A Marca - Vingança escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 27
O Acidente (Raquel)


Notas iniciais do capítulo

NOTA::: eu usei uma técnica diferente pro flashback porque eu não gosto de tudo "italicado". Antes do "Mas então..." tudo em itálico é lembrança. Depois do "Mas então...", apesar de só os dois primeiros parágrafos estarem em itálico, todo o texto é lembrança. Mas adiante há trechos em itálicos representando pensamentos. Bom, leiam, se estiver um tanto confuso desse jeito, perdão. Só queria textar uma técnica diferente.
E sim, eu sei que escrevi testar errado.
Mas não vou apagar. Em vez disso, vou inventar uma razão para o uso incorreto: Textar porque eu estou literalmente textando (pondo em texto) a técnica ;)
ok, me ignorem, eu tô com sono.
E aqui começa a explicação de tudo.
Eu acho.
Sei lá
Boa leitura.



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Não é como se eu tivesse escolhido forjar minha morte. É algo bem mais complicado que isso.

"-O que você quer?

-Estou aqui para te matar."

Também não foi uma escolha esconder de minha filha que estou viva - não completamente. Afinal, a única razão de ela ter sobrevivido esses últimos anos é meu afastamento.

Tudo começou com o acidente, há seis anos...

"O avião estava instável, os passageiros, desesperados.

-O que está acontecendo?!

Não parecia ser uma simples turbulência.

-Por favor, mantenham a calma e coloquem as máscaras de oxigênio.

E isso apenas confirmava as suspeitas.

-Ah, meu Deus!

-Vamos morrer!

-Apenas ajudem as crianças após vestirem suas próprias máscaras. O avião é equipado para pouso na água caso se mostre necessário. No momento, o piloto está tentando uma aterrissagem na pista de pouso mais próxima.

Mentira. Não há pista de pouso próximo daqui. Estamos no meio do nada.

Crianças choravam. As palavras vazias da comissária de bordo não eram capaz de enganá-las. Sempre acreditei que crianças  pequenas tivessem um sexto sentido. Talvez aquela fosse a prova."

Quando fiz dezesseis anos, comecei a sonhar com uma mulher de cabelos vermelhos e o desenho de um hexagrama na palma da mão. No começo, fiquei assustada. Era quase como se aquela mulher estivesse me assombrando. Mas, com o tempo - não me lembro exatamente quando - descobri tratar-se das memórias de minha mãe, Annabeth. Ainda assim, estava confusa. Nada mais fazia sentido. Tudo era surreal demais em comparação com o mundo em que cresci, o mundo com o qual estava acostumada. 

Levou tempo, talvez anos, até que eu entendesse o que todas aquelas lembranças de minha mãe significavam, até que eu descobrisse quem - ou melhor dizendo, o que eu era.

E ali estava eu. Aos trinta e oito anos, em um avião, na esperança de finalmente encontrar minha mãe. Deixei minha filha e meu marido com a promessa de retornar e embarquei naquele voo para a França, onde Annabeth estaria se escondendo na época. 

Mas então...

"O avião perdia altitude gradativamente. As comissárias pareciam agitadas. Inicialmente, acreditei que fosse pelo medo do acidente, porém logo descobri a verdadeira razão: O piloto estava morto. 

Os passageiros já haviam colocado suas máscaras de oxigênio e tentavam manter-se calmos, mas seu desespero era quase tangível. Olhei novamente para as comissárias-de-bordo, a última delas seguindo para a cabine da tripulação. Pareciam mais calmas, provavelmente o co-piloto estava conseguindo controlar o avião. Ou ao menos tentar...

Não percebi quando todos pararam de se mover, só sei que ainda estávamos caindo - e cada vez mais rápido, já que agora o avião estava lançado à própria sorte, julgando pela maneira que todos parecias estátuas, supus que o co-piloto também tivesse sido afetado pelo que quer que tenha paralisado os outros.

-Você deve ser ela, é a única que ainda se mexe. - disse uma voz grave ao meu lado.

-O que fez com eles?

-Não se preocupe, vão ficar bem. Quero dizer, antes do impacto. - ele sorriu - É a filha de Annabeth, certo?

-Não sei de quem está f...

-Não tente me enganar, sei que herdou as memórias dela.

Suspirei.

-O que você quer?

-Vim aqui para te matar.

Suas palavras me surpreenderam.

-Por quê?

-Charles considera você uma ameaça.

-Meu pai?

Sua expresão mudou, passando de divertida e ameaçadora para surpresa.

-Seu... pai?

Acenei positivamente com a cabeça.

-Não sabia?

-Ele não...

A aeronave mergulhou em alta velocidade, interrompendo o homem. A água atravessou as janelas, enchendo o avião. De repente as pessoas voltaram a se mover e, percebendo que estavam afundando, tentaram desesperadamente livrar-se dos cintos-de-segurança.

Livrei-me do cinto com facilidade e nadei para fora do avião, até a superfície.

Respirei fundo, para recuperar o fôlego e olhei em volta, procurando um litoral para onde pudesse nadar. Mas não havia nada. Bem como suspeitei, estava no meio do nada. E, aparentemente, eu era a única sobrevivente. O homem que queria me matar também não estava mais ali.

Minha filha. Preciso rever minha filha.

Oeste. Devo nadar para o Oeste. Talvez eu chegue até a América.

Preciso abraçar minha filha.

Respirei fundo e mergulhei, pegando impulso nas ondas para nadar na direção que acreditei ser o Oeste. Apenas poucas braçadas depois, senti algo prender meu pé. Parei bruscamente, assustada, e acabei engolindo um pouco de água. Chutei o que quer que estivesse me segurando e virei, era aquele homem.

-Onde pensa que está indo? - perguntou. Havia algo de assustador em seu olhar.

Minha respiração ficou irregular, um desespero desconhecido tomando conta de mim.

Minha filha. Eu preciso rever minha filha. Não posso abandonar Rebeca. Eu prometi que voltaria!

Eu prometi...

-Por favor... Eu preciso voltar para casa! - lágrimas começaram a escorrer.

Eu não posso morrer agora.

Rebeca tem treze anos, ainda tem tanto a acontecer. Ela precisa de uma mãe.

Eu não posso morrer agora!

-Eu tenho ordens para...

-Ordens de quem? Charles?! Ele mentiu para você, não foi? Ele não te disse que era meu pai! Por que seguir ordens de alguém que não é confiável?

Ele desviou o olhar, parecia pensativo.

-Desculpe. Eu não queria fazer isso.

Antes que eu pudesse reagir, ele empurrou minha cabeça para baixo. 

Senti a água salgada entrar pela minha boca e minhas narinas, queimando-me por dentro, ardendo em meus pulmões. Finquei minhas unhas em suas mãos, lutando para me livrar de seus braços. Engolindo cada vez mais água...

Cada vez...

Mais...

Águ...

Minha visão começou a escurecer.

Não. Não!

Eu... preciso... sobreviver...

Com as forças que me restavam, arranhei-o. Seus braços. Seu abdômen. Suas costas.

Ele recuou, soltando-me.

Voltei à superfície buscando desesperadamente por oxigênio.

-Por sorte você não arranhou o hexagrama... Vadia...

-Por quê? - tossi - Por que está fazendo isso? - tossi mais uma vez, expelindo a água engolida - Disse que não queria fazer isso. Então, por quê? - e mais uma vez.

Ele me encarou, sem resposta.

-Por favor... Por favor, não me mate. - meus olhos ardiam - Tenho uma família.

-Todos têm.

-Uma filha. Meu marido viaja muito, ela precisa de mim. Por favor! - chorei.

-Uma filha? - pela primeira vez, vi seus olhos brilharem de maneira piedosa - Quantos anos?

-Treze. - funguei, secando as lágrimas.

Ele abaixou o olhar e permaneceu em silêncio por um momento.

-Ele disse que mataria minha filha. - revelou - Ela tem quinze anos atualmente. Nem ao menos sabe que eu sou seu pai verdadeiro. Mesmo que não viva com ela, não poderia viver num mundo onde ela não existe. - disse - Desculpe-me. Eu sei que quer rever sua filha, mas eu não posso perder a minha. - esticou seus braços em minha direção, fazendo menção de me afogar novamente.

-Espere! - gritei, ele parou - Deixe-me viver, por favor! Volte e diga para Charles que me matou, ele não precisa saber a verdade! Se for necessário eu volto para casa e fujo com minha família para algum lugar onde ele não nos encontre! Por favor... 

Ele suspirou. Pensou um pouco e recuou os braços.

-Não precisa fugir. Ele nem ao menos sabe que você está aqui. Fui ordenado a descobrir sua localização e eliminá-la. Já fazem anos que busco por você... Charles descobriu sobre minha filha e disse-me que apressasse a procura e matasse-a o mais rápido possível. Todo o pouco tempo que eu tinha com Marie foi tomado de mim nesses últimos anos... 

-Desculpe. Por ter tomado tempo que poderia ser aproveitado com sua filha. - sorri gentilmente.

Ele riu.

-Não é culpa sua. - suspirou - Vá. Vá embora antes que eu mude de ideia e resolva te matar.

-Obrigada, ... Qual seu nome?

-Pablo.

-Obrigada, Pablo. Não me esquecerei de você. - eu disse, retomando meu caminho para o continente.

-Boa sorte voltando para casa! - gritou, quando já estava longe."


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Notas finais do capítulo

eu queimei meu lábio comendo pastel. Ardeu para caralh*
E AÍ??? O QUE ACHARAM???
não se preocupem, ainda tem história pra Raquel revelar...



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