu não deixei, derrubei ele no chão, sem sucesso, pois com sua rapidez logo se levantou me pegando a força novamente, o que fez nós rimos um pouco. Davi me jogou na cama e começou a me beijar, logo o clima esquentou, mas eu ainda não estava pronta para isso minha primeira vez tinha que ser algo extraordinário já que sofri tanto, eu mereço. Além do mais teria que existir a pessoa certa que eu já tinha o lugar certo que eu também já tinha menos a hora certa com todos em casa e com tudo isso que havia acontecido. Antes mesmo de eu interromper o clima, Davi parou encerrando com um selinho em minha boca e dizendo:

- Tudo bem já entendi o recado, vida de casados sem sexo!

Eu ri um pouco dele, mas então respondi:

- Como você consegue?

- Se segurar perto de você?

- É seu bobo.

- É tão difícil quanto resistir a sangue!

Cheguei mais perto dele e lhe dei um beijo calmo e terno, ele logo se levantou correndo passando para o banheiro ainda dentro do quarto, então gritei:

- Porque disso você já tomou um banho antes de dormir?

Ele gritou ligando o chuveiro:

- Não um banho frio que eu preciso tanto.

Ri um pouco daquilo, gostava de o ver sentir aquela sensação perto de mim, mas ao mesmo tempo sentia vergonha, ele saiu do banheiro só de toalha, não resisti e olhei para seu peitoral musculoso, percebendo isso ele falou:

- Vai ficar só no desejo? Porque só falta babar!

- Infelizmente sim!

- Infelizmente sim?

- É seu bobo, você sabe que eu quero isso tanto quanto você mais agora vamos dormir.

Ele entrou no banheiro novamente e saiu de lá com uma cueca Box preta, então ele perguntou:

- Posso ficar assim não é?

- Claro! Agora é minha vez de se trocar.

Ele se deitou na cama, e eu entrei no banheiro para vestir meu pijama, ele era lilás e era uma blusinha e um shortinho bem curto, logo Davi falou:

- Acho que vou ter que tomar outro banho frio.

Nós rimos, mas me deitei por fim em seu peito, e dormimos juntinhos. Logo amanheceu, acordei e reparei que Davi não estava na cama, logo Davi chegou com a bandeja de café da manhã, com algumas frutas, pão e uma bolsa de sangue, dei um sorriso me levantei fui até o banheiro escovei os dentes e penteei os cabelos e corri em direção da cama novamente. Nós tomamos nosso café juntos, com muitos beijos e abraços e depois de comermos tudo, Davi levou a bandeja lá para a cozinha e Arthur chegou logo depois que eu tomei meu banho:

- Sara o que vamos fazer hoje?

- Calma meu lindo, hoje vamos resolver algumas coisas, você pode sair com o Davi e eu vou sair com a Laura.

Logo Laura chegou pulando na cama parecendo uma criança:

- Meus ouvidos estão super aguçados, ouvi falarem meu nome.

- É que eu tava dizendo ao Arthur que vamos sair.

Pisquei um olho para ela, que entendeu queríamos um dia só de meninas, Laura logo mudou a expressão e gritou deixando eu e Arthur quase surdos:

- Esqueci-me do Allan, meu Deus eu esqueci meu namorado!

- É mesmo!

Arthur nos fez rir dizendo:

- Isso já ficou chato, papo de mulher é ruim que eu vou ficar aqui.

Ele desceu correndo chamando Davi, que riu lá em baixo lhe dando uma bolsa de sangue, eles dois saíram rapidamente num sei para onde, mas voltei para meu mundo dizendo a Laura.

- Que tal a gente ir à escola hoje?

- Ótimo! Vamos.

Saímos de casa e fomos para o colégio com meu carro, porque mesmo sendo vampiras, não podíamos dar bandeira. Chegamos à porta do colégio e nem havíamos nos tocado que ainda era de manhã então partimos diretamente para casa de Allan, chegamos e buzinamos, Allan saiu de lá já reconhecendo o carro e mudou a expressão totalmente, para a de tristeza. Ele se aproximou do outro lado, o do passageiro e logo disse:

- Você ta maluca! Ficou esse tempo todo me evitando, não apareceu na escola, não me deu satisfação nem nada, me parece que gosta mais de mim, e se é isso que você quer acaba tudo agora.

Laura encheu seus olhos de lágrimas e falou em um tom desanimado:

- Claro que não Allan peço que me escute, por favor! Posso lhe explicar tudo que aconteceu.

- Ah! Claro vai me contar tudo, que o que ficou com outros porque se for assim eu já fiquei com outras pessoas, e para mim já está tudo acabado já faz algum tempo.

Laura derramou cada vez mais lágrimas e soltou:

- Por favor, Allan me escute...

Allan saiu dali não dando nenhuma importância para o que ela dizia, fechei os vidros e acolhi Laura em meu colo a deixando soltar cada vez mais suas lágrimas. Fomos depois de um tempo para casa, e Laura passou um tempo ainda chorando, assim passamos o resto do dia, Davi e Arthur chegaram rindo, mas logo mudaram a expressão quando viram Laura chorando no sofá. Arthur foi para seu quarto onde foi dormir, pois era um menino muito educado, Laura foi para o quarto de hospedes que agora era praticamente dela, ainda chorosa, e Davi e eu fomos pro quarto do casal. Chegando lá ele começou:

- O que é que essa menina tem agora?

- Foi uma briga com o namorado ou ex-namorado, não sei bem.

- Acho que pelo visto, acabou!

- Sim, to com pena dela.

- Meu amor não se preocupe, tudo vai ficar bem minha linda.

Ele foi tomar banho e colocou a sua famosa cueca Box, mas desta vez vermelhas, já eu coloquei um pijama de outra cor, mas do mesmo jeito do outro. Fomos dormir agarradinhos, pois Davi acima de tudo me respeitava e eu adorava isso.