Racionalidade escrita por deoh


Capítulo 1
Capítulo 1 - Antes da festa




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Ainda não era meio-dia quando Camus se sentou perto de uma grande árvore, nas bordas do Santuário. Já fazia anos que não andava por ali, e reparou que a árvore havia crescido um pouco. Suspirou; tinha sentido saudades daquele lugar. Era incrível como depois de tanto tempo tinha a chance de descansar nesse seu esconderijo favorito, depois de perder completamente as esperanças. Mas agora, com Hades derrotado e a Terra mais uma vez tendo dias de paz (dessa vez, provavelmente duradouros), Athena havia dado uma segunda chance aos cavaleiros de ouro para que pudessem ter uma vida de paz e sossego. Era por isso que Camus sempre vinha ali, era aonde podia descansar e pensar sem medo de ser interrompido.

Porque Camus precisava pensar, precisava raciocinar; ele sempre prezara sua própria capacidade de manter-se calmo e procurar uma resposta a qualquer problema. Embora não houvesse problema dessa vez, era mais um incômodo. Desde que a paz voltara a reinar no Santuário, Camus tinha uma sensação estranha de vez em quando, como se algo estivesse faltando... Talvez fosse só impressão sua. O que definitivamente não era apenas uma impressão é que os outros cavaleiros pareciam estar receosos dele. Na verdade, na última semana alguns (Milo e Afrodite, principalmente; Camus nunca pensara que eles fossem tão... amigos) viviam cochichando, e Camus tinha certeza que era sobre ele, pois paravam assim que o viam se aproximando. Ele já estava começando a se sentir irritado com tudo isso...

Ao mesmo tempo, se Camus demonstrasse qualquer irritação sobre esse tipo de coisa, isso só serviria para aumentar a sua reputação como o cavaleiro mais rabugento do Santuário, e ele sabia bem disso. Na verdade Camus não era rabugento, mas sim racional: vivendo em tempos perigosos, era sua obrigação como cavaleiro estar sempre preparado para uma batalha, e como cavaleiro de ouro ainda tinha a obrigação adicional de inspirar confiança e respeito nos seus subordinados; não conseguiria isso sendo emocionalmente instável. Ele se lembrava muito bem dos tempos em que Máscara da Morte tinha que fazer todos outros afazeres sozinho porque todos os servos ou haviam fugido ou se tornado parte da "decoração" da sua casa. Tinha descoberto isso quando passava pela casa de Câncer um dia e viu o outro cavaleiro estendendo a roupa no varal; Camus era realmente sortudo de saber se controlar o suficiente para não ter caído no chão rindo... E também teve aquela vez que tinha encontrado vários livros de receitas espalhadas pela casa de Câncer... Pelo cheiro que sentiu vindo da cozinha, ele nem tivera coragem de demorar muito por ali. E teve também...

***

Algum tempo depois, Camus abriu os olhos e olhou para o céu, agora laranja; o sol já estava se pondo, tinha cochilado sem perceber. Exatamente o tipo de coisa que ele começaria a fazer mais vezes, com o Santuário seguro. Levantando-se, começou a andar lentamente de volta para a sua casa. Quando passava pela casa de Peixes, já se viam algumas estrelas no céu. Estranhou a ausência de Afrodite na casa, "provavelmente deve ter ido a um spa ou algo assim", pensou. Na verdade, o Santuário como um todo parecia estar mais quieto do que o de costume. Camus, começandodo a se sentir incomodado com todo aquele silêncio, apertou o passo; iria vestir sua armadura na casa de Aquário e ir até o salão do Grande Mestre Shion para saber se havia algo acontecendo. Alerta e começando a se sentir tenso, Camus abriu a porta dos fundos de sua casa, acendeu a luz e...

"SURPRESA!!!!!!"

"O QUÊ?!?!"

Se recuperando do susto, Camus viu todos os cavaleiros de ouro e Shion saindo dos seus esconderijos (Aldebaran comicamente havia tentado se esconder atrás de uma cortina) e indo até ele; Milo veio correndo, rindo da cara de espanto de Camus, gritando, "Feliz aniversário, cubinho de gelo!"

Nesse momento as engrenagens do cérebro de Camus que haviam parado começaram a trabalhar a todo vapor; finalmente entendeu o motivo de todos aqueles cochichos e a irritação que eles tinham causado evaporou completamente: hoje era dia 7 de fevereiro! Camus sentiu se formar no seu rosto um sorriso largo, tão sincero quanto era incomum.

"Tinha me esquecido completamente que era meu aniversário..."


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Notas finais do capítulo

Esse é o primeiro capítulo da minha primeiríssima fanfic! Espero que tenham gostado! =D



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