Boulevard Of Broken Dreams escrita por F dQueiroz


Capítulo 16
Cap 16 - Eu tenho direito de viver - Part II


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, eu quero agradecer os comentários do último capítulo, eu fiquei tipo *-*
Sério! Varias leitoras novas :) varias idéias, e também algumas pessoas que se identificaram com a fic.Eu nem seu como agradecer a vocês meus lindos leitores.
Então também muito obrigado quem opinou pela escolha do livro tema da minha próxima fic, que vai ser baseado no Diário de Anie Frank, que realmente é uma historia incrível. Se você ainda não leu, eu recomendo, pois além de retratar um período angustiante para muitos foi escrito por alguém que queria que as pessoas vissem a realidade por trás da guerra.
Bem eu vou postar o primeiro capítulo na segunda Ok?
Boa leitura!!!!



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''... A vida é uma peça de teatro que não pode ser ensaiada. Por isso cante, chore,dance ria e viva intensamente antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos ''
Charles Chaplin, ator


Pov. Annabeth



Com isso ela se virou e começou a preparar a cama. Aquela noite iria ser a mais estranha de toda a minha. Thalia saiu em direção ao banheiro carregando um pijama preto com detalhes de caveira.

Aproveitei e olhei melhor o quarto dela. Levantei-me e comecei a andar pelo quarto vendo cada detalhe. Ele era lindo! Apesar de sua aparência sombria. Perto da janela tinha uma estante com vários CDs. Pelo jeito a maioria parecia ser do Metallica, Nirvana e Green Day, mas também havia alguns dos Beatles e do Paramore. Ele tinha bom gosto.

Corri meus dedos pela estante e vi que também havia uma foto. Parecia meio velha devido ao desgaste de tanto ser tocada. Nela uma menina de olhos azuis intensos que parecia ter cinco anos estava no colo de um homem que tinha os olhos com a mesma cor. Ambos sorriam e pareciam felizes.

Eu não precisei de muito tempo para perceber que aquela garotinha era a Thalia. Ali na foto ela parecia tão diferente de hoje. Não na aparência, mas sim no sorriso, nos olhos que transmitiam felicidade. Se não fosse pelos traços suaves junto com a cor dos olhos qualquer um não acreditaria que aquela garotinha alegre e risonha na foto era a mesma Thalia que hoje tinha um olhar frio e vazio.

Eu fiquei pensando em quem poderia ser aquele homem. Talvez um tio que ela gostava muito ou... mas claro só podia ser ele, quem mais teria um olhar assim.


Nem tive tempo de concluir o meu pensamento. Escutei a porta do banheiro fechar e nem tive tempo de largar a foto. Thalia me olhava seria. Seu olhar corria da foto para o meu rosto, mas não esboçava expressão alguma.

- Desculpa eu não... - comecei a me desculpar, mas ela apenas me ignorou.

- Meu pai - ela falou caminhado até onde eu estava - ele foi à única coisa boa que me aconteceu. Quer dizer fora a tia Sally e Poseidon... e o Percy também.

À medida que ela falava eu pude notar a tristeza na voz dela. Ela parecia querer se segurar, mas estava na cara que ao fazer isso ela estava se despedaçando por dentro. Ela me lembrava muito a mim mesma. Eu ficava assim, me fechava, guardava meus problemas, meus medos, minhas angustias somente pra mim e foi isso que quase me fez cometer uma loucura.

Eu sabia que deveria fazer alguma coisa por ela. Pelo jeito parece que ela me aceitou mesmo eu tendo certeza que ela não esqueceu o que fiz a ela, mas ainda eu estava com um pé atrás. Ela não era estranha como todos falavam. Não... ela era alguém que tinha conflitos internos, medos e angustias assim como eu. A diferença? Bem ela não virou o mesmo monstro que eu, mas... eu tenho que mudar.

- Ele vai melhorar Thalia - falei convicta.

Ela se virou para mim e me encarou intensamente. Eu pensei que ela iria me xingar por me meter na vida dela, mas seus olhos expressavam tanta dor e amargura que eu pude sentir meu coração se apertar pela situação dela.

- Quando Annie? Eu quero saber quando - lagrimas caiam dos seus olhos e a sua expressão de dor me causava pena, ninguém merecia isso - e-eu já não a-aguento mais. Eu sinto falta dele, do... d-do abraço dele, de quando... d-de quanto... e-ele largava t-tudo e m-me levava pra tomar so-sorvete... eu sinto falta d-dele - completou com um fiapo de voz.

Eu sabia como era sentir aquilo. Talvez seja por isso que o destino nos uniu, apesar de eu não acreditar nisso, mas existem coisas que nunca acontecem devido ao simples acaso. Cada lagrima, cada choro, cada riso, cada sorriso tudo nos prepara para viver a vida. Nos não planejamos como vamos viver, quanto seremos alegres ou quanto nós sentiremos triste, mas a vida nos ensina a vivermos do jeito que a nossa sorte aparece, não para ser vencidos, mas sim para sairmos vencedores.

Eu olhava para Thalia ali chorando e via que eu não era a única que sofria. Havia mais. Mais pessoas que também sofriam. Mas eu me sentia atordoada, afinal eu ainda tentava processar a informação de que em poucas horas a minha vida havia mudado e muito.

Primeiro eu quase me mato, depois quase morro nas mãos de um louco, sou salva pela a menina que me odeia e agora eu já me sinto a melhor amiga dela, mas eu acho que ela não. Eu tinha que mudar. Não! Eu não tinha, eu vou, eu preciso a até por que a vida não espera.

Mais uma vez eu abracei Thalia, que correspondeu quase que imediatamente. Ali eu podia sentir que ao menos uma vez na vida eu havia recebido uma das minhas petições. Sim, pode parecer loucura, mas quanto não se tem mais esperanças você apenas pede para que os céus olhem por você e façam com que no meio da tempestade surja um raio de sol, nem que seja por um segundo para que se possa sentir o calor da esperança.

Eu iria mudar, eu queria Thalia como minha amiga. Ela era diferente. Mesmo tendo feito o que fiz não estava me julgando pelo meu jeito ou pela minha aparência, mas pelo que eu sou. Thalia estava chorando, mas eu sorri. Não por vê-la chorando, mas sim por que eu sabia que apartir de hoje seriamos inseparáveis.

- Não fica assim Thalia - falei - ele vai melhorar, se você quiser quanto você for visitar ele, eu...

- Eu não vou - ela falou se afastando de mim e passando a mãos pelos olhos enxugando as lagrimas.

- Mas por que Thalia? Você tem que...

- Não dá Annabeth, eu... eu não consigo. - ela falou e se sentou na cama.

Eu caminhei até onde ela estava e me sentei do seu lado. Ela parecia distante, ela parecia estar se lembrando de algo ruim, pois estava com uma expressão sofrida no rosto enquanto fitava o vazio. A cena era de cortar o coração. Eu me sentia amiga dela, eu queria ajudar, mas ali naquele momento ela parecia inalcançável. Eu não poderia ajudá-la ao menos que ela quisesse.

- Como não consegue Thalia? Ele é o seu pai, ele precisa de...

- Eu sei, eu sei, mas... eu não consigo. - ela falou suspirando - eu me lembro de como ele era vivo, alegre, vivia rindo e só de pensar... que... que agora ele esta preso em uma cama... sem nem ao menos se mexer... eu não posso, eu não vou suportar.

Thalia balançava a cabeça fervorosamente como que se quisesse convencer a si mesma de que aquilo era a coisa certa a se fazer.

- Qual foi à última vez que você o visitou - perguntei lhe lançando um olhar sério, ela so abaixou a cabeça e respondeu num sussurro.

- Depois que ele ficou em coma... eu nunca fui visitá-lo. - ela falou com culpa na voz

- Ãhn? Mas por que? Ele é o seu pai...

- Eu não sei o porquê tá bom, mas eu não quero falar sobre isso - ela falou se deitando - e melhor a gente ir dormir por que amanhã tem aula e eu já faltei hoje.

Eu queria continuar aquela conversa. Thalia me ajudou a aliviar o meu sofrimento, mas quanto eu olhei para a cara dela, estava mais para a de um Pitt Bull que não tinha tido sua refeição de cinco quilos de carne pela manhã, ou seja, bem raivosa.

Deixei aquilo de lado, afinal estava mais do que na cara que ao menos hoje eu não conseguiria nada a respeito daquilo. Eu olhei para onde ela estava deitada. Uma cama de casal incrivelmente grande para uma pessoa só, eu so queria saber onde eu iria dormir. Ela percebeu meu olhar de confusão e falou.

- Você pode dormir aqui - falou dando um espaço na cama - claro se não se importar.

Eu olhei para o minúsculo pedaço da cama que ela me cedeu e ergui a sobrancelha incrédula.

- Que foi? - ela falou se cobrindo - eu sou espaçosa mesmo tá! Boa noite.

Certo, ela não dormiu. Isso mesmo. Em menos de cinco minutos ela já estava desmaiada na cama e esparramada como um trapo de roupas. Ninguém merece isso. Deitei no meu pequeno pedaço da cama e senti o quanto eu estava cansada. Rapidamente adormeci dessa vez o sonho não foi tão ruim, pois eu via orbitas de um verde intenso me encarando com um sorriso que me deixava sem fôlego.

Acordei me espreguiçando e quase tenho um enfarto quanto sinto alguém deitado do meu lado, mas quando vejo cabelos negros rebeldes me lembrei de onde eu estava. Eu nem acreditava que aquilo tudo havia acontecido em apenas uma noite, ainda parecia surreal. Mas eu sabia que aquilo realmente aconteceu, eu me sentia mais leve e até mais disposta naquela manha.

Olhei para janela e vi que ainda estava escuro, devia ser por volta das 5hs da manhã. Me levantei e olhei para o relógio da cabeceira, 5hs15min. Hoje infelizmente eu não poderia faltar à aula. Fui até banheiro e deixei a água fria clarear a minha mente.

Eu via as marcas de cortes que estavam no meu corpo e me senti mal. Ainda doía, mas a vergonha que eu sentia por fazer aquilo comigo sobrepujava a dor. Não, eu não mereço isso. Hoje nasce uma nova Annabeth, eu iria mudar...

Eu me sentia cansada, mas já estava sem sono. Sai do banheiro e vi uma Thalia que se mexia inquieta na cama. Ela estava deitada e a cada cinco minutos eu a escutava bufando igual a um porco, falando coisas sem nexo. Aquilo estava irritando e muito, se eu não estivesse tão cansada eu duvido que eu houvesse conseguido dormir com ela no mesmo quarto.

Eu estava sem carro então só tinha uma opção. Me aproximei de Thalia de comecei a sacudi-la, ela somente resmungava mais, até que eu perdi a paciência e falei bem alto no ouvido dela tomando cuidado para não acordar.

- Acorda punk! Eu tenho que ir embora!

Precisei chamar três vezes para acordá-la e quando consegui o resultado não foi muito bom. Eu acho que ela fazia artes marciais ou algo assim, pois por pouco ela não me acerta com chute.

- Vai Thalia levanta! - falei exasperada - você tem que me levar pra casa! Hoje ainda tem aula.

Ela não falou nada, somente coçou os olhos e quanto olhou para o relógio preferi que estivesse dormindo. Thalia me olhou com um olhar assassino e eu quase pulei a janela e sai correndo dali.

- Nunca... mais... me... acorde... essa... hora... loira... - ela falou pausadamente e acredite em cada palavra eu senti um arrepio passar pela minha espinha.

Ela me dava medo, mas eu não podia deixar ela voltar a dormir até por que eu não tinha como voltar para casa e achar um taxi nessa hora seria o mesmo que querer achar água no deserto. Tomei o restante da coragem que me sobrara e falei.

- É serio Thalia levanta, você tem que me levar em casa, eu não...

- Se vira Chase, você que veio pra cá - ela falou e cobriu a cabeça.

Eu não acreditava que ela falou isso. Infeliz! Mas ela ia ver.

- Eu vim pra cá? Você que me arrastou, ou melhor me seqüestrou e me trouxe até aqui, então pode levantar e me levar pra casa.

Ela nem se deu ao trabalho de responder, somente se encolheu mais na cama e voltou a dormir. Ela queria guerra então ela iria ter. Pulei em cima dela e comecei há cantar um pouco alto.

- Um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam muito mais, três elefantes incomodam muito gente, quatro elefantes incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito mais, cinco elefantes incomodam...

Thalia bufava a todo instante e tentava me tirar de cima dela. Eu já devia ter contato pouco mais de 33 elefantes quanto ela levantou da cama irritada e me olhou com ódio.

- Eu cansei disso Chase, eu te levo pra sua maldita casa, mas cala a merda da boca.

Eu somente assenti e esperei ela fechar a porta do banheiro para começar a rir, ao menos eu aprendi que não se deve acordar uma punk de madrugada, principalmente se essa punk for a Thalia.

Depois de certa de 20min Thalia saiu do banheiro com os cabelos molhados, mais ainda parecia que ira cair a qualquer momento de sono. Ela passou por mim com os olhos inchados e eu não pude evitar dar uma risada.

- O que foi? - ela perguntou me olhando torto.

- Nada Thalia, nada - falei prendendo o riso sem sucesso. - mas anda que já são... 6hs30min, Thalia! Vai, vai, se veste logo.

Eu não podia perder aula hoje, até por que era bem capaz do meu pai me mandar para o internato que ele falou. Thalia continuava irritada, mas ria descaradamente do meu nervosismo.

Depois de quase arrancar os cabelos nós descemos as escadas em silêncio. Já não estava tão escuro assim e os primeiros raios de sol já entravam pela janela da mansão. O efeito daquilo era surpreendente. Se ontem eu já achava aquele lugar fantástico, ali agora eu me sentia como se estivesse em um conto de fadas.

A luz solar entrava pela janela e emoldurava a casa em um ambiente mágico, eu poderia até estar parecendo exagerada, mais ali eu me sentia diferente. Talvez por que foi ali que a minha vida mudou. Às vezes a felicidade está a nossa porta e nem nos damos conta.

Agora eu estou aqui ao lado da minha provável amiga, não amiga não. Irmã. Isso, por que pelo o que passamos essa madrugada eu tenho certeza que ela se tornou uma irmã para mim.

Caminhamos em silêncio pela casa e fomos até a garagem. O carro da Thalia estava do mesmo jeito que deixamos na noite passada. Thalia parou e olhou para o vidro traseiro, ou melhor, aonde ele devia estar e balançou a cabeça.

- Ah droga eu me esqueci disso! - falou olhando com pena para o carro, mas depois se virou me encarando - e agora loira? Isso é culpa sua sabia.

- Olha aqui... - comecei a falar, mas ela só me ignorou.

- Tá certo, vamos pegar o do meu irmãozinho - ela falou indo em direção ao um carro que estava coberto por uma capa preta.

- Seu irmão tem carro? Por que ele vai de ônibus? - perguntei.

Todos da Yancy sabiam que ele ia e voltava da escola de ônibus. Eu acho que era por isso que somente Grover conversava com ele.

- Ele gosta de ir de ônibus e também por que ainda não tem carteira.

Ele puxou a capa que cobria o carro e a minha boca caiu. Onde eles arrumavam tanto dinheiro? Bem na minha frente tinha uma Lamborghini Morcelago mais... mais... mais tudo que eu já vi. Era branca, com detalhes azuis nas laterais, ou seja, chamativa, muito chamativa.

Thalia ria abertamente da minha cara, mas depois se acalmou e entrou no carro, eu me sentia impotente e perdida. Ninguém nunca iria sequer sonhar que a família da Thalia tivesse tanto dinheiro assim, mesmo eu já tendo visto a mansão em que ela morava aquilo com certeza me surpreendeu. Mal entrei no carro quanto Thalia arrancou como se estivesse sendo perseguida.

- Tá louca mulher? - reclamei olhando para ela que tinha um sorriso bobo no rosto.

- Ah! Dá um tempo loira, eu tava louca pra dirigir isso aqui.

Ela parecia uma criança que havia acabado de ganhar uma bala, com aquela cena eu tive que rir. Eu senti o riso vindo a minha boca, mas agora era um riso diferente. Eu me sentia viva, eu podia sentir o meu coração batendo novamente.

Eu olhei para a janela e do mesmo jeito que a paisagem passava como um borrão na minha frente, a minha vida passava diante dos meus olhos, mas agora era diferente. Sim, eu podia sentir isso, eu sorri de maneira involuntária quando me dei conta de que o que eu precisava para aliviar o meu coração era apenas me abrir.

Agora eu entendia o meu sofrimento. Eu não vou negar que era grande, mas eu o tornei maior quando me fechei. Sim, todos os dias o sol brilhava na minha janela, mas eu não tinha coragem de abri-la para poder sentir o seu calor. Eu tinha medo, ou melhor, eu ainda tenho, mas agora eu sei que eu posso superá-lo.

Thalia parou o carro em um sinal vermelho e começou a cantar Let It Be dos Beatles, eu já não tinha duvida, se ela não lesse pensamentos com certeza ela sentia as emoções.

Eu sorri com a letra, aquilo era real.


When I find myself in times of trouble

Mother Mary comes to me

Speaking words of wisdom:

Let it be





And in my hour of darkness

She is standing right in front of me

Speaking words of wisdom:

Let it be





Let it be, let it be

Let it be, let it be

Whisper words of wisdom:

Let it be





Aquilo era o que o que eu havia alcançado. Palavras sábias em tempos difíceis, aquilo era até irônico, até por que era isso que eu precisava, mas eu nunca teria deixado a minha dor de lado se eu não houvesse aberto o meu coração, para respirar novamente e confiar em alguém.





And when the broken hearted people

Living in the world agree

There will be an answer:

Let it be





For though they may be parted there is

Still a chance that they will see

There will be an answer:

Let it be





Let it be, let it be

Let it be, let it be

There will be an answer:

Let it be





Let it be, let it be

Let it be, let it be

Whisper words of wisdom:

Let it be





Let it be, let it be

Let it be Yeah let it be

Whisper words of wisdom:

Let it be



And when the night is cloudy

There is still a light that shines on me

Shine on until tomorrow

Let it be



I wake up to the sound of music

Mother Mary comes to me

Speaking words of wisdom

Let it be





Let it be, let it be

Let it be, let it be

There will be an answer:

Let it be





Let it be, let it be

Let it be, let it be

There will be an answer:

Let it be





Let it be, let it be

Let it be, let it be

Whisper words of wisdom:

Let it be

Chegamos a minha casa no exato momento me terminamos de cantar, afinal não era pra menos Thalia estava dirigindo igual a uma bêbada. Olhei para o relógio e vi que tinha menos de 15 minutos para me arrumar.

Eu olhava para Thalia em duvida, afinal não sabia se ela havia me aceitado como amiga ou ela fez aquilo por pena. Eu queria muito que fosse devido à primeira opção.

- Err, quer entrar Tha...

- Não - ela respondeu grossa, o que me deixou sem graça.

- Certo... - respondi - então Thalia, err... amigas?

Ela me lançou um olhar mortal que na hora fez o meu sangue gelar, não de medo do que ela pudesse fazer, mas sim do que ela pudesse falar. Ela havia sido uma amiga, ou melhor, uma irmã, eu não queria que a amizade que nasceu entre nós, ou ao menos em mim morresse ali.

- Veremos Chase - ela falou depois de um longo silêncio - eu ainda te odeio.

Aquilo não era um sim, mas eu acredito que ainda haja esperança de nos tornamos amigas. Depois disso falei para ela me esperar e entrei correndo dentro de casa. Até havia me esquecido que eu havia fugido de casa a noite passada. Mal passei pela porta quando senti alguém me dar um abraço apertado.

Tia M me abraça e eu pude ver uma expressão de alivio passar pelo seu rosto. Ela se preocupava comigo isso eu não podia negar, afinal ela praticamente me viu crescer e mudar muito nesses últimos anos.

- Graças a Deus menina! - ela falou me soltando para me olhar com olhar severo, mas aliviado. - Onde pensa que estava hein? Eu tive que ligar para o seu pai, ele...

- Ele vai vir? - perguntei com expectativa, eu sentia falta dele afinal mesmo ele praticamente esquecendo-se de mim por causa do trabalho ele ainda era o meu pai.

Ela percebeu minha euforia e me lançou um olhar triste negando com a cabeça.

- Sinto muito querida, mas ela não pode vir, ele disse que estava em uma reunião com o presidente da Rússia e...

Não tudo bem - falei reprimindo o choro, eu não estava nada bem, mas eu não deixaria mais aquilo me abater, não agora que eu tenho a oportunidade de mudar. - desculpa por... por ter fa-falado aquilo o-ontem, e-eu não q-queria.

Margareth me olhou com espanto a principio, mas assim que viu lagrimas caindo dos meus olhos ela me abraçou novamente. Diferente das outras vezes que ela fez isso, agora eu pude me entregar totalmente aquele ato de afeto. Eu podia ser sentir o amor que ela sentia por mim, como... como uma filha.

Eu ainda não acreditava que a todo esse tempo eu me martirizava procurando conforto na bebida, na... na mutilação, sendo que ela sempre esteve do meu lado, em um abraço amigo, mas eu sabia que naquela época eu não compreendia isso, eu me fechava cada vez com medo de perder a último pedaço do meu coração.

- Eu não tenho nada do que te perdoar meu anjo - ela falou docemente - eu sei o quanto deve ser difícil prá você, mas você não pode ser fechar assim querida, eu... eu estou aqui, tá bom.

- É tão difícil Mag - falei chorando - eu sinto falta dele, muito... e... e da mi-minha... minha mãe.

Era a primeira vez que admitia que eu sentia falta da minha. Ela poderia até ter me desprezado, mas eu nunca me esqueci dos seus carinhos e de como ela me olhava com ternura, ao menos antes dela decidir mudar.

Tia M me olhou com ternura e iria falar mais alguma coisa, mas eu já estava atrasada então sai correndo dali sem nem ao menos falar nada. Eu não podia me sentir fraca novamente, o buraco que estava no meu peito voltou, mas eu não podia deixar a dor me dominar novamente.

Entrei no quarto correndo e vesti a primeira roupa que achei, nem um pouco me importando se estava bonita, afinal seria assim. A primeira coisa que eu mudaria seria o meu comportamento, eu seria forte, ou ao menos tentaria.

Quando terminei de me vestir e desci até onde Thalia estava vi que ela me lançava um olhar raivoso. Sim estávamos atrasadas e com certeza já perdemos a primeira aula. Thalia não tinha cara de gostar de estudar, mas ficava na cara que ela estava estressada acho que por que eu a acordei muito cedo.

Ela olhou para minha roupa e um sorrisinho nasceu no seu rosto.

- Decidiu vestir uma roupa hoje Chase? - certo aquilo foi... humilhante, olhei para ela lançando meu melhor olhar mortal, mas aquilo só a fez rir mais me fazendo bufar de frustração.

- Calma princesinha, eu estou falando sério, até que enfim você vestiu uma roupa descente.

Eu somente ignorei o comentário e entrei no carro emburrada. O caminho até a escola foi silencioso, mas não desconfortável. O ambiente ali estava leve o que me fez sorrir de leve, afinal nunca é tarde para se recomeçar.

Thalia dirigia igual a um piloto de fuga, eu ficava pensando em quantas multas ela já devia ter na carteira. Não demorou muito quando ela parou em uma vaga no estacionamento com uma freada brusca.

- Eu devia ter vindo a pé - murmurei um pouco alto de mais.

Ela me lançou um olhar divertido e saiu do carro rindo. Assim que sai do carro vi não tinha ninguém ali. Thalia nem me esperou e já estava caminhado em direção a entrada da escola. Apertei o passo para alcançá-la, mas de pouco adiantaria a pressa já que estávamos atrasadas.

- E agora? - perguntei tentando quebrar o clima tenso que estava entre nós.

- E agora você eu não sei, mas eu já vou indo - falou me dando as costas e caminhando em direção as salas.

- Espera Thalia, você não vai me deixar aqui sozinha - fiz a minha melhor cara de choro tentando convencê-la.

Thalia se virou novamente para mim, mas não teve tempo de responder, pois uma voz que fez os pelos da minha nuca se arrepiarem a chamou.

- Thalia!

Escutei a voz chamar e me virei lentamente já sentindo meu coração descompassado. Vindo em nossa direção estava o garoto dos meus sonhos. Ele caminha olhando para Thalia com uma expressão seria, mas seus olhos brilhavam de um jeito divertido, até que ele me olhou e sua expressão mudou drasticamente.

Primeiro ele me olhou com confusão, mas depois seus olhos ficaram escuros de ódio e apressou o passo em nossa direção. Em nenhum momento eu perdi contato com aqueles olhos que tanto me fascinavam. Mas fui desperta assim que ouvi sua voz soando tão fria quanto o gelo.

- O que você está fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Comentem por favor nem que seja para me xingar tá ok?
E então será que eu não ganho nenhuma recomendação? Eu também sou filho de Zeus sabia :(
Bem vou parar de me lamentar aqui e... o que mais?
...
É eu esqueci mesmo, então até o próximo capitulo ok, que ainda não sei quando vou postar, rsrsrs, mas vai ser a terceira e última parte desde com um Pov. do Percy, já que algumas fãs (leia-se loucas histéricas), literalmente me ameaçaram, caso ele não aparecesse hunf... vê se pode? Mas é melhor nem discordar né?
Bem já estou enrolando de mais então até a próxima
Bjs e Abcs ;)