Primeiro Amor escrita por Cacau


Capítulo 1
Primeiro Amor




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Suspirei, cansada. O garfo que eu segurava tediosamente com a ponta dos dedos rangia sob o prato branco e limpo quando deslizava. Eu olhava-o sem real interesse e então erguia meus olhos em direção ao ambiente.

Era um restaurante elegante, que até exigia uma certa vestimenta para frequenta-lo e eu cumpria-a perfeitamente. Usava um vestido branco que sob a luz brilhava suavemente, justo ao corpo, mostrando sem vulgarizar minhas curvas, cujo comprimento era apenas alguns dedos acima do joelho. O vestido era tomara que caia, formando o topo de um coração em meus seios. Meus cabelos estavam presos elegantemente com uma presilha prateada no topo, deixando meus cachos grossos, lisos e negros cairem até meus ombros.

Ao sair de casa eu realmente estava me achando linda, com meu pai fazendo questão de trazer-me ao restaurante por medo de eu acabar sendo sequestrada no meio do caminho. Aquele pensamento me fez rir sozinha, mas logo o sorriso se esvaiou assim que lembrei-me o motivo que me levará aquele restaurante.

_Cacau. – Ele me chamou, com uma mão atrás do corpo e a outra bagunçando os cabelos loiros de sua nuca.

_Sim Hyuk-oppa? - Tornei a virar-me para ele antes de entrar em casa. Lee HyukJae, membro do Super Junior, havia se tornado meu amigo de uma forma que me fazia acreditar que eu estava em um conto de fadas. Eunhyuk, amigo de uma estrangeira, de nascionalidade brasileira, que se mudou com os pais à Coréia do Sul para terminar os estudos da língua coreana.

_Vocêgostariadejantarcomigo? - Ele perguntou em um fôlego só, o que me fez me perder nas palavras.

_Desculpe, eu não entendi. – Respondi com um sorriso tímido, descendo os degrais da entrada e caminhando até ficar em frente a ele.

_Eu – Ele pigarreou e continou em sua voz grave que eu tanto gostava – Eu queria saber se você gostaria de jantar comigo.

_Eu adoraria. – Respondi entusiasmada, quase dando pulinhos.

_Ótimo, então nos encontramos as nove no Restaurante Pharaohs. Por favor, vá. Estou indo agora. – Ele fez um breve cumprimento de despedida tornando a colocar os óculos escuros enquanto andava para trás, indo em direção ao carro.

_Eu irei. - Garanti a ele retribuindo o cumprimento e entrando em casa.

Onde você está?”, perguntei em um suspiro, tornando a olhar em direção a porta de entrada. Ele não podia ter esquecido, sendo que havia sido ele que tinha marcado e reservado.

_Senhorita, está pronta para fazer seu pedido? - Já era a quinta vez que aquele garçom voltava a minha mesa, com um guardanapo elegante e branco em seu braço e um bloco de notas na mão.

_Eu vou esperar mais um pouco, certo? - Respondi com meu sorriso mais educado.

O garçom olhou a sua volta, havia poucos casais ainda sentados as mesas. Ele sentou-se a minha frente, ainda olhando ao redor, para depois deixar seus olhos encontrarem com os meus.

_Está esperando alguém, certo?

_Sim... - Respondi em um suspiro.

_E pelo tempo que você está aqui...

_É. Ele está atrasado uma hora. – Interrompi-o e ele me olhou dando um suave sorriso.

_Vá para casa.

_Eu vou esperar mais um pouco. - Respondi decidida, arrumando minha posição naquele sofá e olhando para o salão.

_Vá para casa, descanse... Se quiser lhe chamo um táxi. - Ele insistiu e olhei para ele. Era jovem, com cabelos em um tom castanho-cobre e olhos que tinham uma expressão carinhosa.

_Irei ligar para o meu pai. - Cortei-o e coloquei minha franja atrás da minha orelha, era um gesto comum que eu fazia quando estava incomodada.

Ele suspirou e levantou-se, aceitando a derrota contra minha teimosia.

_Boa sorte. - Ele me reverenciou e saiu do meu lado, indo atender os ultimos clientes.

Fiquei olhando para a luz refletida em minha taça com água. Talvez fosse apenas brincadeira, talvez meus sentimentos por ele não fossem correspondido. Mas claro, que k-idol iria se apaixonar por uma fã, ainda mais sendo estrangeira?

Limpando as lágrimas que insistiam em cair em minha face, levantei decidida, tomando minha bolsa nas mãos e caminhando de cabeça baixa em direção a porta de entrada. Estava tão arrasada que não conseguia erguer os olhos então não acabei nem vendo que havia uma pessoa entrando pela porta que conectava o hall de entrada ao salão e acabei trombando meu corpo ao dele.

_Desculpe – Pedi envergonhada, fazendo uma reverência e agaixando-me para pegar a bolsa do chão, a pessoa também agaixou-se e pegou minha bolsa em suas mãos. - Obrigada.

_Cacau... - Eu me assustei com aquela voz e meu coração parou de bater, para então tornar muito rápido, como sempre acontecia quando eu estava com ele.

Ergui meus olhos e lá estava ele, em um terno preto, os cabelos loiros em um topete. Ele estava lindo, elegante e mesmo estando de social era tão... Ele. Assim como sempre foi desde que eu o vi no primeiro MV ao me tornar ELF.

Rápidamente tirei todos aqueles pensamentos da minha mente ao balança-la para ambos os lados .

_Não precisava vir aqui com todo esse atraso, HyukJae. - Eu tentei colocar a maior frieza que eu conseguia naquelas palavras – Eu já estou de saída.

_E ainda bem que vim, consegui encontrar-lhe. Cacau – Ele mudou o peso do corpo de uma perna a outra, incomodado – Me perdoa. Por favor. E me ouça.

Eu olhei ao redor, os casais estavam distraidos por suas próprias conversas, não havia nenhuma atenção, nenhum holoforte sobre nós. Suspirei, cruzei os braços e encarei aquele rosto que tanto eu amava.

_Então conte Hyukjae. - Os olhos dele brilharam na perpectiva de poder explicar.

_Eu me distrai tanto com você durante o dia que me esqueci completamente da entrevista com alguns dos meninos uma hora antes do que eu tinha marcado com você. Ai eu pensei que daria tempo de te ver depois da entrevista mas...

_Eles te enrrolaram, a entrevista começou tarde, vocês acabaram presos pelas perguntas, demora para vir até aqui, o transito estava horrível... - Eu terminei a frase para ele, deixando-o assustado, talvez, as meninas daqui não faziam isso, mas eu não ligava. - Eunhyuk, eu só quero ir pra casa.

_Cacau! - Ele falou desesperado, segurando em meus braços – Por favor, acredite em mim e me perdoe.

_Por favor... Me deixa ir embora. – Eu implorei a ele, soltando-me de seus braços com as lágrimas nos olhos e indo em direção a porta de entrada, mas antes que eu chegasse, uma música conhecida veio do palco.


Nan geudaemanui oppa

geudaen namanui yeoja

hangsang ne gyeote isseo julge

(Eu sou seu único Oppa

Você é minha única Mulher

Eu sempre estarei com você)


Meu corpo voltou-se involuntáriamente em direção a entrada que conectava o hall ao salão. Meus passos eram lentos, como se eu não fosse eu quem os guiasse.


Nan geudaemanui oppa

dalkomhan uri sarang

oppan neoman saranghallae

(Eu sou seu único Oppa

Nosso amor é doce

Oppa irá amar únicamente você)


E lá estava ele, no pequeno palco que havia no restaurante, olhando diretamente para mim quando entrei pela porta. Os casais restantes haviam se virado de frente para o palco para aproveitar do pequeno show particular e as meninas comentavam com seus namorados quem era aquele que cantava, eu de longe podia ver o entusiasmo de ter um show particular por um dos maiores k-idol. Mas aquele show era exclusivamente para mim.


2016nyeon 2wor2il naege on geu nal hayan nuncheoreom

(O dia 2 de Fevereiro de 2016 veio para mim como uma neve branca)


Aquela data... Aquele dia de inverso rigoroso e de neve. Aquela ocasião em que voltavamos de um longo passeio pela Coréia do Sul. Ele tinha guardado a data.


Geu moseup gieokhaeyo nan jageun geu tteollimmajeodo
Naege gidaeeoseo jamdeun geudae dalkomhan immatchumeul

(Eu me lembro que estava um pouco nervoso

Você que se apoiou contra mim e adormeceu, nos seus lábios eu plantei um beijo suave)

Sem perceber eu levei minha mão aos lábios e ele sorriu ao ver esse gesto, piscando demoradamente e concordando com um aceno com a cabeça, como se confirmasse que aquele beijo foi real.


Saranghae i mal bakken saranghae i mal bakken

Jul ge igeotppuninde

(Eu quero dizer “eu te amo” eu quero dizer “eu te amo”
Isso é algo que eu quero te dar)


Aquelas poucas palavras fizeram meu coração acelerar e meus pés me levaram para cada vez mais perto do palco, enquanto ele estendia a mão para mim, para que eu a pegasse. Aquela era a minha história com o homem que eu tanto amava e ele havia transformado-a em música. Meu coração saltava de alegria, eu era correspondida, ele me amava.


Chang bakke nuni naeryeo garodeung bulbit arae

Geu ane neowa naega isseo

(A neve cai do lado de fora da janela

Abaixo das luzes da rua, há você e eu no nosso abraço)


Eu por fim segurei sua mão e ele me puxou delicadamente para cima do palco, eu podia ouvir gritinhos de empolgação das meninas que estavam assistindo, mas esqueci o mundo, esqueci meus problemas quando senti seus braços ao meu redor, em um abraço protetor. Por fim ele me afastou, segurou em uma das minhas mãos e olhou diretamente em meus olhos.


Nan geudae manui oppa

Geudaen namanui yeoja

Oppan neoman saranghallae

(Eu sou seu único oppa

Você é minha única mulher

Oppa irá amar unicamente você)


Naquela hora eu já sentia as lágrimas deslizarem suavemente pelo meu rosto e um sorriso enorme formar em meus lábios. Eu não sabia o que dizer, não sabia o que responder, eu só queria tê-lo unicamente para mim naquele momento e para sempre.

_Me perdoa Cacau... - Ele disse ainda ao microfone e eu ouvia os casais pedindo para que eu aceitasse. Olhei timidamente para eles e Eunhyuk trouxe meu rosto com sua mão de volta para frente ao seu – Me perdoa?

_Sim. - Eu respondi, balançando a cabeça positivamente, com um sorriso enorme. - É claro que eu perdôo. - E me lancei em seus braços protetores, que encaixavam perfeitamente em meu corpo, como se fossemos feitos um para o outro.

Os casais embaixo do palco assoviavam e batiam palmas. Eu me encolhi nos braços dele, tentando me esconder pela tímidez, o que o fez rir e atender meu desejo, escondendo meu rosto em seu ombro.

_Escuta... Será que eu ainda tenho o direito de jantar com você? E seremos apenas nós no restaurante.

_Mas e os outros casais?

_Provavelmente já devem ter terminado e já estão de saída. Então, você quer jantar comigo?

_Sim, eu adoraria. - Respondi com um sorriso, soltando-me hesitante de seu abraço e começando a descer as escadas para chegar até a mesa onde eu estava. Mas fui impedida pela mão dele em meu braço.

_Cacau, antes que eu me esqueça... - Eu me virei de frente a ele sem entender o motivo que ele me havia parado, vi-o colocar um dos joelhos no chão na minha frente, retirar uma pequena caixa do bolso do terno e abri-la na minha frente – Aceitar namorar comigo?

Eu levei minhas mãos a minha boca, surpresa com aquele pedido. Eu não conseguia raciocinar, eu apenas conseguia encara-lo.

_Então... Hãm... Tem como responder logo? Meu joelho esta doendo... - Ele pediu envergonhado, dando aquele sorriso enorme para mim.

_Sim! - Gritei abraçando-o repentinamente, o que o assustou no começo, mas logo senti seus braços ao redor da minha cintura, levantando-me e rodando.

Ele me pôs no chão com aquele sorriso enorme que eu tanto amava e colocou em meu dedo um anel de brilhantes, dando um beijo em minha mão e então um selinho em meus lábios.

_Nan geudae manui oppa – Ele cantarolou baixinho aquele trecho da música

_Nan geudae manui yeoja – Eu cantarolei baixinho, roçando meus lábios nos dele, o que o fez rir.

_Oppa neoman saranghallae. - E me deu outro beijo, protegendo-me em seu abraço.


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