Natalie estava indo chamar Amy e Ian para jantar, quando ela viu os dois correndo envolta da piscina. Ela viu o irmão pedir mais uma chance pra ela. Será que Ian estava... Apaixonado? Não. Isso não era possível. Não Ian. Não por Amy.

Mas por que não?

Não havia um motivo. Mas Natalie sempre pensou que seu irmão gostasse do tipo de garota que usava roupas da Chanel, como ela.

Ora, Amy só usava os costumeiros jeans folgados e as camisetas velhas. Como alguém poderia ficar tão bonita com tão pouco?

É.

Bom, chega de falar dos pombinhos, estava na hora de Natalie cuidar da vida dela própria. Reconstruir a vida.

 Só que a menina ainda estava abalada por causa da mãe, ela se sentia perdida no mundo. Agora, ela poderia dizer a Amy e Dan que sabia como era. Se sentir abandonada, deixada de lado, jogada fora. Natalie era muito apegada à mãe. E ao pai.

Era. Essa palavra doía. Até por que Isabel costumava ser uma mãe legal. Uma mãe perfeita.

Agora ela fora arrastada até ali, o lugar onde sua mãe fora presa, porque o irmão insistiu.

Só falta ele querer ir pro Brasil, pensou, encontrar papai.

Só Ian e Natalie sabiam onde o pai estava, mas não mantinham muito contato com ele. Quando Vikram ligava, era sempre de um telefone público e informava apenas onde estava, que normalmente era em um hotel de luxo no Rio de Janeiro, e perguntava como iam os negócios. Nada de “filha, estou com saudades” ou “você está bem? Como está indo no colégio”.

Mas ele também não falava isso com Ian, e Natalie podia ver que estava sendo mais difícil pra ele do que pra ela mesma. Porque o irmão tinha que cuidar de tudo. Da mansão, dos negócios. Fora rebaixado para uma posição menor em seu próprio clã por ajudar na causa Madrigal, etc.

O irmão sempre a defendera, mesmo ele sendo irritante, ela o amava.  Os Kabra podiam amar afinal. Natalie lembrava vagamente de quando ela e Ian eram pequenos, porém o irmão lembrava detalhes incríveis. Ele disse, uma vez, que Vikram e Isabel formavam um casal tão lindo e apaixonado que alegravam os lugares onde passavam. Era uma vez um casal que se amava... Era uma vez a princesa Natalie que fora tão azarada quanto se podia ser. Será que a vida de Natalie seria toda contada no “Era uma vez...”?

Essa não era a pergunta.

A pergunta era : Será que ela teria um final feliz?

...

Ela nem precisou chama-los. Amy saiu da piscina e, Ian logo depois.

Suspirou.

Quando Natalie estava prestes a se virar quando uma mão pousou em seu ombro.

Assustada, tão rápida quanto um raio, Nat segurou a mão com da pessoa força, com a mão direita, e virou o punho.

-Ai!  - gritou o garoto.

Era só Dan.

-O quê você pensa que está fazendo? – gritou a menina. – Não me assuste mais assim.

-Tá, que seja – disse Dan, com agonia. – AGORA ME LARGA QUE TÁ DOENDO!

Ela virou mais um pouquinho o punho dele, só por diversão, mas o garoto foi rápido. Com a outra mão, Dan agarrou a mão esquerda de Natalie e deu-lhe uma rasteira, no entanto ele a segurou antes que caísse no chão.

Eles ficaram iguais àqueles dançarinos de tango, ou quando um garoto vai beijar uma garota, aquela posição em que o garoto fica inclinado e a menina deitada, (N/A: vocês entenderam!) a não ser pelo fato que Dan estava segurando a garota pelo pulso.

Natalie percebeu o quanto o órfão da busca pelas pistas estava diferente. Os cabelos castanhos lisos de Dan estavam mais compridos e bagunçados. Ele havia crescido, estava uns cinco centímetros maior que ela e os olhos verdes... Ela tinha que admitir que o garoto estava bonito.

-Ahn... D-desculpa. – gaguejou Dan, soltando a menina.

-Ai! – gritou Natalie, quando caiu no chão. – VOCÊ PODIA PELO MENOS TER ME COLOCADO DE PÉ, SEU MANÉ.

-Rimou!

-Ora, cale a boca.

-Ninguém manda o Mestre Supremo dos ninjas calar a boca.

-Acontece que você não é o mestre supremo dos ninjas.

Dan deu de ombros.

-Verdade. Então ninguém manda o Futuro Mestre dos ninjas calar a boca.

-Cale a boca!

-Tá bom! Vamos logo que a Nellie já serviu o jantar.

-Não me diga.

-Só digo a você, Natalie Cobra, que se você tiver alguma pistola de dardos por aí eu vou pegar...

-EU PAREI COM ISSO TÁ?- gritou Natalie, estupefada.

-... Pra colocar na minha coleção de armas ninjas...

-Você é retardado.

-Sei disso.

...

POV’S Madison*

Aquela mesa estava muito desanimadinha pro meu gosto, mas que coisa.

Pra começar ninguém falou nada até o Fiske chegar, eu já disse que ele me lembra um esquilo? Não? Pois bem, ele me lembra um esquilo. Mais precisamente o esquilo de “A espada era Lei” Quando o Merlin e Artie se transformam em esquilos. Então ele parece o Merlin.

O que me levou a falar isso?

Ok, vamos falar da comida. Uh-uh, aquela babá até que sabe fazer um rango bom. Poxa, aquelas pizzas estavam... Como mesmo que a Natalie disse? Ah é, Divas.

Sei lá o que é isso, mas quando eu perguntei todos olharam pra mim com cara de paisagem. Deduzi que deve ser alguma coisa boa, pra Natalie falar daquele jeito.

Acho que era por isso que ninguém estava falando afinal, todo mundo tava comendo igual ao Zé do Brigadeiro, o cara que vendia pastel lá na rua de casa.

O cara vende pastel e o nome dele é Zé do brigadeiro.

Voltando ao assunto, aquele cara comia toda a mercadoria dele, acho que é por isso que ele abandonou o carrinho de churros e foi trabalhar de Madame Zuleide na África do Sul.

Enfim, a conversa antes do Esquilo chegar foi tipo assim:

Eu: mfff... ibo dá mutcho gossstoso ~le cospe farelos~

Reagan: é verdadche. ~cospe mais farelos~

Eu: hm...Podje crerj.

Hamilton: Calem a boca, vocês duas.

Dan: Eu sou um ninja!

Natalie: Oh Deus, sinceramente não dá pra dizer que vocês são meus parentes. Madison e Reagan, por favor, é nojento falar de boca cheia e...

Aí Reagan começou a discutir com ela sobre o que era nojento e cuspiu um pedaço de pizza de frango no vestido Dior de Natalie, o que levou a uma gritaria linda. Aí Fiske chegou e “Everybody Shut Up”.

Ele disse que tinha dois comunicados a fazer. Aposto que ninguém esperava o que o Esquilo vinha a falar.