Boulevard Of Broken Dreams escrita por F dQueiroz


Capítulo 13
Cap 13 - As portas da morte tudo muda


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores *-*
Bem mais um capítulo, super-hiper-mega-grande então...
não deixem de comentar e dar a sua opinião ok!
Ah, e nada de fantasmas, já estou tendo assombrações de mais, rsrsrs
Bem boa leitura ;)



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'É preciso sofrer depois de ter sofrido,e amar, e amar mais depois de ser amado'
Guimarães rosa, escritor


Pov. Annabeth


Sangue escorria pelos meus braços e pernas. Quem visse aquela cena ficaria horrorizado. Dessa vez os cortes foram mais profundos, principalmente nos braços. Eu queria esquecer aquela dor, aquele vazio que teimava em sufocar o meu peito, eu queria esquecer tudo mesmo que fosse por poucos minutos.

Eu estava deitada no banheiro, com uma tesoura ensangüentada do meu lado. A dor no meu peito, hoje parecia mais aguda, mais forte. Fora que aquelas palavras ainda me machucavam de uma maneira que eu nunca pensei que fariam. Eu podia sentir pontadas no meu coração quando me lembrava daquilo, mesmo já fazendo duas semanas do ocorrido.

Eu mal podia fechar os olhos, pois orbitas verdes e frias penetravam nos meus sonhos e repetiam aquelas mesmas palavras. Cada dia de maneira mais cortante e fria. Desde aquele dia eu não consigo ter uma noite de sono. Se antes eu tinha medo de dormir e sonhar com a minha mãe me desprezando, agora esse medo se juntou a lembrança de um certo moreno falando todas as verdades sobre mim, mesmo sem sequer me conhecer. E isso parecia doer mais do que facadas em brasas.

Cada vírgula, cada pausa, cada letra que ele falou em tom de desprezo e ódio era a mais pura verdade. Era a minha vida, os meus desejos e os meus medos. Era a minha vida por que eu realmente passei a desprezar todos depois que meu pai me esqueceu, era meus desejos por que queria ser amada, como filha, como amiga, como uma pessoa. E o pior, os meus medos, o medo de ser esquecida, de nunca não ter ninguém ao meu lado. Saber que não tinha ninguém me causava ódio. Eu sabia que não devia descarregar a minha raiva e os meus problemas nos outros, mas parecia quase impossível eu aguentar isso dentro de mim. Eu sabia quê o que eu mais queria era ser notada.

Mas desde aquele dia eu me sentia vazia, sem chão. Minhas amigas notaram a minha mudança ou melhor duas delas. Raquel e Bianca. Eu sabia claramente que elas não gostavam de mim, principalmente a Raquel depois do que fiz com ela. Mas elas eram as únicas que ao menos aparentavam estarem preocupadas comigo.

Eu lembro como se fosse segundos atrás tudo o que aconteceu depois daquilo.

Depois que ele falou aquelas palavras comigo, eu sai arrastada pelas minhas 'amigas'. O restante da aula passou como um borrão, por que por mais que eu não quisesse pensar no que ele falou, aquela cena teimava em aparecer na minha mente. Era torturante.

Katie e Bianca ficavam falando que eu deveria me vingar, não poderia deixar barato, pois se não minha popularidade cairia e tal. Eu sabia perfeitamente que elas estava mais preocupadas consigo mesmas do que comigo até por que elas era somente minha sombra, se eu caísse elas também cairiam.

Raquel, por outro lado me olhava a todo o momento de esguelha. Ela antigamente foi a única amiga de verdadeira que tive um dia, mas hoje eu duvidava que ela fosse. Não depois do eu fiz com ela. Às vezes so de pensar nisso eu lembro na pessoa sem coração, fria e calculista na qual me transformei. Ela somente andava comigo, pois não tinha opção. Ao menos eu pensava assim.

- Meninas, meninas - Bianca começou a gritar do nada.

- Calma Bia, aqui ninguém é surda não - falei fazendo a ficar corado de vergonha.

- Foi mal Annie, mas é que meu irmão chega hoje e advinha? Vocês vão comigo ao aeroporto.

- Eu não vou - falei, já estava cheia de tudo aquilo, o que eu mais queria era chegar em casa e tomar um bom litro de vodka e esquecer esse dia.

- Ah, nem vem Annie - Raquel falou - você estava louca para ficar com o irmão da Bianca mesmo.

- Ei, eu ainda estou aqui sabe - Bianca falou com raiva.

Eu me lembro muito bem do Nico, se na época ele era lindo imagina agora? Eu sabia que ele tinha uma queda por mim, mas eu não gostava dele assim. Fico imaginando se ele descobre que so fiquei com ele devido a uma aposta.

- Annie, Annie, Annie - escutei alguém em chamar. Bianca estava na minha frente e balançava os braços freneticamente. Era uma cena até cômica, pois me lembrei das esquiletes de Alvin e os esquilos.

- Hãn? O que?... - falei tentando ordenar meus pensamentos.

- Nossa Annie, tem uns dez minutos que a gente tá te chamando, mas você tá com essa cara de japonês olhando arroz - Raquel falou.

- Há, há, há muito engraçado mesmo.

- Mas é sério Annie você vai com gente por...

- Chega Raquel - falei quase gritando - eu já falei que não vou e já estou indo para casa viu. Até mais - completei de maneira rude.

Andei rápido em direção ao estacionamento do colégio não sem perceber vários olhares nada discretos sobre mim.

- Isso era o que mais precisava - bufei ao perceber quê o que aconteceu mais cedo não seria esquecido tão facilmente.

Depois disso entrei no carro e mal chequei em casa e me tranquei no quarto, ou seja, estou aqui desde ontem. Acho que a tia M percebeu que eu não estava bem e nem me chamou hoje. Infelizmente havia esquecido que eu não guardava bebida em casa e aquilo estava me angustiando. Até que olhei em direção ao criado mudo e vi a minha salvação. Eu não queria fazer isso, mas no momento era a única solução. Peguei a tesoura e me tranquei no banheiro, ou seja, estou me cortando há quase um dia completamente.

Peguei a tesoura ao meu lado e fiquei olhando a lamina tingida de vermelho. Aquilo parecia ser tão fácil. Seria como uma porta de escape. Era so fazer a coisa certa e todo o meu sofrimento acabaria. Nunca mais haveria dor... sofrimento... nunca mais.

Coloquei a lamina no pulso. No ponto exato onde eu poderia dar um fim nesse sofrimento todo. Eu já estava pronta e mal comecei a pressionar a tesoura sobre a pele quando dei um pulo assustada.

- Vamos menina saia desse quarto - gritou tia M esmurrando a porta

Eu não queria sair. Me sentia um lixo por estar fazendo isso comigo mesma, mas era a única coisa que me restava. Esperei um pouco até que ela desistiu de me chamar.

Levantei com dificuldade e liguei o chuveiro. A água fazia com que os cortes que ainda sangravam doessem mais, mas ao menos era uma dor mais suportável do que a ferida que estava no meu peito.

Se ao menos eu pudesse estancar essa ferida no meu peito. Se ao menos eu não andasse tão só. Se eu tivesse ao menos alguém para me ajudar agora. Eu podia sentir as lagrimas rolarem pelo meu rosto. Mesmo aqueles cortes não eram capazes de me fazer esquecer a dor de não ter ninguém, de ser rejeitada, de não ter... uma família.

Não sei por quanto tempo fiquei ali, so sei que agora eu já não chorava mais e onde eu havia feito os cortes eu somente sentia uma pequena ardência, mas não era isso que me destruía e sim o buraco enorme que estava no meu peito. Se eu não existisse tudo isso seria melhor, eu nem sequer sofreria.

Sai do banheiro e vi que tinha que limpar ali. Podia se ver algumas manchas de sangue espalhadas pelo piso. Eu não podia deixar que ninguém visse isso. Mas depois eu faria isso. Caminhei rapidamente até o guarda roupa ignorado a dor que passou pelo meu corpo e o sangue que voltou a aparecer das feridas abertas.

Vesti uma jaqueta azul bem grossa e uma calça preta. Eu podia sentir a roupa grudar nas feridas, mas depois eu não me importaria. Não depois do que eu vou fazer. Sai do quarto e desci a escadas em silêncio tentado não chamar atenção dos empregados, mas tudo isso foi por água abaixo quando escutei alguém me chamar.

- A onde pensa que vai Annabeth - tia M falou caminhando em minha direção.

- Eu já falei que você não cuida da minha vida e eu vou a onde eu quiser - falei já com ódio daquela intromissão.

- Olha menina, eu me preocupo com você, o seu pai... - ela começou a falar, mas a interrompi.

- Não fala dele - gritei - ele nem sequer é um pai de verdade, se fosse veria como eu estou, veria a minha situação. Aquele homem não é o meu pai, o meu pai morreu - completei sentido as lagrimas descerem pelo meu rosto.

- Não fala assim menina, muitos queria ter a vida que você tem...

- Vida? Que droga de vida é essa que eu não tenho ninguém? Não tenho, mãe, pai, amigos. Eu não tenho nada, nada.

Eu me sentia fraca e até mesmo vulnerável naquele momento. Desde que tudo começou, eu me fechei, para o mundo e para todos. Tentei ser forte, superar tudo sozinha, mas desde que aquele desgraçado falou aquilo eu sentia como se o muro que eu construi ao meu redor estava se desmanchando. Meu coração já não agüentava tanto sofrimento, eu sentia cada pedaço dele caindo e se partindo cada vez mais em outros pedaços menores. Eu duvidava que um dia os pedaços do meu coração pudessem ser unidos novamente.

Tia M me olhava apreensiva, até por que era a segunda vez que ela me via chorar, mas so que agora podia se perceber pelo meu olhar a devastação que estava dentro de mim.

- Oh querida, não chore - ela falou se aproximando de mim com os braços abertos.

- Não - gritei me afastando - eu não preciso que ninguém tenha pena de mim, eu vou... eu... eu vou resolver a minha vida de uma vez por todos.

Com isso me virei e corri em direção à porta, não sem antes escutar ela gritando sofre loucuras, e ligar para o meu pai. Como se ele fosse se importar comigo. Eu sentia os cortes se abrindo, com certeza demoraria muito tempo para cicatrizar.


Sai para a noite gelada de Nova York. Aquela época, ou seja, a de inicio de inverno sempre piorava o meu animo. Caminhei durante algum tempo até que eu pode ver alguns moradores de rua se aquecendo perto de fogueiras feitas com lata de lixo. Eu olhava aquilo e me lembrava das palavras da tia M há alguns minutos. Muitos queria ter a minha vida. Pra que? So para ter dinheiro e uma casa? Ali ao olhar aquelas pessoas se aquecendo juntas eu senti uma enorme vontade de estar entre eles. Eles até que não poderiam ter um teto, roupas ou coisa assim, mas estava mais do que claro que estavam unidos. Unidos como uma família. Uma família que eu sempre quis ter.

Eu so queria saber o porquê disso tudo. Será que eu apenas nasci para sofrer? Eu preferia mil vezes estar morta a sentir essa dor todos os dias. Todos os dias era assim, eu me mascarava como uma pessoa fria para que ninguém pudesse notar a minha fraqueza, a minha dor. Eu recebia e dava sorrisos falsos para parecer contente com uma vida de tristeza. Eu ansiava por um abraço verdadeiro, de alguém que me amasse, de um amigo que me compreendesse, mas eu apenas ganhava olhares de desdém daqueles que estão ao meu redor. Eu sabia que os meus desejos so existiam nos contos de fadas. Eu sabia que até o meu último suspiro eu viveria infeliz.

Mas como que para contradizer tudo aquilo que pensei, eu percebi um senhor que aparentava ter uns oitenta anos. Pela sua roupa se podia dizer que era um morador de rua. Ele não estava junto com os outros se esquentando para espantar o frio, mas ele parecia dançar em um passo desengonçado pela praça com uma bela flor branca nas mãos. Ele parecia não se importar com o vento gelado que castigava Nova York, nem sequer ligava para as pessoas que o olhavam e lhe lançavam olhares estranhos. Não, ao longe eu podia ver o seu semblante alegre e um sorriso mesmo que com a falta de alguns dentes transmitia alegria.

Ao ver aquela cena eu não pude deixar de sorrir. A felicidade dele parecia tão... natural espontânea até. Mas quase que imediato o meu sorriso se transformou em choro. Se eu pudesse estar no lugar dele nem que fosse por um segundo. Eu fechei os olhos tentando impedir que as lagrimas caíssem, mas era impossível. Sai dali correndo, algumas pessoas me olhavam com pena tentado entender por que uma garota loira corria e chorava como um bebê.

Quando me dei conta eu já estava no Central Park, nesse horário havia poucas pessoas ali. Caminhei pesadamente até um banco um pouco afastado e me sentei. Eu me encolhi segurando os meus joelhos e soluçava um pouco alto. Não me importei se alguém ouvisse o meu choro. O que eu mais queria era poder me desabafar com alguém. Não faço idéia de quanto tempo eu fiquei ali chorando, mas so me dei conta que estava bem tarde quanto comecei a ouvir uma voz um pouco rouca mais bonita cantando uma música que eu reconheci sendo Boulevard of Broken Dreams do Green Day.

- I walk a lonely road
The only one that i have ever known
Don't know where it goes
Bu it's home to me and I walk alone

De longe eu vi o senhor que dançava alegre na praça vir dançando alegre do mesmo jeito que algum tempo atrás. Ele dançava e pulava com a flor branca na mão.

- I walk this empty street
One the boulevard of broken dreams
Where the city sleeos
And I'm the only one and I walk alone

Ele me viu e sorriu o que eu não pude deixar de retribuir. A alegria que ele tinha era contagiante e eu fiquei feliz por ter alguns minutos sem pensar na minha vida. Enquanto ele cantava se aproximou de mim saltintate e se sentou ao meu lado no banco. Se fosse a algum tempo atrás eu lhe trataria mal e arrumaria um escândalo. Eu nunca fui fã de pessoas assim e pelo que eu me lembre o único que eu tratei bem, ou seja, impedindo o Luke de quebrar a cara dele foi um garoto aqui no Central Park a alguns meses atrás.

O senhor me olhou e deu um sorriso verdadeiro. Eu ainda me perguntava como algupem podia ser tão feliz, ainda mais do jeito que ele vivia. Eu ouvi ela cantar um pouco mais baixo quase como que um sussuro. Como que se quisse que apenas eu ouvisse.

- I walk alone
I walk alone
I walk alone
I walk...

Depois disso ele ficou em silencio fitando o vazio. Mais um, pensei. Mais um que sem nem sequer me conhecer falou, ou melhor, cantou sobre a minha vida. Eu ando só, sempre andei e sempre vou andar. Foi pra isso que eu nasci, para nunca ter ninguém. Aquele garoto estava certo eu morreria sem ter ninguém do meu lado.

Eu estava tão absorta nos meu pensamentos que tomei um susto quanto aquele homem me estendeu a flor. Ele olhava para mim sorrindo como se soubesse de alguma novidade surpreendente sobre mim. Eu olhava aquilo relutante até que tomei coragem e pequei à flor de suas mãos sujas e cheias de calo e voltei a fita-lo. Ele se levantou e fez uma reverencia engraçada e me olhou sério.

- Lembre disso pequena, se o final feliz não chegou e por que ainda não é o final.

Mal terminou de falar e saiu andando em direção a um grupo de jovens cantando alguma música da Cristina Aguilera que não reconheci. Voltei a minha atenção para a flor que estava na minha mão e vi que era um lírio. Talvez um dos mais bonitos que já vi, ele parecia que emanava a mesma alegria daquele velho. Quando levantei os olhos novamente o procurando não o encontrei.

Eu ainda estava sentada tentado decidir o que fazer. Aquelas poucas palavras haviam me feito parar para pensar no que eu ia fazer. Dependendo, tudo podia mudar e eu não me lembraria mais pelo o que eu passei.

Levantei-me decidida e caminhei em direção a avenida principal. Atravessei-a e andei por alguns quarteirões procurando onde não houvesse ninguém. Já devia fazer cerca de vinte minutos que eu estava andando quando cheguei a uma rua que a parecia deserta. Eu respirei fundo, agora era so esperar passar algum carro...

- Hora! Vejamos se não é a princesinha da escola - uma voz falou atrás de mim.

Eu me virei bruscamente a tempo de ver Ethan Nakamura com os olhos vermelhos me encarando com um sorriso malicioso.

- O gato comeu sua língua Annabeth - ele falou rindo e dando um passo em minha direção o que me fez recuar instintivamente.

- O que você quer Ethan? Por que não vai brincar com os outros drogados dos seus amigos - falei com a voz o mais firme possível. Eu conhecia a reputação do Ethan e pelo o que ouvia se só metade das coisas que falavam dele forem verdade já era suficiente para causar pavor só de falar o seu nome.

Ele me encarou com ódio no olhos e se aproximou rápido segurando os meus pulsos com força. Eu nem sequer tive chance de correr. Para alguém que havia acabado de se drogar ele tinha reflexos muito rápidos.

- Eu não estou de brincadeira Chase - falou entre os dentes, mas depois olhou para o meu corpo com desejo - você esta muito gostosa Chase, o que o Luke faz com você em? Será que ele da conta do recado - falou passando as mãos sobre os meus seios.

- Me solta Ethan, me solta - gritei na esperança de que alguém pudesse me ouvir. Ele pareceu não se importar, pois riu e falou.

- Não vai adiantar gritar princesa, ninguém vai de ouvir, hoje você... AI! - gritou quando lhe dei um chute entre as pernas me desvencilhando dele.

- Sua filha da puta - ele gritou espumando de raiva - você vai pagar caro por isso Chase.

Eu estava tão assustado que travei na hora e so comecei a correr quando ele se levantou e veio mancando na minha direção. Com aquilo eu despertei e comecei a correr. Eu me embrenhava por entre as ruas procurando ajuda, mas aquela parte da cidade mais parecia uma cidade fantasma, não se via ninguém.

Depois de um tempo eu já estava cansada e parei tentando tomar fôlego. Eu já não queria me matar mais, não depois disso, até por que eu já estava morta, uma vez que eu nunca ouvi falar de uma vitima do Ethan que já saiu inteiro depois de discutir com ele. Eu senti um calafrio percorrer a minha espinha e quando olhei para trás eu quase morro de susto ali mesmo.

Ethan estava a pouco mais de dez passos de mim, eu já havia voltado à avenida principal novamente e o transito esta calmo. Atravessei a avenida correndo ignorando os insultos vindo dos motoristas que freavam bruscamente. Eu já virava a esquina da próxima rua praticamente correndo no meio dela e não havia me dado conta da idiotice que estava fazendo. So me dei conta no momento em que eu pulei na frente de um carro que vinha no sentido contrario. Com isso eu já esperava o pior, fechei o olhos esperando o impacto, mas escutei uma freada brusca e algo praticamente roçar na minha barriga.

Eu estava tremendo. Também não era pra menos por pouco eu não havia acontecido o que ha minutos atrás eu pensava ser a coisa certa. Me matar pulando na frente de um carro.

Abri os olhos devagar e vi um carro prata parado a alguns passos de mim. Aquele carro me pareceu familiar de algum lugar, mas minha cabeça não estava pronta para processar de onde.Eu estava em choque. Por pouco eu não havia morrido.

O motorista saiu de lá e eu quase morro de susto novamente ao reconhecer a pessoa. Thalia, a menina que eu havia humilhado saia do carro e pela cara dela com certeza agora eu morreria.

- Mas que... arg... - ela falou segurando os cabelos acho que para não xingar - quem foi o desgraçado que... - ela falou olhando para os lados procurando alguém até que seu olhar recaiu sobre mim.

Eu sabia fazer um olhar mortal que era capaz de calar qualquer um, mas com o olhar que ela me lançou eu já podia sentir a minha alma queimar no Tártaro. Ele me olhou de cima abaixo como que se me avaliasse.

- Chase - ela falou friamente o que me fez apenas engolir em seco.

Eu nem sequer tive tempo de falar nada. Ethan apareceu na esquina e parou ao me ver com Thalia, mas eu acho que ele não a reconheceu pois parou hesitando. Eu senti todo o meu sangue ser drenado. Quando ele deu o primeiro passo eu corri e me escondi atrás da Thalia.

- Me tira daqui, por favor - falei com um fiapo de voz.

Ela me olhou por um segundo e depois olhou para Ethan que havia parado novamente e procurava algo no bolso da jaqueta. Ela não falou nada apenas me arrastou rapidamente para o carro onde eu entrei sem hesitar. Mal Thalia ligou o carro quando escutamos uma seqüência de tiros e o vidro traseiro do carro se estilhaçar.

- Droga, você e seus amiguinhos Chase - Thalia falou arrancando bruscamente.

- E-e-ele n-não é... é... é... m-meu amigo - falei me encolhendo no banco.

Thalia me olhou por um momento cética, mas parou e encarou o meu braço. Eu acompanhei o seu olhar e automaticamente fiquei sem reação. No meio de toda aquela confusão não havia percebido a manga da minha blusa subir. No meu braço podia se ver os cortes profundos que eu havia feito mais cedo. Se fosse apenas um eu poderia inventar uma desculpa qualquer, mas havia tantos que era impossível negar que não foi proposital.


Thalia voltou a olhar para a estrada e eu abaixei a manga da jaqueta. Depois disso ela não falou mais nada. Ela parecia perdida em pensamentos e eu não estava diferente. Eu tinha certeza que ela usaria isso contra mim. Afinal eu a humilhei na frente de toda a escola e nada mais justo se ela expor o meu problema. Maldita hora em eu nasci, maldita hora que eu encontrei o desgraçado do Ethan, se não fosse isso eu nem estaria aqui.

Os pequenos minutos ali pareciam ter se tornado séculos. Aquele silencio sepulcral já estava me dando nos nervos, quanto ela parou em frente a uma casa. Uma casa não, um palácio praticamente. Eu podia ver que a arquitetura ali mesclava entre o grego e moderno em traços eu já havia visto em algum lugar. Uma das poucas paixões que eu ainda admirava e preservava era a arquitetura. Eu ainda encarava o lugar quando me lembrei de onde eu tinha visto algo parecido.

- Hades? - perguntei para ela quando entravamos na casa em direção a garagem.

- É! Hades - ela falou rindo da minha cara de paisagem - foi ele o cara que desenhou a casa.

Hades pelo o que eu li era um dos arquitetos mais requisitado do mundo,se já não fosse o mais procurado. Eu já havia visto algumas de suas obras em revistas e na internet, e não era a toa que ele ficou famoso. Simplesmente ele era bom no que fazia. Incrivelmente bom.

- Mas o que eu estou fazendo aqui? Quem mora aqui? Eu preci...

- Quieta loirinha - ela falou rindo, mas depois ficou seria - você faz perguntas de mais, se acha de mais, se mete em confusão de mais e eu não estou a fim de ouvir você falar, por que a minha cabeça já esta doendo com tudo o que aconteceu - ela completou mudando totalmente de humor. Com certeza ela era bipolar, pensei.

- E eu não sou bipolar. - ela falou e sorriu ao ver a minha cara de espanto, afinal não era pra menos, além de ser bipolar ela lia mentes - e vou responder a suas perguntas. Primeiro eu moro aqui com os meu pais e o meu irmão, e segundo você está aqui por que me deve satisfação sofre o que aconteceu lá e sobre isso - falou apontando para o meu braço.

- Olha...

- Não! Nada de olha, mas, como, porque, ou seja, lá o que for. Eu ainda de odeio por ter feito aquilo comigo, mas você me deve uma explicação e eu vou querer e vai ser agora.

Com isso ela pegou o meu braço e saímos do carro. Eu nem tive tempo de admirar a arquitetura da mansão, pois mal ela abriu a porta e saiu me puxando em direção às escadas. Com certeza a noite hoje vai ser longa, alias muito longa.



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Notas finais do capítulo

E então gostarão? Odiaram? Nem tão bom nem tão mal?
Bem comente nem que seja para falar que não gostou viu,
por que é realmente injusto ter 62 leitores e só 11 comentaram no último capítulo :(
Ah, e mil beijo e abraços para vocês leitoras lindas do meu coração que
fazem esse pobre autor feliz :)
Então você fantasmas e espíritos desconhecidos façam com que o próximo capítulo seja postado mais rápido sim. Comente :)
Bjs a Abcs
Ps.: Pra você que ainda não leu minha outra fic passa lá depois ;)
Dons: The Vision 1° temporada
https://fanfiction.com.br/historia/258595/Dons_The_Vision
Amanha vou postar um capítulo revelador sobre o Nico, bem muito misterio vai acontecer em Dons mil beijos e abraços