Escolhas escrita por Débora Falcão


Capítulo 9
Despedidas




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E lá estávamos nós, novamente, naquele Aeroporto. Desta vez não era eu quem estava partindo: era o Rob. E não era tão triste, pois não era por tanto tempo. Seriam só duas semanas.

Que importa? Duas semanas era tempo demais, e eu estava muito triste por dentro.

"São só alguns dias, depois vou ter uma folga e venho voando por você."

"Eu sei, Rob, mas é que depois que a gente se encontra, é tão difícil me separar de você!"

"Eu sei, eu sei. Mas não se preocupe: você vai ter tempo de sobra pra ficar comigo depois. Por enquanto, preencha seu tempo com as coisas que você tem para fazer. Mas não se esqueça muito de mim viu?"

"Como se isso fosse possível!"

Ele sorriu da minha cara e me beijou, e eu revirei os olhos, fazendo-o sorrir mais.

Estar ali, tão à vontade em um local tão público era estranho para mim. Mas Rob tornou as coisas mais fáceis. Com a divulgação de nosso romance e o chamado da imprensa para a minha chegada a Los Angeles, não precisamos mais nos esconder. Apenas aturar a quantidade de repórteres atrás de nós.

Ali, no Aeroporto, estávamos numa área reservada. Haviam fãs e repórteres, mas os seguranças não permitiram seu avanço até determinada área. E pudemos ficar em paz. Claro, não sem antes Rob dar atenção a todos, respondendo umas perguntas rápidas, tirando algumas fotos e dando alguns autógrafos. Mas nada muito demorado. Logo, um dos seguranças nos salvou.

E agora estávamos ali, parcialmente sozinhos em nosso próprio mundo particular, nos despedindo novamente.

"Prometa que não vai parar de pensar em mim." Eu disse, querendo parecer séria, mas com um tom de brincadeira.

Rob ficou sério, ergueu meu rosto com um dedo no meu queixo, forçando-me a olhá-lo nos olhos, como ele fazia quando nos conhecemos.

"Seria impossível. Sua imagem está gravada nos meus olhos. Quando os fecho, é você quem eu vejo. Quando os abro, sua imagem continua lá."

Ele disse isso com uma voz profunda, cheia de emoção. E tudo o que pude fazer para retribuir foi me atirar em seus braços, para  não deixá-lo desgrudar de mim até que o seu vôo fosse anunciado.

"Eu te amo, Rob."

 Ele sorriu. "Eu também te amo." Segurou meu rosto com as duas mãos. "E ainda acontece aquela coisa comigo, cada vez que você me chama de Rob." E me beijou, um beijo cheio de intensidade e paixão, que quase me deixou sem ar.

E então, ele teve que ir. E o ver partir, assim, me deixou com um vazio no peito, um vazio que eu não conseguia imaginar uma maneira de preenchê-lo, até que ele estivesse de volta em meus braços.

Me virei para voltar e vi a turba de repórteres e fãs, olhando para mim e tirando fotos de longe, ansiosos por respostas.

"Bem, vamos lá."

Cruzei a área que nos separava, e fui direto para eles. Mal cheguei perto, e cinco microfones e gravadores já estavam a poucos centímetros do meu nariz.

"Como está seu relacionamento com Robert Pattinson?"

"Você era fã dele antes de conhecê-lo?"

"Soubemos que produzirá o show dos 100Monkeys. Isso foi providenciado pelo Robert Pattinson?"

Respirei fundo. Eram muitas perguntas de uma vez só. Os seguranças começaram a abrir caminho para que eu passasse. Respondi com a maior calma possível.

"Nosso relacionamento vai bem, obrigada por perguntar. Sim, eu era fã, mas as circunstâncias em que nos conhecemos não foram circunstâncias de uma fã e um ídolo, e sim, de duas pessoas normais. E sim, produzirei o show dos 100Monkeys. Foi um presente do Robert, sim, mas não afeta em nada meu profissionalismo. Essa já era minha profissão antes de vir a Los Angeles."

Fui caminhando pela abertura que os seguranças providenciaram.

"Mas, convenhamos que, se não fosse pelo Robert Pattinson, você não estaria produzindo o show deles, não é verdade?"

"Sim, é verdade. Mas também não vejo problema algum nisso. Você vê?"

"Talvez, se sua competência estivesse sendo posta em questão, não é?"

Olhei para a repórter insolente. Era jovem. Ergui uma sobrancelha.

"Talvez você não tenha um convite para o show dos garotos. Se não tiver, adquira um e veja por si mesma. Depois, publique o que você observar a respeito de minha competência profissional."

Caminhei resoluta pela abertura e fui amparada pelos seguranças. Uma chuva de perguntas se seguiu, mas não prestei atenção em nenhuma delas. Perguntaram até mesmo se eu tinha interesse em seguir carreira de atriz ou se tinha ciúmes dos papéis do Rob, mas eu não tinha tempo para isso. Tinha muito trabalho a fazer.

Do lado de fora, um grupo de fãs do Rob gritava meu nome. Olhei para elas, atordoada. Eu realmente não esperava aquela reação. No mínimo, esperava uma reação ciumenta da parte do público feminino dele. Mas elas aparentemente, naquele momento, gostavam de mim.

Eu gostei do que senti. Olhei para elas e acenei antes de entrar no carro. Antes que a porta se fechasse e eu me sentisse protegida pelos vidros fumê, um pisca-pisca de flashes de máquinas fotográficas foi disparado.

Estava feito. Eu era famosa agora. Alguns gostavam de mim, outros não. Outros ainda, duvidavam de mim. E eu, que antes tinha minha vida organizada, agora precisava lutar para provar que eu tinha talento.

Coisa com a qual eu não estava mais acostumada. E agora, eu tinha mais uma preocupação para com a produção do show dos amigos de Rob.

Eu precisava provar que eu era boa. E isso, eu faria. Por mim. Por Rob. Por tudo.


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