Escolhas escrita por Débora Falcão


Capítulo 12
Saudade Infinita


Notas iniciais do capítulo

ROBERT



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Aquelas duas semanas foram uma eternidade. Eu nunca pensei que ficar longe de uma garota fosse tão difícil pra mim. Na verdade, nunca foi. Eu nunca fui tão ligado a alguém como eu estava ligado a ela.

Quando eu pensei que a tinha perdido, eu senti um vazio tão grande no meu peito que eu pensei que fosse explodir. E então, nossa união foi tão intensa que eu não podia mais ficar longe dela. Por isso eu havia feito planos.

Por isso estávamos tão ligados.

Por isso eu estava tão tenso. Filmar naquelas duas semanas normalmente seria maravilhoso. Eu estava fazendo um papel que me rendia muito carinho do público, muita fama, era um papel super agradável de se fazer, além de ter aberto muitas outras portas pra mim. Mas eu estava com o pensamento longe.

Algumas cenas eu tive que refilmar, e tive que colocar toda a minha concentração para não perder o foco.

Agora, eu estava dentro do avião, taxiando na pista do LAX. Eu estava ansioso. Ela estaria lá, no saguão, me esperando. E eu a tomaria em meus braços novamente, e a beijaria como nunca em minha vida.

Saudade, era isso o que eu estava sentindo. Uma palavra que eu havia aprendido com ela. Temos muitas palavras em nossa língua, para exprimir o que sentimos, mas nenhuma tão completa quanto "saudade", na língua dela, o português. Eu poderia dizer que sentia a falta dela, mas era muito mais do que isso. Eu sentia um vazio, eu precisava dela, eu sentia como se uma parte de mim estivesse com ela, como se um íma estivesse nos impedindo de ficar longe um do outro.

Saudade, era a palavra que reunia tudo isso. E era justamente o que eu queria exprimir.

O corredor que nos separava subitamente era longo demais. Cheguei ao saguão, um grupo de fãs tirou fotos, mas meus olhos procuravam apenas um rosto.

Um rosto que não estava lá.

Os amigos dela estavam me aguardando.

"Olá, Robert. Como foi a viagem?" Perguntou Adriano. As duas moças, Andréa e Katrina, conversavam na língua delas. Eu não conseguia entendê-las. Mas eu estava preocupado.

"Onde ela está?" Perguntei ansioso.

"Bem, eu não sei", respondeu Adriano. "Ela deve ter se excedido na noite passada e ter perdido a hora."

Olhei para ele incrédulo. Ela jamais perderia a hora. Eu já a conhecia o suficiente para saber disso.

"O que aconteceu na noite passada?" Eu parecia alarmado? Acho que sim, pois Adriano se apressou em me acalmar.

"Bem, nós quatro saímos para comemorar duas semanas de trabalho árduo. Fomos à MyHouse, sugestão dela. Ela adora aquele lugar."

Claro, MyHouse. O lugar em que tudo começou. Eu tenho lembranças maravilhosas de lá. Mas eu não estava satisfeito.

"Ela estava muito cansada, e foi embora mais cedo" completou Adriano.

Eu não estava entendendo. Ela jamais deixaria de vir. Quantas e quantas vezes eu fiquei sabendo de trabalhos que a tomaram toda a noite e no dia seguinte, ela estava de pé para trabalhar? Não, ela não perdeu a hora. Alguma coisa aconteceu.

Peguei meu celular e disquei o número de casa. Tocou até cair.

"Vocês a levaram em casa?" Perguntei, discando novamente.

"Não, ela tomou um táxi. Ela deve estar dormindo..." mas o próprio Adriano não parecia tão convencido. Ele a conhecia melhor que eu, e já estava ficando alarmado também. As duas moças se aproximaram, sem entender nossa conversa. Rapidamente, Adriano passou para elas o que estava acontecendo.

Katrina falou alguma coisa que não entendi. Adriano traduziu. "Ela também ligou para sua casa, mas ninguém atende."

"Não vou ficar aqui parado."

Corri pelo saguão, com minha bagagem a tira-colo. Estava sendo seguido pelos três amigos de minha amada.

Onde ela estaria agora?

Tomamos um táxi, rumo à minha casa. Eu esperava ardentemente encontrá-la lá. Mas eu não estava convencido disto.

Alguma coisa acontecera. Era disto que eu estava convencido.


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