(Story Of A Lonely Guy - Blink 182)

09h23 AM – Acordei com os fones gritando no meu ouvido. Eu havia dormido bem mal noite passada, então decidi tomar um banho quente para relaxar. Deixei a água tomar conta do meu corpo e fechei os olhos.

- Brianna! – Ouvi alguém gritar. – Aqui, na janela!

- Droga! – Murmurei para mim mesma.

Enrolei uma toalha no corpo e caminhei em direção ao meu quarto. Josh estava pendurado na janela, brincando com uns pedaços de vidro, que ele mesmo quebrou quando jogou uma pedra na minha janela.

- O que está fazendo aqui? – Cruzei os braços. – Ainda são nove da manhã.

- Ah, qual é, Bri?! – Se jogou na cama. – É fim de semana! Vim te buscar.

- Certo, da próxima vez que quiser entrar – Reclamei. -, venha pela porta da frente e não pela janela!

- Como quiser, Sra. Hooper. – Sorriu.

Percebi que o pirralho analisava meu corpo com os olhos. Ele mordia os lábios e sorria, descaradamente. Estalei os dedos em frente ao seu rosto.

- Ei, Josh! – Ergui uma sobrancelha.

- Ahn, o que foi, Bri?! – Me olhou divertido. – Eu só estava...

- É, eu sei o que você estava fazendo! – Cruzei os braços. – Aonde vamos?

- É surpresa, boba! – Mordeu os lábios.

[...]

O vento era forte naquele lugar. Parecia um lugar alto, mas eu não conseguia ver. As mãos do pirralho tampavam meu olho.

- Josh, já posso olhar?! – Pedi, fazendo biquinho.

- Só mais um pouquinho e... – Me conduziu até um banco de madeira. – Pronto!

A vista era realmente bonita. Era como um penhasco, mas dava para ver a praia de lá. O lugar era bem romântico e talvez, isso estivesse me incomodando um pouco. O pirralho sentou ao meu lado e me olhou de uma forma carinhosa.

- Promete que nunca vai esquecer de mim? – Acariciou meu cabelo.

- Por que isso agora, Josh?! – Perguntei, mordendo os lábios e olhando para o chão.

- Eu não... – Se interrompeu e suspirou. – Só me promete, vai?!

- Tudo bem, Sr. Steiner! – Franzi o cenho. – Eu prometo.

- Eu também nunca vou esquecer de você, Bri. – Sorriu, acariciando a minha bochecha com o polegar. – Nunca...

- Está me assustando, pirralho. – Disse, baixinho.

- Desculpa. – Me abraçou. – Eu não queria.

Ficamos um tempo ali, apenas sentindo o vento frio bagunçar nossos cabelos. Senti uma lágrima quente do Josh cair no meu ombro. Eu realmente estava com medo, mas não sabia do que. O Steiner limpou as lágrimas rápidamente, fechou os olhos e tombou a cabeça para trás.

- Não faz isso comigo, Josh. – Respirei fundo. – Eu só quero entender o que está acontecendo, certo? É pedir muito?!

- Shii, esquece isso. – Me deu um selinho. – Vai ficar tudo bem.

- Promete que dessa vez, vai ser tudo diferente?! – Segurei sua mão.

- Diferente? – Sorriu torto. – Prometo.

[...]

11h24 AM – O vento balançava as árvores e pela aparência do céu, iria chover mais tarde. Não voltaríamos para casa tão cedo, já que o Josh insistiu em passar o dia inteiro comigo. Eu geralmente não falava nada durante o caminho inteiro. O pirralho me deixou confusa hoje.

- Quer voltar para casa? – Josh perguntou.

- Talvez, eu não sei. – Cruzei os braços. – Também quero ficar perto de você, por hoje.

Josh me abraçou e beijou minha testa. As vezes, eu sentia falta disso da parte do Logan. Ele não tem sido como o irmão dele. Eu me sentia segura perto do Josh e era diferente com o Logan.

Deitamos na grama e ficamos olhando para o céu. Na verdade, a grama me incomodava um pouco, mas com o Josh eu esquecia disso. Ele segurou a minha mão e entrelaçou nossos dedos.

- Eu te amo, Brianna. – Murmurou. – Não devia, mas amo mesmo assim.

- Também te amo, pirralho. – Sorri. – Não da maneira que você quer, mas amo.

Pov’s Josh

Segurar a mão da Brianna me fazia esquecer de tudo e por um momento, eu podia imaginar que ela era minha. A puxei para cima de mim e afaguei seu cabelo. Olhei para a sua boca, mas era totalmente errado. Eu sei, eu já havia feito isso outras vezes, mas eu prometi para mim mesmo que aquele beijo no jardim seria o último.

- Acho que devemos voltar, não é?! – Perguntei. – Vai chover.

• Manual da Conquista, segundo Josh Steiner •

Capítulo XI

Se apaixonar é mesmo uma droga e, como toda droga, tem um efeito dominante sobre as pessoas. O único problema é que o efeito da paixão não passa tão rapidamente como o da droga. Tudo bem, isso não faz sentido. Mas quando estamos apaixonados, tudo é assim, nada faz sentido mesmo!

- Josh?! – A Hooper me olhou curiosa. – Ainda joga Super Mario?

- Sim. – Sorri. – Por quê?

[...]

- Não, pirralho! – Jogou o controle no sofá. – Já é a terceira vez que você ganha!

- Eu disse que eu era bom. – Ergui uma sobrancelha. – Posso ser bom em outras coisas também, além de ser bom só no jogo. Se você quiser, é claro!

- Qual é, Josh?! – Jogou uma almofada no meu rosto. – Você só ganhou três vezes seguidas, porque eu deixei!

- Está falando sério?! – Ri. – Assuma que eu sou bom, Hooper!

- Se eu fizer isso – Lambeu a colher suja de brigadeiro. -, eu estarei mentindo!

- Tudo bem, Hooper! – Mordi os lábios. – Na próxima, deixo você ganhar! Mas com uma condição...

- E qual é? – Perguntou, inocente.

- Um beijo. – Sorri pelo nariz. – Eu sempre te peço isso, não é? Mas se não quiser, não tem problem... – Fui interrompido.

Colou sua boca na minha e me puxou pela nuca. Sua boca tinha gosto de chocolate, dessa vez. Nossas línguas se entrelaçavam, desesperadas. Quando nos separamos, beijei seu pescoço e mordi seu lábio inferior, enquanto buscava ar. Suas unhas arranhavam minhas costas delicadamente, até que ela se afastou e pegou o controle do video-game no sofá.

- Dessa vez, eu não aceito perder! – Mordeu os lábios e me olhou rindo.