Ayesha Loveless escrita por Lua


Capítulo 28
Capítulo 25 Mil por hora


Notas iniciais do capítulo

Yooooo
Acabou ;-;



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Sai de cima do colo do Sun e comecei a subir as escadas até meu quarto rindo da cara de incrédulo dele.

— Você algum dia vai me deixar te beijar? – ele perguntou atrás de mim, subindo as escadas também.

— Você me deu um selinho hoje, não deu? – sentei na cadeira na frente da minha mesa.

— Ah, isso não conta. – e ele sentou na minha cama.

— É que sou difícil. – bem na hora que ele ia responder algo, meu telefone toca. – Alô?

— Ayê, é a Jarely. Achou o Sun? A mãe do Reddon ta preocupada.

— Ih, é verdade. – virei pro Sun e avisei para ele avisar pra família que ele não tava morto. – Mas vem cá, Jarely, como sabe que a mãe do Reddon ta preocupada?

— Acabei de passar na casa dele. Ta eu, ele e Daniels indo para sua casa nesse momento. A gente imaginou que o Sun estivesse com você.

— Do que adianta no Brasil a gente só poder dirigir e beber – encarei o Sun. – só com 18 anos e a gente faz tudo isso com 16?

— Por que se a gente pudesse com 16 – Jarely explicou. – A gente começaria com 14.

Parei pra pensar naquela filosofia e acabei concordando.

— Enfim, chegamos aí em 10 minutos.

Desliguei o telefone e olhei para Sun que já procurava o celular para falar com sua tia. Depois de devidamente explicado que passara a semana toda estudando na escola e na casa de amigos até tarde por que suas notas andavam caindo, Sun desligou o celular dele e olhou para mim com a cara tão safada quanto a mentira dele.

— Estudando, né? – arqueei uma sobrancelha.

Ele deu de ombros e perguntou se ele ia (para onde quer que a desmiolada da Jarely fosse nos levar) com as roupas do meu pai mesmo, descalço e sem cueca.

— Eu te empresto uma meia do meu pai e você coloca seu tênis de novo.  – levantei para ir pegar a meia no quarto de meu pai. – E sobre a cueca. Sinto muito, mas será livre e solto mesmo.

*

— BORA, CAMBADA! – Jarely batia na porta do carro pela janela de maneira impaciente.  Sun estava colocando o segundo sapato do par em seu pé esquerdo e eu tava procurando um pote de Pringles de cebola no armário da cozinha quando eles chegaram.

— Ou, Ayesha, sua jubarte, esquece a comida e vamos. – Sun gritou, então provavelmente já estava devidamente calçado.

Assim que peguei o pote, virei para encará-lo.

— Não se esquece comida. – levei o pote de Pringgles ao coração. – Comida is love, comida is life.

— BORA, PORRA! – Jarely gritou de novo.

Saimos correndo e entramos na traseira do carro que provavelmente era dos pais de Daniels, que dirigia, Jarely sentava no banco de passageiro e atrás eu fiquei entre Reddon e Sun.

— Pra onde vamos? – Sun perguntou, com olhos curiosos.

Jarely, para responder, virou para trás numa rapidez incrível que até distraiu o Daniels que perdeu o controle do carro por uns poucos segundos, mas o suficiente para eu fechar os olhos e me encolher que nem um bebê de susto. Sim, digamos que fiquei um pouco traumatizada com a coisa toda da minha mãe.

O carro já tava em perfeito curso, mas eu continuei em semi-posição fetal meio pálida. Daniels pediu desculpas, Sun me abraçou com um braço e deu uma bronca na Jarely. Me reconstitui e a Jarely respondeu, ainda olhando pra mim com certa mistura de pena e compaixão.

— Vamos para o shopping. Eu decidi que quero passar uma noite no shopping trancado, e essa noite será hoje.

— Você é doida. – Reddon encarava Jarely como se ela fosse uma psicopata.

— Talvez – ela respondeu, voltando a sentar direito. Levantou o braço, apontando para cima como um tipo de super herói e gritou: - Vamos realizar um sonho!

*

— Okay, falta 30 minutos para todas as lojas fecharem. -  Jarely anunciou animada, encarando as horas em seu celular. – Vamos ter que ficar por umas duas horas em algum lugar que nenhum guarda vá conferir para aí podermos desfrutar o shopping só para gente.

Eu e Sun nos entreolhamos. Sabíamos que não seria tão fácil assim, mas como ninguém a questionou não fomos nós que iríamos. A felicidade no rosto de Jarely era tanta que ela iluminava, como uma criança com um pirulito de laranja (referências).

Nos separamos porque 5 pessoas num canto do shopping após o horário devido seria suspeito. Daniels e Jarely foram para um balcão que ficava no boliche, Reddon numa cabine do banheiro masculino (ele disse que não se incomodaria em ficar um tempo sozinho por que ele voltou a conversar com a Danry pelo facebook e eles estão se dando muito bem, parece que daqui a duas semanas, quando a Danry voltar para o Brasil, ela e o Reddon vão finalmente ficar juntos) e Sun me arrastou até uma escada de incêndio que ele jurava que nunca foi usada, por isso seria seguro para nós.

Se passou quase uma hora, eu sentada naquela escada fria, Sun sentado na minha frente, me encarando com seus olhos castanhos.

— Minha bunda está doendo e quadrada. – reclamei para ele, que sorriu e respondeu matreiramente de volta:

— Quer massagem? – o sorriso safado dançava nos lábios do solzinho.

Mostrei minha língua como resposta.

— To com fome. – anunciei, não muitos segundos depois.

— Cara, você só reclama, sem amor. – Sun sussurrou para mim com o rosto mostrando uma leve irritação. – Estamos aqui há só 5 minutos.

— 5 minutos?! – subi um pouco o tom que voz que estávamos usando até então, recebendo logo um “shhhhhh” em reprovação do Sun. Peguei meu celular entre minhas coxas e olhei o horário. – Cara, passou exatamente uma hora e 3 minutos desde que entramos aqui. E a única coisa que você fez foi ficar encarando minha cara como um panaca.

— Mais de hora? Jura?  - ele franziu as sobrancelhas, provavelmente se perguntando como o tempo passara tão rápido por ele sem ao menos perceber.

 Logo sua feição mudara, se prendendo numa parte da minha última fala. Com somente um canto da boca levantado, ele se foi se aproximando de mim lentamente, eu me afastando intuitivamente e quando menos reparei estava praticamente deitada nas escadas, apoiada pelos meus cotovelos, Sun por cima de mim, com as palmas das mãos apoiadas ao meu lado, segurando todo o peso dele, que estava a milímetros de mim, mas seu corpo não se encostava no meu.

— Quer dizer que você queria que eu tivesse feito mais alguma coisa além de só te olhar? – ele agora se apoiava em um dos cotovelos e usava a outra mão para tocar minha bochecha.

Fingindo que não vira seus objetivos, respondi inocentemente:

— Claro que queria. Podíamos ter aproveitado esse tempo para uma boa partida de truco.

E então senti o peso dele sobre mim, mas sem me esmagar. Parecia ser impossível que pudéssemos ficar mais próximos, então Sun me surpreendera, mostrando que estava errada, me beijando cautelosamente como se no menor movimento súbito eu fugiria.

Okay, eu fugiria sim, mas não dava, pois ele estava complemente sobre mim.

E assim foi meu primeiro beijo. Suave, nas escadas de saída em caso de incêndio de um shopping e com sirenes tocando ao fundo.

Pera. Sirenes?

— Puta que pariu. – Sun resmungou, se levantando e me ajudando a levantar logo em seguida.

Eu estava num degrau acima que ele, me deixando um pouco mais alta que Sun.

— Parece que os problemas vão sempre nos seguir.  – falei, não conseguindo segurar o riso.

— Parece que sim.  – Sun me deu um rápido selinho antes de perguntar com o rosto brincalhão. – Essa é a hora que saímos correndo como dois fugitivos?

Peguei a mão dele e entrelacei nossos dedos, ouvindo passos apressados e gritos de raiva (provavelmente de guardas), de medo (imagino que encontraram o Reddon) e de alegria (Jarely provavelmente corria pelo shopping como uma gazela saltitante) logo atrás da porta que nos separava de toda a confusão.

— Pode apostar que é.

E corremos juntos, de mãos dadas, gritando xingamentos para os uniformizados e palavras de incentivo para os nossos cúmplices delinquentes, o coração a mil por hora.

FIM


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Notas finais do capítulo

FIIIIIIIIIIIM
~agora posso finalmente dizer que já conclui alguma história minha, ará~
Mas, ei, se você me acompanhou até aqui, por que não me acompanhar na minha nova história?
https://fanfiction.com.br/historia/714606/Bittersweet/
Espero ver vocês lá!