A porta se abriu e Jacob entrou devagar.

- Olá... – disse com cautela.

- Oi, Jake! – ele fechou a porta e veio na minha direção.

Deu-me um selinho e acarinhou meu rosto de leve.

- Como você está, Bella?

- Agora estou bem... – respondi respirando fundo.

- Você me deu um grande susto... – falou ainda parecendo calmo e de humor agradável.

- Desculpa, eu não queria te preocupar!

- Tudo bem... Faz parte! Já sabe quando terá alta?

- Ainda não, Dr. Carlisle falou que eu ainda preciso me recuperar mais um pouco antes de voltar para casa.

- Hm. – respondeu sem demostrar alegria ou tristeza.

- Está tudo bem? – perguntei para tentar descobrir se estava acontecendo alguma coisa sem o meu consentimento.

- Está sim... Tenho que voltar pra casa agora porque já está ficando tarde... – olhei para fora e o céu estava escurecendo.

- Você volta amanhã?

- Não sei, provavelmente.

- Ok, te espero então... – segurei sua mão que estava do lado da maca e apertei com um pouco de força.

Jake, com a pele na temperatura de 40°C como já estava ficando comum nos últimos meses, sorriu meio sem graça e percebi que tinha acontecido algo.

- Está tudo bem mesmo? – perguntei novamente.

- Sim, Bella... Tenho que ir – beijou minha boca de leve e foi saindo – até mais.

- Tchau, Jake.

Antes que eu pudesse parar pra pensar mais, refletir mais e acabar ficando louca de tanto pensar nesses assuntos que todo mundo fazia questão de esconder de mim, Charlie entrou no quarto com a cara amarrada.

- Filha, você acordou?

- Aham...

- Esse moleque já estava aqui te atazanando, né? – então entendi o motivo daquele rosto chateado.

- Aquele moleque é meu marido, pai, já estava mais do que na hora de você se conformar com isso! – repreendi, mas sem me estressar. Sabia que isso era apenas ciúme de pai.

- Eu já tinha começado a me conformar, até ele quase matar você, começar agir estranho com tantos músculos e com essas companhias mal encaradas! Que bom que esse caras não moram em Forks, senão tenho certeza que eles arranjariam muitos problemas, duvido que esses músculos não são a custa de drogas e muitos socos! – indignou-se Charlie, fazendo-me rir – A começar por esse Sam, que entrou na sala de espera sem nem me der bom dia!

- O Sam estava aí? – perguntei surpresa.

- Estava com o seu marido e mais uns três musculosos! Pareciam aqueles bandos de filme de ação, sabe?

- Mas o que eles vieram fazer aqui?

- Eu não sei... Achei que Jacob viesse aqui apenas pra te visitar, mas os cinco entraram na sala do Dr. Carlisle e ficaram lá conversando um tempão não sei o quê! E aquele moço que se apresentou pra mim como seu chefe também ficou lá dentro com ele.

Pronto, agora que minha cabeça ia explodir de vez! O que eles conversaram lá dentro?

- Ah, já ia me esquecendo – Charlie disse, mudando de assunto – aquele menina está aí para falar com você! – falou com um sorriso no rosto.

- Que menina?

- Ela disse pra mim que trabalha com você, ela também é filha do Dr. Carlisle, Alice!

- Ah, sim, pode pedir para ela entrar! – quem sabe Alice poderia me esclarecer alguma coisa.

Charlie foi até a porta e a chamou.

- Olá, Bella! – Alice entrou com sua alegria e leveza de sempre.

- Oi... – ela veio até minha cama e abraçou-me com cuidado.

- Vou deixá-las a sós! – Charlie disse, se retirando.

- Obrigada, Charlie! – Alice sorriu para ele, ele apenas retribuiu e fechou a porta.

- Alice... Você pode me explicar o que está acontecendo, por favor! – supliquei.

Precisava desabafar com alguém e Alice no momento era a pessoa que eu mais confiava.

- De que você está falando? – ela perguntou, mas alguma coisa nela me dizia que sabia exatamente do que eu estava falando.

- Eu posso confiar em você, não posso? – perguntei para saber se eu ia poder desabafar.

- Sim, claro que sim, Bella!

- A minha cabeça está gritando de tantas coisas... – contei tudo que estava acontecendo e ela escutou com atenção, mas sem falar nada.

Quando terminei, ela olhou-me com os olhos suplicantes.

- Eu não sei o que dizer... Só posso te dizer que tudo vai ficar bem, mas você precisa ser forte! – falou como se já soubesse como essa história toda fosse acabar.

- Como você pode ter tanta certeza?

- Ah... – ela riu – sou uma pessoa sensitiva, apenas confie no que eu digo!

- Não acredito que você vai colocar mais uma interrogação na minha mente? – perguntei indignada com a resposta dela para meus dilemas.

- Acho que Edward quer falar com você... Talvez ele tire uma dessas interrogações, quem sabe? – ela sorriu carinhosamente.

- Ai... Não aguento mais – respirei fundo, como eu desabafo.

Ela apenas inclinou-se imediatamente e me abraçou, passando segurança, uma coisa que eu não tinha no momento.

- Ih, Dr. Carlisle quer que a senhora descanse! – no mesmo instante que ela falou isso a porta se abriu, era Carlisle.

- Acabaram as visitas por hoje, senhora Black!

- Deixa eu só falar com Edward!

- Amanhã bem cedo, você já falou muito por hoje e isso não é bom para a cicatrização!

- Então apenas me responde uma coisa – disse a ele, tentando esclarecer com ele mesmo. Alice riu e Dr. Carlisle me olhou apreensivo, mas sem parecer preocupado – O que Jacob, Sam e companhia e Edward estavam conversando na sua sala?

- Vejo que você tem informantes pelo hospital! – ele tentou descontrair, mas eu nem ri, esperava uma resposta.

Vendo que eu não iria dar para trás, ele resolveu responder.

- Eles foram saber sobre você e Edward foi explicar para eles o que tinha acontecido no assalto.

- Assalto? Mas... – excitei por não saber se Dr. Carlisle sabia da real história – Você não vai deixar mesmo eu falar com seu filho hoje?

- Não posso, porque nesse momento você é minha paciente e ele é uma visita, ou seja, nada feito! Descanse e amanhã você fala com quem você quiser! – ele pensou melhor e consertou – Bom, quem você quiser não, fala até estourar sua cota de visitas!

Ele fez-me rir e saiu junto com Alice do quarto.

Pensar nesse assunto eu não queria mais, o jeito era esperar até amanhã e finalmente falar com Edward e quem sabe esclarecer mais alguma coisa.

Os remédios faziam efeito e cai no sono, dessa vez, sem pesadelos.