Como Um Sonho escrita por Night Crow


Capítulo 7
Terrível pesadelo.


Notas iniciais do capítulo

Boooooooooooom, esse se passa 6 anos depois, idade em que nossa querida Carol descobrirá ser uma bruxa (não agora) e até lá ela vai passar por muitas coisas, boas e ruins. Espero que gostem.



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6 anos depois...


Está um dia ensolarado lá fora, mas eu estava chorando silenciosamente em minha cama. Dois longos e sofridos anos passaram-se desde a morte de minha querida mamãe, o que eu mais temia acabou acontecendo.

Eu a amava mais do que tudo, me dói lembrar que não a verei mais. E o pior é que agora moro com meu pai, odeio ele, me trata como se não fosse um ser humano.

Levantei e enxuguei as lágrimas, se ele me visse chorando certamente iria me bater. Fui ao banheiro, lavei o rosto e desci as escadas para a cozinha, fazendo o máximo de silêncio que eu podia para ele não me perceber.

Tive uma grande surpresa quando ouvi uma voz feminina rindo de algo que meu pai disse, logo pensei em Tiffany, a suspeita ''amante'' de meu pai, mesmo que eles não admitam que tenham algo.

Da primeira vez quase nao acreditei que ele havia trocado minha mãe por essa loira oxigenada. Mamãe que me perdoe, mas não vou ser educada com uma prostituta de quinta categoria. Odeio ela também, me maltrata muito.

Vou tentar fingir que não os vejo, mas parece que a siliconada tem um rastreador pois logo se virou para mim e sorriu com malícia.

– Ora vejam quem está aqui... - Disse ela rindo debochada, com aquela voz de bruxa dela. Tento ignorá-la, mas ela continua - Se não é a pirralha idiota. O que ainda fazes viva, meu bem? - Perguntou com falsa doçura. Quase voei em seu pescoço.

– E por acaso isto te interessa? - Perguntei, ficando com raiva. Ela me tira do sério. - Deixe-me em paz! - Falei em um tom um pouco mais alto.

– Ficou nervosinha, é? - Riu mais ainda. - Saiba que você não passa de uma vagabunda que não vale nada, bem como sua mãe, aquel... - Não deixei-a terminar a frase, aquilo me subiu os nervos. Ninguém, repito, NINGUÉM fala mal da minha mãe na minha frente!

– Não fale mal de minha mãe! Você não é melhor do que ela, sua ridícula! - Estava quase partindo para cima dela, quando meu pai resolveu interferir, manifestando-se de uma maneira que eu não esperava.

– Olhe como fala com ela, sua vadia! - Bravejou, olhando-me com desgosto. Aquilo cortou-me o coração, como se algo pontiagudo o tivesse atravessado.

– Deixe querido, deixe que eu que dê um jeito nela. - Disse calma e ameaçadora, pondo a mão no porta facas e tirando uma. Arregalei os olhos e saí correndo para meu quarto, ela veio atrás rindo escandalosamente.

Corri mais rápido, chegando ao meu quarto e fechando a porta antes que ela conseguisse sequer entrar. Me desesperei, ela queria me matar! O que eu faria agora?

Vou ligar para a minha amiga, Gabriela, nos conhecemos desde os 7 anos, ela vai saber o que fazer para me ajudar. Procurei meu celular e quando achei-o, disquei seu número. Tocou por algum tempo e logo depois ela atendeu.

– Alô, Carol? - Ela pareceu animada por falar comigo - Tudo bem?

– Não, não está tudo bem. - Respondi desesperada.

– Porque? O que houve? - Sua animação murchou e sua voz ficou com um tom de preocupação.

– Você não vai acreditar! Aquela loirazeda siliconada tentou me matar! - Respondo rápido e começo a chorar - Porfavor, me ajuda, o que faço? Estou trancada aqui no quarto, por pouco ela não entrou junto. - Respondi e comecei a chorar ainda mais, imaginando o que estaria acontecendo comigo se não tivesse sido rápida para fechar e trancar a porta.

– Hum... - Ela pareceu pensar por um momento - Chame a polícia!

– Mas como? Eu não posso sair! E não posso pular a janela pois é alto demais para saltar. - Respondo um pouco mais calma, sentando na cama.

– Disque o número então! - Respondeu, como se fosse óbvio.

– Mas eu não sei o número, sua tonga. - Respondi com um tom de quem não acreditou que ela disse isso. E não acreditei mesmo, como ela podia ser tão lerda? Deuses!

– Ah, então o jeito é esperar né... - Respondeu sem saber o que dizer.

– Mas esperar o que Gabriela? - Pergunto ficando nervosa - Que algum anjo desça e me ajude? Poupe-me! - Descontrolei-me um pouco, mas logo voltei ao normal.

– Não precisa ser tão grossa! - Disse parecendo ofendida.

– Desculpe-me, não foi minha intenção. Eu só estou nervosa com o que acabou de acontecer, nunca imaginei que ela seria capaz de algo assim. - Respondo mais calma.

– Mas como ela tentou te matar? Não entendi bem essa parte. - Perguntou.

– Ah, com uma faca, se quer saber... - Respondo, estremecendo apenas de lembrá-la pegando-a.

– O quê? - Quase que berrou - Como ela foi capaz? E conte-me, porfavor, o que fez ela ter essa atitude?

– Eu não sei, eu cheguei na cozinha e ela começou a implicar comigo, falei algo para ela que fez meu pai reagir me chamando de... odeio falar isso, mas ele me chamou de... vadia - Falei sussurando a última palavra, nunca fui de falar palavrões tão fortes, e nunca vou ser. Minha mãe me deu a devida educação para não sair falando palavrões, muito menos para chingar os outros.

– Mas... O que foi que você falou? - Perguntou chocada, ela sempre pensou que meu pai era um anjo em forma de homem... Doce engano seu, amiga.

– Eu disse que ela não é melhor que minha mãe, ela iria chingá-la, mas eu a interrompi. - Disse, imagens ainda passando por minha cabeça.

– Que retardada! - Diz ela, indignada - Ninguém nunca vai ser melhor que a tia Eliza. - Sim, minha mãe chamava-se Elizabeth, e Gabi sempre a chamava de tia ou até as vezes de mãe, pois era como ela a via. - Ela é uma idiota iludida, isso sim!

– E o pior foi meu pai apoiá-la, e me chamar daquilo... - Respondo muito triste, lágrimas rolando em minha face.

– Que horror... - Disse - Eu sinto muito. - Ela parece realmente sentir muito, fico até um pouco mais animada com isso, significa que ela se importa, isso me motiva a continuar aguentando o que está acontecendo.

– Obrigada... Mas o que farei? Ficarei sem comer? - Perguntei, me desesperando novamente.

– Escuta, fica calma, está bem? Seja o que for, não faça nada, não tome nenhuma decisão de última hora, ou isto poderá custar-lhe a vida. - Disse com uma voz sombria, admito que fiquei um pouco arrepiada.

– Credo Gabriela, que sinistro. - Rimos as duas - Mas está bem, não farei nada, não se preocupe. - Sorri de leve, sabendo que eu poderia contar com ela.

– Porque não me preocuparia? Com dois doidos querendo te fazer mal... Mas vamos esquecer isso, certo? Vamos ao parque, está um belo dia de sol! - Disse, animando-se de repente.

– Ah... Desculpa estragar sua felicidade, querida amiga, mas se você esqueceu eu estou presa no meu quarto correndo o risco de ser esfaqueada a qualquer momento se sair de dentro dele. - Ela soltou um ''Ah...'' de desapontamento, ri com isso.

– Eu tinha esquecido, me desculpe. Não foi intenção minha lembrá-la disso. - Sentiu-se culpada.

– Não foi nada Gabs. - Disse, dando de ombros - Poderia fazer-me um favor?

– Gabs? Essa é nova! - Riu um pouco - Claro! O que precisar, amiga! - Senti que ela sorriu. Sim, eu acho que tenho um sexto sentido, muito idiota, não?

– Agradeço muito, mesmo, mas é o seguinte, preciso que consigas o número da polícia, já que moras um tanto longe para ir aindando até a delegacia. Faria isso para mim? Estou sem condições. - Falei, eu realmente preciso que ela me ajude. - És a única pessoa que conheço que pode fazer isso por mim. De acordo? - Finalizei e esperei sua resposta.

– ... - Ela demorou alguns segundos para responder. - De acordo! - Senti-a sorrir denovo e sorri também. Dizemos tchau e desligamos.

Espero que ela consiga, é única chance que tenho para livrar-me dos monstros que estão comigo. Já é noite. Vou ao banheiro, tomo um banho, ponho meu pijama e me deito para dormir.

Se os Deuses quiserem, dará tudo certo, tenho esperanças.


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