///////////////////////////////////////////// Dream mode: ON /////////////////////////////////////////////

Abri meus olhos, e vi um lindo por do sol á minha frente. Nuvens do mais claro rosa, ao mais escuro, outras pinceladas de amarelo, ou laranjas, e outras até com certo vermelho. Outras parecem misteriosas, com a sua cor púrpura, e outras que parecem felizes, em tons de azul pastel.

Então me apercebi que estava no cume de um monte, e uma pessoa estava ao meu lado. Antes de olhar para ela, me sentei, e olho para a minha roupa encharcada, e do casaco á minha volta. Um casaco de cabedal preto, divino, não tão encharcado.

Dou uma espiada no sol, caindo sobre as montanhas, escondendo seus segredos e me levando a sorrir. Finalmente, os meus olhos caem no menino ainda deitado nas ervas verdinhas, limpas pelas gotas de orvalho, húmidas.

O menino tinha uma camisa branca, umas calças pretas, modernas, e umas supras pretas com uma faixa vermelha. Me surpreendi pela posição do garoto: Barriga pra baixo, cara no chão, uma mão debaixo da barriga e a outra esticada para o meu lado. As pernas levemente abertas, lhe dando a aparência que ele caiu.

Me aproximei dele, calmamente, e cutuquei o seu braço, e logo ouvi um gemido rouco sair de sua boca.

"Não agora, mamãe…" - O garoto disse, virando a cara para o outro lado, e logo a voltando para o mesmo.

Dou uma pequena risada nervosa, fazendo assim o garoto, de cabelo castanho claríssimo, abrir os olhos calmamente e me encarar. Fiquei nervosa ao encarar o rosto do garoto. Olhos cor de mel, lindos, que me faziam ir ao paraíso e voltar, um nariz perfeito, bem estruturado, uns lábios rosados e carnudos, bem convidativos, umas sobrancelhas mais escuras que o cabelo, dando assim ênfase na minha respiração. A sua pele não era branca nem morena, era algo entre as duas combinações, o que me deliciava a visão.

Ele abre um sorriso perfeito, mostrando os seus dentes branquinhos e direitinhos, e eu sabia que reconhecia esse rosto. Muito bem.

"Oi" - O garoto pronuncia, com a sua voz rouca sibilante, que nesse momento, me deixava sentir protegida. Aí eu soube quem o garoto lindo era. Nada mais nada menos que o meu herói.

Abri um sorriso, e senti os meus olhos se encharcarem de lágrimas, tamanha felicidade que guardava cá dentro. Abaixei o meu olhar, devido á vergonha. Na verdade, eu não sabia de nada. Mas eu nem estava se importando direito.

Senti uns dedos gélidos e delicados pousarem sobre meu queixo, fazendo meu olhar voltar pra cima, e se acorrentar com os olhos cor de mel do garoto. Melhor dizendo: Justin Bieber.

Não sabia o que fazer, e tão pouco pude controlar uma lágrima que se apressou a cair no chão. Limpei o rosto, rápido, e o sorriso do menino encolheu, me fazendo sentir um aperto no coração.

"Ei, porque está chorando?" - O garoto aproximou seu rosto do meu, limpando meu rosto com o polegar, fazendo carinho. Tão pouco acreditava naquilo. Tudo parecia um sonho.

"Você… o que aconteceu?" - Decidi anular a pergunta anterior, e Justin olhou pra mim com um sorriso ainda maior do que da outra vez.

"Você estava correndo no mato, descalça, e eu te vi. Senti que tinha de ir atrás de você, e por isso eu vim. Quando reparei, vi que um grupo de homens te perseguia, e então eu te protegi, e te trouxe até aqui, despistando-os" - Justin disse e abaixou o olhar - "Desculpa"

"Tudo bem" - Eu falei - "Você é Justin Bieber?" - Eu realmente não conseguiu resistir.

O garoto deu um sorriso - "Sim, sou eu" - Ele disse, dando uma gargalhada no final.

"Eu sou Belieber" - Eu disse, abaixando o olhar de novo.

Justin me encarou com um sorriso triste frequentando seus lábios, e então ele suspirou. Nossos rostos estavam perto, e facilmente eu poderia sentir sua respiração quente na minha.

"Qual seu nome?" - Ele pergunta curioso, ainda perto de meu rosto, e dei um sorriso triste.

"Mih" -Eu disse, e ele sorriu confuso - "Michelle"

Então o sorriso dele se desfez, e eu poderia sentir meu rosto cada vez mais perto do dele. Minha respiração ofegante batia na também ofegante do garoto, que piscava os cílios de dois em dois segundos.

Era impossível não saber o que estava acontecendo. Lentamente, senti seus lábios se pressionarem um no outro. Ele pediu passagem desajeitadamente, e eu lha concedei, dando lugar a um beijo calmo. Sentia-se amor ali, mas não na parte dele. Na minha. Talvez na parte dele também, quem sabe?

Senti as mãos de Justin irem até minha cintura a apertando, trazendo-nos para mais perto. Era inacreditável o sentimento que eu estava sentindo, porque, eu sonhei com isso toda minha vida, e nunca aconteceu.

E agora, eu estava aí, beijando meu amor platónico.

///////////////////////////////////////////// Dream mode: OFF /////////////////////////////////////////////

Michelle P.O.V

Acordei devido ao balde de água que levei, escorrendo por minhas costas húmidas. Mais uma vez eu tinha sido acordada à força, o que já era habitual, pois, nem com berros as pessoas conseguiriam me acordar. Digamos que eu tenho um sono muito pesado.

– Ai! - me queixei - Você sempre me acorda desse jeito! Tem como parar? - perguntei, mas como sempre, ela ignorou minha fala.

– Desça em 5 minutos - ela disse e se retirou de meu quarto.

Muitas vezes eu tenho vontade de pular nela e estrangula-la até o fim de sua vida, mas adivinhe: Não posso. Ah, eu já estou acostumada, aliás eu nunca posso fazer nada. Sem mais delongas, vamos começar com as apresentações.

Meu nome é Michelle Larissa Gomez e tenho 17 anos. É, sou a irmã mais nova da Diva-E-Completamente-Linda-Selena-Gomez. Odeio sempre que me reconhecem por causa disso, e a propósito, sim: Foi ela que me acordou. Acontece que a nossa relação de irmãs não é a melhor. E não por ela ser cem vezes mais linda que eu, que praticamente acho impossível, como ela é a namorada Justin Bieber.

Sim, eu sonhei com o Justin Bieber, não nego. E aliás, na minha vida, é muito normal: Visto que sou Belieber. É, eu amo o Justin, não daquela maneira de casar, mas eu sinto um imenso carinho por ele, e recentemente, eu realmente não sei o que sinto por ele. Sempre que os vejo juntos tenho vontade de causar um homicídio em plena luz do dia, mas claro que não mataria minha irmã, mataria Justin por andar com ela!

Tá, não é pra tanto, pois eu sei que não faria isso ao meu Jujubs. E antes que possa dizer alguma coisa: Não. Ninguém sabe que eu sou Belieber, aliás, toda a gente pensa que eu odeio ele. Bom, continuando: Sou loira, de olhos da cor do chocolate negro. Sou gostosa, um tanto sexy, tenho um rosto lindo, e mesmo assim, não sou cá de namoricos. Sou virgem, e sinceramente odeio garotos que só fazem sexo só por fazer… Bem que o Jus não é assim… mas que merda estou pensando?? Até pareço uma poser, agora…

E só para constar: Sou terrivelmente terrível. E agora pense porque eu sou assim! Ah, mas que fácil: uma irmã de merda, e o namoradinho taradinho dela! E não é mesmo que ele é tão tarado ao ponto de passar a mão por minha bunda toda vez que estou emburrada!? É que ele faz isso, e depois brigamos, e depois ele sempre começa com a crise opaca dos ciúmes que tenho, e ainda pior: Eu odeio o facto que o amo!

Flashback on:

– Mas que porra, Justin! Eu já disse para não passar a mão na minha bunda novamente! - falei irada. Cruzei os braços, batendo o pé. Eu estava engolindo o choro, como sempre. Eu odiava brigar com ele!

– Que mal tem? - ele perguntou emburrado. Era sempre assim. Quando Selena saía de casa ele sempre aprontava.

– Eu vou contar para Selena!

– Tudo bem. Ela vai pensar que você é uma pirralhinha nojenta! - ele cuspiu em minha cara, e eu estava prestes a chorar, mas como sempre, banquei a de durona.

– Pirralhinha nojenta? EU?! Você que anda colado nela, sempre na beijoca e na trufa nufa, como que se realmente não fosse nojento! - cuspi em sua cara, e ele deu um sorriso provocador, e depois fingiu um olhar reprovador.

– E lá está você com suas crises de ciúmes de novo! - ele disse, dando uma gargalhada no final. Pronto, eu já não aguentava mais, eu iria chorar a noite inteira.

– Sai do meu quarto. AGORA! - eu falei o empurrando para fora da porta. Ele deu uma risada nasalada e se distanciou. Me escorei na porta, chorando.

Eu não estava aguentando mais isso. Toda esse dor e sofrimento por uma pessoas que talvez não valha a pena. Mas era sempre o mesmo! Justo comigo!

Passei uma mão por minha face, e fui no banheiro de meu quarto. Eu não estava aguentando mais essa porra. Era comigo, sempre comigo, e eu sinceramente não estava mais aguentando!

Abri a portinha do armário branco na parede, e de uma caixinha de comprimidos de dor de cabeça, que eram inclusivamente meus, tirei lá minha melhor amiga: A lâmina. Pode até parecer injusto, porque umas pessoas estão lutando pela vida e eu simplesmente estou deitando ela fora, mas eu simplesmente não quero essa vida, porra! Eu não estou tentando chamar a atenção! Isso é minha vida!

Apertei a lâmina em meu pulso, logo vendo o sangue escorrer do mesmo, e senti um breve sorriso escapar de meus lábios. Mas logo o sentimento de culpa voltou, e tudo voltou ao normal. Mas pelo menos, tudo ficou bem, nem que tenha sido apenas por cinco segundos.

Flashback off:

Essa foi nossa última briga. Encarei meu pulso, com um certo carinho, como que se pedisse desculpa por machucá-lo. Era sempre assim. De bem que eu já me mutilo à mais ou menos um ano, e meus pulsos já foram á vida! Tal como os meus braços e minhas coxas. Agora falta a barriga, e eu sinceramente não queria chegar nesse ponto!

Vesti uma roupa qualquer: Uma camisola moletom azul (que tinha posto no congelador para ficar gelada, porque é de Verão), umas calças jeans e umas supras pretas. Acontece que tenho a maior paixão por supras, assim como o Biebs, e então ele sempre tinha assunto de conversa!

Desci as escadas da "doce" casa, em que só vivemos eu, Justin, Selena, Pattie e os avos de Justin. Então minha vida um lixo. Justin é o santinho, a Selena a Deus Vénus e eu sou a diabinha capeta!

– Olá - Falei e todo mundo me cumprimentou. Me sentei na minha cadeira, me ajeitado para ficar na frente da mesa, que tinha uma toalha branca, cheia de remendos por cima.

– Oi - Justin falou, se sentando na minha beira. Ótimo, o almoço não podia ficar melhor!