Era meu aniversário. Minhas melhores amigas estavam lá: Sharom, Fridda e Leslie. Estávamos super animadas com a festa que daríamos. Uma festa digna de algumas páginas em revistas e jornais. Claro, eu já tinha providenciado alguma coisa do tipo. Chamei uns amigos meus que trabalham em revistas de fofocas para dar uma guinada na festa.

Meu vestido era perfeito. Comprei na Tiffany's de Beverly Hills, o bairro em que moro. Custou uma nota, mas eu nem me importei. Eu gosto de usar roupas caras, sapatos caros, perfumes caros, enfim. Tudo isso mostra bem o que é a sua personalidade. Se você usa coisas finas, você chama a atenção por onde passa.

E coisa que eu gostava era de chamar a atenção. Eu já era bastante alta, mas gostava de usar saltos. Sapatos na verdade, são minha paixão, depois dos vestidos. Tenho um lado do armário só para isso.

Geralmente era muito difícil me dar presentes. Eu tinha tudo. Mas não me importava com isso. Eu preferia que todos viessem às minhas festas e estava tudo certo. E, no fim das contas, o pessoal que me conhecia preferia me dar meus presentes em dinheiro, assim, eu gastaria do jeito que quisesse. Não que fizesse qualquer diferença. Às vezes, eu nem notava a diferença em minha conta bancária.

O que me importava era o agito e os preparativos. Tem coisa melhor do que sair com as amigas e preparar uma festa maravilhosa? Escolher a decoração? Bebidas? Convites? Escolher o vestido, o sapato, os acessórios, tudo isso no melhor que as lojas de Beverly Hills podiam oferecer?

Claro que não. Pelo menos pra mim.

E era por todas essas razões que eu achei estranho aquele pacote de presente na minha cama na manhã seguinte à minha festa.

Abri e vi um livro.

Um livro? Quem me daria um livro? Todo mundo sabia que eu odiava ler! Eu preferia ouvir música, dava menos trabalho. Sempre que eu começava a ler um livro eu sentia sono. Ainda mais daquela grossura. Aquele livro tinha muitas páginas. E eu não achei o título convidativo. Crepúsculo. Que raio de livro era aquele?

Joguei num canto. Não olharia para ele tão cedo.

Mas os dias se passaram, e dei de cara com aquele livro de novo. A capa dele era intrigante. Uma maçã. Apetitosa, parecia convidativa. Mais que isso, lembrava um fruto proibido. Mas o que aquela maçã tinha a ver com Crepúsculo?

Abri o livro e li o resumo.

"Hum", pensei. "História de vampiros". Parecia legal. Dizia ser um romance. Vamos ver. Abri a página do Prólogo.

Fiquei fascinada. Perdi a noção do tempo. Quando percebi, já era hora do almoço. Comi com o livro do lado e continuei a ler.

"Você tá lendo, Cindy?" Minha mãe perguntou, subitamente intrigada.

"Hum hum" respondi.

Nem liguei, continuei lendo. Eu já estava fissurada, e não podia mais parar. Minhas amigas acharam estranho, mas eu não estava nem aí.

Este foi o melhor presente que eu podia ter recebido. E eu nem soube quem me dera.