06h30min da manhã.

A cidade estava silenciosa e em um bairro nobre da cidade, diante da pouca luz do sol presente, era possível ver pelas cortinas das imponentes mansões apenas o reflexo de algumas luzes acesas.

Na casa dos McFrozee, os trigêmeos estavam se preparando para a volta as aulas. Na verdade pra eles aquela seria a ultima vez antes de entrarem na faculdade. Na casa dos Haines, a mesma situação se encaixava ao filho mais velho, mas no caso da irmã mais nova esse seria apenas mais um “volta às aulas”, perto de alguns outros que ainda a esperavam pela frente. Esse também era o caso da filha mais velha dos Kandom que na mansão ao lado fazia o mesmo “ritual” matinal que os outros.

– Kassie, minha adorada irmã, se você não abrir a porta desse quarto agora mesmo, juro que vou embora e te deixo AQUI.

–Mas que droga de pressa é essa Kayle? Até parece que está muito ansioso pra voltar pra escola!

A discussão matinal entre os irmãos Haines era algo normal, e seria até estranho se não acontecessem, visto que funcionavam até como despertador para O Sr. E Sra Haines.

–Brand, vamos cara. Parece até a Ize quando vai se encontrar com um daqueles babacas que ela chama de “namorados”. Desencalha cara ou agente vai chegar à escola no ultimo dia de aula do no que vem. - Brian berrava impaciente na porta do quarto do irmão.

–Os babacas dos meus “namorados” na maioria das vezes são seus amigos Bry,ou seja, são exatamente iguais a você. - Revidou Anelize.

–Ninguém é como nós maninha. Nós somos únicos. - Brandom ajudou o irmão.

–Sim vocês são. Unicamente estúpidos.

E antes de ouvir a resposta malcriada que certamente viria de um dos irmãos Anelize, saiu do campo de visão dos dois disposta a ir de uma vez pra escola.

Assim que abriu a porta de casa acabou por encontrar o primo que com certeza era aquele que ela mais amava.

Kayle Haines se encontrava de pé frente à garagem da casa a espera de seus primos, e assim que viu Anelize se aproximar deixou o carro propositalmente bloqueando a vaga da garagem da garota. Anelize, que naquele dia em especial encontrava-se de “bom-humor” resolveu pedir educadamente que o rapaz lhe deixasse passar.

–MOVA ESSA LATA-VELHA DA FRENTE DO MEU PORTÃO AGORA HAINES.

–Não seja assim tão mal educada Ize. Dessa maneira vai acabar como uma velha rabugenta e mal amada rodeada de gatos.

Diante do olhar furioso da prima, Kayle apenas abriu passagem pra moça que passou cumprimentando de leve Kassandra que estava no banco traseira do carro e sem hesitar mostrou um belo dedo do meio pra o rapaz, gesto esse que fez os irmãos Haines acabarem em gargalhadas dentro do carro.

Diante da discussão matinal dos dois Anelize acabou por esquecer completamente da prima que esperava pela carona na casa dos Kandom.

–Ize, onde você está? Vamos nos atrasar. - Era Samantha Kandom no telefone.

–Sam? Oh Meu Deus. Desculpe-me. Eu já estou na escola. Esqueci completamente de você.

–Fala sério Ize! Você ta’ brincado néh?

–Desculpa Sam. O imbecil do Kayle apareceu logo de manhã e arruinou meu dia. Acabei me esquecendo de você. Mas não se preocupe vou pedir ao Brand pra te pegar aí.

–NÃO. Ize...

–Tenho que desligar. Desculpa mesmo Sam. Até mais.

E antes que a mais nova pudesse dizer alguma coisa mais, Anelize já havia desligado o telefone e estava ligando pra um dos irmãos.

–Brand?

–Que foi Ize? Agente mal se despediu e já ta' com saudades maninha?

–Na verdade não. Preciso de um favor seu!

–AAAH... Você e seus benditos favores. O que foi agora Anelize? Não me diga que você saiu com outro cara com namorada e agora...

–NÃÃÃO Brandom. Não é nada disso. Só preciso que passe nos Kandom pra pegar a Sam.

–Mas por você pensa que eu faria isso?

–Por que eu devia ter feito e esqueci. Por favor, Brand... Por favorzinho... Vai Brand...

–Tudo bem Ize. Mas você me deve uma.

Nesse momento na mansão Kandom, os passos impacientes de Samantha eram audíveis, e a irritação da garota era bem visível. Quando o som da buzina de um carro se fez ouvir a garota limitou-se a caminhar até a porta e a passos bem lentos se aproximar do veiculo, que nessa hora já tinha o motorista com a cabeça pra fora do vidro resmungando sobre como a garota conseguia andar tão devagar e ainda se movimentar.

–Achei que iria começar a rastejar no meio do caminho.

–Não sou da sua espécie Brand, apenas cobras rastejam.

–Não devia estar sendo tão mal educada. Estou te dando uma carona.

–Acredite, não estou feliz por isso.

–Não disfarça vai Sam... Eu sei que você ama minha companhia.

O garoto ligou o som do carro e começou a cantarolar uma musica qualquer que passava, fazendo caras e bocas durante uma imitação fajuta de algum cantor de rock assim que ela entrou no veiculo. A garota apenas revirou os olhos diante da infantilidade do rapaz e acabou constatando que o caminho da escola seria mais longo do que nunca...