A Marca - Vingança escrita por Sweet Nightmares


Capítulo 18
Âmbar (Rebeca)


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu levei uns três dias para sair do terceiro parágrafo, então leiam com carinho.
Tô com uma música na cabeça, só que é tipo, só a parte que o cara fala "Get into a fight just to make the sex better"
... por alguma razão isso me faz pensar em Shizaya (se você aí que tá lendo é fujoshi e gosta de Shizaya, um abraço, se não, ignore isso aqui e vá assistir Durarara)
-só pra constar, a música é Should've known better - Sick Puppies, e é bem fodassa.
Bom, não sei se ficou bom, mas eu dei o meu melhor... Aproveitem a leitura ^^



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Acordei gritando. Tive vontade de quebrar tudo. Que merda! Por que eles não me deixam em paz?

Levantei e fui para o banheiro lavar o rosto. Uma angústia mortal me dominou de repente, tive vontade de morrer. Talvez seja algo que eles fizeram comigo. Entrei no chuveiro e tomei um bom banho gelado, esperando que a sensação passasse.

Havíamos combinado, eu, Hugo e alguns outros, de sair para... Na verdade não faço ideia do porque, nem ao menos tinha vontade de ir, mas prometera ao Hugo que estaria lá, então não tinha escapatória. Lucas também iria, um pedido de Beatriz que ele atendeu sorrindo. Não que eu me importasse. Se ele estava feliz com aquela pirralha infantilóide mais do que estava na presença de sua melhor amiga desde, tipo, sempre, pouco importava. Era insignificante para mim.

Ou pelo menos eu queria acreditar nisso.

Bufei irritada por estar irritada com algo estúpido. Vesti-me e saí de casa - acabara dormindo demais, já estava quase na hora do encontro.

–Boa tarde, Srta. Cortez!

–Boa tarde, Pedro.

Peguei um táxi para o local de encontro. Atrasei-me um pouco por causa do trânsito.

–Finalmente, Rebeca! - exclamou Carol vindo em minha direção e me abraçando. Mordi os lábios, controlando-me para não empurrá-la para longe. Não me forcei a retribuir o abraço.

–Trânsito. - andei até Hugo, que me beijou, apenas um rápido selinho - Tudo bem?

–Melhor agora. - ele disse, sorri.

–Você demorou, hein? - soltou Lucas, sorrindo gentilmente.

Ah, a atual bipolaridade dele estava me matando.

Apesar de guardar rancor por seu atual comportamento repugnante e estar incerta quanto à situação em que nossa amizade se encontrava, abracei-o. E puxei a pequena rockeira que estava ao seu lado junto. Não dei explicações, apenas abracei-os por estarem vivos, e soltei o abraço com um sorriso no rosto, tentando disfarçar a aflição que sentia enquanto as frias palavras daquela morena ecoavam em minha mente:

Suas escolhas, todas, carregam consequências.

Mas Lucas e Alice estavam bem, assim como meu pai - para quem eu liguei enquanto estava presa no trânsito - e James. Aquilo fora apenas um pesadelo com o intuito de me reprimir.

E, devo admitir, ela falhou miseravelmente nisso. Não importa quantas versões psicopatas de Rebeca Cortez ela mande para me matar em meus sonhos, eu não iria desistir de meus objetivos. E aquela mulher pagaria por me apresentar uma versão estripada de meus pais.

–Certo, ignorando esse momento estranho... - disse Alice, que me encarava com os olhos confusos e um pequeno sorriso que ela parecia tentar conter - Podemos comer logo?

Estranhei a presença de Alice, na verdade. Carol tinha sido a pessoa a planejar tudo, e, com certeza, hipócrita como demonstrara ser, ela não convidaria alguém como a irmã do Lucas. Lê-se: Gay.

–Por que você está aqui, aliás? - perguntei enquanto, atendendo as súplicas de Daniel, encaminhávamo-nos para uma lanchonete qualquer, antes de ir para o cinema - Sem querer soar rude, é só que... - olhei para Caroline - Você sabe.

Ela riu.

–Estou sob custódia de Lucas. Paula me viu com a Julia na rua ontem à noite. Tínhamos acabado de brigar, na verdade. De novo. Enfim, ela não ficou feliz, me forçou a voltar para casa com ela naquele momento e contou para o meu pai. Discuti com ela hoje de manhã, então Lucas me trouxe para evitar maiores desastres. Eu estava com uma faca na mão e a beira de abdicar a minha sanidade e jogar o objeto no meio da testa dela - Alice imitou o som de uma lâmina cortando o ar - Teria sido bonito de ver. Valeria à pena perder dois anos da minha vida por isso... - ela encarou o vazio, pensativa - Desculpe, divaguei, né?

–Não, tudo bem. Eu entendo seu ódio. - às vezes eu mesma sentia vontade de matar Paula quando ouvia Alice desabafar, coisa que estava se tornando mais frequente que eu imaginava.

Chegamos, finalmente, à lanchonete.

–Certo, Wikipédia, Clones e Arco-íris - Daniel referia-se à mim, aos gêmeos Gabriel e Gustavo e à Alice, respectivamente - Vocês ficam aqui guardando nosso lugar. O que vocês vão querer? Eu peço para vocês. - agora falava apenas com os gêmeos. Lucas faria o pedido de Alice e Hugo, o meu.

–Um Frappuccino gelado de frutas vermelhas. - respondi à Hugo ao perguntar o que eu queria.

–Café ou creme?

–Hm... Creme. E um muffin de banana com gotas de chocolate.

–Mais alguma coisa?

–Não, só isso.

–Ok - ele me deu um beijo rápido na testa - vou lá pegar.

Estávamos numa lanchonete que tinha mais o estilo de uma cafeteria americana - algo semelhante à uma Starbucks, porém mais barato. Lucas, Beatriz, Hugo, Daniel e Carol entraram na fila para fazerem os pedidos e o resto de nós permanecemos sentados em um completo desconforto silencioso.

Por favor, alguém diga alguma coisa.

–Ei, Alice? - a rockeira levantou o olhar em direção à Gustavo, que a chamava - Sabia que o Gabriel tinha uma queda por você? - ela corou levemente ao ouvir aquilo, abrindo um tímido sorriso.

–Sério? - perguntou, um tanto incrédula.

Gabriel escondeu o rosto atrás do cardápio e riu.

–Infelizmente sim - respondeu. Seus olhos castanhos, mais escuros que os olhos cor de mel de seu irmão, sorriam para ela.

–Nossa, desculpe decepcioná-lo. - ela disse, falhando em conter o riso. Gustavo jogou a cabeça para trás, gargalhando alto.

–Você tinha que ver, ele ficou choramingando o tempo inteiro depois daquele dia na pizzaria. Parecia uma garotinha de seis anos, chorou a noite inteira! - disse, rindo. Ri também, imaginando a cena. Gabriel era forte e estava sempre se vangloriando de ser um dos melhores em sua academia de boxe. Visualizá-lo chorando era simplesmente hilário. Não combinava com ele.

–Ei, isso é mentira! - exclamou, abaixando o cardápio. Era difícil levá-lo a sério enquanto corava como um tomate. Alice riu.

–Que fofinho! Eu nunca vi um garoto chorando... Bom, exceto o Lucas, quando a gente era mais novo, mas isso foi porque eu destruí o SNES dele...

Encarei-a irritada.

–Você é um pequeno monstro! - acusei - Até eu chorei quando você destruiu o SNES dele... A gente era viciado naquilo... - ri com a lembrança. Então olhei para Gabriel, retomando o assunto - Então quer dizer que até o Homem de Ferro chora, é?

Gustavo riu prazerosamente com o sofrimento do irmão.

–Isso não tem graça, gente! - reclamou, cruzando os braços. Ele havia acabado de levar a ruborização a um novo nível: Estava vermelho como uma beterraba. Tentava parecer irritado, mas era perceptível que no fundo também ria com a situação.

–Senti falta disso - falou o outro gêmeo, olhando para Alice. - Eu e você torturando psicologicamente o Gabriel! - A garota riu.

–Também - então ela adotou uma expressão mais séria, um tanto quanto irritada. - Mas de repente eu comecei a ser tratada como uma leprosa só porque namoro uma garota...

–Não nos leve a mal... - disse Gabriel, com um sorriso arrependido nos lábios - É que foi difícil de assimilar, entende? Acostumar-se com a ideia. É meio incomum e um tanto quanto estranho à primeira vista, você tem que admitir, para quem não está acostumado. - "Além de ser frustrante descobrir que a garota que você gosta é gay", completou murmurando, mas não acho que Alice ouviu essa parte.

–Hugo também falou algo do tipo, mas eu simplesmente não considero um argumento muito válido. Rebeca não me tratou feito leprosa.

–Mas ela já sabia, não?

–Não fazia ideia. - revelei.

–Foi mal, é que minha namorada é meio imperativa, sabe? - disse Gustavo, referindo-se à Carol - E ela ficou colocando na minha cabeça que isso era errado e imoral. Mas eu estava conversando com Gabriel ontem, e a gente chegou à essa conclusão: Foda-se, né? A vida é sua, o corpo é seu. Você dá pra quem quiser. - Alice corou ao ouvir a última frase.

–Que jeito delicado de colocar as coisas. - ironizou a menina.

–Gosto de ser direto. - ele disse, sorrindo.

Gabriel esticou o pescoço, olhando para algo além de mim.

–Eles estão demorando... - disse, observando a fila avançar lentamente

–Calma, esfomeado, a vez deles já está chegando, olha! - virei para ter certeza de que estava certa.

Lá estavam os cinco, Hugo sorriu para mim e virou para a frente. Tive a impressão de que ele e Lucas trocaram um olhar cúmplice, mas desconsiderei imediatamente, não fazia sentido.

O sininho à porta tocou suavemente, informando a chegada de outro cliente. Um grupo de três pessoas, trajadas todas de calças e casacos pretos, com capuzes cobrindo suas cabeças, entrou. Um dos três estava com as mãos nos bolsos, era mais alto e mais forte. Os outros dois eram magros e suas mãos um tanto femininas, talvez fossem mulheres. Uma aura negra pairava sobre eles.

Tive um mal pressentimento. Comecei a me levantar, para sair antes que algo e acontecesse, pronta para chamar o resto do grupo, quando o mais forte puxou uma jovem para si e tirou uma arma do bolso, pressionando-a contra a cabeça da garota.

As pessoas se exaltaram, alguns gritaram e outros abraçaram-se a seus companheiros, procurando segurança. A refém começou a chorar quase instantaneamente ao sentir o metal gelado tocar sua pele. O homem destravou a arma.

–É o seguinte! - exclamou, ganhando a imediata atenção e silêncio de todos - Cada um de vocês vai colocar todos os objetos de valor, sejam celulares, jóias, relógios ou carteiras, na bolsa de uma das duas - disse, enquanto suas parceiras tiraram sacolas pretas de pano do bolso e foram andando de cliente em cliente, recolhendo os objetos, cada uma de um lado da loja - Caso contrário, a garota morre. Se alguém tentar atacar uma das minhas parceiras, a garota morre. Se algum de vocês tentar bancar o espertinho e chamar a polícia, a garota morre. Capisce?

–Você está blefando! - gritou alguém.

Ele atirou no pé da garota, que gritou de dor, contorcendo-se nos braços do homem.

–Eu não blefo. - ele disse, novamente pressionando a arma contra a cabeça da jovem, que chorava desesperadamente.

Elas passaram de um em um, recolhendo as coisas tanto dos funcionários, quanto dos clientes na fila ou dos que estavam sentados. Hugo, Lucas, Daniel, Beatriz e até Carol, todos tiveram que intregar o que tinham. Uma das garotas terminou a coleta e parou ao lado do líder, enquanto a outra veio em direção à minha mesa, a única que não havia sido assaltada ainda.

Algumas mechas de cabelo azul caíam em sua testa, cobrindo parcialmente seus olhos.

–Por gentileza. - ela disse, estendendo o pacote para Gabriel e Gustavo, que entregaram seus pertences sem relutância - Agora você, fofa. - Alice, hesitante, depositou a carteira na sacola - Celular. - pediu a mulher, seu tom de voz era ironicamente gentil.

–Não trouxe. Minha madrasta tirou de mim como castigo. - ela disse. A mulher analisou sua expressão.

–Boa tentativa. - disse, esticando-se e tirando o objeto do bolso do casaco da Alice - Não devia brincar com a vida dos outros assim, sabe, é perigoso. - ela disse. Apesar de falar com a rockeira, seus olhos, de um hipnotizande tom de âmbar, estavam virados para mim - Agora, você fofa. - ela disse, sorrindo gentilmente para mim.

Peguei meu celular e minha carteira e entreguei para ela. Seus olhos pousaram num colar de ouro branco que eu usava, com um pingente em forma de hexagrama.

–Por favor, ele era da minha mãe. - eu disse, segurando-o protetoramente - E ela morreu há alguns anos. - ela levantou uma sobrancelha - É verdade, eu juro!

Ela alargou o sorriso.

–Eu sei que sim, Rebeca.

Gelei, como ela sabia o meu nome.

Como se fossêmos grandes amigas, ela aproximou-se de mim e deu-me um beijo no rosto.

–Você anda tendo pesadelos, querida? - perguntou com um olhar inocente - Sua aura está meio abatida, meio escurecida... - ela sorriu, afastando-se sem dizer qualquer outra coisa. Tirou o capuz, deixando seus cabelos azulados completamente à mostra - Até mais, Katherine.

E os três foram embora, largando a garota ferida no chão.

Enquanto as outras pessoas apressavam-se em socorrer a refém, eu estava em choque, provavelmente gelada e com a respiração irregular, estava assustada.

O cabelo azul, os olhos cor de âmbar, a voz... Eu tinha certeza de conhecê-la de algum lugar, só não conseguia lembrar de onde. Até ouvir aquele nome.

De todas as pessoas que sabiam de Katherine, apenas três sobreviveram.

E apenas uma tinha cabelos azuis e olhos com de âmbar.



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Notas finais do capítulo

PORQUE EU TÔ RECEBENDO MENOS REVIEWS? :(
cês tão me abandonando aos poucos, tô ficando triste, poxa... Tinha um bando de gente no começo, agora minha média é de uns quatro reviews por cap T-T é simplesmente deprimente.
vou chorar no canto ali, da licença...



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