Não sabia o que me tinha feito fazer aquilo, mas ao ouvir a conversa de Alice e Davi, me toquei que Alice estava acampando aqui perto e resolvi ir olhar se ela se encontrava mesmo com ele, como ela tanto falava, corri o mais rápido que pude até a floresta não tinha ninguém nas ruas da cidade, tudo parecia muito calmo e assustador, se não fosse uma vampira aposto que estaria morrendo de medo de estar naquele lugar. Cheguei à floresta, acho que eram umas 03h30min da madrugada, a luz estava acesa em uma cabana que eu conhecia bem, era a cabana que Davi e eu havíamos caçado o casal de idosos. Fui chegando mais perto e mais perto, quando a avistei Alice com um vestido azul marinho e mais alguém na casa, Hugo estava lá também e os dois conversavam muito baixo, cheguei mais perto da casa, fui até a porta da frente para poder escutar melhor. Aquilo não fazia nenhum sentido, mesmo não gostando de Alice prestei muita atenção na história que Davi havia me contado na floresta, e nessa história Alice tinha brigado com o pai há alguns anos. Hugo começou a falar bem baixo:

- E então minha filha já está conseguindo enganar aqueles dois?

- Por enquanto só Davi papai, mas a garota não gosta muito de mim e não vai acreditar nunca.

- Então faça seu trabalho direito! Não quero que nada saia errado.

- Sim papai!

- Davi pensa que nós estamos brigados há anos, mas o que ele não sabe é que logo quando eu te convidei para fazer parte do plano, você deu uma de mocinha indefesa e não quis aceitar, mas quando terminou com ele deixou uma brecha para que eu o atingisse-o e fizesse com que ele sentisse pena de sigo mesmo, e agora quero que tente ao máximo reatar esse namoro para que eu possa saber onde ele está a qualquer momento, e terei minha vingança por ele ter te transformado em um monstro que agora está me ajudando e ter roubado meu anel precioso, se não conseguir convencer a garota, mate-a.

Isso me surpreendeu, tentei correr, mas ao pisar numa madeira em falso fiz um barulho infernal, Alice saiu da casa rapidamente gritando: “tem alguém ai?”, eu já havia me escondido em uma árvore prestava muita atenção ao olhar furioso dela e por sorte não tinha percebido que Hugo mal se mexia dentro da casa. Uma mão me puxou por trás segurando minha cintura e minha boca, Hugo tinha conseguido me segurar, tentei soltar suas mãos do meu corpo, mas não consegui, um tempo depois senti minhas pernas dormentes e quando pisquei os olhos só vi escuridão, ao me acordar, estava sentada a cadeira com cordas me prendendo a ela, dentro da cabana. Meus pulsos sangravam muito, minhas veias do rosto estavam á mostra e as minhas presas também, meu pulso sangrava muito e ainda podia sentir minhas pernas dormentes. Hugo logo avisou:

- Nem tente se mexer, irá ser pior. Bem como um caçador de vampiros e tendo uma filha vampira acho que sou bem convincente quando quero que um de vocês sinta dor. Isso que está fazendo seus pulsos sangrarem é uma corda com pó e raspas de madeira, assim mantendo a madeira em seu corpo ele não pode se curar, usei esse mesmo pó para fazer com que você desmaie. Sabe o organismo de um vampiro é fascinante, você sabia que usando esse simples pó, você não vai poder falar e muito menos respirar se é que você precise sem ajuda do nariz. Isso ai e agora a melhor parte sua pernas não está quebradas, é que esse pó é uma coisa mágica não é, usei uma estaca melada com ele na sua coluna que paralisará suas pernas por um bom tempo a não ser que eu tire, em minha opinião eu queria usar sem esse pó, para fazer com que você senti-se a dor de verdade, mas você não me deixou tempo para pegar outra estaca. Você deve ter escutado o nosso plano todo não é?

Não conseguia falar e com muito esforço, comecei a tossir e cuspir um pouco das raspas de madeira, assim falando meio rouco:

- Você e sua maldita família não prestam e eu julgando o Davi por ter matado aqueles inúteis e covardes de seus filhos, agora fico feliz por eles não estarem aqui com você.

Hugo com ódio extremo de mim pegou mais raspas de madeira e colocou em sua mão que ficou bem cheia, depois abriu minha boca e jogou tudo nela, aquilo descia queimando pela minha garganta, era pior que ficar sem sangue, mas ele continuou até que sua mão ficou vazia, então ele falou enquanto Alice ficava pasma, acho que pensava se caso seu pai usasse aquilo se ela o desobedecesse:

- Hum! Muito bem coma tudo, sabe Sara tenho o prazer de te contar do que esse pó é feito, você pega uma árvore pega uma faca ou um facão e começa a raspá-la até que a árvore se acabe, fiz isto desde quando Davi se tornou um sanguessuga nojento feito vocês, então pode perceber como isso dura não é, e o melhor se tentar roubá-lo de mim sua mão irá queimar até se desfazer, porque vem do interior da árvore. Muito bem, agora não te contei a melhor parte quando um vampiro ingere isso seu organismo pede sangue e sangue e todo tempo sangue, mas ai ele vai ficando fraco então seu corpo começa a secar e assim é muito mais fácil para um caçador matá-lo, se eu quisesse Sara te deixava aqui mofando e ia-me embora até pegar o Davi, mas não como eu sou um rapaz muito bonzinho vou deixar você sair, mas não estrague meu plano.

Hugo me soltou e eu percebia que Alice não contrariava o pai por nada, até no momento que ele falava mal da raça dos vampiros na qual ela também faz parte, assim que ele desatou as cordas, sai daquela cabana e corri por toda a floresta indo diretamente para casa. Chegando lá tirei a roupa e corri para o banheiro, tomei banho e deite-me na cama, logo depois analisei meus pulsos, eles estavam vermelhos e ardendo muito, o pior era que minha garganta sangrava e queimava e minhas presas ficavam para fora o tempo todo, tentei dormir mais a imagem deles dois me torturando não saia da minha mente, por fim consegui dormir e me acordei ás 08h00min em ponto. Olhei novamente para meus pulsos eles continuavam vermelhos e minhas presas já não estavam para fora da boca, meu pai abriu a porta sem bater e começou a falar:

- Sara querida papai tem que ir, chegou um homem ferido no hospital, ele teve hemorragia e perdeu quase todo sangue e com dificuldade para respirar também, temos que fazer uma cirurgia imediatamente, papai não volta para casa cedo querida ainda tenho que passar na delegacia e ajudar a Susan neste caso, pois não acharam quem fez isso, embora acham que foi um animal eles não tem tanta certeza há marcas no pescoço e pulsos, tchau não me espere para nada.

Não tive tempo de falar com ele, assim que disse isso tudo ele saiu pela porta desesperado, só deu tempo de me cobrir, pois estava com uma camisola muito fina que dava para ver algumas partes do meu corpo, ficava feliz por papai ter chamado a xerife de Susan eles estavam cada vez mais próximos. Embora o caso para mim já estivesse encerrado e Alice tinha causado isso tudo ontem à noite, ela era tão impiedosa que nem dava sangue para vitima recuperar-se ou escondia o corpo, tinha algo de muito errado com aquela família. Levantei-me da cama logo, queria poder ver Davi e contar tudo sobre esse caso e sobre a tortura que havia sofrido ontem á noite. Tomei banho novamente, vesti uma roupa e corri para a floresta, logo que cheguei vi Davi sentado na mesma pedra, cheguei perto dele e lhe dei um abraço apertado logo uma voz de trás da árvore disse:

- Cuidado Sara sou muito ciumenta com o que já é meu.

Davi olhou para trás e lhe deu um sorriso, eu não conseguia falar direito aquele pó estava me queimando ainda por dentro, Davi se pronunciou:

- Que nada Alice, não tem nada entre mim e a Sara e eu não sou seu coisa alguma.

Não me aguentei e corri passando por Alice e Davi, mordendo o primeiro animal que encontrei no caminho, Davi e Alice chegaram atrás de mim, enquanto me derramava no sangue daquele animal, mas havia um problema na minha garganta eu não conseguia falar e nem engolir o sangue que passava por minha garganta. Cai no chão com a boca toda melada de sangue e tossindo muito a cada tossida minha um pouco de pó saia da minha boca junto com o sangue de animal que eu tinha bebido. Davi chegou próximo de mim, mas Alice lhe disse que me ajudaria ela chegou perto de mim e me deu a mão, quando me levantei Davi tirou sua camisa e me deu para que eu limpasse o sangue da minha boca, eu e Alice olhávamos para a barriga dele, nossa ele era muito forte, Alice se pronunciou me dando um murro na cara e dizendo:

- Vamos garota Davi me chamou aqui para te ajudar a treinar já que posso acabar com você num piscar de olhos.

Não conseguia acreditar como ele teria feito aquilo, com o murro de Alice eu caí no chão e me levantei rapidamente lhe dando um murro na barriga, e ela não sentiu nada, Davi se sentou e Alice me golpeou com outro murro e um chute na barriga fazendo com que eu caísse novamente no chão e assim disse me dando ás costas:

- Primeira regra não sinta dor, você é uma vampira não pode sentir dor, afinal todos os seus ferimentos irão se curar, menos aqueles com madeira.

Levantei-me do chão e dei uma rasteira nela que quase caiu, assim segurando em mim, quando dei um murro na sua cara e mesmo assim ela ainda resistiu, então peguei em seu braço que estava preso em minha cintura e o torci, fazendo com que ele quebrasse assim ela caiu no chão e eu lhe dei dois chutes na barriga lhe dizendo:

- Segunda regra nunca mesmo dê ás costas para seu inimigo, e não foi você mesma quem disse que nós não poderíamos sentir dor, porque ainda está no chão?

Alice se levantou forçando seu braço para o outro lado, e ele se concertou assim ela gritou para mim:

- Sua vagabunda o que pensa que fez.

Vindo em minha direção quando Davi apareceu na minha frente segurando o seu braço que vinha com intenção de me dar outro murro, então ele disse:

- Chega Alice, por incrível que pareça Sara te venceu...

- Agora Sara vamos treinar a parte de correr que você conhece bem, mas tem que aperfeiçoar para fugir do inimigo e depois a parte de se esconder.

Ele correu pela floresta muito rapidamente e eu olhei para Alice que me examinava de longe, depois corri pela mesma direção de Davi, logo percebi que Alice estava bem atrás de mim correndo também lembrei que Davi havia me dito para se esconder, então corri muito e me escondi atrás de uma árvore, Alice passou direto foi quando algo me puxou para trás, eram as mãos de Davi que me puxou para cima de uma árvore tapou minha respiração por alguns segundos, foi no momento que Alice retornava e gritou:

- Davi e Sara podem sair daí sei que vocês estão escondidos!

Logo depois ela murmurou:

- Não devem estar aqui mesmo! Eu desisto vou para casa.

Quando ela dirigiu-se á frente indo embora, eu comecei a tentar respirar, mas não conseguia Davi tinha tapado minha respiração, cai da árvore agonizando e tentando respirar, Davi desceu imediatamente da árvore não vendo que eu estava mal e dizendo:

- Que louca ela fica falando sozinha por ai!

Logo ele percebeu que eu estava me sentindo diferente, ele pôs a mão em minha cabeça olhando para minha boca, comecei a tossir e cuspi muito pó, Davi logo falou:

- Sara o que houve? Quem foi que fez isso com você?

Não conseguia falar nada, mas tentava com esforço, depois de muito tempo murmurei bem baixo:

- Alice e Hugo.

Davi falou me contrariando:

- Alice?  Nunca ela faria isso com você ela não está unida com ele, nem se quer gosta do pai nem ele dela. Não é possível você deve estar enganada.

Depois de botar para fora todo o pó conseguindo falar, contei a Davi tudo que tinha acontecido, ele acreditou em mim e até se desculpou me levando para casa, chegando lá ele disse:

- Nossa que história Sara, vou dispensar a Alice e hoje você precisa descansar precisa de muito sangue, irei buscar algumas bolsas de sangue no hospital e vou ver o que posso fazer.

Assim que ele saiu eu desci ás escadas, abrindo a porta de casa, eram umas 11h45min da manhã e não havia muita gente na rua, o carteiro chegou perto de minha casa, ele era jovem e alto tinha cabelos morenos, puxei-o para dentro da casa e pulei em cima do seu pescoço, sugando seu sangue, Davi chegou e entrou em casa, logo que ele se aproximou de mim, senti o sol me queimava, minha pele ardia diante do sol. Davi pegou o carteiro e o utilizou a hipnose, o carteiro saiu pela porta, Davi chegou perto de mim novamente me dando o relógio que havia pegado sem que eu percebesse e que me protegia de torrar do sol. Logo depois ele disse:

- Tenha cuidado não pode sair por ai, sugando qualquer um, entendeu?

Respondi com vergonha:

- Sim, me desculpe.

Ele me levou até o quarto me dando ás bolsas de sangue, eram quatro e acabei com elas logo, assim que acabei de tomar todas, Davi me deitou na cama e disse com uma voz suave:

- Sara me desculpe novamente por não acreditar em você e queria-te dizer que tenho uma coisa muito importante para te falar, desde o dia que Alice apareceu, mesmo assim precisamos continuar treinando certo?

- Fala logo!

- Tudo bem, mas preciso que me prometa que mesmo assim irá para a floresta amanhã?

- Irei sim agora fala.

Quando ele iria me dizer algo importante à campainha tocou, Davi atendeu a porta e era Laura, de lá de cima pude ouvir a conversa Laura começou:

- Cadê a Sara?

- Está doente, mas ela tá lá em cima no quarto.

- O que e você tá com ela sozinha aqui nessa casa?

-Sim por quê?

- Porque ela não pode ficar no quarto com um menino!

- Não se preocupe eu tenho as melhores das intenções com ela.

- Tudo bem, mas cuidado para o Zac não pegar vocês e diga a ela que passei para avisa-la que eu iria com o Allan no carro dele para escola, pois já saiu da oficina, mas como ela está doente, lhe deseje melhoras e depois eu passo aqui, cuidado!

Ri um pouco com o desespero de Laura, mas ainda estava me sentindo fraca, mal conseguia respirar direito, logo Davi chegou e não disse mais nada.