Versão Carlisle.

Depois de tanta tristeza eu ia ser feliz. A notícia que a Esme me deu era com certeza a mais esperada por mim nesse momento. Eu a amo tanto... Eu a amo mais do que qualquer coisa no mundo.


Eu chego a me sentir idiota as vezes e não merecedor do amor da Esme. Ela confia tanto em mim, me contaria se problemas tudo da sua vida, tudo que eu quisesse saber mesmo que fosse sobre Charles e lhe doesse ela me contaria. Já eu, um homem idiota, cheio de medos e receios não tive coragem de falar pra ela uma parte da minha vida.


Depois da quase desastrosa noite tudo acabou bem. Eu e Esme dormimos felizes tranquilamente... Ela tão linda, tão calma e amorosa. Mesmo depois do meu ato desastroso de contar da minha vida para ela as coisas mudaram, ela quase – na verdade praticamente – me colocou em seus braços, me consolou mesmo sem saber o motivo da minha dor e assim respeitando a minha decisão de não falar.

Ficamos imaginando sobre o nosso futuro e de como nossa vida seria perfeita, assim ela conseguiu arrancar sorrisos meus de pura felicidade. Como eu via em seu rosto, total felicidade.

Depois de uma noite perfeita, acordei de manha e olhei atentamente para aquela linda mulher dormindo sobre mim. Sorri e acariciei sua coxa sobre a minha cintura.


–Hey boneca. – Me virei segurando sua perna próxima ao meu corpo e encostei minha cabeça em seu pescoço. – Acorda meu anjo... – Sussurrei no seu ouvido.

–Anw Carl... – Ela ronronou me abraçando.

–Acorda amor...

–Bom dia. – Ela falou abrindo os olhos devagar.

–Bom dia. – Beijei sua testa.

–Dormiu bem?

–Maravilhosamente bem, e você?

–Eu também. – Sorri.

–Vamos levantar...? Temos muitos afazeres hoje.

–É o casamento da Lice. Que bonitinho. – Ela falou com os olhos brilhando. – Ligarei para ela. – Ela pegou o celular e eu sorri.

–Amor ela deve estar dormindo. – Tirei o celular da sua mão. – O casamento é só a tarde, ela teve estar em seu sono de beleza. – Esme gargalhou gostosamente.

–É verdade... E eu, não posso ter meu sono de beleza não? – Eu ri.

–Não, não pode, não pode. Não deixarei. – Abracei-a lhe dando vários beijos a fazendo rir.

–Carly, meu lindo... Eu estarei com cara de morta. – Fiz cara de espanto.

–Você, com cara de morta? Jamais. – Abracei-a com mais força.

–Carl vai me machucar, não faz isso baby.

–Eu sei que você gosta quando eu te aperto, eu sei que você gosta quando eu te pego de jeito. – Falei sorrindo e ela gargalhou.

–Anww, eu gosto. – Ela falou manhosa.

–Eu já sabia. – Apertei-a em meu corpo e lhe dei um beijo.

–Você... – Ela disse entre meus lábios – Você me acordou apenas para me dar beijo?

–Não, mais eu também queria isso.

– Eu amo dormir com você sabia? Eu estava num sono tão bom. – Ela virou pro lado. –Podemos continuar ele...
–Esme Anne Platt Cullen, não vai dormir novamente.

–Cullen? – Ela se virou sorrindo.
–Eu falei Cullen?

–Sim. – Ela respondeu radiante.

–Humm... Esme Anne Platt Cullen…- Pensei. Eu nem percebi que havia usado o Cullen no final, mas soou bem mais bonito do que Everson. Com certeza. – Soou bem mais bonito que Everson. Você será a senhora Cullen futuramente então já estou dizendo desde agora . – Ela sorriu.

–Eu amo você! Amo muito você. – Eu sorri.

–Futuramente eu farei um pedido de casamento mais formal. Mas já quero ter o provisório. – Brinquei. – Esme Anne Platt, você aceita se casar comigo, para ser a senhora Cullen e me fazer feliz pelo resto dos meus dias, e assim eu podendo amá-la como sempre quis... Você aceita se casar comigo Esme? – Lágrimas enchiam os seus olhos e um sorriso lindo estampava o seu rosto.

–Sim sim sim sim sim sim, eu aceito. – Ela deixou as lágrimas rolarem pelo seu rosto. – Eu amo você, eu amo muito. – Ela montou em mim. – Muito muito muito muito muito , amo muito.

–Ah meu amor. – Rolei com Esme na cama ficando em cima dela. – Minha mulher. – Sequei suas lágrimas. – Eu amo você.

–Posso te fazer uma proposta indecente? – Ela indagou e eu gargalhei.

–Pode.

–Toma banho comigo? – Ela falou num tom de surpresa.

–Não aceitarei.

–Como é, Carlisle? – Segurei o riso com a sua expressão.

–Estou brincando meu amor, é claro que eu aceito a sua proposta indecente. – Me levantei e a peguei no colo. Ela sorriu e fomos para o banheiro. Nos despimos e entramos no box. O banho foi repleto de beijos e carícias. Terminamos nosso banho e saímos.


Versão Esme.


Nosso banho foi maravilhoso. Repleto de beijos e carícias.


–Amor, o casamento é que horas?

– É ás 14:00 amor. - Eu disse me enrolando na toalha.

–Hm.. Ainda são 10:00 horas. - Ele falou calmamente e eu o olhei espantada.

–Já?? Eu tenho cabelo pra fazer, maquiagem, vestido....

–Amor, você já é linda assim.. Não precisa disso, - Ele me abraçou - e também você tem 4 horas pra fazer tudo. O que eu acho muito exagerado porque não se demora tanto para se arrumar... - Ele falou pensativo.

–Mulheres sempre demoram. - Falei obvia e ele me olhou sorrindo.

–Tudo bem, mais 4 horas é muuuuuuuuuuito tempo amor, não precisa começar agora.

–É verdade, não precisa ser agora. - Disse e saímos do banheiro. Fui no meu quarto me vestir e deixei Carlisle se vestindo no quarto de hospedes. Coloquei uma roupa confortável e fui saindo do quarto. Quando estava na metade do corredor o meu celular tocou e eu voltei no quarto para atendê-lo.


– Alô.

– Esme...Bom dia meu amor.

– Charles, bom dia.

– Tudo bem meu anjo?

– Sim, tudo bem sim. E aí como está? Conseguiu resolver tudo?

–Sim meu amor, consegui. Acho que hoje a noite eu já estou voltado. - Não...eu não queria que ele voltasse. Na verdade queria, mas não por ele... Pelo divórcio.

–Querido deixe para vir de dia, é melhor. -Falei tentando mostrá-lo uma nova opção.

–Eu quero chegar em casa logo. Estou com muita saudade sua, meu amor...

–Eu também... Mas...Querido pode ser perigoso... Você estará cansado e vai ter que dirigir ate o aeroporto e depois pra cá...É melhor você vir amanhã, porque aí você está descansado e eu posso te buscar no aeroporto.

–Eu sei meu amor mas eu queria passar a noite com você...

–Charles venha amanhã. É melhor... Tenho um assunto sério para falar com você.

–Você não quer adiantar?–Ele perguntou e eu não pude deixar de ouvir uma voz no fundo - Charles...Ela não te quer por perto. Fique aqui comigo gato, eu quero você aqui....

–Bom... - Ignorei a voz no fundo, ate porque eu já sabia do que se tratava e não me importava com isso. - Não quero interromper nada e creio que é muito importante. Não adiantarei pelo telefone por que isso é assunto para se falar pessoalmente.

–Esme... – Ele me interrompeu possivelmente para se explicar mais eu o cortei.

–Entendo que é o seu trabalho e que deve estar em reunião. - Disse um pouco irônica. - Não se preocupe. Ligue para mim mais tarde se quiser, querido. Eu tenho um compromisso agora e tenho que ir me arrumar... me ligue mais tarde.

–Você vai aonde?

–Ah um casamento.

–Com quem?

–Irei sozinha, e lá encontrarei o meu par.

–Que par? Que casamento... como eu não estou sabendo de nada?– Charles aumentou o tom da sua voz e eu continuei calma.

–O casamento de uma amiga.

–Que amiga?

–Ahh Charles, pra que tantas perguntas. Que saco!

–Eu quero saber. Sou seu marido, tenho esse direito.- Me segurei para não dar a resposta que estava na ponta da minha língua.

–Casamento da Alice, - Respirei fundo. - Uma amiga que conheci quando fui no hospital da vez que precisei levar pontos no braço, você lembra? - Indaguei com leveza sabendo que aquilo ia lhe ferir e muito.

–Sim Esme, eu lembro.– Ele respondeu com a voz amarga.

–Então, ela é secretaria do meu médico.

–E quem irá com você nesse casamento se eu não estou? Achei que padrinhos eram um par, um casal.– Ele indagou com raiva.

–Eu sou a madrinha e terá um padrinho que foi escolhido pelo noivo. É um casamento no civil... apenas. - Disse.

–Uhuum...

– Querido, não tem nada de mais, é apenas um par. - Disse calmamente.

–Tudo bem.– Ele respirou fundo. - Tenho um assunto pra falar com você, na verdade acho que é parte de nós dois. Interesse dos dois.

–Do que se trata Charles? - Perguntei preocupada e curiosa.

–Quando eu chegar ai a gente conversa. Mas pensei muito sobre isso e não mudarei de ideia.– Eu estou preocupada. Que assunto seria esse? E ele não mudará de ideia... Annww ficarei tensa ate saber o que é.

–Ahh, bom... quando você voltar conversamos então. - Disse. - Bom querido, tenho que desligar porque o casamento é daqui a pouco e eu tenho que me arrumar. Bye.

–Tchau meu amor. Vou pra casa depois de amanhã, eu te ligo quando sair.

–Tudo bem, será melhor

–Tchau meu amor, eu amo você e não vejo a hora de voltar pra casa.– Eu segurei uma risada.

–Eu também Charles, eu também. - Rolei os olhos e desliguei.


Eu fico impressionada em como o Charles consegue dizer " Eu te amo" pra mim tão facilmente. É impressionante....

Posso estar fazendo algo de errado mais não consigo dizer tais palavras para ele. Na verdade eu nunca consegui dizer, nunca o amei.


Mas agora o que mais me intrigava era o assunto que ele queria tratar comigo. É estranho, sei lá. Enfim, o que importa é que quando ele voltar pedirei o divórcio e poderei ser feliz com o Carl. Eu tenho quase certeza que o Charles não aceitará isso, e eu tenho medo de que ele faça algo com o Carlisle... É apenas isso que me assusta e que eu tenho medo. Eu amo demais o Carlisle, não quero que nada aconteça com ele, porém eu não posso ter medo agora, não posso abrir mão de ser feliz agora que tomei coragem para acabar tudo e seguir em frente.


Versão Charles.


A minha viagem foi tranquila e eu já tinha resolvido todas as minhas pendências. Alguns dias que estive aqui liguei para Esme, na verdade quase todos porém alguns ela não atendia e outros encerrava o assunto muito rápido, mas alguns a gente brigava. Ela não perdia tempo em me atacar. Eu tentava ser gentil e carinhoso mas ela sempre me atacava, era indiferente quando eu falava do nosso casamento e ficava jogando na minha cara inúmeras coisas.


Eu vim a Seattle para uma reunião de negócios e tudo deu perfeitamente certo, porém eu não precisava ficar tanto tempo na cidade mas não era apenas negócios que me trouxe pra cá.


Numa das minhas viagens eu conheci Tanya Denali, uma mulher muito bonita e sedutora. Eu costumava frequentar vários bordeis na cidade e numa dessas vezes à conheci e desde então ela nós encontrávamos quando eu vinha a Seattle.


Eu já tinha resolvido tudo e fui me encontrar com a Tanya em sua casa. Quando cheguei, ela logo me agarrou e me deu um beijo forte.

–Ei! Calma Tanya. - Me afastei dela.

–Estava com saudades de você, gato! Demorou muito pra aparecer de novo. - Ela falou sorrindo e começou a beijar o meu pescoço.

–Ér... - Minha voz saiu como um gemido.

–Vamos nos divertir um pouco. - Ela sorriu maliciosa e me puxou pela gravata para seu quarto.


O que eu tinha com a Tanya não passava de diversão, era algo carnal. Eu não sentia nada por ela além de desejo. Ela era ousada, sedutora, não se negava, não lutava quando algum homem a queria. Tanya não era do tipo de mulher difícil de conseguir. Ao contrário de Esme, ela não se negava a mim e quando negava era mais fácil de conseguir o que eu queria.


–Tanya eu vim aqui pra te dizer uma coisa, não pra isso. - Disse quando chegamos ao seu quarto.

–Você pode dizer enquanto fazemos. -Ela me sentou na cama e sentou no meu colo de frente pra mim me beijando.

–Tanya é sério. Para.

–Diga querido, o que você quer me dizer? - Ela colocou a mão em meu membro massageando-o.

–Hmmm... - Gemi. - Esquece. - O desejo me subiu a cabeça me fazendo esquecer de tudo que eu fui fazer ali.


Nossas roupas foram para o chão rapidamente, nossos corpos enrolados entre os lençóis se movimentavam num ritmo rápido e frenético. Nada calmo, nem um pingo de amor, apenas desejo. Era apenas sexo.

Com Esme dá minha parte ainda tinha amor mesmo depois de tudo e de tantos anos, eu nutria tais sentimentos por ela - não com tanta intensidade como agora - mesmo sabendo que já fiz ela sofrer muito. Ela é minha mulher, minha esposa e eu a amava.


Depois de transar com Tanya e chegar ao ápice do prazer com ela. Meu corpo caiu ao seu lado na cama e eu adormeci no mesmo momento.


Versão Carlisle.


O dia passou muito rápido. Logo acordamos e fomos tomar banho, e em algumas horas que passamos conversando já estava na hora de irmos se arrumar. Fui pra minha casa me arrumar enquanto Esme se arrumava. Depois de umas 2 horas, o que seria mais do que suficiente para ela se arrumar - o que não precisava de muito - e depois fui buscá-la em sua casa.

Esme estava linda com uma maquiagem leve, um vestido na altura dos joelhos da cor dourada e um par de sandálias da mesma cor. Entramos no meu carro e fomos para o cartório.


O Casamento foi rápido e tranquilo. Assim que chegamos Jasper já estava com Alice. Logo nós chamaram e fomos para o local determinado. O casamento foi simples e tranquilo, logo todos assinaram os papeis e Alice e Jasper estavam definitivamente casados.

Depois que saímos do cartório fomos para casa de Esme para comemorarmos o casamento.


– Felicidade aos noivos. - Esme falou sorrindo abraçando Jasper e Alice.

–Obrigado Esme. - Eles falaram juntos.

–Que vocês sejam muito felizes juntos. - Eu disse depois que Esme os largou e abracei os dois.

–Obrigada Carlisle. - Eles disseram juntos.

–Queremos agradecer a vocês dois por aceitarem o nosso convite e serem nossos padrinhos de casamento. - Alice disse com lágrima nos olhos. - Muito obrigada.

–Oh meu amor, não chora. - Esme abraçou ela. - Foi uma honra pra nós aceitar o seu convite.

–Obrigado, a vocês dois. - Jasper disse sorrindo.

–Não tem o que agradecer, estamos muito felizes por vocês. - Falei.

–Amor, não estamos esquecendo algo? - Esme me olhou divertida.

–Oh sim meu bem, estamos.

– O que estamos?

–Amor quem sabe é você. Você guardou. - Esme sorriu.

–Oh sim, eu guardei. Vou buscar. - Esme foi para o que pareci ser um escritório e rapidamente voltou com um pacote nas mãos.

–O que é isso Esme? - Jasper indagou abraçado a Alice.

–Bom... isso. - Esme veio para o meu lado sorrindo e eu passei meus braços pela sua cintura abraçando-a por trás. - Isso é o nosso presente pra vocês. - Ela os entregou o pacote.

–Espero que gostem. - Disse sorrindo enquanto eles olhavam o pacote.

–Vai, abram. - Esme incentivou e aos poucos eles foram abrindo o pacote.


Esme estava radiante. Ela gostava tanto de Alice e Jasper assim como eu, e os via como filhos que não tínhamos.

Alice e Jasper abriram o embrulho e vimos os olhos deles brilharem. - Então... Gostaram?

–Esme... é.... - Alice estava sem palavras.

–É... é maravilhoso. - Jasper completou sorrindo.

–Esme....Carlisle.... eu não sei o que dizer. - Sorrimos.

–Não precisa dizer nada Alice.

–Queremos que vocês aproveitem bastante a viagem e a Lua de mel. - Esme disse sorrindo. - E juízo vocês dois hein. - Rimos e Alice corou.

–Tá Esme.- Alice sussurrou baixo.

–Obrigado Carlisle, Obrigado Esme, pelo incrível presente. - Jasper falou sorrindo.

–Bom... se eu me recordo bem da data da viajem ela é ainda hoje.

–Hoje? - Eles indagaram surpresos.

–Sim, o casamento foi hoje e lua de mel é logo em seguida... Então...

–Esme... mas hoje?

–Sim Alice, hoje. - Esme disse sorrindo. - É melhor vocês se aprontarem para não perder o voo.

–Eu amo vocês. - Alice correu ate nós e nos abraçou forte. - Vocês são os pais que eu não tive. São muito importantes pra mim... Eu amo muito vocês.

–Eu também amo você meu amor. - Esme olhou para Alice, que estava chorando. - Não chore minha boneca... É dia de ficar feliz. Sem lágrimas. Amamos vocês, amamos os dois. - Esme chamou Jazz para o abraço também. - Vocês dois são os filhos que não tive e que sempre quis ter.

–Amamos os dois. Vocês são muito importantes pra nós... Consideramos nossos filhos e queremos que vocês sejam muito felizes.

–Nós seremos. - Jasper sorriu. - Agradeço muito a vocês dois por estarem nas nossas vidas num momento tão importante.

–Eu amo vocês. Amo imensamente vocês. - Esme distribuiu beijos no rosto dos dois sorrindo e nos fazendo rir.

–Nós também.

–Agora pombinhos é melhor irem. Vocês tem muito o que arrumar pra viagem. – Esme falou sorrindo. – Vocês vão adorar a viagem.

– Para onde é?

–Surpresa.- Eu disse sorrindo.

–Bye bye bye bye vocês dois. – Minha linda falou sorrindo num tom brincalhão. – Vão amores. Muitas felicidades e boa viagem.

–Obrigado Esme, - Alice falou sorrindo – Carlisle. – Acenei com a cabeça.


Rapidamente eles novamente se despediram de nós e foram embora. Os levamos ate a porta e quando vimos o carro de Jazz sumir no final da rua, a fechamos.


–Você é maravilhosa. – Abracei Esme por trás. – Você é perfeita.

– Estou longe de ser perfeita mas faço o possível para fazer a coisa certa. – Seus olhos se encontraram com os meus ao virar. – Fica comigo hoje. Faz amor comigo...- Fiquei um pouco surpreso por seu pedido. Esme não é de falar isso, não é de pedir...

– O que? – A palavra saiu instantaneamente da minha boca com um tom de surpresa.

– Carlisle...Olha, - Ela parecia engasgada. – só peço que fique comigo hoje.

–Amor, o que há? – Perguntei.

–Nada, quero que você fique aqui comigo... Que você durma comigo. – Ela deitou sua cabeça em meu peito.

–Ei, eu te conheço... Sei que não está nada bem. Você estava tão feliz, o que foi?

–Charles está voltando. – Ela falou baixo.


Aquelas palavras ficaram ecoando na minha mente. Recordei-me de todos esses dias que eu estava com Esme, todos os dias em que fiquei sem vê-la por causa dele, todo o perigo que ela corria ao seu lado. – Abracei-a forte junto ao meu corpo e beijei seus cabelos – Agora entendo porque ela está assim, por que quer que eu fique e que faça amor com ela. Não nego e sempre quero fazer amor com Esme, não é algo que seja apenas sexo. Ela me fez me sentir homem novamente, sustenta e sacia meu desejo, me permite amá-la de uma forma como nunca amei alguém, ela é fantástica, seu jeito me fascina e me ilumina, me mostra o que me permite continuar e me faz querer continuar. O seu amor me permite continuar, ela me faz querer continuar.


–Carl... – Esme sussurrou.

–Meu amor, olhe pra mim. – Segurei seu rosto em minhas mãos. – Não vou abrir mão de você, nunca farei isso. Vamos passar nossa primeira de muitas noites juntos okay? Aconteça o que acontecer, estarei ao seu lado e não permitirei que nada e nem ninguém lhe faça mal.

– Carlisle... não estou com medo. – Ela suspirou. – Na verdade eu estou, mas não por mim. Ele quer me falar uma coisa. Tenho medo de que ele tenha descoberto algo e faça algo contra você.

–Eu sei me cuidar, não se preocupe comigo.

–Eu amo você.

–Eu também te amo, te amo muito. – Sorri.

–Ele vai sair de lá amanha, acho que de manhã. E assim que ele chegar falarei com ele sobre o divórcio, independente do que ele faça.

–Esme... você sabe como ele é. Ele pode ficar enfurecido e fazer algo com você.

–Me matar ele não vai.

–Esme! – Repreendi. – Não diga isso nunca, entendeu? Nunca mais.

–Tudo bem amor, tudo bem. – Ela se afastou um pouco para me olhar. – Mas é verdade... Talvez ele nem faça nada do que eu estou pensando, mas que não vai aceitar fácil, ahh isso não vai mesmo.

–Quando você falar com ele vai sair daqui na mesma hora, okay? Não quero você nem um minuto com ele. Sabe-se lá o que pode se passar na cabeça dele. – Falei sério.

–Ai amor! Não vamos pensar nisso... – Ela envolveu os seus braços em meu pescoço e ficou na ponta do pé para se aproximar do meu rosto.

–Run. Eu fico preocupado com você, sua teimosa. Cabeça dura. – Era riu.

–Eu sou... – Ela me deu um selinho. – Eu sou cabeça dura e completamente, perdidamente, apaixonada por você. – Seus lábios roçaram os meus. Sorri.

–Eu sou loucamente apaixonado por você. – Eu disse pausadamente pela proximidade.


Minhas mãos deslizaram de seus braços, percorrendo suas costas e parando abaixo da sua cintura. – Es... – Gemi quando suas mãos entraram na minha camisa.

–Vamos terminar isso lá em cima? – Ela sussurrou no meu ouvido de uma forma sexy. Enterrei minhas mãos em seus cabelos e comecei a beijar seu pescoço em resposta, depois fui descendo ate o seu colo beijando-o calmamente. A vi arfar e seu pulmão se encher de ar a cada beijo que eu dava. Rapidamente a peguei no colo a fazendo gargalhar e subimos.


Ao chegarmos no quarto a coloquei no chão em frente a cama e ela ficou me encarando com seus grandes olhos verdes, que pareciam mais grandes esmeraldas.

A beijei calmamente e depois fui para o seu pescoço. Suas mãos rápidas foram abrindo a minha camisa enquanto nos beijávamos, sorri entre seus lábios nos separando e segurei suas mãos.


–Ei, calma... – Ela me olhou confusa.

–O que foi? Você não quer?

–Claro que eu quero meu amor, quero muito mas hoje vai ser diferente.

–Diferente amor? – Ela sorriu surpresa.

–Hoje - Beijei o seu rosto. – será diferente. Iremos calmamente, sem pressa alguma e não quero que seja apenas sexo. – Suas mãos estavam no meu ombro e eu beijei todo o seu rosto e por fim trilhei um caminho pelo seu maxilar.

–Nunca foi apenas sexo. – Ela falou como se estivesse ofendida.

–Eu sei meu bem, mas quero algo especial. Eu quero amor e sexo. Quero os dois, os dois unidos como um só. – Ela segurou o meu rosto e me beijou com ardor.


Estávamos em sincronia, seus lábios em sincronia com o meu, sua língua num frenesi com a minha. Minhas mãos acariciando sua cintura subiram ate o zíper do seu vestido, abrindo-o e deixando cair do seu corpo. Esme retirou o meu blazer cuidadosamente, como se não quisesse amassá-lo e colocou devagar sobre a poltrona, depois foi abrindo os botões da minha camisa um a um com delicadeza beijando cada parte que ia se expondo. A camisa escorregou pelos meus ombros e caiu no chão.

A empurrei devagar ate a cama sem deixar de beijá-la. Delicadamente a deitei e fiquei sobre ela sem colocar o meu peso por completo. Separamo-nos um pouco por falta de ar mais continuamos tento contato através de carícias, olhares e palavras de amor.


– Amar e poder tê-la em meus braços é a maior dádiva que recebi da vida. Eu te amo Esme, amo como nunca amei ninguém. Acredito que eu esperava por uma luz, esperava por um anjo aparecer na minha vida e trazer de volta e com muito mais amor e felicidade o que eu era e precisava ser. O que eu precisava ser, era a pessoa que eu sou hoje... Um homem imensamente feliz por ter apenas o seu amor, por ter apenas você. – Vi seus olhos marejarem e antes que suas lágrimas fossem derramadas eu a beijei. A beijei com todo o amor que eu sentia por ela.

–Eu te amo Carl, eu te amo muito. – Sorri com suas palavras e deitei minha cabeça em seu peito. – Meu gatinho...Hmm Carl.. – Ela gemeu quando comecei a beijar o seu colo e retirei seu sutiã. Suas mãos macias acariciavam minha nuca e depois iam apertando e aranhando meus ombros. Apertei suas coxas a fazendo gemer mais e mais...


Minha boca foi em busca da sua novamente e quando nos encontramos nossos lábios em sincronia se encaixaram num beijo apaixonado. Ela nos rolou na cama e ficou sobre mim sem deixar de me beijar.

Nos separamos e ela me olhou com uma cara maliciosa e depois deslizou sua mão sensualmente pelo meu abdômen ate chegar na minha calça - Sorri - . Ela abriu o meu cinto e desabotoou a minha calça. Esme puxou um pouco a minha calça e beijou o cós da minha cueca. Essa mulher ainda irá me deixar louco.


–Você ainda irá me deixar louco. – Puxei-a a jogando na cama novamente.

–Carl. – Ela gargalhou gostosamente.


Me livrei da calça e ficamos nos beijando e trocando carícias ali na cama por um bom tempo. Depois de um tempo as coisas começaram a esquentar, os beijos mais urgentes e desejosos e nossos corpos pedindo cada vez mais por contato maior.

Deslizei minhas mãos pelo seu corpo livrando-a da última peça intima que a cobria. Esme fez o mesmo retirando minha Box e se encaixou em mim. Entrelaçamos nossas mãos e nossos corpos se moviam em sincronia. Estávamos num vai e vem calmo e prazeroso para ambos. Nossos corpos se chocavam, nossas bocas se encontravam e só se separavam quando o ar nos faltava, os únicos barulhos no quarto viam de nossos pequenos gemidos.


Esme abraçou forte o meu pescoço arqueando as costas enquanto nossos corpos se moviam. – Carlisle... – Ela gemeu no meu ouvido.

– Eu amo você. – Sussurrei no seu ouvido enquanto chegava ao ápice do prazer.

–Carl...- Ela arqueou as costas e apertou mais os meus ombros. – Eu... Te amo.


Continuamos nos amando por horas a fio, ate que nossos corpos até então saciados se acalmaram sobre a cama. Esme relaxou seu corpo sobre o meu e eu fiquei acariciando calmamente suas costas nuas.


–Amor... – Ela chamou.

–Diga, meu bem. – Esme olhou.

–Nada, só queria ouvir sua voz. – Dei um sorriso torto. Beijei suas costas. – Eu amo esse seu sorriso torto. Ele é tão charmoso... – Sorri.

–Eu sou charmoso. – Falei convencido e ela gargalhou.

–Quem disse que você é?

–Eu estou dizendo.

–Nem um pouco convencido, você.

–Eu posso ser. – A beijei e rolamos na cama.

–Ai amor... – Ela reclamou.

– O que foi? Machuquei-te? O que foi amor? – Perguntei preocupado.

–Nada, minha perna esta dolorida, só isso. – Ela falou e sorriu. – Não importa.

–Hmm, acho que ontem eu machuquei você. – Falei chateado. - Me desculpe.

–Não se desculpe. Venha cá. – Ela me puxou pra cima dela novamente. – Minha perna não dói mais. – Ela esfregou sua perna pela lateral do meu corpo.

–Desculpa baby. – Beijei seu rosto.

–Desculpo se você me der um beijo. – Sorri.

–Eu dou quantos você quiser. – Sorrindo lhe dei um beijo nos separando com vários selinhos.

–Você vai me deixar logo cedo? – Sorri ao entender o propósito da sua pergunta.

– Acho que as oito. – Ela fez biquinho. – Ei, ainda temos a noite toda. – Acariciei seu rosto e depois olhei para a janela. Ainda estava de noite.

–Eu sei, mas você tem que dormir... Amanha trabalha cedo e na noite passada fomos dormir tarde.

–Já estou acostumado a dormir tarde ou não dormir. Ultimamente eu quase não tenho dormido e no hospital é quase assim...

– Já está acostumado a não dormir, é?

–Sim, no hospital.

– E o que você faz quando não dorme?

–Converso com os médicos, arrumo meu consultório... várias coisas amor.

–Uhuum, inclusive conversar com aquela zinha lá né?!

– Que zinha, Esme? Do que está falando? – Perguntei confuso.

– Estou falando daquela doutorazinha lá que vive dando em cima de você. – Ela se sentou na cama se cobrindo com os lençóis.

–Esme, não tem ninguém. Não sei quem é essa mulher que você está falando. – Falei verdadeiro e ela me fulminou.

–Estou falando daquela Doutorazinha que destratou a Alice. Não negue Carlisle, ela dá em cima de você sim, e você sabe disso. – Ela me acusou enciumada.

–Esme, - sentei-me segurando seus braços e beijei suas costas nuas. – eu nem reparo nessa mulher, porque, primeiro ela é ignorante com todo mundo, segundo ela não tem assunto e terceiro, ela não é bonita.

–Então se ela tivesse e fosse isso tudo você olharia pra ela? – Ri da sua pergunta.

–Não, porque a única mulher que eu olho e quero olhar é você. – A deitei na cama novamente sorrindo.

–Tá, uhumm, sei. – Essa mulher é tão linda enciumada...

–Minha ciumenta linda, eu só tenho olhos pra você. – lhe dei um beijo. – Agora, vamos deixar esse assunto de lado e aproveitar o resto da nossa noite.

– Aproveitar dormindo, Dr.Cullen .

–Não quero dormir. – Falei como uma criança birrenta.

–Mas vai dormir porque amanhã tem trabalho. – Ela falou sorrindo e me abraçou.

–Ahh, boa noite então. – Eu disse frustrado e ela gargalhou.

–Boa noite meu lindo, eu amo você. – Ela me deu um beijo e me puxou para cima de si. – Acha mesmo que eu quero apenas dormir o resto da noite? – Esme sussurrou no meu ouvido depois do beijo avassalador.

–Por um momento sim, mas agora... Tenho certeza que não. – Ela sorriu antes de nos beijarmos novamente.


Trocamos carinhos e nos amamos novamente. Depois, cansados, dormimos. Abraçado ao corpo de Esme percebi que era isso que eu queria para o resto dos meus dias. Ela ao meu lado.


Versão Esme


Passei uma noite maravilhosa com Carlisle, uma noite que foi especial pra mim. Muito especial. Na manhã seguinte acordei antes e resolvi chamá-lo logo para ele não se atrasar.


–Amor.. – Falei sonolenta tirando meu cabelo do rosto. – Acorda.

–Hmm... Bom dia minha princesa. – Ele abriu os olhos devagar.

–Bom dia amor, já são sete horas. –Acariciei seus cabelos dourados. – Está quase na sua hora.

–Ah, é verdade. – Ele olhou o relógio. Levantei-me da cama enrolada nos lençóis e segui para o banheiro ali mesmo. – Ei, me espere D.Esme, eu vou com você. – Sorri e segui meu caminho para o banheiro.


Já no banheiro larguei os lençóis, que caíram no chão, e entrei no Box. Carlisle veio logo atrás e entrou junto comigo no banho. Tomamos um banho rapidamente e depois cada um foi se vestir.


–Carl, vamos... venha tomar café. – Falei pronta.

–Estou indo. – Ele falou pondo a gravata e se virou para mim. – Como estou? Estou lindo, perfeito e sexy?

–Pare com isso Carlisle. Você não precisa disso para ir trabalhar, precisa disso só quando está comigo. – Falei e ele riu.

–Vem cá coisa linda, vem cá, me beija. – Ele falou me puxando pela cintura.

–Não, você vai me bagunçar. – Falei o empurrando. – Preciso estar bonita.

–Bonita pra que? Pra receber aquele corno do seu marido? – Ele falou enciumado. – Não me provoque. Não me provoque senão você não sai desse quarto hoje. – Gargalhei e decidi provocá-lo mais.

–Ui que medo. – Me virei de costas para ele no intuito de sair do quarto.

–Não seja assim comigo. – Ele colou seu corpo no meu e sussurrou no meu ouvido. – Não me provoque, se não irei querer ficar mais com você e nós não podemos.

– Desculpa amor, eu sei. – Sorri quando ele beijou o meu pescoço. – Vamos descer, temos que sair.

–Vamos. – Ele falou sorrindo e descemos.


Quando chegamos a cozinha, pus a mesa do café e comemos calmamente, desfrutando um da companhia do outro.

Estávamos tomando café calmamente quando meu celular tocou, olhei o visor e vi que era o Charles. Carlisle me olhou e acenou com a cabeça para que eu atendesse.


–Alô.

–Bom dia meu amor, desculpe acordar você agora.

–Não tem problema... Eu já estava acordada.

–Só estou ligando para avisar que estou embarcando agora em Seatlle e que chego ai em Forks daqui umas duas ou três horas, no máximo. – Ele falou e deu uma pausa. – Estou com muitas saudades de você, meu amor... Não vejo a hora de chegar em casa e poder ficar com você. – Ele falou de uma forma gentil e eu fiquei sem ação.


Aquela situação estava muito complicada pra mim. Charles estava diferente, estava mudando e isso estava me deixava tensa... Não pelo fato deu sentir algo por ele, claro que não, mas pelo fato dele ser um homem melhor, estar cada vez mais próximo e me querendo mais próximo.


– Éh... – Eu não sabia o que falar, nem se tinha forças pra isso. É tão complicado. Tão complicado ser casada com um amando outro. – E-eu... - Carlisle segurou minha mão sobre a mesa e apertou um pouco, tirando um pouco do meu nervosismo. – Estou esperando a sua volta, espero que seja breve querido.

–Será meu anjo, já estou indo. Estou praticamente em casa. – Charles respondeu e deu uma risada. – Hm.. Você pode me buscar no Aeroporto? Meu carro está na empresa.

–Tudo bem, eu vou. Que horas mais ou menos você chega?

–Hmm.. bom, são 7:30... talvez 10:30 se não atrasar.

–Tudo bem querido.

–Bom meu amor, tenho que ir agora. Eu amo você.

–Eu também querido, bom voo. – Falei e desligamos.


Eu quero que esse pesadelo acabe logo, porém isso não é nem o inicio dele. Talvez eu esteja julgando mal o Charles, mais tenho certeza de que ele não vai aceitar assim tão fácil, talvez sim, talvez ele tenha outra pessoa também. Sei que ele tem amantes e vai que uma delas despertou aquele coração de pedra e fez ele mudar.. quem sabe.


–Tudo bem, amor? – Carlisle acariciou a minha mão.

–Sim, eu estou... – Apertei um pouco sua mão.

–Eu preciso ir. – Ele sussurrou.

–Tudo bem...

–Você vai ficar bem? – Ele se levantou e eu fiz o mesmo.

–Eu vou.

– Qualquer coisa me ligue. - Ele colou nossos lábios e eu apertei sua mão.
– Pode deixar. - Sorri.
– Eu amo você.

–Eu também amo você. – O levei ate a porta e lhe deu um beijo. – Tchau.


Carlisle saiu e eu fui arrumar a cozinha. Lavei a louça e guardei a mesma, depois subi e fui arrumar o quarto. Entrei no quarto de hospedes, toquei a roupa de cama, coloquei as para lavar e fui para o meu quarto. Me olhei no espelho e fiquei me encarando por um longo tempo.


Eu realmente não fazia ideia de como contar aquilo ao Charles. Não sabia como ele estava, qual seria sua reação, não sabia nada. Ele não aceitaria tão fácil, mas talvez ele queira viver a vida dele como eu quero viver a minha e me deixe em paz. E por mais que ele tenha mudado algumas atitudes, Charles ainda era ciumento e possessivo. E isso me assustava. Muito. Não só por mim, mas se ele descobrir o Carlisle e fizer algo contra ele, vou me sentir culpa pelo resto da minha vida.


Após eu arrumar tudo percebi que o nervoso estava batendo, eu não sabia o que fazer, como reagir. Charles estava chegando, e eu havia tido uma das minhas melhores noites com Carlisle, o homem que me fez ter esperanças. Suspirei olhando no relógio, em poucas horas eu estaria cara a cara com o homem que um dia me fez sofrer e, hoje, está fazendo a mesma coisa que eu.


Suspirei tristemente e fui para o carro. Dirigi direto para o aeroporto sem deixar de pensar no que eu falaria depois que chegássemos em casa.Eu precisava disso, precisava viver o resto de vida que eu tinha com o homem que eu amo. Com o homem da minha vida, o Carlisle.


Ao chegar no aeroporto fui direto para porta de desembarque e fiquei esperando o Charles chegar.Com toda certeza eu poderia dizer que o voo teve atraso, mas descartei essa hipótese ao ver o próprio saindo do banheiro próximo ao quiosque de desembarque. Ele sorriu, me olhando como se nunca houvesse nada que havia feito para me magoar. Suspirei. Força Esme. Não fui até ele, e logo ele veio até mim.


– Olá querida.- Ele disse me abraçando fortemente. Estranhei o ato dele.

–Oi querido. – Forcei um sorriso. – Como foi a viagem. ? – Perguntei e peguei o paletó da sua mão.

–Foi como todas as outras, chatas. – Ele sorriu e me abraçou pelos ombros. Fomos andando para o carro. – Estava com tantas saudades de você meu amor. – ele se virou pra mim e me beijou.


Eu não esperava e me espantei. Charles não parecia ser o homem que me machucava, mas... Ele não vai muda, não vai mesmo. É sempre assim e nunca muda.


–Charles,- falei entre seus lábios e me afastei um pouco. – Estão todos olhando pra nós, aqui não.

As pessoas não mudam, a quem eu estava querendo enganar?- Suspirei.


– Querida você nunca reclamou de nos beijarmos em publico.
– Isso era antes, digamos que hoje em dia eu reparei que em certos locais certas coisas são desnecessária. – Abri a porta-malas.
– Vou fingir que não ouvi isso. E como vão as coisas?- Ele perguntou colocando a mala na porta-malas e fechando.
– Normais. E você o quê fez por onde andou? – Perguntei desconversando.

–Como já disse, foram muitas reuniões, nada de interessante. – Ta bom, aposto que dormiu com muita vadia. E eu espero que sim, melhor pra mim.

–Ah sim... – Entrei no carro e ele fez o mesmo, entrando no banco do carona.

–E você, Esme, o que fez nesse tempo em que eu estive longe?

–Fui ao shopping, fiquei em casa, fui madrinha de um casamento, recebi algumas amigas la em casa... – Falei ligando o carro.

–Madrinha de um casamento? Que casamento? – Ele falou me olhando.

– Alice, uma pessoa muito querida. – Eu disse fazendo descaso, eu não querida ficar comentando sobre o que eu fiz.
– Querida estava pensando em jantarmos hoje.
– Charles me diga logo, você nunca foi de jantares.
– Dizer o quê Esme? Está confundindo sarna com pulga? Eu estou apenas sendo gentil.
– Desculpe. – Eu disse sem saber o que fazer.

–Tudo bem, meu anjo. – Ele colocou a mão na minha nuca e se aproximou me dando um beijo no rosto.

–Charles...Ta tirando minha atenção. – Falei e ele deu um último beijo e se afastou.

–Desculpe meu amor, não me controlei. – Ele voltou a se encostar no banco.

–Você deve estar cansado, é melhor deixarmos o jantar para outro dia.

–Não Esme, não estou tão cansado assim... quando chegarmos em casa eu descanso e mais tarde jantamos fora.

–É... pode ser. – Falei em entusiasmo algum.

–Tenho um assunto sério pra falar com você. – Eu o olhei. – Não é nada sério, mas é importante para nós dois.

–Eu também tenho um assunto sério, como eu disse no telefone.

–Do que se trata querida?

–De nós. – Ele pareceu sorrir, como se ele tivesse gostado da ideia. E de certa forma sim...


Espero que ele finalmente tenha se conformado e me deixe livre. Tenho certeza que ele já está com algum outro rabo de saia e também quer se ver livre de mim. Não faz sentido continuarmos presos um ao outro.

Dirigi para casa rapidamente. Ao chegar tiramos as malas dele do carro e entramos. Assim que entramos, Charles largou as malas na sala mesmo, desatou o no da gravata e foi servir-se de uma dose de wisky.

–Já vai beber Charles...? – Perguntei calmamente colocando minha bolsa no sofá.

–Ei amor, é apenas uma dose. – Ele falou calmamente se sentando.

–É sempre “ uma dose”.

–Esme, venha aqui. Vem cá... – Fui ate ele e fiquei em pé a sua frente. – Sente-se aqui. – Charles bateu em sua perna e eu o olhei.

–Charles, não é hora para essas coisas. – O repreendi.

–Que coisas? Apenas pedi para que se sentasse aqui. – Me sentei de lado no seu colo.

–Diga...

–Eu amo você. – Fiquei totalmente surpresa, para ser mais exata sem chão. Pela primeira vez na vida vi sinceridade em seus olhos, vi amor. O que não via e não tinha a muito tempo.

–Eu... – Eu não sabia o que falar... Não quero retribuir. Não era o que eu queria, não era o que eu pretendia fazer depois de tantos anos de sofrimento.. Não, eu não o amo. Eu vou me separar dele, isso. Eu vou me separar.

–Esme, meu amor... Eu te amo. Eu te amo muito. – Ele falou acariciando meu rosto. – Demorei muito tempo para enxergar o que estava diante dos meus olhos, a mulher maravilhosa que você é. Fui um idiota, um homem desprezível todos esses anos. Homem este que nunca mereceu o seu amor... Agora vejo que meu maior medo é te perder. Estar longe de você. – Não, não, não.. isso não pode ser verdade. – Não sei o que é de mim sem você. Não sei o que eu faço se eu te perder.. Esme, eu te amo. Eu te amo!

–Charles, me desculpe mas não consigo acreditar completamente nas suas palavras. Você me magoou tanto, me machucou tanto.... Você pode estar sendo sincero, me desculpe. Mas não consigo acreditar totalmente. – Me levantei.

–Esme, eu fui um idiota.. Um completo idiota, mas quero recomeçar.. recomeçar com você. – Ele se levantou também e segurou a minha mão.

– Recomeçar o que? Nunca tivemos algo verdadeiro para que agora a gente possa recomeçar.

–Eu te amo de verdade Esme.

–Não Charles, não ama. Por que decidiu fazer isso agora? Pra quê?

– Porque percebi que um homem como eu não te merece e pode te perder a qualquer momento. E não suportaria perder você...


O que esse homem estava querendo fazer com a minha cabeça? Cadê o antigo Charles que me agredia a qualquer coisa que o contrariasse...? Isso me deixa confusa, me faz pensar que eu ainda posso ser feliz no meu casamento, mas também me faz pensar no Carl. No meu Carl.... No homem que me ama e que eu amo imensamente. O homem com quem eu estava quase largando tudo e indo viver com ele. O meu amante.