Thor correu o mais rápido que conseguiu, abraçando-o o mais forte que conseguiu e afastando-o da ponta do penhasco, trazendo-o ainda para mais perto, para seus braços.

– Loki, eu consegui! Eu te salvei...o que você...o que você pensa que ia fazer?!

– Você está aqui...- foi o que o mais novo conseguiu dizer ao se largar em um abraço apertado.

Os dois entre lágrimas trocaram um longo beijo até Loki dizer:

– Você é um anjo que Deus me mandou...

Thor sorriu em lágrimas e respondeu:

– Loki, eu...sinto muito. Por tudo. Você não pode me deixar! Nunca..se você não quiser mais viver, me leve junto com você! Porque para mim não existirá mais vida em nenhum lugar deste mundo se você não estiver comigo.

Loki começou a chorar e o abraçou ainda mais forte, enquanto Thor o beijava novamente.

– Eu te amo, Loki. Nunca deixei de amá-lo...eu escrevi cartas que não consegui te enviar, mas em todas elas, todas elas eu declarava a você minha eterna devoção. Eu fugi...eu só enxerguei aquilo que queria. Me perdoa...

– ...só me abraça, Thor.

O mais velho então o abraçou ainda mais forte. Neste momento percebeu o quanto Loki estava mais magro, fragilizado.

Os dois se olhavam agora e não existiam palavras para o que sentiam. Aquele momento era repleto de paixão, medo e muita, muita saudade.

– Eu...- Loki sussurrou – eu me arrependi tanto, por tudo. Eu sinto muito. Eu fui covarde. Você me perdoa?

– Você é a pessoa mais corajosa que eu conheci... – Thor respondeu tocando seu rosto carinhosamente – Então, a partir de hoje, deixe-me mostrar o quanto eu te amo. O quanto eu quero ficar com você, para sempre.

– T-Thor, eu...não estou me sentindo bem...

– Você está muito fragilizado. Você, você tomou alguma coisa, Loki...por Deus...o que você fez?!

– Não, eu não tomei nada. Eu ia...mas desisti. Me sinto um tolo agora, mas eu ia...eu ia me jogar deste penhasco, Thor.

– Por quê?

– Porque eu não posso viver sem você. Eu não vou.

– Não. Você não vai. A partir de hoje, será eu e você...

– Você é casado agora...

– Eu não me importo, Loki! Eu não quero saber...vamos, vou te levar para casa.

– Mas o Sr. Odin..

– Eu falarei com ele. Eu não vou embora hoje sem você comigo. Eu nunca mais vou te deixar, meu amor.

Os dois então voltaram, Thor ajudando Loki a andar, este ainda se sentindo muito fraco. Caminharam de mãos dadas durante o percurso de volta em silêncio.

O mais velho às vezes olhava para ele e mal podia acreditar no que tinham vivido. Sentia-se emocionado. Abençoado.

Havia chegado a tempo! Eles tinham um ao outro, nada poderia pará-los. Nada.

Nem ninguém.

Loki encontrou seu olhar e sorriu, fazendo fez Thor chorar de felicidade.

Era fato que Loki precisava se alimentar e descansar, tudo isso seria feito com sua supervisão.

Mas agora ele pensava agora era como falaria com Sr. Odin, e principalmente com Jane.

Ela esperava seu filho e os dois se tratavam bem, apesar de tudo. Thor sempre havia deixado claro que só tinha se casado por causa de seu pai.

Sentia que a jovem tinha esperanças quando o assunto era os dois, mas Thor sentia-se tão alheio, tão à parte da realidade, que não sabia dizer se isso era de fato verdade.

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– Thor...- Loki disse segurando ainda mais forte em sua mão assim que adentraram a propriedade.

– Não se preocupe. Falarei com ele agora mesmo. Pedirei para a sra. Fairfax te ajudar com as malas, tudo bem? Leve só o que for necessário...

– Tudo bem. Eu te amo. – ele respondeu beijando Thor carinhosamente.

– Você é a minha vida, Loki.

Assim que chegaram logo a Srta. Sif e a senhora Faixfax vieram ao encontro dos dois.

– Senhor, nos deu um susto. – a jovem comentou.

– Obrigado por ser tão sensível, Srta. E obrigado por sempre estar ao meu lado, senhora Fairfax. – Loki agradeceu sorrindo.

– Todos nós gostamos do senhor. Tenha a certeza disso. – a senhora respondeu abraçando-o.

Inesperadamente neste momento todos ouviram um grito de horror dentro vindo da mansão. Um grito de uma mulher vindo do andar de cima, diretamente de um dos quartos.

As duas correram na frente, enquanto Thor e Loki caminharam para dentro do local. Assim que subiram as escadas viram uma movimentação de todos os empregados entrando e saindo do quarto do Senhor Odin.

Uma jovem de aparência simples e comum chorava enquanto John, um dos cocheiros a abraçava e consolava.

– O que houve?! – Thor perguntou se aproximando enquanto Loki o observava perto da escada.

– Senhor, eu sinto...eu sinto muito. Mas seu pai...o Sr. Odin...está morto. – Srta. Sif disse se aproximando com a governanta, ambas muito transtornadas.

– O quê?! Deixe-me vê-lo...o que houve?!

– Onde ele está? – Loki perguntou se aproximando.

Os dois entraram no quarto e o encontraram caído perto da escrivaninha e da cadeira. Perto de sua mão esquerda havia uma xícara cara caída e vazia.

– Céus...ele tomou o chá, Thor! Ele tomou o chá! – Loki disse enquanto se agachava perto do corpo sem vida de seu pai.

– Como assim? Como você sabe?!

– A xícara...este cheiro...é o mesmo da erva que comprei para mim! Meu Deus, como ele achou? Eu havia escondido ela embaixo do meu colchão...no meu quarto!

– Mas você acredita que ele tenha se matado? Por que ele faria tal coisa?

– Não sei, ontem eu o vi...ele estava bem. Quero dizer, do mesmo jeito de sempre.

– Será que alguém fez isso com ele? – Thor perguntou, enquanto os dois trocavam um olhar.

– Senhores, este chá é muito poderoso...a quantidade tomada...seria impossível salvá-los. Sinto muito. – Srta. Sif disse.

– Chamarei a polícia agora mesmo... – a sra. Fairfax completou pedindo para os outros empregados deixar apenas Thor e Loki no cômodo.

Os dois então ficaram em silêncio, simplesmente absorto em pensamentos.

Não conseguiriam chorar, não haviam lágrimas para isso.

Mas a morte para Odin havia chegado tão de repente, tão absurdamente. Um amargor pairava no ar.

Vê-lo daquele jeito, completamente imóvel, frágil. Apenas um senhor muito triste, sozinho era surreal.

– Será que vão desconfiar de nós? – o mais novo questionou após muito tempo.

– Com certeza. Mas temos testemunhas de que não estávamos aqui no momento que tudo ocorreu. É tão estranho! Ele nunca se mataria...ao mesmo tempo que eu não acredite que alguém de fato o matasse. Ele tinha muitos inimigos, mas todos o temiam.

– Queria poder sentir algo agora. Qualquer coisa além desse vazio.

– Eu também.

– Loki, vamos embora daqui. Quando tudo estiver decidido...mudaremos para longe daqui. Mandarei uma carta para Jane. Anularei o casamento. Farei qualquer coisa.

– E seu filho? Acho que é melhor você conversar com ela pessoalmente...volte e explique o que aconteceu...você tem certeza que quer fazer isso? E o bebê?

– Será para sempre meu filho. Mas não a amo, Loki e isso é o suficiente.

Loki então o abraçou forte e os dois tiveram certeza naquele momento que teriam a paz que tanto almejavam.

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O funeral do Sr. Odin ocorreu no outro dia. Seu corpo foi enterrado na propriedade junto com os outros familiares.

Loki e Thor conversaram muito até chegar a um acordo comum. O mais novo se estabilizaria enquanto cuidasse de todo o processo e papelada referente à herança.

Thor voltaria para a casa dos Foster e conversaria com Jane, retornando o quanto antes, para finalmente partirem.

Chegando lá pela manhã, quatro dias após sua partida, Thor encontrou Jane lendo na sala.

– Jane...

Assim que ela o viu e seus olhos se transformaram completamente.

– O que você faz aqui? – ela perguntou se levantando.

– Eu voltei. Para pegar minhas coisas...eu partirei, Jane. Para sempre.

Ela então começou a chorar, já sabendo, esperando tais palavras. Thor pensou em abraçá-la, mas logo concluiu que seria pior.

– Tudo o que eu fiz foi te amar, Thor...

– Eu sinto muito, Jane. Você merece ser feliz e isso nunca acontecerá comigo...

– Nós poderíamos ser felizes sim! Você nunca olhou para mim!

– Sinto muito pela ilusão que foi criada pelo Sr. Odin, Jane...meu coração...pertence à outra pessoa, e eu...

– Oh, claro! Pertence ao Loki, não?!

Os dois se encararam por um longo tempo até ele perguntar:

– Como sabe?

– Você me toma como uma estúpida mesmo, não? Quando você partiu a alguns dias...sem ao menos se despedir de mim, havia uma carta aberta em cima de sua mesa, Thor! Uma carta...a outro homem! Ao seu irmão, pelo amor de Deus!

– Sim, Jane. É ele quem eu amo. Poderia dizer que sinto muito...mas seria mentira.

– Por que você não me contou?!

– Você nunca me ouviria!

– E você nunca falou nada! Thor, eu estou esperando um filho...

– Eu sei. E eu o amo. Eu ficarei com você sempre que precisar. Mas o nosso casamento, Jane...é um erro do qual eu não posso insistir!

– Eu te odeio, Thor! Eu te odeio! – ela gritova enquanto tentava golpeá-lo sem sucesso.

– Jane, eu não queria magoá-la...

– Saia daqui! Você nunca vai ver o bebê...nunca, ouviu?

– Ele é tão meu filho quanto seu! Vou vê-lo porque eu tenho direito...porque ao contrário daquele homem que se dizia ser meu pai, eu estarei ao lado dele em todos os momentos...

A jovem chorava ainda mais neste instante e precisou se sentar.

– Jane, você sabia...você sentia que não daríamos certo. – Thor disse tentando se aproximar.

– Eu quero que você pegue suas coisas e vá embora. Agora. Eu quero nunca mais ter que olhar para você, ou ouvir sobre sua existência. Eu te odeio.

Thor agora chorando também, respondeu:

– Espero sinceramente que um dia você me perdoe. Porque a única coisa que eu estou fazendo, Jane...é aproveitando a minha primeira chance de finalmente ser feliz. Você deveria fazer o mesmo.

Ele foi até seu quarto e pegou tudo que era possível, pedindo para uma das empregadas lhe enviar todo o restante depois.

Antes de sair, escreveu uma breve carta ao tio de Jane, Sr. Selvig e à sua fiel amiga, Srta. Darcy, solicitandoque fossem de encontro com ela e a ajudassem.

Pediu perdão e uma oportunidade para se explicar pessoalmente assim que desejassem e pudessem.

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– Eu te amo...- Loki disse enquanto saia debaixo dos lençóis após a primeira noite juntos, depois do retorno de Thor.

– Venha aqui....- o mais velho pediu abraçando-o e beijando sua testa enquanto Loki ria.

Thor passou seus dedos por aquele rosto que tanto amava, pelos lábios muito vermelhos, pelas bochechas rosadas, enquanto o mais novo o encarava com seus dois olhos verdes que refletiam aquela bela manhã que nascia aos poucos.

– Eu nasci para ser seu, Thor.

Thor sorriu e o beijou lentamente enquanto o mais novo o abraçava, puxando-o para mais perto.

– Todos os dias pelos restos de nossas vidas, Loki...eu me esforçarei...o máximo que puder para tentar fazê-lo esquecer de tudo que passou.

Loki segurou sua mão e beijou cada um de seus dedos, sorrindo de volta.

– Com você ao meu lado, é impossível lembrar que algum dia eu me senti triste. É possível morrer de alegria? - ele disse enquanto acariciava os cabelos dourados do mais velho.

Thor colou seus lábios de maneira urgente contra os de Loki, enquanto suas pernas, seus corpos e seus corações se confundiam, tornando apenas um só.

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No final desta jornada, nossos dois jovens tiveram um final feliz. Um final perfeito.

Após o recebimento da herança, dividida igualmente entre ambos, eles partiram sem rumo para uma viagem. Destino? O mundo. Inteiro.

Permaneceram com a casa que era do Sr. Odin, mas agora esta tinham duas novas proprietárias: Srta. Sif e Sra. Fairfax que recebiam os dois a cada aniversário e em épocas de festas.

Jane Foster teve uma linda menina chamada Catherine, mas acabou se casando após seis meses do parto com um jovem de família nobre e rica indicado por seu tio que fez com que esta deixasse a filha com Thor e Loki definitivamente, e esquecendo completamente que algum dia eles, incluindo a pequena, existiram.

Por fim, a morte do Sr. Odin nunca fora revelada. Alguns diziam que ele tinha se matado, outros que os empregados tinham envenenado o seu patrão carrasco. Cada um deles tinha motivos para isso!

Mas a versão que Thor e Loki tomaram como a oficial era a que a mãe do mais novo, não havia morrido de fato e sendo uma feiticeira poderosa, deu um feitiço para ele, um chá, ajudando os jovens a ficarem finalmente juntos.

A verdade é que Sr. Odin havia colecionado desafetos por toda a sua vida, e ninguém realmente estava interessado em entender ou achar o causador de tamanho alívio.