The Slender Man escrita por erico_nietto


Capítulo 1
The Slender Man




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Ela era uma pequena garotinha. Acordou com os raios de sol cortando o espaço por entre as folhas na copa das árvores em meio a floresta.

– Mãe? Pai? - chamou levantando-se lentamente. De início não estava assustada, mas confusa. Não se lembrava de como havia chegado ali. E diante da trilha, também não sabia por onde seguir.

Mas viu de longe, em meio a folhagem seca, uma pequeno pedaço de papel. Aproximou-se dele e o tomou do solo.

Em pleno oeste ele estará. Slender man quer me pegar. – leu sussurando para si mesma. Notou que seguir para o oeste, seria perigoso. Tomou a direção do leste. Não sabia onde estava, mas sua natureza humana, aceitava o fato do desconhecido.

Após andar por entre a mata, chegou numa área um pouco mais ampla. Encontrou uma caminhonete velha, vidros quebrados, rodas roubadas e marcas estranhas na lataria metálica. Andou até o velho veículo e notou que as marcas estranhas eram de mãos sujas de sangue que ali, haviam passado.

Assustada, olhou para o seu redor:

– Mãe! - gritou com medo - Pai!

Apenas o silencio da natureza. Nada mais.

Ouviu algo mover-se na mata. Talvez um pequeno animal rastejante passou por ali. Um coelho,na melhor das hipóteses.

Olhou dentro do veículo. O banco de couro completamente rasgado. Mais um pedaço de papel. Sujo de sangue por sinal.

Seus passos ele irá guiar. Slender man quer me enganar.

Colocou junto ao primeiro papel, no bolso de seu casaco vermelho. Viu a continuação da trilha do outro lado da aberta área. Voltou confusa para a floresta. Precisava achar o caminho de casa.


KALMAR - Condado da Suécia

1986

Na manhã do dia anterior, uma pequena garotinha desapareceu em meio a floresta. Em um acampamento, onde ela estava, ninguém a viu. Localizamos algumas pegadas floresta a dentro. Estamos seguindo os passos que possivelmente sejam os dela.

Detetive Stelma Holtman.

Apesar do clima úmido e frio, ela não desistia de encontrar o caminho para casa. Em meio a trilha, viu um pequeno objeto brilhar com a luz solar. De longe poderia ser um pedaço de vidro. Mas para sua surpresa, era uma lanterna. Uma lanterna com marcas de sangue, mas que ainda funcionava.

Seguiu sua rota. Encontrou uma nova área ampla, mas dessa vez, maior da qual estava anteriormente. Uma construção velha se mantia ainda em pé. Paredes de concreto. Uma porta de madeira com marcas fortes de arranhões. Nenhum sinal de sangue.

Apesar do medo ressentir em sua alma, ela precisava explorar o lugar. Seus pais poderiam estar lá dentro.

Pegou pela lanterna. Iluminou o corredor com paredes de azulejo azul escuro. Seguiu lentamente. Manchas de sangue por toda a parte. No final do breve corredor, um curva para a direita. Parou antes de prosseguir, quando a porta fechou-se sozinha.

Assustada, voltou correndo, mas não encontrou a maçaneta. Não havia como abrir pela porta. Teria que encontrar uma saida pelo outro lado. Um lado sombrio e desconhecido.

Encontramos uma velha caminhonete. Parece que está aqui há um bom tempo.

Os passos da garotinha seguem pela continuação da trilha. Mas agora, estamos diante de algo misterioso. Parece que pelas pegadas, tem alguém junto com ela. Mas não sabemos dizer ao certo, quem.

Detetive Stelma Holtman.

As mãos estavam trêmulas. A luz começou a iluminar o corredor que seguia para o lado direito. Um novo corredor se extendia. Em meio a ele, um braço amputado. O local todo manchado de sangue.

Em pânico, ela correu aos gritos para a porta da qual havia entrado. Bateu desesperadamente nela e a arranhou, quebrando algumas de suas unhas.

Apesar da dor que o pânico lhe causou, ela respirou fundo, segurou a lanterna com firmeza e seguiu correndo o desconhecido trajeto, gritando como um soldado de guerra.

Virou para a direita e pulou por cima do braço.

Seguiu para a próxima curva, a esquerda, deparando-se com uma mulher enforcada. Berrando ainda mais, passou correndo por ela. Viu no final do corredor, uma porta aberta, mas que se fechava lentamente. Por um breve segundo, do qual ela se lançou planando no ar, caindo de barriga na terra seca, pensou que jamais fosse sair daquele pesadelo.

– Por favor, - pediu chorando - alguém me ajuda? Por favor, socorro!

Voltou a seguir pela trilha arrastando seus passos. Não tinha porque continuar seguindo. Não se lembrava de como chegou ali. Tinha em sua memória alguns flashs de crianças, como ela, correndo e rindo para vários lados.

Mais um papel em sua frente. Bem no meio da trilha.

Do pânico ele virá. Slender man, seus cabelos irá arrancar.

Guardou pelo terceiro bilhete.

– Acho que são pistas... - disse para si mesma - Slender man deve ser a saída.

Pegou o primeiro bilhete.

(Em pleno oeste ele estará. Slender man quer me pegar).

– Alguém além de mim já esteve aqui e fugiu para o oeste, me fazendo vir para o leste.

Observou o segundo papel.

(Seus passos ele irá guiar. Slender man quer me enganar)

– Slender man deveria dar pistas de que estava em um lado, mas na verdade... Estava no outro!

Relembrou o terceiro papel.

(Do pânico ele virá. Slender man, seus cabelos irá arrancar)

Seu olhar foi incrédulo. A menina olhou para trás:

– Ele está aqui. - disse com medo - Está vindo atrás de mim!

O coração bateu muito mais forte. Correu pela trilha desesperada. Não se importou de deixar os papeis cair. Segurava apenas pela lanterna. Só ela poderia garantir uma futura noite segura.

Mas após correr até não suportar o cansaço, parou ao dar de encontro com mais uma área plana e livre das árvores.

– Mas o que são essas coisas?

Alcançamos um lugar onde nossas esperanças por um segundo, foram reduzidas a zero. A antiga casa da tortura foi usada recentemente. Não reconhecemos a vítima, mas sabemos que não é a garotinha pela qual procuramos. Acreditamos que ela pssou por aqui nesse mesmo horário. As marcas na porta são recentes. Assim como o sangue aqui encontrado. Vamos continuar pela trilha.

Detetive Stelma Holtman.

O sol está caindo. A fome está provocando dores capazes de superar o medo. E diante daquelas três árvores secas, cobertas por teias de aranha, tudo estava ficando cada vez pior.

A noite tomou conta do cenário. O clima de horror cresceu com o ascender da lanterna, que iluminou as árvores cobertas por teia de aranha; pelas quais seguravam corpos em seu interior. Todos de crianças, das quais foram lembradas pela sobrevivente, por estarem no acampamento.

Ela continuou observando, mas gritava por não conseguir ser capaz de fazer nada. As vítimas tentavam se mover emboladas nas teias, mas nada era possível fazer.

A garotinha, de forma inteligente, vendo que as crianças estavam sendo sufocadas, aproximou o foco da lanterna na resistente camada de teia de uma árvore, que ao começar a sentir o calor, entrou em chamas.

Ela só não esperava, que o fogo fosse prosseguir de forma tão monstruosa, a matar as crianças lá presas.

Uma pequena fagulha, respingou nas duas àrvores ao lado, provocando mais fogo e com ele, mais duas mortes.

Desesperada pelo que lhe ocorreu, ela só pensava em desistir. Fechou os olhos, mas nada tirava os gritos próprios e alheios de sua cabeça. Era um momento de puro tormento.

A trilha continuava. E por ela, seguiu-se a sobrevivente. Iluminando cada àrvore. Observando o céu estrelado. Os galhos que pareciam estar camuflando algo desconhecido.

E bem distante, sendo capturado pela luz da lanterna, um vulto. Um homem pareceu se esconder com calma atrás da árvore.

– Olá? - chamou em dúvida, parando na hora - Tem alguém aí?

O silencio se sucumbia cada vez mais.

Até algo bater em seu rosto, lhe fazendo gritar e balançar os braços, deixando a lanterna cair.

Apesar do ataque sofrido, ela pegou a lanterna. Estava tudo bem. Foi apenas uma coruja muito da mal criada. Mas que foi capaz de fazê-la sair da trilha. Estava em meio a floresta sem nenhum caminho para se seguir. Contava apenas com a própria sorte.

O que vejo agora é completamente perturbador. Essas crianças cremadas foram presas nessas árvores por alguém assustadoramente alto, ou que talvez, tenha utilizado algum objeto, como uma escada, para colocá-las aqui.

Ainda há pegadas da pequena garotinha pela qual procuramos.

Detetive Stelma Holtman.

Os passos eram pequenos. Cuidadosos, simples. A lanterna sempre focada à frente. Ia e voltava rapidamente para a esquerda e a direita.

E estava na hora da alimentação. A forma oculta e sombria cresceu atrás dela. O homem alto e magro, com sua roupa social negra, esticou para os lados os seis braços que lhe pertenciam. Estavam todos camuflados entre os galhos. A garotinha passou por baixo de suas pernas, acreditando estar passando por entre um tronco gigante.

Ao notar que havia algo acontecendo atrás de si, virou-se no susto.

Um berro forte e o cair da floresta foi o primeiro ato.

Os braços foram em sua direção. As mãos seguraram firmes suas roupas e as puxaram, rasgando-as como pedaços de papel.

A menina berrou gelando pela temperatura e o medo. Tapas e mais tapas foram dados em seu rosto. Nada sendo capaz de fazê-la parar de gritar. As mãos da criatura eram leves e movimentavam-se no rosto daquele menina, como um artista pintando um maravilhoso quadro.

As mãos agarraram seu corpo. O rosto inchado e roxo.

Seus ossos foram apertados por aquelas mãos finas, frias e fortes.

– AAAAHHH!!! - berrava como um animal parindo mais de um filhote por vez. As lágrimas evaporavam sobre o rosto quente, devido a tantos tapas.

E na velocidade da gravidade, ela foi lançada para o alto, batendo com força nos galhos secos e alguns com espinhos. Ao chegar na copa das árvores, segurou com as duas mãos, num galho firme e forte. Ficou pendurada. Ainda gritava. Sua adrenalina estavam no limite para uma criança de dez anos.

Os braços, assim como o corpo, se esticaram até ela, que sentiu aquelas mãos frias pegarem em seus tronozelos e a puxarem para braço.

– AAAHH!! Me solta!! - berrava com as pequenas mãozinhas sangrando, agarradas no galho - Me deixe em paz!!

Slender man, a soltou e rapidamente, tomou a forma de um homem normal.

Sabia que ela não resistiria por muito tempo.

E foi o que ocorreu.

As mãos não aguentaram. O corpo voltou a cair os oito metros que havia subido, na velocidade da gravidade.

Ainda consciente, após o impacto com o chão, ela olhou para Slender Man se aproximando em passos calmos. Passos parecendo serem orquestrados.

O que vejo agora, é uma das cenas mais aterrorizantes de minha vida. E quem dirá de minha carreira, que será encerrada agora. Tamanha brutalidade, pela qual estou vendo, não faz parte desse mundo. Estou com ela diante dos meus olhos, em meio a essa mata úmida. Todos que me acompanham, de policiais a moradores locais, não conseguem acreditar no que estamos vendo.

Mas eu, como detetive, capaz de chegar próximo dessa inocente vítima... Vejo algo atormentador. Há uma imagem gravada no olhar dessa menina. Talvez a sombra de um homem. Não sei exatamente com o que parece, mas me lembro de algo pelo qual ouvi na infância.

Agora sei que é real.

Acredito que Slender Man... Voltou!

Detetive Stelma Holtman,

Kalmar - Condado da Suécia,

1986.


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Notas finais do capítulo

Termina com a música "Joan Jett - I Love Rock N Roll".
Aguardo reviews!