Across The Ocean escrita por Annie Chase


Capítulo 3
Conversa (ou algo assim)


Notas iniciais do capítulo

Lindos reviews no último, cap! Obrigada. Espero repetir o feito com esse.
Boa leitura.



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Pov: Annabeth

Finalmente senti meus pés em cima de uma superfície que não se movia tanto, pelo que pude deduzir, estava em uma espécie de bote ou canoa, mas agora finalmente estava dentro do navio dos piratas. Se por um lado achava estranhamente confortável não estar mais no bote com os piratas tão próximos de mim, não conseguia ficar totalmente alivida, afinal de qualquer forma eu estava correndo perigo, ainda mais agora presa no meio do mar sem saída, encurralada com um monte de piratas sanguinários. Eles estavam realmente me assustando, estavam falando alto e me falando coisas maliciosas, mas mesmo assim não o capitão deles não deixava que ninguém fizesse nada comigo, mas mesmo assim eu estava em estado de alerta total. Não estava mais chovendo, mas a chuva deixara seu vento frio que chegava a machucar minha pele. Meus braços eram apertados bem fortes pelas mãos fortes e calejadas de algum pirata, além de estar me machucando, ele tinha um cheiro terrível de alguma coisa que eu nem sabia descrever.  Andamos mais um pouco, até que paramos finalmente, senti milhares de olhares em cima de mim, me senti feliz por não vê-los, mesmo que eu sentisse medo de encará-los frente a frente, eu tinha uma certa curiosidade de saber como eles eram, principalmente seu capitão. Perseu Jackson é o mais conhecido, e para dizer a verdade, mais temido de todos. Ouvi muitas vezes as histórias de seus grandes e terríveis feitos, o inimigo mais temido do reino havia me sequestrado, eu estava a mercê de suas decisões malucas. Ele podia me matar a hora que quisesse, podia fazer o que quiser e eu nem ao menos tinha para onde correr. Era tão injusto, eu passara minha vida toda escondendo que sou para ter um final feliz e quando estou próxima de uma boa conclusão, a apenas alguns passos, um pirata raivoso me sequestra! O que eu havia feito para merecer tudo isso?

Para piorar a situação, que não podia ser mais perigosa e devastadora, Perseu Jackson é filho de um dos maiores inimigos de minha mãe. Quando pequena, li diversas histórias sobre minha mãe, tinha que saber mais ou menos quem ela era, já que nunca teria a oportunidade de conhecê-la, sabia que ela e Poseidon viviam brigando por causa do que ele fez com medusa em seu templo e por causa da disputa pela cidade de Atenas. Não me importava muito com o motivo da briga deles, mas sabia que se ele descobrisse minha origem divina... Me consideraria na hora a pior pessoa do mundo para ter em seu barco. Ele se sentiria mais aliviado em me matar agora mesmo.

Finalmente o saco foi tirado de minha cabeça, eles me fizeram ficar de joelhos, devagar minha visão começou a entrar em foco, vi a figura de um homem parado bem na minha frente, podia sentir seus olhos me encarando com uma certa raiva. Não tive coragem suficiente para olhar para ele, em vez disso, me concentrei em olhar seus sapatos gastos, mas mesmo assim bonitos, tinha certeza de que ele tinha os roubado de alguém. Uma lâmina fina e gelada parou bem no meu queixo, um arrepio percorreu meu corpo. A lâmina empurrou meu queixo para cima, ele queria que eu visse quem ele era. E mesmo morrendo de medo do que podia encontrar, estava morrendo de curiosidade para saber quem era o homem que protagonizara todas aquelas histórias horríveis que eu tanto ouvi.

-Olhe para mim, condessa. -ele disse com a voz firme. Tremi um pouco ao ouvir a voz dele, não sei o porquê, mas estranhamente me senti envolvida por sua voz grave e rouca. Meus olhos ainda não tinham encontrado seu rosto, mas só de olhar de relance por seu corpo... Meus Deuses! Que corpo. Era alto, um pouco mais que eu, e tinha músculos defidos espalhados pelo peitoral e pelos braços, a camisa bufante, estilo pirata, deixava-o ainda mais charmoso. -Olhe para mim! Agora! -Ele ordenou. Fiz o que ele disse, quase num pulo.

Finalmente pude ver seu rosto. Não tinha como mentir, ele é simplesmente lindo. Cabelos pretos desgrenhados que ficavam um pouco a cima de seus olhos lindos. Olhos de um verde esmeralda brilhantes e profundos. Ele tinha estampado na cara um sorriso torto. Ele parecia orgulhoso de si mesmo, como se nunca estivesse se sentido melhor do que me ver ali, até certo ponto, impressionada com sua aparência.

-Diga o seu nome. -ele disse firme outra vez.

-Ann... -começei, minha voz saiu mais fraca do que eu imaginava, não esperava que isso fosse acontecer, o som quase não saiu.

-Mais alto, não entendi. -ele falou zombando de mim, arrancando algumas risadinhas dos piratas.

-Annabeth Chase. -disse eu um pouco mais alto do que pretendia.

-Belo nome, bela moça... -ele comentou rindo. -A perfeita princessinha, futura rainha. Não é mesmo?

-Sim. -falei firme, assim como eu. -Mas pelo jeito, você não vai deixar que eu me torne rainha.

-Bem pensado, condessa. Parece que você tem alguma coisa nessa cabeça.

-Não pense que por ser nobre, sou como a maioria. Não passo meus dias contando minhas joias e comprando vestido bufantes. -respondi com certa raiva, odiava quando todos me julgavam dessa forma, eu nem mesmo gostava de toda aquela bajulação por eu ser nobre.

-Nossa, parece que a princessinha sabe se defender! Que maravilha, deixa as coisas bem mais interessantes para mim. -seus olhos me encaravam com uma profundidade absurda.

-O que quer dizer com isso? -perguntei.

-Quero dizer que vou aproveitar bastante sua estadia no meu navio! -ele disse rindo quase que diabólicamente.

-Hã, Capitão... -chamou alguém atrás dele. Ouvi o som de cascos se aproximando, teria um cavalo no navio?

-Grover. -falou Perseu para a figura que se aproximava. Era um homem, pelo menos até a parte de cima da cintura, mas da cintura para baixo... era um bode? Já ouvira falar desse tipo de criatura, qual era mesmo o nome? Sátiro. - O que quer? -ele perguntou, dessa vez com a voz normal.

-Ela. -disse apontando para mim. -Ela não é uma mortal comum. -Perseu me encarou curioso.

-Não? -ele parecia se perguntar o que havia de diferente em mim.

-Não. Ela... ela é como você. -ele disse olhando para mim, impressionado. -Como não foi morta?

-Você é semideusa?!

-Sou.

-Mas que ironico! A futura rainha do reino que mata semideuses, é justamente uma semideusa! Que maravilha! Me diga, Annabeth -ele disse meu nome com desprezo. -Como fez esse milagre?

-Eles não sabem minha origem. -respondi.

-Uma covarde! Tudo o que eu mais gosto... Sabe o que mais um gosto? Injustiças! Como, por exemplo, você ser da nobreza e eu ter sido abandonado e condenado a morte no mesmo país! Eu não tinha culpa de nada, nem minha mãe e do mesmo jeito formos tratados da pior forma possível! -ele gritou, sua voz estava carregada de raiva, mas eu pude ver que havia um enorme mágoa em sua voz.. Ele ficou de costas para mim, apenas disse friamente. -Levem-na daqui, agora! Para minha cabine. Não quero mais olhar para ela! -ele ordenou e eu fui levada de lá rapidamente.


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Notas finais do capítulo

Quanto mais reviews, mais rápido postarei! (sou movida por eles)
beijos!
Até loguinho ♥